Madame Teia

Crítica – Madame Teia

Sinopse (imdb): Forçada a confrontar seu passado, Cassandra Webb, uma paramédica em Manhattan que pode ter habilidades de clarividência, cria uma relação com três jovens destinadas a futuros poderosos, se elas conseguirem sobreviver ao presente ameaçador.

Atrasado, mas vamos falar de Madame Teia.

Antes, uma pequena explicação sobre a causa do atraso. Não teve sessão de imprensa no Rio de Janeiro (me falaram que teve em SP, mas não posso afirmar). E, pra piorar, estou em uma cidade do interior. Fui ao cinema, estava escrito que o ingresso nas quartas era 28 reais, mas resolveram cobrar 40. Por que? Deve ser porque é o único cinema da cidade, então eles podem cobrar o que quiserem. Só não podem reclamar depois quando as pessoas escolherem o streaming!

Bem, vamulá. Heu nunca tinha ouvido falar nessa tal de Madame Teia, e também não tinha visto o trailer. Entrei no cinema de coração aberto. E posso dizer que não odiei tanto como a maioria. Sim, Madame Teia está bem longe de ser bom, mas, achei do mesmo nível de Morbius e dos dois Venom. Ou seja, apenas mais um filme ruim no meio de outros igualmente ruins.

Dirigido pela pouco conhecida S J Clarkson, Madame Teia (Madame Web, no original) parece um filme de super herói dos anos 80 ou 90, época que a gente tinha poucos filmes desse sub gênero e por isso a gente aceitava mais fácil aceitar certas coisas. Depois de duas décadas de MCU, fica complicado ver uma personagem que está sendo procurada pela polícia e que resolve visitar o Peru – ué, e as fronteiras?

O roteiro é cheio de pontos fracos. Começo falando da cena inicial. A mãe da protagonista está grávida no meio da Amazônia peruana. O vilão se revela, dá um tiro nela, aparece uma tribo de índios-aranha (num efeito especial que parece videogame mal renderizado) e salva o bebê antes dela morrer, 30 anos se passam, e o vilão está com a mesma cara! Será que ele não envelhece? Não sabemos.

Aproveito pra falar do vilão. Por que ele queria a aranha? Não sabemos. Ele é um cara rico. Ele já era rico ou ficou rico depois de roubar a aranha? Não sabemos. Quais são os poderes dele além de andar nas paredes e soltar veneno pelas mãos? Não sabemos. Qual é o objetivo dele? Não sabemos. Só sabemos que ele tem um sonho premonitório. Todos os dias o mesmo sonho. E, pra piorar, diz que sempre tem o mesmo sonho, mas acaba morrendo de outra forma.

A gente podia seguir, mas o texto ia ficar muito longo. Mas ainda preciso falar da cena onde ela vai para o Peru (mesmo foragida). Pra começar que seria bem difícil ela encontrar o local exato da aldeia dos índios aranha. Mas, ok, é filme, a gente aceita. Agora, todo o diálogo do líder indígena com ela é péééssimo! Como é que ele sabe tantos detalhes sobre o poder dela, se é um poder tão único?

Ah, só mais um! A protagonista não sabe como enfrentar o vilão, então ela joga o carro em cima e o atropela. Ok. Algumas cenas depois, ela o atropela de novo! Sério que os roteiristas repetiram o atropelamento? Pior: ela não tinha como saber se ia atropelar mais alguém no processo.

(Ainda sobre o primeiro atropelamento – por que na visão dela ela anda a pé e chega mais rápido do que depois quando vai de carro?)

Mas, isso não é o pior. Acho que o pior de Madame Teia é ser um filme de super herói sem super heróis. A protagonista passa o filme inteiro tentando entender seus poderes, e são poderes que não servem pra muita coisa enquanto ela não aprender a controlá-los. E as três jovens Mulheres Aranhas só aparecem em uma cena, e é uma cena dentro de um sonho. O único personagem com super poderes é o vilão.

Ou seja, venderam um filme de super heróis e entregaram um filme onde personagens fogem de um vilão.

Agora um comentário de alguém que não lê quadrinhos. O filme se passa no universo do Homem Aranha – um dos personagens é o tio Ben Parker, e a irmã dele está grávida de um menino (não dizem o nome, mas fica implícito que é o Peter Parker). Ou seja, anos antes do Peter ser picado por uma aranha radioativa, já existiam várias pessoas Aranha, e com origens diferentes? Isso faz algum sentido nos quadrinhos?

Também queria falar sobre o product placement. Entendo que muitos filmes colocam propagandas escondidas no roteiro dos filmes, mas não me lembro de um filme recente com uma propaganda tão explícita da Pepsi. Tem uma cena longa onde a protagonista está com uma lata na mão, e toda a sequência final é debaixo de um enorme luminoso da Pepsi. Agora, a Pepsi deveria repensar seu marketing. Não só escolheu um filme errado, como pelo diálogo, não dá vontade de beber Pepsi, afinal a personagem diz que só vai beber Pepsi porque não deixaram ela beber cerveja.

O elenco tem bons nomes, mas ninguém está bem. Dakota Johnson tem cara de paisagem, acho que nunca a vi atuando bem, mas ela não atrapalha. As três jovens, Sydney Sweeney, Isabela Merced e Celeste O’Connor, parecem sofrer com um roteiro ruim e personagens mal desenvolvidas. Agora, Tahar Rahim está péssimo, seu vilão entra fácil na galeria de piores vilões de filmes de super heróis. Adam Scott está apenas ok, e juro que não entendi um nome com o star power da Emma Roberts num papel tão pequeno.

