A Possessão do Mal

A Possessão do MalCrítica – A Possessão do Mal

Mais um filme de terror em câmera encontrada…

Depois que sua esposa morre num acidente, um documentarista resolve procurar forças ocultas para saber se são verdade ou não.

Filme de estreia do diretor e roteirista David Jung, A Possessão do Mal (The Possession of Michael King, no original) tem um diferencial entre tantos outros found footage iguais por aí. O personagem principal é um documentarista, que está filmando experiências nele próprio. Isso justifica algumas filmagens que parecem forçadas em filmes do estilo – quando personagens reais largariam suas câmeras. Mas por outro lado, cria um grande furo de roteiro. Desde o início dos experimentos, vemos imagens alteradas em decorrência das possessões. Que documentarista é esse que não revê o material que ele filmou?

Na parte de sustos, acho que todos os sustos aqui são decorrentes de ruídos muito altos, jogados abruptamente. Ok, isso assusta o espectador. Mas, convenhamos, é “roubar no jogo”. O bom susto é aquele que faz parte da narrativa!

Se A Possessão do Mal tem algo bom, é a parte de maquiagem e a atuação do ator principal Shane Johnson. Pouco, não?

Enfim, A Possessão do Mal é mais um filme de terror meia boca a ser lançado no circuito. Uma prova de que terror vende ingresso. Mas, se vende, por que não lançar coisa melhor?

Unfriended / Cybernatural

UnfriendedCrítica – Unfriended / Cybernatural

Durante uma reunião via skype, um grupo de amigos se vê assombrado por uma força misteriosa e sobrenatural, usando a conta de uma amiga morta há exatamente um ano.

A primeira vez que li sobre este Unfriended, produção do quase onipresente no terror contemporâneo Jason Blum em parceria com Timur Bekmambetov (Guardiões da Noite, O Procurado, Abraham Lincoln – Caçador de Vampiros), achei que seria uma cópia de Open Windows / Perseguição Virtual, onde também ficamos diante de uma tela de computador durante todo o filme. Mas não, apesar de também se passar inteiramente dentro de uma tela, Unfriended é bem diferente.

Uma coisa legal do filme dirigido pelo desconhecido soviético Levan Gabriadze é ser tudo em tempo real, como se realmente estivéssemos acompanhando uma ligação de skype, enquanto vemos outras interações simultâneas (que também acontecem no dia-a-dia), como chats e visitas ao facebook e ao youtube. Aliás, palmas para Gabriadze: depois de algumas tentativas de filmar em planos-sequência de 10 minutos cada, ele arriscou filmar tudo em um único plano-sequência de 83 minutos – e conseguiu!

Claro que essa ideia de tempo real + computador limita muito a narrativa, e assim Unfriended é um filme de terror sem sustos. A boa notícia é que a tensão funciona bem ao longo da curta projeção – fiquei curioso querendo saber como a trama se resolveria.

No elenco, claro, ninguém conhecido. Heather Sossaman, Matthew Bohrer, Courtney Halverson, Shelley Hennig, Moses Storm, Will Peltz e Renee Olstead funcionam bem para o que o filme pede.

Mesmo sem ser um grande filme, Unfriended serve para mostrar que a narrativa cinematográfica pode (e deve) mudar para se adaptar aos meios de comunicação contemporâneos.

p.s.: O nome do filme é meio confuso. Parece que o título de trabalho seria Offline, mas logo mudaram pra Cybernatural. Foi lançado como Unfriended, e, segundo o imdb, tem título nacional: Desprotegido. Quantos destes será que vale? 😛

A Forca

A ForcaCrítica – A Forca

Mais um filme de câmera encontrada…

20 anos depois de um terrível acidente durante a apresentação de uma peça de teatro da escola de uma cidade pequena, estudantes da mesma escola revivem a mesma peça numa tentativa de honrar o aniversário da tragédia – mas logo descobrem que algumas coisas são melhores se deixadas pra lá.

Um tempo atrás apareceu um videozinho viral nos youtubes da vida, onde alguém colocava dois lápis, um em cima do outro, em cruz, e supostamente invocava um fantasma chamado Charlie. Pra ser sincero, nunca achei graça neste videozinho, que não tinha nada de assustador. E agora, que sabemos que o vídeo foi criado para ser um viral deste filme é que o vídeo perdeu completamente a graça – porque o filme não tem nada a ver com esse papo de dois lápis!

