Monster Brawl

Crítica – Monster Brawl

Oito monstros clássicos se enfrentando num ringue de luta livre? Taí uma boa ideia! Pode sair um crossover sensacional daí!

A sinopse é simples: Frankenstein, Lobisomem, Zumbi, Cíclope, Bruxa, Vampira, Monstro do Pântano e Múmia se enfrentam, em duplas, em um letal torneio de vale-tudo.

Claro que um filme com uma premissa dessas não ia ser bom – tudo é trash demais! Mas poderia render um trash divertido, se a ideia fosse bem desenvolvida. Pena que não foi…

Pra começar, o roteiro é muito ruim. Não existe uma linha narrativa – dois monstros lutadores são apresentados através de um rápido flashback, rola a luta (igual a lutas fakes de telecatch) e vamos para a dupla seguinte.

Mas isso não é o pior. Poucas vezes vi furos de roteiro tão grosseiros como dois que rolam aqui. Primeiro: os monstros são divididos em peso médio e peso pesado. E o torneio dos pesos médios é simplesmente deixado de lado, só vemos a final dos pesos pesados. Depois, pra piorar, aparecem vários zumbis na história. E assim como não há explicação para o surgimento, do nada eles somem…

O gore é bem feito, essa parte não vai decepcionar os apreciadores. A maquiagem também é boa, só não gostei do Cíclope, seu único olho não enganou ninguém. Mas acho que são as únicas qualidades do filme, e isso é pouco… Quem aguardava um grande crossover entre monstros clássicos vai continuar esperando…

Jesus Christ Vampire Hunter

Crítica – Jesus Christ Vampire Hunter

Um musical de kung fu onde Jesus Cristo luta contra vampiros que matam lésbicas para extrair suas peles para se proteger do sol, ajudado por Santo, ex lutador de telecatch mexicano – pára tudo, PRECISO ver isso!

A sinopse é isso aí. Vampiros matam lésbicas e usam a pele delas pra se proteger do sol (?). Jesus Cristo corta o cabelo e tira a barba para enfrentar os vampiros lutando kung fu (???). E o lendário (e gordo) Santo vem para ajudá-lo (?????). Poucas vezes li uma sinopse tão WTF!

Jesus Christ Vampire Hunter é um trash típico. Produção paupérrima, atores amadores, efeitos especiais ridículos e trama absurda. Mas – com este título, alguém achava que ia ser diferente?

Claro que o filme é ruim. Mas tem alguns momentos bem divertidos – não é qualquer filme que pode ter o protagonista falando “se eu não voltar em 5 minutos, chame o Papa!” Isso sem contar a tosquérrima luta entre Jesus e algumas dezenas de ateístas.

O problema é que a ideia é divertida, mas não sustenta a quase hora e meia do filme, principalmente porque a produção é precária demais. O filme cansa lá pelo meio. Aliás, falando em produção precária, a data do filme é 2001, mas a imagem é tão ruim que parece um filme dos anos 70…

Mais uma coisa: a divulgação fala em musical de kung fu. O filme traz várias lutas (todas toscas), mas só rola um número musical. O povo fã de Broadway precisa procurar outro trash…

Resumindo: Jesus Christ Vampire Hunter é ruim. Mas divertido se visto dentro do espírito certo.

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Se você gostou de Jesus Christ Vampire Hunter, o Blog do Heu recomenda o Top 10 de melhores filmes trash.

A Centopeia Humana (Primeira Sequência)

A Centopeia Humana (Primeira Sequência)

Continuemos com o SP Terror!

A Centopeia Humana tem um dos argumentos mais bizarros que já ouvi na minha vida. Um médico especiaista em siameses / cientista louco quer criar uma centopeia humana, ligando três pessoas através de seus sistemas digestivos – isso mesmo, a boca de quem está atrás conectada cirurgicamente ao ânus de quem está na frente.

Mas só vale pela bizarrice. O filme, escrito e dirigido por um tal de Tom Six, é bem ruinzinho!

As atuações, claro, são caricatas. O mesmo podemos dizer das situações apresentadas pelo filme. Mas quem vai ver um filme com um argumento destes já esperava algo assim.

O problema maior é que o filme só traz a ideia incial, e não desenvolve nada a partir daí. O fiapo de história não sustenta um longa metragem de uma hora e meia. Isso deveria ser um média metragem.

Mais: o filme não é nem um pouco assustador, para ser catalogado numa mostra de terror. E até no gore o filme é fraco! Vemos pouca coisa da cirurgia, e não aparecem detalhes dos corpos conectados.