Dito tudo isso, posso afirmar que não saí do cinema com raiva. Ok, raiva de pagar um ingresso mais caro por um filme que não merecia, mas, não tive raiva do filme. Acho que esperar algo do nível de Morbius e Venom ajudou a baixar a expectativa.

Aquaman 2: O Reino Perdido

Crítica – Aquaman 2: O Reino Perdido

Sinopse (imdb): Arthur precisa contar com a ajuda de seu meio-irmão Orm para proteger Atlantis contra Black Manta, que liberou uma arma devastadora em sua busca obsessiva para vingar a morte de seu pai.

Este Aquaman 2: O Reino Perdido é o décimo quinto filme do DCEU – e também o último. A partir do ano que vem, a DC já avisou que vai recomeçar seu universo expandido.

Se Aquaman 2: O Reino Perdido fosse “apenas mais um filme de super heróis, seria algo mais aceitável. Mas existe todo um legado por trás, e é o filme que vai encerrar um universo cinematográfico, e justamente por isso é complicado de analisar o filme isoladamente.

E qual é o resultado? A gente tem um filme bagunçado nas telas. Não é um filme ruim, mas está bem longe de ser bom. Vamulá.

Mais uma vez dirigido por James Wan (achei um desperdício, este é um “filme de produtor”, Wan, volte pro terror!), Aquaman 2: O Reino Perdido (Aquaman and the Lost Kingdom, no original) tem alguns erros básicos. Um deles é que existe um “reino perdido” no título do filme, mas esse tal reino é quase irrelevante pra trama. A ideia de existir um reino perdido não é ruim, mas se está no título do filme, acredito que deveria ser algo mais presente na trama.

Mas acho que ainda pior é trazer um antagonista que estava no primeiro filme e que tinha uma rivalidade real contra o Aquaman, mas esse cara é “possuído” por um vilãozão meio sobrenatural, e meio que tanto faz as motivações anteriores do personagem. Caramba, se é pra ter alguém possuído, podia ser qualquer um! Jogaram fora as reais motivações do antagonista…

Outra coisa que ficou estranha é a colagem de cenas que parecem extraídas de outros filmes. O antagonista usa um óculos que solta um raio vermelho igual ao Cíclope em X-Men. O vilãozão é quase igual ao Sauron de O Senhor dos Anéis, só que em vez de usar o Um Anel ele usa um tridente. Tem uma cena que é uma mistura de Cantina de Mos Eisley em Guerra nas Estrelas com palácio do Jabba no Retorno do Jedi – incluindo um personagem igual ao Jabba! E por aí vai…

O filme tem muitas piadinhas, mas isso nunca me incomodou. Agora, o que incomoda são sequências inteiras que não fazem o menor sentido, como uma cena numa floresta com insetos gigantes. Gente, se existem animais gigantes na ilha, por que só naquele trecho? Ou uma sequência no meio do deserto, onde falam “está no meio do deserto pro povo da água não ir”, e na cena seguinte a gente vê um polvo rolando na areia. E isso porque não vou falar no assistente do vilão, que literalmente o traiu, mas continua tendo o cargo de maior importância!

Preciso comentar os efeitos especiais das cenas de batalhas sub aquáticas quando vemos os personagens nadando rápido. Ok, funcionam, mas acho que vão perder a validade cedo.

Tem uma coisa que heu não entendi. A gente sabe que a Amber Heard está “cancelada” por causa da polêmica com o Johnny Depp, e disseram que este filme teria a participação dela reduzida. Mas, não só ela está presente em quase todo o filme, como ainda salva o Aquaman em uma ou duas soluções deus ex machina. Ou seja, não só a personagem está presente, como ela é necessária para a sobrevivência do protagonista! Que tipo de cancelamento foi esse?

Aproveito pra falar do elenco. Jason Momoa é um Aquaman ótimo, um cara grande, forte, carismático e que faz piadinhas o tempo todo. Patrick Wilson também está bem como o irmão, e está presente quase todo o filme. Já Yahya Abdul-Mateen II faz o vilão ruim e não está bem. Também no elenco, Nicole Kidman, Dolph Lundgren e Temuera Morrison. Willem Dafoe não pôde participar por conflito de agenda. E Ben Affleck está creditado como Batman, mas não aparece no filme, seja lá qual foi sua participação, foi cortada.

Agora, Aquaman 2: O Reino Perdido é bagunçado mas pelo menos é divertido. Tem cena que beiram a falta de lógica, mas não tem nenhum momento chato. E não canso de repetir: o carisma de Jason Momoa vale o ingresso, ele parece estar se divertindo muito.

(Tem uma coisa que achei curiosa, uma capanga do vilão é vivida pela atriz portuguesa Jani Zhao. Por duas vezes no filme ela grita ordens em português!)

Por fim, a sessão de imprensa foi em 3D. Completamente desnecessário, não tem nenhuma cena que justifique o efeito.

Ah, tem uma cena no meio dos créditos com uma piadinha, e lá no fim não tem nada. Como acabou o DCEU, não tem gancho pra continuação.

As Marvels

Crítica – As Marvels

Sinopse (imdb): Quando os poderes de Carol Danvers, a Capitã Marvel, se entrelaçam aos de Kamala Khan, a Ms. Marvel, e aos de Monica Rambeau, atual astronauta da S.A.B.E.R., elas precisam aprender a trabalhar em conjunto para salvar o universo.

A expectativa para o novo filme da Marvel era zero. Não só tinha um monte de gente falando mal mesmo antes do filme estrear, como As Marvels (The Marvels, no original) não teve sessão de imprensa, sessão que acontece alguns dias antes da estreia para jornalistas, críticos e criadores de conteúdo, com o objetivo de ajudar a divulgar quando o filme estrear. Se a produção acha que não vai ter nenhum retorno, não faz a sessão – e aconteceu isso com As Marvels (pelo menos no Rio).