Escrito e dirigido pela dupla Travis Cluff e Chris Loffing, A Forca (The Gallows, no original) nunca usa a ideia do lápis em cruz. O negócio aqui é a forca, como o título diz.

O problema é que o estilo “câmera encontrada” já cansou, pra vermos um novo filme neste estilo, ele tem que apresentar algo de novo, coisa que não acontece aqui. E, pra piorar, o ritmo é quase baiano. O filme tem uma hora e vinte no total, e as coisas só começam a acontecer depois dos 40 min de projeção.

Já falei dos furos de roteiro? São vários, mas não vou entrar em detalhes por causa de spoilers. Só deixo três perguntas no ar: por que eles não usaram nenhuma ferramenta quando se viram presos na escola (eles levaram ferramentas, lembrem-se!); como o protagonista não sabia que seu pai estava nas fotos expostas na parede do colégio há 20 anos; e como ninguém conhecia a mãe da atriz principal da peça numa cidadezinha pequena.

Pra não dizer que nada se aproveita, gostei muito da cena vermelha que acabou virando o trailer e o cartaz do filme. Aliás, o fato desta cena estar no trailer e no cartaz mostra que não fui o único a gostar…

Uma coisa me incomodou em A Forca, apesar de não ser exatamente um furo de roteiro: as idades dos personagens. Naquela cidade todos são pais aos 20 anos? Afinal, o pai de um personagem e a mãe de outro estavam na peça em 93, e o filme se passa em 2013…

Enfim, mais do mesmo.

[REC] 4: Apocalipsis

REC4Crítica – [REC] 4: Apocalipsis

Ficou pronto o esperado [REC] 4: Apocalipsis! Será tão ruim quanto o 3, ou será que a voltaram à qualidade dos primeiros filmes?

A repórter de tv Ángela é resgatada do prédio e levada a um navio para ser examinada. Contudo, as pessoas no navio não sabem que ela carrega a semente do vírus demoníaco.

Antes de tudo, analisemos a franquia [REC]. O primeiro filme, lançado em 2007, é, na minha humilde opinião, o melhor filme já feito usando o recurso de câmera encontrada, e figura fácil em listas de melhores filmes de terror dos anos 00. O segundo filme, de 2009, não é tão bom quanto o primeiro, mas em compensação traz um twist sensacional à história.

Os dois primeiros filmes foram dirigidos pela dupla Paco Plaza e Jaume Balagueró. Para concluir a saga, a dupla se separou – Plaza foi fazer o [REC] 3, que contaria a origem de tudo, enquanto Balagueró faria o 4, a conclusão. Como o 3 foi decepcionante, a expectativa para o 4 era grande.

Mas… Infelzmente, [REC] 4: Apocalipsis  ([REC] 4: Apocalypse fora da Espanha) também decepciona…

Vejam bem, [REC] 4 não é exatamente um filme ruim. Se fosse um filme genérico de zumbis / monstros, seria um filme ok. Mas, com o nome “Rec” e com Balagueró na direção, a gente não esperava um filme apenas “ok”. Pô, este filme tem pedigree!

Outro problema: o subtítulo “apocalipse”. Com um subtítulo desses, a gente imaginava um novo Extermínio, uma devastação em um nível coerente com o nome do filme. Mas, que nada, [REC] 4 se passa num navio…

Assim como no terceiro filme, a idéia de câmera encontrada foi deixada de lado. Mas não achei ruim, na verdade me cansei do estilo “found footage”.

Resumindo, [REC] 4: Apocalipsis é apenas um filme mediano. Temos a volta de Manuela Velasco ao papel de Ángela Vidal, alguns sustos aqui e acolá e efeitos especiais eficientes, mas nada que chame a atenção. Muito pouco.

No fim rola um gancho para um possível quinto filme. Que heu sinceramente espero que não aconteça.

Assim Na Terra Como No Inferno

Assim-na-terra-como-no-infernoCrítica – Assim Na Terra Como No Inferno

Um grupo de exploradores entra nas Catacumbas de Paris atrás da Pedra Filosofal, mas eles acabam descobrindo um terrível segredo que se esconde debaixo da cidade.

Assim Na Terra Como No Inferno (As Above, So Below, no original) ia ser lançado nos cinemas brasileiros, então rolou um trailer por aí uns meses atrás. O trailer era empolgante. Mas o lançamento parece que foi cancelado. E, depois de visto, descobrimos que o filme não é tão empolgante assim como foi vendido pelo trailer.