Aí a gente acaba focando nos defeitos. Ora, como é que o médico louco pensa na comida e respectivos dejetos mas ignora a bebida? E a urina? Sua centopeia nunca iria beber líquidos?

O filme é ruinzinho e ainda traz um gancho pra segunda parte, como previsível pelo título. O imdb entrega: existirá uma parte dois chamada “Sequência Completa). Mas esta será dispensável…

Run! Bitch Run!

Run! Bitch Run!

Você conhece o “efeito Tarantino”? Quando Tarantino e Robert Rodriguez fizeram o projeto Grindhouse, com filmes com cara de vagabundos (Planeta Terror e À Prova de Morte), estava na cara que veríamos em breve alguns filmes nessa onda exploitation. Já falei aqui no blog de Black Dynamite e Bitch Slap; e hoje é dia de Run! Bitch Run!.

A trama de Run! Bitch Run! é tão simples que dá pra escrever num canhoto de talão de cheques. Duas estudantes de uma escola católica vendem bíblias de porta em porta, até que encontram uns sujeitos maus, muito maus. Aí temos primeiro uma parte do estupro e tortura, pra depois rolar a parte da vingança. Claro, com direito a muita violência e nudez gratuita! (Com uns dez minutos de filme, contei cinco cenas de nudez gratuita!)

Mas o que Run! Bitch Run! se propõe não é originalidade, e sim ser um exploitation barato. E nisso, o diretor estreante Joseph Guzman não engana ninguém. Afinal, quem resolve assistir um filme com um nome desses, já sabe o que esperar, não?

(O segundo filme de Guzman se chama Nude Nuns With Big Guns – “Freiras Peladas com Armas Grandes”! Preciso dizer mais alguma coisa?)

E, afinal, o filme presta? Bem, ninguém espera que um filme destes seja bom, né? Produção capenga, péssimos atores, roteiro fraco, edição mal feita, efeitos especiais toscos… Mas, se o espectador estiver procurando um exploitation pra se divertir, pode funcionar. Afinal, tem gente que gosta de filme trash (heu sou um deles!).

Citei lá em cima Black Dynamite e Bitch Slap, né? Bem, estes dois têm um clima de galhofa explícita, ambos são sátiras do estilo exploitation. Run Bitch Run não, esse tem um clima mais sério. Por um lado, é legal, porque lembra trashs clássicos dos anos 70, tipo Thriller – A Cruel Picture ou I Spit On Your Grave. Mas, por outro lado, não dá pra levar a sério… Prefiro o estilo escrachado dos outros!

Por fim, deixarei o comentário do cara que fez as legendas que peguei na internet: “Obrigado pela paciência, foi o pior filme que já legendei!”. Gostei da sinceridade!

Veja por sua conta e risco!

Demons

Demons

Um grupo de pessoas se vê preso dentro de um cinema em Berlim, onde está passando um filme de terror com demônios que se espalham como um vírus. No cinema, assim como no filme, demônios começam a tomar conta das pessoas – quem é ferido, vira outro demônio.

A ideia é genial, não? Este é um perfeito exemplo de “giallo” italiano dos anos 80. Muito sangue, muito gore, e… Precisa de mais?

Vou contar uma história que aconteceu comigo. Tive uma boa adolescência cinéfila nos anos 80, vi muita coisa na tela grande. Nem sempre em bons cinemas, como foi o caso deste Demons. Vi este filme no finado Studio Copacabana, um cinema bem poeira que tinha na Raul Pompéia, perto de onde hoje tem a Le Boy. É legal ver num cinema vagabundo um filme onde pessoas são atacadas por demônios num cinema vagabundo!

Demons foi dirigido por Lamberto Bava, filho do mestre do terror Mario Bava. E outro mestre, Dario Argento, produziu e escreveu o roteiro. O filme tem pedigree!

As atuações são exageradas, como sempre foi comum em filmes italianos do gênero. E, aparentemente, os atores foram dublados em inglês, o que só piora. Por outro lado, os efeitos especiais e de maquiagem, a cargo de Sergio Stivaletti, são ótimos (dentro da proposta trash, claro!).

Enfim, ótima opção para aqueles que sabem apreciar uma bela tosqueira, como este que vos escreve!