Dito isso, posso dizer que não é um grande filme, não é um filme para listar entre os melhores da Marvel. Mas também não é tão ruim assim. Vamulá.

Antes do filme, existe um problema que não é exclusivo deste filme, mas sim um problema da Marvel de um modo geral hoje em dia. Depois de 25 anos de filmes e séries, é difícil você fazer um filme independente. O novo lançamento sempre depende de outras coisas, o espectador tem que ter visto outros filmes e outras séries para conseguir pegar todos os detalhes. Sempre critiquei isso, e preciso continuar coerente comigo mesmo – são filmes que precisam de um “manual de instruções”. As Marvels é continuação de Capitã Marvel, mas também continuação da série Miss Marvel, e também continuação da série WandaVision. Se você não acompanhou o filme e as duas séries, talvez se sinta perdido.

Dirigido por Nia DaCosta, que fez o fraco reboot de Candyman, As Marvels era pra ser o segundo filme da Capitã Marvel, mas Carol Denvers divide o protagonismo com Monica Rambeau e Kamala Khan. As três protagonistas eventualmente trocam de lugar quando usam seus poderes e isso acaba gerando algumas cenas bem legais, com boas coreografias. Mas, por outro lado, temos algumas “roteirices” porque às vezes elas trocam de lugar, outras vezes não – ou seja, o que define essa troca é o que o roteiro está pedindo.

Ouvi críticas com relação a uma sequência onde elas vão para um planeta onde todo mundo só fala cantando, mas heu achei essa ideia muito boa. Entendo que, como gosto de musicais, tenho uma certa facilidade para aceitar uma ideia dessas. Parece um momento Bollywood, tudo muito colorido, com músicas, danças e coreografias. Minha única crítica a esse momento Bollywood é que a produção do filme pareceu tímida, e a sequência é curtinha. Se você vai usar uma ideia absurda, abrace o absurdo! Assuma a galhofa! Pareceu que o filme não queria “se sujar”.

Por outro lado, achei que a cena dos gatos não ficou legal. Era para ser talvez uma piada, mas eu achei que ficou tosco. Ficou mal explicado, mal desenvolvido, não funcionou.

Sobre o elenco: Brie Larson está ok. Ela não é uma pessoa simpática, tampouco uma personagem simpática, mas ela funciona dentro do que a proposta do filme pede. Teyonah Parris (Monica Rambeau) também não é nada demais, mas também funciona para o que o filme pede. Agora, admito que gostei da Iman Vellani (Kamala Khan). A jovem (21 anos) paquistanesa sempre se assumiu muito fã do MCU, e isso passa para a personagem: vemos que ela está muito feliz fazendo o filme. Atriz e personagem são muito fãs, e isso funciona muito bem na tela. Samuel L. Jackson não está bem, o personagem Nick Fury já foi legal, hoje em dia é uma caricatura do que já foi, em Invasão Secreta estava tão ruim quanto. A vilã interpretada por Zawe Ashton (esposa de Tom Hiddleston, o Loki) também não é boa. A Marvel tem alguns vilões muito bons e outros que não são. E a vilã aqui, Dar-Benn, está no segundo grupo.

As Marvels tem uma cena final que parece cena pós créditos, e uma cena no meio dos créditos. As duas são ganchos para possíveis caminhos futuros da Marvel, e as duas são empolgantes!

Besouro Azul

Crítica – Besouro Azul

Sinopse (imdb): Jaime Reyes, um adolescente de origem mexicana, encontra um artefato alienígena que lhe dá um exoesqueleto mecanizado e poderes, tornando-o no Besouro Azul.

A gente sabe que a DC não é organizada no cinema, e a gente sabe que o James Gunn saiu da Marvel e foi pra DC pra organizar o DCEU (o universo cinematográfico da DC). Então a gente não sabe o que vai continuar sendo “canônico” e o que vai ser “filme solo”. Este novo filme da DC, Besouro Azul (Blue Beetle, no original), fez uma coisa inteligente: a gente sabe que o filme se passa dentro do universo da DC, porque vemos um personagem usando uma camisa onde está escrito “Gotham”, ou outro personagem que comenta que o Superman é de Metrópolis; mas não usa nenhum personagem nem cita nenhum evento de algum dos outros filmes da DC. Este pode, no futuro, ser um filme independente, ou pode fazer parte do DCEU.

Preciso reconhecer que não conhecia NADA sobre o personagem. Vou além: confundi com o Besouro Verde, daquele filme fraco do Michel Gondry com o Seth Rogen. Então, preciso avisar que o meu texto será apenas sobre o filme, nunca li nenhuma HQ do herói. Não sei nos quadrinhos, mas aqui, tudo é fortemente ligado à América Latina. O diretor Angel Manuel Soto é porto-riquenho, o ator principal Xolo Maridueña é americano mas tem ascendência mexicana, cubana e equatoriana, a atriz principal Bruna Marquezine é brasileira, e o personagem tem uma família de mexicanos.

E a grande dúvida: o filme presta? Olha, não é digno de estar em listas de melhores do ano, mas é um filme divertido. A DC é tão bagunçada nos cinemas, que é uma boa notícia quando vemos um filme leve e despretensioso como esse Besouro Azul. Afinal, sempre digo que “cinema é a maior diversão”. E Besouro Azul vai divertir o público alvo.

