Os Garotos Perdidos

Crítica – Os Garotos Perdidos

Hora de rever mais um clássico oitentista!

Uma mãe recém separada se muda com seus filhos para Santa Clara, uma cidade que tem muitos jovens desaparecidos. Logo os irmãos descobrem que uma gangue de vampiros age na cidade, e Michael, o irmão mais velho, gradualmente começa a se tornar um deles.

É estranho rever Os Garotos Perdidos (Lost Boys, no original) hoje em dia. Por um lado, mesmo tendo momentos e personagens caricatos, é um filme que leva a sério o mito dos vampiros e não inventa modas – diferente de boa parte dos filmes atuais. Mas, por outro lado, o visual é tão datado que às vezes fica difícil de acompanhar sem rir do visual.

Os Garotos Perdidos é muito datado. Figurinos, cabelos, trilha sonora, tudo tem muita cara de anos 80. Mas, se a gente conseguir “comprar” a ideia, o filme é bem legal, e consegue um bom equilíbrio entre os momentos assustadores e os momentos bem humorados. Como se fazia muito naquela década, o filme é repleto de frases de efeito, e consegue ter trechos engraçados sem virar uma comédia.

A direção é de Joel Schumacher, num tempo em que ele ainda acertava. Preciso admitir que já fui fui fã do cara, por filmes como O Primeiro Ano do Resto de Nossas Vidas (1985), Linha Mortal (90) e Um Dia de Fúria (93) – mas hoje é impossível a gente não lembrar de seus dois filmes com o “Batman carnavalesco” (95 e 97). Enfim, apesar dos Batman, Schumacher tem talento (ou pelo menos tinha), e mostra isso aqui.

Ainda precisamos citar a fotografia, muito bem trabalhada, apesar de parecer oitentista demais. A trilha sonora também é muito boa. E os efeitos especiais são simples e eficientes.

O elenco é muito bom. Jason Patric, projeto de galã que nunca decolou alto, faz um dos irmãos; o outro, Corey Haim, também nunca foi um grande nome, apesar de alguns filmes legais no currículo. Kiefer Sutherland, o Jack Bauer em pessoa, faz o líder dos vampiros; Corey Feldman anda sumido, mas esteve em vários filmes importantes da época (Os Goonies, Gremlins, Conta Comigo). Jami Gertz parecia que ia virar uma estrela – ela também estava em Abaixo de Zero, A Encruzilhada e A Primeira Transa de Jonathan – mas sua carreira nunca vingou; Jamison Newlander tem uma carreira curiosa: só fez cinco filmes, sendo que três são da franquia Garotos Perdidos. Ainda no elenco, Dianne Wiest, Edward Herrman e Barnard Hughes.

Os Garotos Perdidos teve duas continuações, mas que curiosamente, só vieram mais de vinte anos depois do primeiro filme: Lost Boys 2 – The Tribe, de 2008, e Lost Boys 3 – The Thirst, de 2010. Existia um gancho para um quarto filme, mas até agora, nada.

Ao lado de A Hora do EspantoOs Garotos Perdidos continua sendo um dos meus filmes favoritos de vampiros dos anos 80!

Os Goonies

Crítica – Os Goonies

Empolgado com o elenco infanto-juvenil de Super 8, chamei minha filha de dez anos pra rever Os Goonies!

Todos conhecem a sinopse, não? Um grupo de garotos embarca em uma aventura atrás do tesouro do pirata Willie Caolho, pra tentar levantar dinheiro para salvar suas casas da hipoteca.

Lançado em 1985, Os Goonies é simplesmente uma das melhores aventuras do cinema na década de 80. Mesmo revendo hoje, o filme continua delicioso!

Dirigido pelo grande Richard Donner (Superman, Máquina Mortífera), Os Goonies tem um ótimo roteiro escrito por Chris Columbus (que depois dirigiria filmes como Percy Jackson e o Ladrão de Raios e os dois primeiros Harry Potter), baseado em uma genial história de Steven Spielberg. Qual a criança ou adolescente que não se empolgaria com uma caça ao tesouro de um pirata, andando por cavernas cheias de armadilhas, tendo perigosos bandidos seguindo seus passos?

