Entre Facas e Segredos

Crítica – Entre Facas e Segredos

Sinopse (imdb): Um detetive investiga a morte de um patriarca de uma família excêntrica e combativa.

Uma agradável surpresa pouco antes de fechar o ano!

Entre Facas e Segredos (Knives Out, no original) se parece com um “whodoneit”, aquelas histórias tipo Agatha Christie, onde temos um crime e vários possíveis suspeitos. Mas Entre Facas e Segredos faz ainda melhor, porque altera a forma clássica do whodoneit no meio do caminho.

Entre Facas e Segredos foi escrito e dirigido por Rian Johnson, dois anos depois do Star Wars ep. 8. Interessante ver que ele foi para um estilo bem diferente – e que ele foi bem sucedido nessa nova empreitada. O roteiro é muito bem construído, não só na condução da investigação, como também no equilíbrio entre os muitos personagens.

Ah, o elenco! Que elenco maravilhoso! Não é todo dia que temos Daniel Craig, Chris Evans, Ana de Armas, Jamie Lee Curtis, Michael Shannon, Don Johnson, Toni Collette, LaKeith Stanfield, Christopher Plummer, Katherine Langford, Jaeden Martell, Riki Lindhome, Edi Patterson – e ainda tem o Frank Oz em uma ponta como o advogado! Arrisco a dizer que todos estão bem, mesmo aqueles com menos tempo de tela.

Recomendo!

p.s.: Heu não fui o único a achar o roteiro muito bom. Rian Johnson foi indicado ao Oscar de roteiro original.

Cold in July

cold-in-julyCrítica – Cold in July

Texas, 1989. Um pai de família mata um ladrão em sua própria casa, num ato de legítima defesa. Saudado como herói, ele logo tem de encarar um ex-presidiário, pai do homem que matou, que chega em busca de vingança. Mas a corrupção de uma cidade pequena e a paranoia vão transformar estes dois inimigos em aliados improváveis.

Uma produção simples, dirigida por um cara pouco conhecido (Jim Mickle, do interessante Stake Land), Cold in July se revela uma boa surpresa.

Além de uma boa fotografia e uma interessante trilha sonora com cara de anos 80 (o filme se passa em 1989, e parte da trama tem tudo a ver com a época), Cold in July tem dois grandes méritos: um roteiro muito bem estruturado e um inspirado trio de atores principais.

O roteiro (de Mickle e Nick Damici, também de Stake Land), baseado no livro homônimo de Joe R. Lansdale, tem vários plot twists bem colocados ao longo da trama. Você acha que a história vai pra um lado, e tudo muda de repente. E não só todas as mudanças são coerentes, como o filme ainda consegue manter a tensão lá no alto.

Sobre o elenco: Michael C. Hall larga a “cara de Dexter” – não só no visual (ele não está parecendo um irmão mais novo do William H. Macy?) como também na personalidade. Hall está excelente com o seu anti-heroi sem rumo. Seus companheiros em cena, Sam Shepard e Don Johnson (sim, o bonitão da série Miami Vice), também estão muito bem.

Por fim, precisamos avisar sobre a violência. Cold in July é muito violento. Nada gratuito, tudo bem filmado. Mas é bom avisar, tem gente que não curte…