Agora, o espectador precisa de muita boa vontade porque tem vários momentos onde o roteiro força a barra, tipo, logo na parte inicial, onde tem um escaravelho que estava perdido há 15 anos, super raro, que é deixado displicentemente em cima de uma mesa, dentro de um laboratório onde você só precisa apresentar um simples crachá pra abrir a porta. Não tem sistema de segurança, não tem sistema de câmeras… Mas, filme de super herói, a gente acredita em super poderes, tem gente super forte, tem gente que voa, ok, a gente aceita que seja fácil roubar um artefato raro.

Os efeitos especiais são muito bons, o que é algo essencial aqui. O espectador consegue entender como funcionam todas as habilidades que a armadura proporciona. Com efeitos fracos essa parte ficaria muito tosca. E a armadura tem menos cara de Power Rangers do que parecia pelo trailer.

Gostei dos dois personagens principais, tanto o Jaime Reyes do Xolo Maridueña quanto a Jenny Kord da Bruna Marquezine. A família de mexicanos é bem divertida, gostei dos personagens, mas reconheço que é um humor cartunesco e escrachado. A galera vai rir no cinema, mas a gente sabe que é completamente fora da realidade. Já os vilões, não gostei são péssimos. Susan Sarandon está caricata no mau sentido, e o vilãozão malvadão Carapax é ainda pior. E no fim tentaram dar uma redenção pra ele que ficou muito forçada.

(Susan Sarandon estava na cena pós créditos de Jolt, dando a entender que viraria uma franquia. Mas deve ter dado errado…)

Tem uma galera hater reclamando da Bruna Marquezine como protagonista de filme da DC. Em alguns momentos ela abusa das caras e bocas, mas no geral ela manda bem e acho que vai conquistar os haters. Uma coisa curiosa: a personagem é brasileira, mas não tem outro brasileiro, então não tem nenhum diálogo em português – vemos vários diálogos em espanhol, vindos da família mexicana. Mas, em um determinado momento catártico no fim do filme, ela solta uma frase em português – claro que a galera no cinema foi ao delírio. Mas, não sei, não li em nenhum lugar, mas acredito que ela deve ter gravado essa cena duas vezes, uma falando em português e outra em inglês. Porque não tem nenhum sentido a personagem dela falar uma frase em português assim do nada. Será que nas versões gringas também tem essa frase?

No fim, o tradicional de filmes de super: duas cenas pós créditos. Um gancho pra continuação, e uma piadinha lááá no fim dos créditos.

Top 6 pontos ruins de Invasão Secreta

Top 6 pontos ruins de Invasão Secreta

Sinopse (imdb): Nick Fury e Talos estão tentando deter os Skrulls que se infiltraram nas esferas mais altas do universo Marvel.

Quando estreou Invasão Secreta, nova série da Marvel na Disney+, pensei em esperar acabar a série e fazer um texto comentando toda a temporada. Mas, o resultado final foi tão decepcionante que mudei de ideia e vou fazer um top 6 de momentos ruins da série.

Escolhi 6 momentos ruins. Podia ser mais, mas a decepção de Invasão Secreta me lembrou a decepção que tive com Obi Wan, e fiz um post com As 6 tosqueiras mais toscas de Obi Wan Kenobi. Então mantive o número 6. E acho que foi uma boa escolha, Invasão Secreta tem mais coisas ruins, mas deu preguiça de rever a série só pra aumentar a lista.

Antes de entrar na lista, uma crítica e um elogio. A crítica é que tudo é arrastado demais, dava tranquilamente pra se cortar as gorduras e fazer um filme de longa metragem em vez de uma série de seis episódios. Conheço várias pessoas fãs do MCU, e quase todos “se esqueciam” de ver os novos episódios a cada semana – diferente de outras séries onde todos corriam logo pra ver.

Agora, nem tudo é ruim. Olivia Colman está ótima, e sua personagem Sonya Falsworth foi a melhor coisa da série. Ela aparece pouco, mas todas as vezes são cenas boas. Uma boa personagem que espero que continue no MCU.

Vamos à lista? Claro, spoilers liberados a partir de agora!

SPOILERS!
SPOILERS!
SPOILERS!

– Não acho ruim quando matam um personagem se isso causar um grande impacto na trama e nos personagens. Aquela morte significou algo! Um exemplo dentro do MCU foi a morte da Viúva Negra, que foi um evento bem trabalhado dentro do filme e que causou um enorme impacto em todo o MCU. Agora, quando matam a Maria Hill e o Talos e isso não causa nenhum impacto, aí é ruim. Principalmente a Maria Hill – se o Gravik queria uma imagem do Fury atirando na Maria Hill, causaria o mesmo impacto se o tiro atingisse algo grave e ela precisasse ir para o hospital. Ok, entendo que nem a Maria Hill nem o Talos são personagens muito importantes, a gente nunca veria um filme solo de nenhum deles, mas, mesmo assim, acho que foi desrespeito com o fã.

– A gente descobre que quando um skrull é ferido, aparece a pele real verde dele. Isso acontece algumas vezes ao longo da série. Pra que todo aquele “mexican standoff” entre o Fury e o Rhodes na frente do presidente? Não era só atirar na mão ou na perna do Rhodes?

– A Emilia Clarke é ruim. Existem atores que têm talento, outros têm carisma, e outros têm talento e carisma. Emilia Clarke não tem nenhum dos dois. Acho que está na hora de Hollywwod repensar a carreira dela. Talvez ela funcione melhor como coadjuvante.
(Pra piorar, no fim dá a entender que ela vai trabalhar com a Olivia Colman, que tem talento e carisma. Essa dupla não vai funcionar!)