Assim Na Terra Como No Inferno não é exatamente ruim, mas tropeça em uns problemas básicos de falta de coerência. Por exemplo: alguns personagens precisam enfrentar fantasmas dos seus passados, enquanto outros parece que só estão lá para aumentar a “contagem de corpos” (coisa comum em filmes de terror) – dois dos personagens morrem sem passar por nada. Isso sem contar que um dos sobreviventes tem zero de desenvolvimento de personagem.

Outra coisa: era pra ser “câmera encontrada”, né? Como as câmeras foram recuperadas?

Pelo menos a ambientação do filme dirigido por John Erick Dowdle (Quarentena, Demônio) dentro das catacumbas de Paris é legal. O clima do filme é bem claustrofóbico. Os efeitos especiais são discretos e funcionam bem, assim como o elenco de rostos desconhecidos (Perdita Weeks, Ben Feldman , Edwin Hodge , François Civil, Marion Lambert e Ali Marhyar).

Mas é pouco. Coerente com a “safra 2014”, Assim Na Terra Como No Inferno é mais um filme de terror que fica devendo.

V/H/S: Viral

vhs-viralCrítica – V/H/S: Viral

Nem me empolguei quando soube de um terceiro V/H/S. Mas como passou no Festival do Rio e agora vai ser lançado no circuito resolvi dar uma chance.

Assim como aconteceu com os outros dois filmes da franquia, V/H/S: Viral é um filme irregular, já que são historinhas independentes. E, assim como nos outros dois, a historinha que serve para ligar as outras é a mais fraca.

Vamos a cada uma delas?

– “Vicious Circles” – Uma bicicleta tenta alcançar um carro numa confusa perseguição que parece disputar o prêmio de câmera mais tremida da história. Para seguir a “tradição”, o pior segmento.

– “Dante The Great” – Um ilusionista encontra uma capa que o permite fazer mágica de verdade. Bom ritmo, boa história, bons efeitos especiais. Mas ignora completamente o conceito de “câmera encontrada”. É um “mocumentário”, um documentário fake que usa entrevistas, programas de tv, câmeras de segurança e, também, câmera encontrada.

– “Parallel Monsters” – Uma agradável surpresa. Nacho Vigalondo, o mesmo diretor de Los Cronocrimenes, criou uma história curtinha sobre universos paralelos, com um dos finais mais WTF que já vi. Se não quiser ver o filme todo, avance direto pra essa, que vale a pena!

– “Bonestorm” – Garotos skatistas marrentos vão para o México filmar manobras de skate e acidentalmente despertam criaturas do além. História confusa, e prejudicada por personagens com carisma zero – quando os vemos sendo atacados, duvido que algum espectador estivesse torcendo por eles. Achei estranho que do nada eles viraram assassinos experientes… Pelo menos os efeitos das caveiras são legais.

Uma vantagem aqui: por ter apenas 3 histórias, este filme é mais curto – no primeiro V/H/S são 5, no segundo são 4. Se fosse um best of de todas os 12 curtas (mais os 3 segmentos de ligação), até seria legal ter um filme longo. Mas em um filme irregular, “o menos é mais”.

Dentre os diretores pouco conhecido deste terceiro filme, destaque para Nacho Vigalondo, vou procurar mais coisa dele. Os outros curtas são dirigidos por Marcel Sarmiento (Deadgirl), Gregg Bishop, Justin Benson e Aaron Moorhead (Primavera / Spring).

Por fim, acho que eles deviam abandonar o nome da franquia. Se nos outros filmes nem todos usavam fitas vhs, aqui nenhum usa. E, como disse ali em cima, “Dante The Great” nem é exatamente “found footage”. O conceito do filme não era pra usar “material encontrado em fitas de vhs”?

Resumindo: mais um filminho de episódios, como tantos por aí. Quem estiver no clima vai se divertir. E quem perder este, não duvido que tenha um V/H/S 4 em breve.

p.s.: O imdb fala de mais um curta, “Gorgeous Vortex”, que foi limado da edição final, por falta de qualidade. Deve ser bem ruim mesmo…

V/H/S 2

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Crítica – V/H/S 2

O primeiro V/H/S já não foi grandes coisas. Mas, ok, vamos ver qualé a do segundo, uma nova coleção de filminhos de terror de câmera encontrada, independentes entre si.

V/H/S 2 repete um dos erros do primeiro filme: a história que liga os episódios é fraca, sem sentido e desnecessária. Pelo menos tem uma vantagem sobre o outro, são só quatro histórias – o anterior tem cinco, e mais de duas horas de duração.

Filme em episódios é sempre irregular. Então analisemos os episódios separadamente.

