O Grande Lebowski

biglebowski

O Grande Lebowski

Um filme pode ter mais forma do que conteúdo e ser bom? Na minha opinião, sim!

Costumo lembrar de dois filmes legais onde a forma é mais importante que o conteúdo: Delicatessen e O Grande Lebowski, dos irmãos Joel e Ethan Coen (dirigido por um, produzido pelo outro, escrito pelos dois), que antes nos deram pérolas como Fargo, Arizona Nunca Mais e Na Roda Fortuna, dentre outros, e ano passado ganharam o Oscar de melhor diretor por Onde os Fracos Não Têm Vez.

Jeffrey Lebowski é um cara largadão. Desempregado, sua vida é jogar boliche, ouvir Creedence, beber white russian e fumar maconha. Inclusive, detesta ser chamado de Jeffrey, prefere simplesmente “The Dude”. Até que um dia é confundido com um milionário homônimo, o seu tapete é danificado e sua vidinha simples é virada ao avesso…

O Dude é maravilhosamente interpretado por Jeff Bridges. Tanto que existe uma convenção nos EUA, a Lebowski Fest, só de fãs do seu estilo de vida (do personagem, não do ator!).

E todos os outros personagens são ótimos, caricatos ao extremo, interpretados de maneira deliciosa por atores-assinatura dos irmãos Coen. John Goodman faz Walter, um veterano do Vietnã estressado e brigão; Steve Buscemi é Donny, o aéreo parceiro de boliche; John Turturro é o sensacional e caricato Jesus, rival no boliche. E tem mais: Julianne Moore, Tara Reid, Philipp Seymour Hoffman, David Huddlestone, Sam Elliot, Ben Gazarra, David Thewlis… O desfile de bons atores em papéis geniais parece interminável!

Detlhe para duas pontas interessantes: o niilista baixinho é Flea, baixista do Red Hot Chilli Peppers; enquanto a coadjuvante no filme Longjammin é Asia Carrera!

Assim, entre personagens estranhos e situações esquisitas, nosso amigo Dude vai se envolvendo com situações cada vez mais bizarras e engraçadas. E, cada vez mais, ele quer se livrar disso tudo e voltar a sua vidinha simples…

Queime depois de ler

burnafterreading

Queime depois de ler

Deve ser legal ser um “irmão Coen”. No início deste ano eles ganharam 3 Oscars cada um – melhor filme, melhor direção e melhor roteiro – pelo excelente e denso filme Onde os Fracos não têm vez, pra fazer companhia ao Oscar de roteiro por Fargo, que eles levaram em 96.

E o que os caras fazem logo depois? Este divertidíssimo Queime depois de ler!

A trama é rocambolesca. Um agente da CIA é demitido, e começa a escrever suas memórias. Ao mesmo tempo, sua mulher pede o divórcio e o expulsa de casa. Um casal de funcionários de uma academia encontram um cd com informações do ex-agente e acham que é coisa séria. A funcionária da academia começa a ter um caso com o amante da ex-mulher do ex-agente. E por aí vai…

Mas, apesar de aparentar complicada, a trama “desce” fácil, num curto filme de pouco mais de hora e meia de projeção. Ponto para o roteiro, enxuto, muito bem escrito.

Todos os que acompanham a carreira dos Coen sabe que na verdade este filme tem muito mais a ver com os filmes deles do que o laureado Onde os Fracos não têm Vez. Trama rocambolesca e cheia de humor é algo que não falta!

(Até alguns ano atrás, os irmãos Joel e Ethan Coen se dividiam nos créditos, um ficava como “diretor” enquanto o outro como “roteirista”. Mas diziam que eram sempre os dois juntos… Bem, aqui os dois estão creditados como diretores e roteiristas!)

Outro dos pontos altos é o elenco. George Clooney, Brad Pitt, John Malkovich, Frances McDormand, Tilda Swinton, Richard Jenkins, todos estão ótimos em seus papéis. É até difícil saber se alguém se destaca. Talvez Pitt mereça uma “menção honrosa” pelo seu inocente e ingênuo funcionário de academia…

Esse vale o ingresso! Nem que seja pra queimar depois…