Projeto X – Uma Festa Fora de Controle

Projeto X – Uma Festa Fora de Controle

Três amigos resolvem organizar uma grande festa para comemorar o aniversário de um deles, e tentar com isso ganhar mais popularidade na escola. Mas a festa começa a ficar grande demais e tudo sai do controle – cada vez mais.

Não espere um grande filme, porque Projeto X – Uma Festa Fora de Controle não é. Mas quem nunca imaginou participar de uma festa épica, em todos os sentidos possíveis? Quem já pensou em festas assim vai se divertir.

Apesar de não ser exatamente uma comédia, a estrutura de Projeto X – Uma Festa Fora de Controle lembra uma, no estilo dos dois Se Beber Não Case. Coincidência ou não, o produtor dos dois filmes é o mesmo Todd Phillips. Uma comédia onde as coisas vão piorando ao longo do filme, até chegar a uma situação absurda e fora de qualquer limite. E o que mais interessante aqui é que achei tudo mais crível do que nas comédias citadas.

O estilo usado pelo diretor estreante Nima Nourizadeh é a câmera subjetiva, o recurso, hoje batido, de “found footage” – “encontraram” as filmagens. Na minha humilde opinião, é um dos pontos fracos do filme. Se por um lado esse recurso aproxima o espectador dos acontecimentos, por outra deixou tudo muito artificial, já que outros ângulos foram utilizados além da câmera usada pelos personagens para documentar a festa. Por exemplo: como é que eles conseguiriam a filmagem do helicóptero, na cena que estão no telhado?

O elenco não tem nenhum nome conhecido (como tem que ser neste estilo de filme). Os jovens novatos Thomas Mann, Oliver Cooper e Jonathan Daniel Brown estão bem. Só tem uma coisa que não gostei no elenco: a escolha da atriz Kirby Bliss Blanton para o papel de Kirby. A atriz não está mal, o problema é que um cara como Thomas não teria uma amiga com aquele perfil, loura, popular e bonitona. Ele até poderia ter uma amiga mulher, mas esta teria o visual mais discreto.

Tem gente no imdb comparando Projeto X – Uma Festa Fora de Controle com Curtindo a Vida Adoidado. Menos, né, galera? Projeto X é divertido, mas precisa comer muito arroz com feijão pra chegar perto daquele que é considerado um dos melhores filmes da década de 80!

No fim, a gente se questiona se no mundo real o caos gerado pela festa chegaria àquelas proporções. Provavelmente não. Mas, como cinema, valeu.

.

.

Se você gostou de Projeto X – Uma Festa Fora de Controle, o Blog do Heu recomenda:
Superbad – É Hoje
Uma Noite Fora de Série
Se Beber Não Case

Desaparecidos

Crítica – Desaparecidos

Versão tupiniquim (e vagabunda) de A Bruxa de Blair

Seis câmeras são encontradas, e explicam o desaparecimento de um grupo de jovens, que foi a uma festa em Ilhabela, no litoral paulista. O convite da festa era uma câmera de vídeo, que ligava e desligava aleatoriamente.

A premissa até que era boa, um filme nacional de terror com câmera subjetiva, no estilo “encontraram uma filmagem”. Primeiro filme de ficção de David Schurman, que dirigiu o documentário O Mundo em Duas Voltas, e que antes do filme criou contas falsas no Facebook e as atualizou durante um ano inteiro, até um suposto “evento” que seria a festa ocorrida em Ilhabela. Legal, a ideia era parecer que era de verdade.

Mas nada disso adianta se o filme não ajuda. Desaparecidos é ruim. Mas não é pouco ruim, é muito ruim!

Olha, heu queria gostar desse filme. Filme de terror nacional é artigo tão raro que quando aparece um, a gente tem mais boa vontade pra assistir. Mas no caso de Desaparecidos, fica difícil.

Pra começar, não existe nenhuma ideia nova aqui. Antes de ir para a floresta como em A Bruxa de Blair, as pessoas estão numa festa como em Cloverfield; rolam sustinhos pela câmera como em Atividade Paranormal; uma das vítimas parece ter saído de Cannibal Holocaust; e a última cena foi copiada de REC. Poxa, será que não dava pra gente ver algo diferente?