– “Clinical Trials” – Um cara coloca um olho robô, que filma tudo, inclusive fantasmas invisíveis a olho nu. Historinha curta de fantasmas, meio bobinha, nada demais.

– “A Ride in the Park” – Um ciclista com uma GoPro no capacete é atacado por zumbis. Ok, é interessante ver o ponto de vista de um zumbi. Mas… 1- Filmes feitos com a estética da câmera encontrada não podem ter edição, se não perdem a razão de ser “câmera encontrada”. Vemos o ciclista pedalando por mais de um ângulo, e ainda tem uma trilha sonora rolando ao fundo; 2- Vem cá, aconteceu o apocalipse zumbi, mas foi só num parque? Não tem sentido alguém ver uma gravação de um “apocalipse” se o mundo continua igual depois, né?

– “Safe Heaven” – Um grupo de documentaristas vai entrevistar o líder de um polêmico culto. A história começa muito bem, bom clima, bom ritmo. Mas o final é tão ridículo que chega a dar raiva. Aparece uma criatura tão tosca que parece que foi tirada dos estúdios da Troma, e que quase estraga o bom filminho.

– “Slumber Party Alien Abduction” – O título diz tudo: “Abdução alienígena na festa do pijama”. Um grupo de adolescentes, mais a irmã de um deles e o namorado, enfrentam aliens. De positivo, inventaram de prender a câmera num cachorro, então existe uma desculpa pra continuarem filmando o tempo todo. De negativo, os aliens são tão toscos quanto a criatura do filme anterior. Em vez de medo, causa risos.

– Tape 49 – Um casal de detetives particulares é chamado para um caso e encontram uma pilha de fitas de vhs. Historinha dispensável, como foi no primeiro filme.

Ninguém conhecido no elenco, claro. Um dos diretores é Eduardo Sánchez, que fez “um tal de Bruxa de Blair“. O que achei curioso foi o nome Gareth Evans como um dos diretores de Safe Heaven. Sim, o mesmo de Operação Invasão / The Raid Redemption. Sr. Evans, volte para os filmes de ação, lá você faz diferença!

Enfim, nada essencial, mas pode até divertir quem estiver no clima certo.

Atividade Paranormal – Marcados Pelo Mal

Crítica – Atividade Paranormal – Marcados Pelo Mal

Mais um Atividade Paranormal

Jesse começa a experimentar coisas estranhas e inexplicáveis após a morte de uma vizinha. Quando vai investigar o que aconteceu, descobre que ele foi marcado por algo misterioso.

Ok, admito: não sou fã da franquia Atividade Paranormal. Achei o primeiro legalzinho, mas super-valorizado; o segundo piorou ao usar uma atriz conhecida no elenco (não era pra parecer algo real?); nem vi o terceiro e parei por aí.

Mas, vai estrear mais um, este é spin-off, pode ser diferente, né? Vamos ver qualé.

É diferente? Nada, é a “lesma lerda”. Só que é um “Atividade Paranormal Latino”, já que todos os personagens são hispânicos. E a única diferença é que em certos momentos, o filme parece Poder Sem Limites (Chronicle) – um personagem experimenta super-poderes.

O filme, escrito e dirigido por Christopher Landon (que foi roteirista nos filmes 2, 3 e 4 da franquia), até traz alguns (poucos) sustos. Mas é pouco, nada que valha. Digo mais: a parte final vira uma comédia involuntária.

Pra piorar, tem coisa que dá raiva, como quando um personagem some e o outro, que está filmando, o procura através da lente da câmera. Caramba, na vida real, qualquer um olharia em volta – fora da câmera! E o pior é que o filme tinha meios de resolver estes problemas. Determinado momento, um personagem mostra que comprou uma GoPro. Na cena final, o personagem corre por uma casa com uma câmera na mão. Qualquer ser humano normal desligaria a câmera – por que não colocar o cara usando a GoPro num capacete? Teria mais credibilidade…

Enfim, spin-off dispensável. E o pior é que já anunciaram o Atividade Paranormal 5 pro segundo semestre. Claro, são filmes baratos, e sempre dão público, apesar das críticas negativas…

Crítica – The Tunnel

Crítica – The Tunnel

Durante uma crise de falta de água em Sydney, um grupo de jornalistas resolve investigar uma galeria de túneis subterrâneos porque desconfiam que o governo está escondendo algo lá.