– Admito que gostei da batalha final, quando usam poderes de vários heróis misturados. Mas, tem uma coisa que ficou estranha: eles aprenderam a dominar os poderes muito rapidamente. Em um filme com o modelo clássico de “filme de origem de super herói”, sempre tem uma parte do filme que é o personagem aprendendo a usar seus novos poderes. Aqui não, os dois já conseguem dominar tudo, automaticamente.

– O local da batalha final era radioativo. Como é que eles guardavam prisioneiros humanos lá?

– Nick Fury foi o cara que organizou a Iniciativa Vingadores. Ele conhecia todos os heróis. Se nenhum herói aparece na série, isso precisa ser verbalizado, senão é um furo de roteiro. Ok, verbalizaram. Existe a pergunta “por que você não chama os seus amigos?”. O problema é a resposta “porque é algo pessoal”. O mundo está à beira da terceira guerra mundial e essa foi a melhor desculpa que os roteiristas pensaram?

The Flash

Crítica – The Flash

Sinopse (imdb): Barry Allen usa sua supervelocidade para mudar o passado, mas sua tentativa de salvar sua família cria um mundo sem super-heróis, forçando-o a correr por sua vida para salvar o futuro.

É complicado falar de um filme como este The Flash. O filme é divertido, mas não é nada demais. Mas, assim como aconteceu com o filme do Homem Aranha que trouxe os três Aranhas juntos, The Flash ganha pontos pelas referências e easter eggs. E não vou falar dos easter eggs por causa de spoilers!

Na minha humilde opinião, o quanto menos a gente souber sobre um filme, melhor será a experiência de vê-lo. Lembro de dois exemplos que aconteceram mais ou menos na mesma época, as aparições do Homem Aranha em Guerra Civil e da Mulher Maravilha em Batman vs Superman, duas participações que seriam grandes surpresas, mas estavam nos trailers dos respectivos filmes! E aqui acontece o mesmo: temos o Batman do Michael Keaton de volta. Isso seria uma grande surpresa, mas está em toda a divulgação do filme.

Então, o meu limite de spoiler será o trailer. O que aparece no trailer será comentado aqui. O resto, fica a recomendação: fujam de spoilers e vejam no cinema!

A direção é de Andy Muschietti (Mama, It A Coisa), confirmando uma curiosa predileção da DC por diretores que vieram do terror – Aquaman foi dirigido por James Wan (Sobrenatural, Invocação do Mal); Shazam! foi dirigido por David F. Sandberg (Quando as Luzes se Apagam, Annabelle 2). O filme segue o universo de Liga da Justiça (incluindo o Alfred do Jeremy Irons e o Batman do Ben Affleck) – tem até uma cena copiando o estilo do Mercúrio dos filmes do X-Men – até que o Flash volta no tempo e muda a linha temporal.

Sim, é mais um filme de multiverso, o tema está na moda. Está rolando no MCU, no desenho do Aranhaverso, tem até no filme ganhador do último Oscar, Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo. E o multiverso aqui gerou uma cena bem engraçada usando filmes clássicos dos anos 80 com atores trocados.

Dois comentários sobre este multiverso. Um deles é que a gente aqui tem um novo conceito de viagem no tempo. Ate uns anos atrás, todos os filmes se baseavam apenas em dois conceitos: “Exterminador do Futuro” (o passado e imutável, tudo vai acontecer de novo da mesma forma) ou “De Volta Para o Futuro” (suas ações no passado vão modificar o futuro). Vingadores Ultimato trouxe um novo conceito, com a viagem em universos paralelos. Aqui em The Flash, essa viagem em universos paralelos é adaptada para poder usar um Batman mais velho.

O outro comentário é sobre o timing errado. A gente acabou de ver o Aranhaverso 2 (ainda está em cartaz nos cinemas), e aqui tem uma situação quase igual: “alguns acontecimentos da vida do herói precisam acontecer para a sua formação”. Sei que não era pra parecer uma cópia, mas como foi lançado depois, parece plágio.

Agora, como falei, o filme é divertido, mas metade da graça do filme está no “massaveísmo” dos easter eggs. Tipo, é muito legal rever o Michael Keaton como Batman, e a trilha sonora usada nas suas cenas é a trilha clássica do Danny Elfman (trilha muito mais marcante que a do próprio filme). E as cenas com os easter eggs fizeram a plateia urrar de emoção durante a sessão de imprensa. Mas acredito que esse “massaveísmo” não vai durar para quem for ver o filme uma segunda vez.

Tem outro problema que precisa ser citado. O cgi aqui e tão pobre que é difícil de acreditar que estamos vendo uma super produção de milhões de dólares. As cenas da Supergirl lutando parecem ser feitas com tecnologia de Playstation! E algumas das cenas onde vemos dois Barrys ficaram bem artificiais.

(Um comentário bairrista sobre a Supergirl. Quase que tivemos uma brasileira no papel. E essa informação não foi tirada de um site brasileiro de fofocas, está no imdb: “Bruna Marquezine and Isis Valverde. The two actresses were top choices for the role, but the COVID-19 pandemic prevented them from traveling to London.” Pena. Pelo menos Bruna Marquezine conseguiu um papel importante em outro filme da DC, o Besouro Azul.)

Aproveito pra falar do elenco. Ezra Miller em dose dupla talvez esteja um pouco acima do tom, mas acredito que tenha sido proposital – o segundo Barry e irritantemente bobão. Michael Keaton está ótimo, como sempre; Sasha Calle, que faz a Supergirl, tem um papel bem menor. Também no elenco sem spoilers, Maribel Verdú, Kiersey Clemons, e Ron Livingston. O resto não vou comentar. 😉

No fim, fica a sensação de filme divertido mas que só será lembrado pelos easter eggs. E também pelo cgi ruim.