Mas, ok, de vez em quando vejo filmes sem nada de novo. Mas aí vem o outro problema: tudo é muito chato, muito confuso, muito desconexo. A primeira parte do filme é chata, porque nada acontece. Depois, fica chato, porque é só gritaria e correria na floresta escura. Alguém consegue se assustar vendo imagens escuras de galhos e folhas enquanto pessoas gritam?

Resultado: um filme de menos de uma hora e vinte, mas que demooora pra acabar…

Pra não dizer que nada há de se aproveitar, gostei de uma coisa. Costumo implicar com quase todos esses filmes de câmera subjetiva, filmados pelos personagens, porque em certas situações, o cara pararia de filmar para salvar a própria vida. Aqui não rola isso, as câmeras foram dadas pelos organizadores da festa, e ficam penduradas no pescoço, ou seja, os personagens teoricamente nem davam bola pro que estava sendo filmado. A única pergunta que fica é: e as imagens antes da festa? Como foram parar no filme? 😉

Por fim, fiquei triste de ver que Desaparecidos teve uma chance no circuito, enquanto A Noite do Chupacabras, muito melhor, não vai ser lançado nunca. Como o mercado é injusto!

.

.

Se você gostou de Desaparecidos, o Blog do Heu recomenda:
Encarnação do Demônio
Contatos de Quarto Grau
REC

Poder sem Limites

Crítica – Poder sem Limites

É, mais um filme com “filmagens encontradas”…

Três amigos adolescentes entram em contato com um misterioso artefato e ganham poderes telecinéticos. Quase super herois, eles agora têm que lidar com os próprios problemas.

Poder sem Limites (Chronicle, no original) é o mais novo exemplar da “família found footage” – filmes onde a câmera subjetiva é usada para tentar criar um realismo maior. Mas, na minha humilde opinião, esta característica atrapalha este filme. Vou explicar: desta vez, não é uma “câmera encontrada”. Todo o filme é feito usando a câmera subjetiva, mas são várias as fontes. Além da câmera do protagonista, tem a câmera de uma coadjuvante, cenas pela webcam, através de câmeras de segurança e até de celulares. Por um lado, isso deu uma agilidade maior à montagem. Mas por outro lado, alguns ângulos ficaram forçados demais – como por exemplo em parte da luta final, onde o personagem precisa manter celulares flutuando em volta dele. Ora, não era mais fácil se usassem um estilo tradicional de filmagem? Achei que essa proposta enfraqueceu o filme.

Pena, porque a premissa era interessante: uma espécie de filme de super heroi mas sem o papo de identidades secretas e de salvar os mais fracos. Os adolescentes, quando ganham os super poderes, continuam agindo como adolescentes normais.

A direção é de Josh Trank, que co-escreveu o roteiro com Max Landis. Ambos são novatos, mas um deles é filho de John Landis – ele mesmo, diretor de Um Lobisomem Americano em LondresIrmãos Cara de Pau. O filme não tem estrelas, mas tem pedigree…

Como quase todo filme de “found footage”, o elenco é de desconhecidos (acho que o único filme no estilo com gente famosa é Atividade Paranormal 2, estrelado por Sprague Grayden). O trio principal Dane DeHaan, Alex Russell e Michael B. Jordan tem uma boa atuação, apesar de trabalhar com personagens perto de clichês.

Os efeitos são muito bons, aquilo tudo realmente parece de verdade – sensação amplificada pelo lance da câmera na mão. A parte final do filme é eletrizante, como poucas vezes visto em filmes do estilo. O povo que fez Cloverfield deve ter ficado com inveja…

Tem uma parte do roteiro que não gostei muito. Nada grave, nada que estrague o filme. Spoilers leves abaixo:

SPOILERS!

SPOILERS!

SPOILERS!

Se eles planejaram não contar pra ninguém, por que fazer o show de mágica? Aquilo me pareceu meio fora de propósito…

FIM DOS SPOILERS!

Poder sem Limites pode não ser um dos melhores filmes do ano, mas está bem longe dos piores!

.

.

Se você gostou de Poder sem Limites, o Blog do Heu recomenda:
REC
A Mulher de Preto
X-Men Primeira Classe

7 Nights of Darkness

Crítica – 7 Nights of Darkness

Outro dia falei de Grave Encounters aqui, lembram? Um suposto programa de tv em um antigo asilo abandonado – e assombrado. Pois bem, 7 Nights of Darkness é quase a mesma coisa.