A primeira coisa que a gente lembra é de filmes de “câmera encontrada”, como Bruxa de Blair ou a série Atividade Paranormal. Mas na verdade, The Tunnel está mais próximo de “mockumentários” como This Is Spinal Tap – trata-se de um documentário fake.

Li por aí que este filme australiano, estreia de Carlo Ledesma na direção, teve uma distribuição diferente. O download gratuito seria a única forma de se assistir The Tunnel. Mas parece que um estúdio comprou os direitos e o filme foi lançado no mercado de home video. Mesmo assim, o download continuou liberado. Baixar este filme não é ilegal!

The Tunnel tem seus bons momentos. O clima de tensão que rola na segunda metade do filme é muito bem construído. E os atores desconhecidos passam credibilidade.

Porém, The Tunnel tem três grandes defeitos. O primeiro é o ritmo lento da parte inicial – na primeira meia hora, não acontece praticamente nada. E, vendo o “documentário”, já sabemos desde o início do filme quem morreu e quem não morreu – e como é um filme de terror, isso faz uma grande diferença.

Antes do terceiro defeito, avisos de spoilers leves:

SPOILERS!!!

SPOILERS!!!

SPOILERS!!!

Mas o pior é o fim desleixado. Acaba o filme sem ninguém explicar absolutamente nada sobre o que aconteceu. Não acho que um filme precisa explicar todos os detalhes – por exemplo, Abismo do Medo é um bom filme mesmo sem sabermos o que acontece na caverna. Mas aqui, em The Tunnel, acaba o filme e a gente não tem ideia de quem é o “inimigo”. Pode ser algo sobrenatural, como um fantasma; pode ser um ser fantástico como um vampiro; podem até ser pessoas normais que moram lá embaixo… Será que isso foi pra tentar vender uma continuação?

FIM DOS SPOILERS!

O resultado final é um filme interessante, mas que poderia ser melhor sem se esforçar muito…

 

V/H/S

Crítica – V/H/S

Mais um terror do estilo “câmera encontrada”…

Um grupo de arruaceiros é contratado por alguém misterioso para recuperar uma fita VHS em uma casa abandonada. Enquanto eles procuram a tal fita, vemos algumas histórias curtas de terror, teoricamente guardadas nas velhas fitas VHS espalhadas pela casa.

Dirigido por Ti West, Joe Swanberg, Radio Silence, David Bruckner, Adam Wingard e Glenn McQuaid, V/H/S é mais um “found footage”. O que o diferencia dos outros trocentos filmes do estilo é que enquanto o grupo está procurando a fita, vemos outras cinco filminhos, independentes entre si – ou seja, na verdade não é um longa, parece mais um festival de curtas. E aí, claro, rola o problema de sempre: V/H/S é irregular – como quase todos os filmes em episódios…

Vamos a cada uma delas:

– Amateur Night – um grupo de rapazes sai à noite para procurar mulheres, mas pegam algo perigoso sem reparar. Boa ambientação, bons sustos, uma das duas melhores histórias.

– Second Honeymoon – um casal sai de férias e uma misteriosa pessoa os espreita. Bobo. Tem uma reviravolta besta e sem sentido no final, que ainda piora tudo.

– Tuesday the 17th – uma boa ideia, um slasher diferente usando o tema “cabana escondida no meio do mato”. Pena que a ideia foi mal desenvolvida, o resultado fica devendo.

– The Sick Thing That Happened to Emily When She Was Younger – uma mulher  mora numa casa assombrada e se comunica com o namorado pela webcam. História confusa, mas tem alguns bons sustos.

– 10/31/98 – um grupo vai a uma festa de halloween, mas acabam entrando na casa errada. Filme curtinho, efeitos simples e eficientes, alguns bons sustos. A outra das melhores histórias.

– Tape 56 – a história que une tudo. De longe a pior de todas. Deveriam fazer algo diferente pra unir os episódios, sei lá, de repente uma revista em quadrinhos, como Creepshow.

Além da irregularidade, V/H/S tem outro problema, desta vez conceitual. Pelo menos um dos filminhos usou uma câmera digital (no óculos do cara), e outro deles é através da webcam. Ou seja, por que diabos chamar de “VHS” um longa filmado com tecnologias mais modernas?

Acaba que o filme fica longo, são quase duas horas. Na minha humilde opinião, poderiam ter limado a história da lua de mel e a que liga todas. Ia ser um filme de hora e meia com menos “gorduras”…

Mesmo assim, V/H/S ainda vale a pena, nem que seja pela primeira e pela última histórias, que conseguem criar o clima certo de terror que uma produção dessas pede.

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