Homem-Aranha: Através do Aranhaverso

Crítica – Homem-Aranha: Através do Aranhaverso

Sinopse (imdb): Miles Morales, o amigão da vizinhança Homem-Aranha, é transportado através do multiverso para unir forças com Gwen Stacy e um novo time de Pessoas-Aranha para enfrentar um vilão mais poderoso do que qualquer coisa que já tenham encontrado.

Antes de tudo, preciso criticar a postura da Sony, distribuidora, que não fez sessão de imprensa aqui no Rio. O texto era pra ter saído na quinta, como acontece com a maioria dos grandes lançamentos. Mas tive que esperar estrear pra ver no circuito. (E parece que SP teve sessão de imprensa, mas várias pessoas foram barradas. Ou seja, aparentemente a desorganização é geral).

Mas, vamos ao filme. Dirigido por Joaquim Dos Santos, Kemp Powers e Justin K. Thompson, Homem-Aranha: Através do Aranhaverso (Spider-Man: Across the Spider-Verse no original) é um espetáculo visual. Assim como aconteceu no primeiro, o estilo da imagem é bem diferente do padrão Disney / Pixar / Dreamworks que estamos acostumados. Em vez de procurar um traço realista, muitas vezes o visual lembra páginas de quadrinhos, com cenários abstratos, cores que mudam de tom sem um motivo, eventuais textos na tela, rolam até efeitos visuais simbolizando sons. Se o primeiro filme sacudiu os grandes estúdios com esse visual, essa continuação deve causar o mesmo efeito.

Ah, uma característica presente no primeiro filme está de volta: desenhos de estilos diferentes misturados. Por exemplo, o Spider Punk é um ótimo personagem, e desenhado com um estilo completamente diferente.

(Aliás, tem uma sequência onde vemos dezenas (talvez centenas) de Aranhas diferentes, e deve ter um monte de referências e easter eggs escondidos.)

Quem me conhece sabe que só o visual já era o suficiente pra heu achar um bom filme. Mas Homem-Aranha: Através do Aranhaverso ainda traz uma história boa. Temos um bom desenvolvimento de personagem, tanto do Miles Morales, quanto da Gwen Stacy, e além disso o filme ainda desenvolve o relacionamento entre os dois. E o roteiro ainda equilibra bem as cenas de ação e os momentos engraçados.

Homem-Aranha: Através do Aranhaverso não é uma comédia, mas tem umas piadas muito boas (o que não chega a ser uma surpresa se a gente vê que Phil Lord e Chris Miller estão entre os roteiristas). Tem uma sequência onde um personagem descobre portais para outros universos que é muito engraçada, e tem um momento que faz uma piada hilária com o clássico meme dos Aranhas apontando um para o outro.

O vilão é bem construído. Inicialmente parece ser um bobão, mas ao longo da projeção a periculosidade dele vai crescendo. Ah, uma coisa curiosa: o roteiro deixa o vilão de lado por boa parte da projeção!

Agora, vamos à crítica. O filme estava excelente, heu realmente “entrei” naquele universo, estava curtindo muito. Mas, do nada, veio um “continua”. Caramba, qual é o problema de se avisar que o filme não tem fim. Será que alguém ia deixar de ir ao cinema só por isso? Acho uma falta de respeito com o espectador, e já é a terceira vez em poucos meses (aconteceu o mesmo com Os Três Mosqueteiros e Velozes e Furiosos 10). Reclamei de Os Três Mosqueteiros, mas foi menos mal, porque fechou uma história e deixou um gancho aberto para começar outra. Aqui em Homem-Aranha: Através do Aranhaverso acontece o mesmo que em Velozes e Furiosos 10: a história vai num crescente e de repente para tudo. E o pior de tudo é que isso não é avisado em nenhum lugar, não está no pôster nem no título do filme.

Quando um filme mais ou menos termina bem, ele ganha pontos. E quando termina mal, claro que perde pontos. Esse “não final” foi um grande balde de água fria. O filme estava indo muito bem, mas terminou com gosto amargo. Pena.

Parece que ano que vem o filme termina. Aguardemos.

Guardiões da Galáxia Vol. 3

Crítica – Guardiões da Galáxia Vol. 3

Sinopse (imdb): Ainda se recuperando da perda da Gamora, Peter Quill reúne sua equipe para defender o universo e um deles – uma missão que pode significar o fim dos Guardiões se não for bem-sucedida.

Normalmente evito expectativas, mas com esse Guardiões da Galáxia Vol. 3 era difícil por causa de seu diretor: James Gunn. Aos poucos, Gunn mostrou que ele é “o cara”: começou na Troma, e fez alguns filmes legais mas nada muito relevante. Aí foi pra Marvel e fez o primeiro Guardiões, e a gente tem que lembrar que era um projeto super arriscado: um grupo de alienígenas onde um deles era um guaxinim e outro era uma árvore, e que a gente sabia que no futuro iam se juntar aos Vingadores. E mesmo assim, Guardiões da Galáxia foi um dos melhores filmes do MCU. Mas, depois do segundo filme, rolou aquela parada da Disney fuçar tweets antigos do cara e ele foi demitido. A DC então o contratou pra “consertar” o Esquadrão Suicida, e o seu filme com o Esquadrão foi o melhor do DCEU. Agora, de volta à Marvel, como segurar a ansiedade?

E a boa notícia é que mesmo com expectativa alta, James Gunn nos trouxe o melhor filme da Marvel em um bom tempo. Um filme que te faz rir, te faz chorar, tem personagens muito bem construídos e ainda traz alguns cenários bem diferentes do óbvio. E além disso, um belo fechamento para a saga dos Guardiões.