A sinopse aqui é quase igual. Acho que a única diferença é que é um reality show no lugar do programa estilo Caçadores de Mitos. Grupo de pessoas se fecha dentro de um asilo abandonado e algo dá errado. E, como acontece no outro filme, alguém pegou as filmagens feitas dentro da casa e as editou.

Mais uma vez, temos o uso da câmera subjetiva, são os próprios atores que filmam tudo. E, mais uma vez, isso não traz nada de novo. Esse lance de “encontraram gravações reais perdidas” já não engana ninguém há tempos. Para um filme que usa este recurso ser atraente, precisa trazer algo de novidade – o que não acontece aqui.

Em defesa do filme, podemos dizer que os efeitos especiais são simples e eficientes, e às vezes o filme tem um clima interessante. Também rola um susto aqui, outro ali. Mas é pouco. Se Grave Encounters era apenas interessante, 7 Nights of Darkness nem isso.

p.s.: A cena depois dos créditos é legal!

.

.

Se você gostou de 7 Nights of Darkness, o Blog do Heu recomenda:
[REC]
O Caçador de Trolls
Grave Encounters

Filha do Mal

Crítica – Filha do Mal

Filme novo de terror estilo “documentário fake”. Fui ver qualé.

Quando Isabella Rossi era criança, sua mãe matou três pessoas em um ritual de exorcismo, e foi transferida para um hospital psiquiátrico em Roma. Agora, vinte anos depois, Isabella quer saber a verdade sobre o que aconteceu com sua mãe, e vai visitá-la com a companhia de um documentarista.

Sabe quando um filme tem boas ideias mas sai quase tudo errado? Filha do Mal (The Devil Inside, no original) é um caso desses. São tantos os erros que fica difícil de listar tudo.

Nem tudo é ruim. A cena do exorcismo no porão é boa, e também gostei da mãe, Maria Rossi (Suzan Crowley). O filme também traz alguns sustos, mas acho que o melhor deles é o do cachorro, que nada tem a ver com a trama.

Mas o roteiro é tão forçado que fica difícil de “comprar” o filme. Tipo assim: a mulher vai pra Roma pra fazer um documentário sobre o que aconteceu com a mãe. Até aí, ok. Chegando em Roma, ela aparece em uma aula de exorcismo e nesta única aula conhece dois padres que de repente viram os especialistas máximos no assunto. Pior: mesmo sabendo que estão contra as normas da Igreja Católica, os padres topam contar todos os segredos para a câmera, sem nenhuma hesitação.

E por aí vai, o filme inteiro. E olha que é um filme curto, de menos de uma hora e meia. E o terço final ainda é extremamente previsível – tudo o que acontece foi antes avisado no curto trecho da aula de exorcismo…

Tem outro problema, semelhante a Apollo 18. Se era pra ser “encontramos filmagens reais” não era pra ter tantas câmeras com tantos ângulos diferentes – a cena da aula de exorcismo tem câmeras espalhadas em vários lugares. Quem editou esse material? Era melhor assumirem que é ficção – além do mais, hoje em dia esse papo de “filmagem real” não engana mais ninguém.

No elenco, a única coisa digna de nota (pra nós) é a presença de uma protagonista brasileira, Fernanda Andrade. Como o filme foi bem nas bilheterias, Fernanda deve ter mais chances em Hollywood. Tomara que em filmes melhores…

O fim do filme ainda gerou uma grande vaia no cinema. Mas, sei lá, nem achei o final em si tão ruim. A vaia podia ter começado bem antes…

.

.

Se você gostou de Filha do Mal, o Blog do Heu recomenda o Top 10 de Realidade Fake.

Grave Encounters

Crítica – Grave Encounters

Mais um filme no estilo “encontraram uma filmagem real”. A ideia já tá ficando batida, mas até que Grave Encouters é legal.

Supostamente, Grave Encouters era um programa de tv no estilo Caçadores de Mitos, checando a veracidade de lugares assombrados. Só que problemas inesperados surgiram enquanto filmavam o episódio 6…

Ok, não há nada de novidade aqui no filme dirigido por uns tais de Vicious Brothers. É apenas um “arroz com feijão” bem feito. Mas, vem cá, o público que vai assistir um filme desses não está procurando o “novo Cidadão Kane“, e sim apenas uma diversão honesta. E nisso, Grave Encouters não decepciona.

