O Caçador / The Chaser / Chugyeogja

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O Caçador / The Chaser / Chugyeogja

Mais um filme coreano. Desta vez, um policial. E muito bom!

Joong-ho é um ex policial que se tornou cafetão, mas resolve voltar à ação quando suas meninas começam a desaparer. Uma pista o faz perceber que todas elas estavam com o mesmo cliente. Joong-ho começa então uma caçada ao tal cliente.

É um thriller de ação, mas não se trata do “mais do mesmo” que assola Hollywood. Joong-ho é um “mocinho” um pouco fora do clichê maniqueísta, e o roteiro traz reviravoltas que nunca aconteceriam em uma possível refilmagem americana.

O filme tem momentos tensos, muito bem filmados pelo diretor estreante Hong-jin Na. Traz momentos violentos também, muito sangue jorra pela tela. E também rolam os momentos engraçados. Pelo menos por aqui, foi muito engraçado ouvir a menininha de sete anos dizer, em coreano, que seu pai foi para o Brasil, especificamente para o Rio de Janeiro!

As cópias estão legendadas, o filme deve entrar em cartaz. Fica aqui então a recomendação para que gosta de filmes de ação e quer variar um pouco da velha fórmula Hollywoodiana!

As Bonecas Safadas de Dasepo

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As Bonecas Safadas de Dasepo

O título em português deste filme sul-coreano de 2006 engana, porque parece tí­tulo de filme de sacanagem. Como não entendo nada de coreano, não sei se foi mal traduzido ou se é por aí­ mesmo… Pelo menos a tradução é fiel ao nome em inglês: Dasepo naughty girls.

O filme fala sobre o dia-a-dia de um grupo de estudantes da escola Dasepo. O visual é kitsch, o clima é uma mistura de filme fantástico, musical e comédia. Tem algo de Porky’s, musiquinhas divertidas com um clima à la Grease, vários personagens bizarros, algumas situações hilariantes – seria um bom filme trash, mas… falta algo…

Pesquisando pela internet, descobri que o filme foi baseado em pequenas histórias publicadas em www.dasepo.com. Então eis o problema: são boas idéias, mas falta um bom roteiro para reuní-las.

Um filme até pode ser muito bom e ser baseado apenas em personagens estranhos e situações esquisitas, como O Grande Lebowski ou Delicatessen, dois bons exemplos de filmes onde a forma é mais importante que o conteúdo. Mas falta ao diretor Je-yong Lee o talento de um Coen ou de um Jeunet…

Dasepo começa bem. A cena inicial e a sequência de abertura são maravilhosas, apresentando-nos a escola multi-religiosa e os vários personagens bizarros, como um cíclope (!), com apenas um olho no meio da testa; ou uma menina pobre com uma “boneca de pobreza” sempre às costas.

Até o meio do filme, as historinhas funcionam muito bem. Mas em certo ponto o diretor se perde, infelizmente.

Ainda tem a genial sequência no fim com o duelo contra o diretor da escola; e um número musical final tão divertido como o inicial.

Vale pela novidade. Afinal, já estamos nos acostumando com filmes sul-coreanos (Oldboy, O Hospedeiro), mas é a primeira vez que vejo um trash coreano!

Casa Negra

Casa Negra

De uns anos pra cá, apareceram vários bons filmes de terror asiáticos. Então, um novo filme de terror coreano não é exatamente algo tão estranho assim. Com esta expectativa, fui ver Casa Negra (Geomeun Jip).

A história é simples: um agente de seguros investiga um aparente suicídio de um garoto de 7 anos, mas desconfia que o padrasto do menino está tentando um golpe. E quanto mais ele investiga, mais descobre coisas sinistras em volta da família do garoto.

O início do filme é meio lento, talvez o roteiro devesse ser enxugado – um filme desses funciona muito bem com uma hora e meia! Mas a parte final é bem interessante!

A maioria dos filmes de terror orientais atuais usa fantasmas e coisas misteriosas para causar medo. Mas esse pega uma onda que às vezes nos lembra filmes de terror italianos dos anos 80: muito sangue, muito gore, e pitadas de humor negro. Algumas cenas no fim do filme são hilárias! E não acredito que o diretor não tivesse este objetivo.

Veja antes de Hollywood refilmar!

O Bom, o Mau e o Bizarro

Sexta começa o Festival do Rio, data mais esperada do ano de 10 entre 10 cinéfilos cariocas!

Esse ano dei uma olhada na programação, mas não teve muita coisa de encher os olhos… Mas acho que consigo ver uns seis ou sete até o fim do Festival.

Ontem consegui ir numa sessão de imprensa, então começo aqui os meus pitacos sobre o festival:

O Bom, o Mau e o Bizarro

Em primeiro lugar, preciso falar que este filme está no lugar errado. Quando programam um filme coreano chamado O Bom, o Mau e o Bizarro na mostra Midnight Movies, heu espero ver algo no mínimo estranho. E este filme não é estranho. Srs. programadores do Festival, por favor, tratem este filme como um filme “normal”, não um “Midnight”!

Dito isso, o filme é um faroeste coreano, impressionantemente bem feito.

Na Coréia, na década de 30, um homem (o “mau”) é contratado para roubar um mapa, num trem. Só que este trem está sendo roubado por um sujeito meio trapalhão (o “bizarro”), que foge com o mapa. E um caçador de recompensas (o “bom”) começa a caçar ambos.

Os cenários estão perfeitos, as cenas no deserto são lindíssimas. Os figurinos e elementos cênicos realmente convencem como uma super produção de época. E a movimentação entre os 3 personagens principais, cada um no seu clichê, também está muito boa: temos o mocinho que acerta todos os tiros e seu revólver nunca descarrega; o bandido mau, muito mau; e um “Didi Mocó” como alívio cômico.

Mas isso não é o suficiente, às vezes parece que estamos andando sem história. E o filme é longo, acho que foram mais de duas horas! Talvez fosse melhor dar uma enxugada: se o roteiro não tem muito o que contar, façamos um filme mais curto!

Além disso, por favor, vejamos os filmes certos nas mostras certas! Não é porque um filme é coreano que ele deve entrar numa mostra de filmes “estranhos”…