Claro que o filme é muito engraçado. Guardiões sempre foi galhofa, e continua sendo – são vários os momentos hilários. Mas este terceiro filme traz a história que conta o triste passado do Rocket Racoon. Aqui a gente conhece o passado dele, e consegue entender por que ele não quer falar sobre isso. É um momento que, arrisco dizer, vai arrancar lágrimas dos espectadores. E vai ter muita gente que vai virar fã do Rocket depois do filme.

Aproveito pra falar dos personagens. Temos um rico time de personagens, e, coisa difícil num grupo tão numeroso – conhecemos características de todos eles! Peter Quill, Gamora, Rocket, Groot, Drax, Mantis, Nebula… Tem até espaço pra secundários como Kraglin e Cosmo! Ok, você pode argumentar que já vimos os personagens por alguns filmes, é verdade, tem mais tempo para conhecê-los. Mas, pensa só: já temos mais de dez Velozes e Furiosos, e mesmo assim tem alguns personagens do grupo que a gente não lembra nem do nome, muito menos da personalidade. Aqui não, conhecemos cada um, é como se fossem velhos amigos.

Além dos personagens, Guardiões da Galáxia Vol. 3 também tem um visual bem exótico. O filme aproveita que estamos no espaço e que nada precisa seguir uma lógica terrestre, e temos excentricidades como uma base espacial orgânica – com detalhes como pelos e uma camada de gordura debaixo da pele. E o interior dessa base parece uma mistura de Barbarella com A Fantástica Fábrica de Chocolates.

Falando em visual, preciso falar do plano sequência na cena do corredor. Ok, a gente sabe que é um plano sequência “fake” porque tem muita coisa digital no meio, mas mesmo assim vejo valor em quem consegue conceber uma cena como aquela, onde vemos todos em ação, cada um no seu estilo.

Como acontece nos outros filmes, temos algumas referências aos anos 80, como citações a Dirty Dancing e Robocop – e preciso falar que essa do Robocop estava me incomodando, porque o visual do vilão é muito parecido com o Robocop sem máscara.

(Outra daquelas coisas que “todo mundo fala”: a Gamora não entende o Groot, normal, aí ela fala “vocês estão inventando isso!” Gosto quando um filme se sacaneia!)

Falando das referências, preciso falar da trilha sonora. Antes o Peter Quill tinha um walkman, que foi quebrado. Aí ele ganhou um aparelho com centenas de músicas, e agora não estamos mais presos somente aos anos 80. E uma coisa bem legal que tinha nos filmes anteriores acontece de novo aqui: a letra da música que está tocando “conversa” com o roteiro. Um exemplo simples que é logo a primeira cena do filme: o Rocket sempre se sentiu excluído, e começamos ouvindo Creep, do Radiohead: “I wish I was special, but I’m a creep, I’m a weirdo”. Pena que boa parte do público brasileiro não vai captar essa sutileza.

O elenco é ótimo. Todos os atores dos outros filmes estão de volta: Chris Pratt, Karen Gillan, Zoe Saldana, Pom Klementieff, Dave Bautista, Bradley Cooper, Vin Diesel, Sean Gunn e Maria Bakalova – e ainda tem uma ponta do Michael Rooker. Ah, trabalhar com James Gunn deve ser bom. Vários atores que estavam no Esquadrão Suicida aparecem aqui: Chukwudi Iwuji, Nathan Fillion, Daniela Melchior e Jennifer Holland (Sylvester Stallone também estava em Esquadrão Suicida, mas ele já tinha aparecido numa cena pós créditos do Guardiões 2). Ainda no elenco, Linda Cardellini, Elizabeth Debicki e Will Poulter

O fim do filme traz um encerramento pra trilogia. Claro, sempre pode haver um novo filme, uma nova saga. Mas se acabar por aqui, foi um bom final.

Shazam! Fúria dos Deuses

Crítica – Shazam! Fúria dos Deuses

Sinopse (filmeB): Agraciado com os poderes dos deuses, Billy Batson e seus irmãos adotivos ainda estão aprendendo a conciliar a vida adolescente com alter egos de super-heróis adultos. Mas quando as Filhas de Atlas, um trio vingativo de deusas antigas, chegam à Terra em busca da magia roubada deles há muito tempo, Billy – também conhecido como Shazam – e sua família são lançados em uma batalha por seus superpoderes, suas vidas e o destino de seu mundo.

O primeiro Shazam!, lançado em 2019, foi uma divertida bobagem, com um herói adolescente num corpo de um adulto. Não era um grande filme, mas o resultado ficou divertido. Claro que iam fazer uma continuação. Shazam! Fúria dos Deuses (Shazam! Fury of the Gods no original) segue a mesma proposta do primeiro filme: um super herói bobinho e inseguro, num clima mais colorido e divertido que o “padrão DC”.

Shazam! Fúria dos Deuses (por que não “Shazam 2”?) repete o diretor David F. Sandberg do filme anterior. Sandberg tem passado no cinema de terror – procurem uma boneca Annabelle no consultório do pediatra! A primeira sequência do filme, no museu, é bem violenta (mesmo sem sangue). Se o filme fosse nessa pegada até o fim, ia ser bem legal, pena que larga esse caminho logo depois.

Como falei, é DC, mas tem um pé muito forte na comédia. Algumas piadas são meio sem graça, mas admito que ri alto em algumas cenas (a piada que encerra a primeira cena pós créditos é muito boa!). Além disso, Shazam! Fúria dos Deuses tem várias referências à cultura pop, são citados inúmeros filmes, como Star Wars, Senhor dos Anéis e Game of Thrones – e fazer uma citação a Velozes e Furiosos com a Helen Mirren presente foi genial!