O elenco é ótimo. Era o primeiro filme para cinema do protagonista Sean Astin (Mikey), hoje mais conhecido como o Sam de O Senhor dos Aneis. Josh Brolin (Brand), também estreante, passou vários anos fazendo filmes de menor importância, mas, de 2007 pra cá, a carreira do cara deslanchou, e ele fez, entre outros, filmes como Planeta Terror, Onde os Fracos Não Têm Vez, W., Wall Street, Você Vai Conhecer o Homem dos seus Sonhos e Bravura Indômita – chegou a ser indicado ao Oscar de melhor ator cadjuvante por Milk. Corey Feldman (Bocão) já tinha feito outros filmes, incusive Gremlins, um ano antes – e depois se firmaria como uma das grandes estrelas jovens de Hollywood nos anos 80, com títulos como Conta Comigo e Garotos Perdidos. Ke Huy Quan (Dado) nunca foi um grande nome, mas tinha feito um dos principais coadjuvantes de Indiana Jones e o Templo da Perdição um ano antes. Só Jeff Cohen (Bolão) que nunca fez nada mais relevante. (As meninas Kerri Green e Martha Plimpton tiveram algum sucesso na época, mas nada tão importante quanto Goonies).

O roteiro é muito bom, mas não o acho perfeito. Não gostei da perseguição dos Fratelli, no fim do filme. Acho que hoje em dia estamos acostumados com um maior realismo, por isso o tom cartunesco me pareceu caricato demais. Mas nada que atrapalhe o resultado final: um dos filmes mais divertidos da década!

Se você já viu, reveja. E se não viu, faça um favor a si mesmo e alugue / compre / baixe!

p.s.: A bola fora é a edição nacional do dvd e do blu-ray. Nenhum dos dois tem dublagem em português! Custava deixar a dublagem como opção?

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Se você gostou de Os Goonies, o Blog do Heu recomenda:
Super 8
Os Caça-Fantasmas
As Múmias do Faraó
Gremlins

Lost Boys 3 – The Thirst

Lost Boys 3 – The Thirst

Mais uma continuação do clássico oitentista Garotos Perdidos (de 1987). A segunda parte, Lost Boys 2 – The Tribe, já veio tardiamente, em 2008. Agora, parece que abriu o filão para continuações.

Em uma cidade de praia na California, o caçador de vampiros Edgar Frog passa por problemas financeiros. A escritora best seller Gwen Lieber o contrata para resgatar seu irmão, capturado pelo vampiro alfa que tem planos de criar um exército de vampiros

Este terceiro filme teve um problema: Corey Haim, protagonista do primeiro filme (e que aparece numa cena extra do segundo) morreu em março deste ano, antes do filme ser feito. Assim, o personagem principal voltou a ser Edgar Frog, coadjuvante no primeiro mas protagonista no segundo. Pelo menos o ator Corey Feldman foi mantido. (Em uma espécie de homenagem, Haim aparece algumas vezes, em cenas tiradas do primeiro filme)

Lost Boys 3 – The Thirst não é de todo ruim. Mas tem uma falha grave: falta um bom vilão. Caramba, o primeiro filme trazia Kiefer Sutherland em grande forma, um dos melhores vampiros dos anos 80 (ao lado de Chris Sarandon de A Hora do Espanto). O vilão aqui é fraco e tem carisma zero.

Por outro lado, a bola dentro é que o filme aproveita pra cutucar o fenômeno Crepúsculo – os livros de Gwen Lieber são bem neste estilo de romancezinho vampirinho água-com-açúcar.

O elenco está ok para o que o filme pede. Corey Feldman (que nos anos 80, teve uma grande carreira, fazendo, entre outros, Goonies, Gremlins e Conta Comigo), o tempo todo com cara de mau e voz gutural, só funciona porque o filme é meio piada. Jamison Newlander volta para um pequeno papel como o outro irmão, Alan Frog. E, se tem um nome digno de nota, é a belíssima Tanit Phoenix, a Gwen Lieber, que parece uma Elizabeth Hurley mais nova.

O fim do filme traz um gancho explícito. Lost Boys 4 não deve tardar a aparecer…