A primeira meia hora é lenta, mas depois o filme engrena num bom ritmo até o fim. Rolam alguns sustos legais, e os efeitos são simples e eficientes. O elenco – claro, só com gente desconhecida – funciona dentro do esperado, e a história tem seus clichês, mas flui com tranquilidade. Por fim, o velho hospício é um excelente cenário para o estilo do filme.

“Ora, mas o filme não tem nada de original”, dirão os chatos. Mas quem não for chato vai se divertir!

.

.

Se você gostou de Grave Encouters, o Blog do Heu recomenda:
[REC]
O Último Exorcismo
O Caçador de Trolls

Apollo 18

Crítica – Apollo 18

Interessante “mockumentary” (documentário fake) sobre uma suposta missão à Lua, a Apollo 18.

Décadas se passaram, e, nos dias de hoje, filmagens foram encontradas, mostrando o fracasso da última missão à Lua. E explicando porque o programa espacial foi deixado de lado.

Dirigido pelo desconhecido espanhol Gonzalo López-Gallego, Apollo 18 tem suas falhas e seus méritos. Pra mim, o pior defeito é insistir no “baseado em gravações reais”. Quando aparece um filme como Bruxa de Blair ou REC, esse papo pode funcionar – acharam uma câmera com uma gravação feita por alguém. Mas aqui, como são muitas horas de gravação, com diversas câmeras, por vários dias, o que vemos é um material editado. Ora, se foi editado, foi feito hoje em dia… Acho que seria mais interessante assumir logo que é uma ficção. Ou fazer algo na onda de Contatos de Quarto Grau, que mistura supostas imagens reais com trechos encenados.

Deixando este detalhe de lado, o filme até funciona bem. A tensão é bem construída, usando uma boa teoria da conspiração: afinal, por que o homem nunca mais foi à Lua? A ambientação nas cenas lunares é bem feita, com um bom uso de sombras no cenário preto e branco. Os efeitos especiais também são bem feitos, principalmente se a gente pensar que se trata de uma produção de baixo orçamento. Além disso, o filme traz alguns bons sustos. Por fim, gostei do uso da música Starship Trooper, do grupo progressivo Yes – tudo a ver com a época e com o clima do filme.

O único nome famoso está na produção: Timur Bekmambetov, diretor russo responsável por Guardiões da Noite e O Procurado. O elenco, obviamente, é de rostos desconhecidos – algo básico quando você pretende algo neste estilo. Os três atores, Warren Christie, Lloyd Owen e Ryan Robbins, estão convincentes.

Apollo 18 não é um filme essencial, mas vale ser visto. Pena que a gente sente que tinha potencial para ser bem melhor.

.

.

Se você gostou de Apollo 18, o Blog do Heu recomenda:
Contatos de Quarto Grau
Lunar / Moon
Tropas Estelares

Atividade Paranormal Tóquio

Crítica – Atividade Paranormal Tóquio

Como prometi em Atividade Paranormal 2, fui ver Atividade Paranormal Tóquio.

A trama é mais do mesmo. Em Tóquio, um casal de irmãos começa a ser assombrado por algo misterioso e filma tudo. Igualzinho aos outros filmes da franquia.

Já que falei em franquia, preciso citar que este Atividade Paranormal Tóquio traz uma grande incoerência. Em determinado momento, o roteiro faz uma conexão com o que aconteceu no primeiro Atividade Paranormal americano – o que faz a gente pensar que este seria o segundo da série. Mas, ora, como é que na mesma época surgiu Atividade Paranormal 2, outra continuação do mesmo primeiro filme?

Falei que Atividade Paranormal Tóquio é mais do mesmo. O que esse aqui traz de vantagem é que demora menos pra mostrar alguma coisa, e achei os momentos de tensão “um pouquinho” melhores que os filmes americanos. Isso não é exatamente uma surpresa, já que nos últimos anos tivemos muitos exemplos de bons filmes de terror orientais.

Mas, mesmo assim, é pouco. Se o estilo apresentado no primeiro filme já mostrava sinais de falta de fôlego, o que dirá em um terceiro filme quase igual… Atividade Paranormal Tóquio só funcionaria se fosse o primeiro – e único.

Vale pros fãs. Só.

.

.

