Clube dos Cinco

clubedoscinco

Clube dos Cinco

John Hughes dirigiu poucos filmes. Foram só oito, entre 84 e 91. Três comédias adolescentes essenciais para se entender a década de 80 (Gatinhas e Gatões, Curtindo a Vida Adoidado e Mulher Nota 1000), três comédias “adultas” (Antes Só do que Mal Acompanhado, Ela Vai Ter um Bebê e Quem Vê Cara Não Vê Coração) e uma comédia infantil (A Malandrinha). E, em 1985, seu único drama: Clube dos Cinco.

A história é simples: cinco jovens, completamente diferentes uns dos outros (uma patricinha, um atleta, um marginal, um cdf e uma esquisita}, ficam de castigo na escola durante um sábado inteiro, e precisam aprender a conviver uns com os outros.

Sim, a ideia é bem simples. Simples e genial, num roteiro muito bem escrito.

Acredito que uma das coisas que fez este filme ser um marco (é considerado um dos melhores filmes da década de 80!) é a construção dos cinco personagens. Claro que rolam alguns clichês, afinal, temos menos de duas horas para desenvolver os personagens e a história. Mesmo assim, a história é envolvente e acho difícil alguém não se identificar com alguma característica de algum dos cinco.

A estrutura do filme é tão simples que parece uma peça de teatro filmada. São poucos os personagens – além dos cinco, temos um professor e um zelador, e basicamente só um cenário é usado: a biblioteca da escola.

No elenco, temos Molly Ringwald (a patricinha), Emilio Estevez (o atleta), Judd Nelson (o marginal), Anthony Michael Hall (o cdf) e Ally Sheedy (a esquisita). Aliás, duas curiosidades sobre o elenco: só Molly e Anthony Michael tinham idade para estar na escola na época do filme (ambos tinham 16 anos), Emilio e Ally tinham 22 e Judd já estava com 25; os três mais velhos estavam, no mesmo ano, no elenco de O Primeiro Ano do Resto de Nossas Vidas, com personagens que já tinham acabado o colégio. No cinema, as idades nem sempre são as que parecem ser…

O filme originalmente teria duas horas e meia. Mas, pra ficar mais comercial, foi cortado, e saiu com 97 minutos. Os negativos desta versão maior foram destruídos, mas John Hughes dizia que tinha uma cópia da “versão estendida” com ele. Será que agora alguém vai resolver lançar a versão maior?

Curtindo a Vida Adoidado

curtindo a vida adoidado

Curtindo a Vida Adoidado

Como prometido, fiz minha homenagem ao recém falecido John Hughes neste fim de semana. Vi O Clube dos Cinco, sozinho, e Curtindo a Vida Adoidado, com minha filha de 8 anos.

Todos conhecem a história, né? Ferris Bueller é um garoto de 17 anos, no último ano do ensino médio, um cara carismático, todos gostam dele. E ele nos diz que “a vida passa muito rápido, e se você não parar de vez em quando para vivê-la, vai perceber que ela já passou”, e por isso nos ensina a matar um dia de aula na escola e aproveitar esse dia ao máximo.

E Ferris realmente tem um dia fantástico! Consegue enrolar seus pais e o diretor da escola e sai com a namorada e o melhor amigo par, entre outras coisas, passear de Ferrari, almoçar em um restaurante caro e até cantar Twist and Shout num desfile pelas ruas de Chicago!

Este filme é um grande marco para as pessoas que passaram a adolescência nos anos 80. Como nasci em 1971, estou neste grupo: vi o filme nos cinemas na época do lançamento (o filme é de 86), e depois revi várias vezes em reprises na tv. Este deve ser um dos melhores “filmes com cara de sessão da tarde” da história! Aliás, se bobear, é uma das melhores comédias da história do cinema. Hoje existe um grande culto ao filme e ao personagem, com o slogan “Salve Ferris”!

Ferris é interpretado por Mathew Broderick, famoso na época por filmes como Jogos de Guerra e Ladyhawke – O Feitiço de Áquila. Diferente de quase todo o resto do elenco, Broderick não sumiu, nesta década mesmo ele fez filmes legais como Os Produtores e Mulheres Perfeitas, além de ter participado da dublagem de desenhos como Bee Movie e O Corajoso Ratinho Desperaux. O mesmo não podemos dizer sobre os outros. Alan Ruck, que faz Cameron, o melhor amigo, só tem feito coisas para a tv; Mia Sara, a namorada Sloane, que logo antes deste filme protagonizou A Lenda ao lado de Tom Cruise, praticamente sumiu. O mesmo podemos dizer sobre Jennifer Grey, que no ano seguinte esteve no mega-sucesso Dirty Dancing – Ritmo Quente. Ainda temos o caricato diretor da escola feito por um caricato (e eficiente) Jeffrey Jones e um pequeno papel de Charlie Sheen, nova estrela em ascenção na época. E, pros mais atentos, uma ponta de Kristy Swanson na escola!

E aí vem aquela dúvida: será que hoje, mais de 20 anos depois, a magia de Ferris Bueller continua? Bem, posso dizer que, depois do almoço do dia dos pais, minha filha colocou novamente o filme para rever, e 4 primos – de idades entre 4 e 14 anos – se divertiram vendo. Acho que isso responde à pergunta…

Mais uma coisa: não desligue o seu dvd antes do fim dos créditos! Rola uma última cena depois! Me lembro de ter visto isso no cinema, ainda nos anos 80. E, apesar do texto agora ser diferente (adaptado do cinema para um video cassete / dvd), a piada continua boa!

Salve Ferris!