Agora, precisamos reconhecer que o roteiro é cheio de “roteirices”, tipo um dragão que solta raios mortais pela boca, mas que tem um raio inofensivo quando está diante de um dos personagens principais. E aquela redoma segue as regras que o roteiro pede no momento.

Achei as vilãs bem ruins. Hellen Mirren é a menos pior, ela nem está tão mal como as outras duas, mas, caramba, é a Hellen Mirren, está bem aquém do esperado, trazer alguém do porte da Hellen Mirren só pra isso é um enorme desperdício. As outras duas estão realmente ruins: Rachel Zegler só faz a mesma cara de espanto ao longo de todo o filme; e Lucy Liu, caricata ao extremo, está ainda pior. (Aliás, a personagem da Rachel Zegler não faz o menor sentido, ela tem seis mil anos e se envolve romanticamente com um adolescente. Isso é errado em tantos níveis…)

Ainda sobre o elenco, tem uma coisa que ficou esquisita. São seis irmãos, crianças e adolescentes. No filme anterior, eram seis atores adultos diferentes quando eles viravam super. Mas agora uma atriz, Grace Caroline Currey, faz as duas versões, “adolescente” e super (ela já tem 26 anos, já não mais adolescente há algum tempo). Nada contra a mesma atriz ficar nas duas versões da personagem, mas destoa do resto. Todos os outros cinco ficam completamente diferentes, mas ela tem a mesma cara.

Já que estou falando dos irmãos… São seis, e o filme só foca em três: Billy, Freddy e Mary. A Darla tem alguma relevância só no “momento unicórnio”, e o Pedro só serve pra fazer uma piada (que pareceu inspirada em Quase Famosos). O sexto irmão é tão inútil que a gente nem sabe o nome dele (catei no imdb, é Eugene). Enfim, roteiro mal escrito, não sabe equilibrar os personagens.

Um último comentários sobre o elenco. Heu sei que é uma referência muito específica, que poucos vão pegar, mas… Achei que o Djimon Hounsou está igual ao Daminhão Experiença.

A parte final do filme é meio confusa, mas, quem gostou do primeiro e se deixar levar, vai curtir o segundo. Só recomendo não parar pra pensar muito.

Ah, importante: são duas cenas pós créditos, tem uma lá no finzinho.

Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania

Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania

Sinopse (filmeB): Os parceiros e super-heróis Scott Lang e Hope Van Dyne retornam às aventuras como Homem-Formiga e Vespa. Com os pais de Hope, Hank Pym e Janet Van Dyne, e a filha de Scott, Cassie Lang, eles exploram o Reino Quântico, interagindo com novas criaturas estranhas, em uma aventura que os levará além dos limites do que eles pensavam ser possível.

Outro dia a gente debateu no Podcrastinadores sobre o tema “já cansamos de filmes de super heróis?”. Olha, heu sempre achei que, mantendo a qualidade, nenhum gênero cansa. Mas parece que a Marvel está chegando no limite. Dirigido pelo mesmo Peyton Reed dos dois filmes anteriores do Homem-Formiga, Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania (Ant-Man and the Wasp: Quantumania no original) tem seus méritos. Mas a gente sai do cinema levemente decepcionado.

Vamos primeiro ao que funciona. Gostei muito do visual do “reino quântico”, tanto dos cenários quanto dos inúmeros seres que lá habitam – mesmo sabendo que é tudo CGI. Aliás, mesmo não se passando no espaço, várias coisas lembram o universo de Star Wars. Se o Episódio 4 fosse feito hoje em dia, teria um monte daqueles seres na cena da cantina!

Agora, o roteiro tem falhas. Vou começar pelos personagens. Um exemplo claro é a guerreira Jantorra, que quando aparece, passa a impressão de que terá algum protagonismo nas cenas de batalha, mas que some, e só aparece ao fim do filme. O espectador nunca vai se importar com uma perosnagem assim! E a Janet da Michelle Pfeiffer na primeira parte do filme está tão perdida que a gente fica com raiva da personagem. Ou ainda a cena do Bill Murray, que é divertida, mas apenas por causa do Bill Murray. Tire esta cena e o filme fica exatamente o mesmo.

Outro exemplo são as cenas confusas, como a batalha onde prendem o Scott Lang e a filha. Tiros e explosões pra todos os lados, tudo muito colorido, mas ninguém entende nada do que está acontecendo! E isso porque não falei das conveniências de roteiro, tipo num momento o vilão Kang é muito poderoso, mas em outro ele não faz nada – tudo depende do quanto o roteiro pede. A Marvel nos apresentou alguns bons vilões, mas Kang não faz parte deste time.

Com um roteiro mal estruturado, não adianta nada ter um visual de encher os olhos. Pelo menos o filme não é muito longo, duas horas e cinco minutos.

Sobre o elenco, a sorte é que Paul Rudd é um cara carismático, então é sempre agradável vê-lo em tela. Porque não consigo encontrar nenhum destque no resto do elenco. Evangeline Lilly, Kathryn Newton, Michelle Pfeiffer e Michael Douglas apenas “cumprem tabela”, mas pelo menos não estão tão mal quanto Jonathan Majors e seu vilão ruim. Ah, gostei do alívio cômico Veb, com a voz do David Dastmalchian (O Esquadrão Suicida). Aparece pouco, mas sempre é divertido. Por outro lado, achei o MODOK um personagem besta.

Por fim, o tradicional Marvel: duas cenas pós créditos, uma depois dos créditos principais, e outra lá no finzinho dos créditos. Fiquem até o fim!

p.s.: Fiquei frustrado de não ver nenhuma referência ao “Homem Tia” / “Aunt Man”…