Se você gostou de Atividade Paranormal Tóquio, o Blog do Heu recomenda:
Ichi The Killer
[REC]
The Troll Hunter

Atividade Paranormal 2

Crítica – Atividade Paranormal 2

Como não gostei muito do primeiro Atividade Paranormal, não dei muita bola pra sua continuação. Mas, como estreou a versão japonesa, Atividade Paranormal Tóquio, resolvi ver logo o Atividade Paranormal 2.

Uma família se muda para uma nova casa. Um dia, ao chegarem em casa, encontram tudo revirado. Apesar de não terem roubado nada, a família resolve instalar um sistema de segurança com várias câmeras. Coisas estranhas continuam acontecendo, e a família começa a acreditar que a casa é mal assombrada.

Atividade Paranormal 2 é exatamente o que se espera: um filme lento, usando a câmera subjetiva, fazendo de conta que aquilo foi verdade. Isso não é mais novidade, só aqui no blog já tivemos 10 filmes assim. O formato escolhido limita o uso de efeitos especiais e de trilha sonora. Isso pode tornar o filme um pouco maçante, o que acontece aqui…

Tem outro problema, na verdade uma grande mancada: quando este tipo de filme surgiu, a proposta era nos fazer acreditar que tudo era verdade. Para isso, sempre foi essencial o uso de atores desconhecidos. Quem teve a “brilhante” ideia de chamar Sprague Grayden para o papel principal? Ela pode não ser uma atriz muito famosa, mas seu rosto é conhecido, de filmes e de séries como Jericho e 24. Não rola nem de tentar fingir que é fake, né?

Apesar disso tudo, acho que quem gostou do primeiro filme vai curtir esta continuação. Pode não trazer nada de novo, mas pelo menos a produção não é mal cuidada.

.

.

Se você gostou de Atividade Paranormal 2, o Blog do Heu recomenda:
Atividade Paranormal
[REC]
The Troll Hunter

The Troll Hunter / Trolljegeren

The Troll Hunter / Trolljegeren

Uêba! Filme de terror norueguês! E dos bons!

Estudantes estão filmando um documentário sobre caça a ursos na Noruega, quando encontram um misterioso caçador, que na verdade caça trolls em vez de ursos.

Ok, na verdade, não existe nada de novo aqui, a fórmula é a mesma usada em vários exemplos recentes. O que diferencia The Troll Hunter de outros exemplos é que aqui tudo funciona perfeitamente, diferente, por exemplo de Cloverfield, outro filme-de-monstro-usando-câmera-subjetiva.

O filme é muito bem feito. Os atores fazem um bom trabalho na parte “documentário fake”, e a parte dos trolls tem excelentes efeitos especiais – os bichos parecem de verdade. E aparecem bem, alguns filmes nesse estilo, principalmente quando o orçamento é baixo, mostram poucos detalhes das criaturas – no bom filme Monstros, os bicharocos só aparecem no fim. E isso porque nem estou falando das belíssimas paisagens naturais norueguesas!

Gostei de ver uma mitologia diferente do óbvio usado em Hollywood – rola até um lance falando que trolls perseguem cristãos! Nada contra vampiros e zumbis, mas é legal ver algo novo! Mas talvez, por isso mesmo, exista um problema para a plateia “não nórdica”. Li no imdb que o filme tem muitos detalhes da mitologia escandinava dos trolls. Não tem nada essencial, que faça o espectador “leigo” ficar perdido. Mas acho que quem entende mais de trolls vai curtir mais o filme. Mais ou menos como se um cineasta brasileiro fizesse um bom filme de terror usando alguma lenda brasileira, tipo Saci, Curupira ou Boitatá – um gringo pode até curtir o filme, mas não tanto quanto alguém que lê sobre esses personagens desde a infância nos livros de Monteiro Lobato…

Vou guardar o nome do diretor André Øvredal. Mas tenho quase certeza que daqui a pouco vamos ler notícias sobre uma refilmagem hollywoodiana…

Não sei se The Troll Hunter vai ser lançado por aqui, filme norueguês, independente, sei lá, tem cara de só passar em festivais. Mas já existe pra download!

Ah, sim, fique até o fim dos créditos. Rola uma informação importante: “No trolls were harmed during the making of this movie” (“Nenhum troll foi machucado durante as filmagens”). 😀