Attack Girls’ Swim Team vs. the Undead

Attack Girls’ Swim Team vs. the Undead

Vou copiar e colar uma sinopse genial que li na internet:

“Prepare-se para o pior na primeira semana de aula! Mal colocou os pés no campus, a linda jovem Aki foi pressionada a substituir uma menina da equipe de natação que desistiu por causa dos abusos do instrutor. Em seguida, um cientista psicopata ordena imunizar os voluptuosos corpos das jovens estudantes contra um novo vírus e comete um erro, transformando- as em zumbis comedores de carne. Agora, com a maior parte da escola e professores furiosos, comendo-se uns aos outros, fazendo sexo selvagem e malabarismo, cabe a Aki e às suas novas aliadas da equipe de natação acabar com este pesadelo.”

Sensacional!!! Esse é daqueles filmes que PRECISAMOS ver!

E, claro, quem se propõe a ver um filme com uma sinopse dessas não pode esperar um filme bom, né?

Mesmo assim, o filme é pior do que heu esperava. Mas pior no bom sentido, claro! Attack Girls’ Swim Team vs. the Undead consegue ser ruim num sentido ainda mais amplo!

A história não faz o menor sentido. E a produção do filme, amadora, caseira, só piora tudo.

No início, achei que este filme seguiria a linha de trashs japoneses como Machine Girl e Tokyo Gore Police. Mas não, na verdade, Attack Girls’ Swim Team vs. the Undead tem nudez e sexo, coisas que faltam nos outros! E aqui também tem gore, mas o sangue jorra com menos intensidade…

(Parênteses para os fetichistas de plantão: temos vários ângulos “interessantes” de colegiais japonesas, e ainda rola um toque de pornô soft com lesbianismo light!)

Mas, sei lá, é tudo tão amador que acho que foi desperdiçado um bom argumento – não é todo dia que temos, no mesmo filme, gore, zumbis, efeitos toscos e japonesas nuas no mesmo filme. Se a produção fosse um pouquinho mais bem cuidada, acho que o filme ia ser bem melhor…

Anyway, quem leu até aqui é porque gosta do gênero. Boa sorte!

Edges Of Darkness

Edges Of Darkness

Vou citar um trecho do meu post sobre o filme The Blackout:

“Um dia hei de aprender a não ver filmes ruins! No imdb, TODOS  os comentários sobre este filme são negativos!”

E por que heu insisti com mais este filme ruim, ruim, muito ruim? Bem, trata-se de filme de zumbi. E admito que gosto do estilo, mesmo sabendo que o filme não presta!

Bem, Edges of Darkness é MUITO ruim. O filme é amador, câmera na mão, qualidade de imagem que parece vhs velho. Os atores são péssimos, e a edição é tão mal feita que várias vezes a câmera não sabe para onde ir. Isso sem contar com vários diálogos sem sentido, num roteiro ainda pior que os atores.

Me lembrei de Zombies Gone Wild, outro filme muito tosco. Aliás, Zombies Gone Wild consegue ser ainda pior, se isso for possível! Edges of Darkness tem efeitos e atores menos ruins. Se isso for possível!

Mas o pior de Edges of Darkness, escrito e dirigido pela dupla Blaine Cade e Jason Horton, não é a cara de filme amador feito por amiguinhos da escola. É o roteiro!

Acompanhamos três histórias que se passam num período posterior a um apocalipse de zumbis. A princípio, as histórias são bestas. Mas não, começam a se desenvolver! Uma fala de seres semelhantes a vampiros; outra traz um componente de computador que cria vida; e a outra traz ninguém menos do que o Anti Cristo!

Legal! Apesar da produção tosca, será que o roteiro vai compensar?

Que nada. Nenhuma das histórias tem uma boa resolução…

Fujam! Corram para as montanhas!

p.s.: não confundam com The Edges of Darkness, filme novo do Mel Gibson, em cartaz nos cinemas!

A Noite do Cometa

A Noite do Cometa

Outro dia um amigo me passou o link desta pérola. Um filme que mistura um cometa com zumbis??? Preciso ver isso, foi o que pensei na hora!

A trama é sensacional: um cometa, ao passar perto da Terra, mata quase toda a população. E ainda deixa uns zumbis espalhados por aí…

Sim, parece uma versão pobre de Força Sinistra, só que com zumbis no lugar de vampiros. A diferença é que aquele é um bom filme; porque este A Noite do Cometa é muito ruim!

Olha, admito que até gosto de filmes ruins. Mas aqui é tudo tão tosco que fica difícil! Nenhum dos personagens convence, e várias cenas são forçadas demais.

Nem os fãs de filmes de zumbi vão gostar. São pouquíssimos zumbis. Mais: como assim, um zumbi que fala???

No elenco, só um nome me chamou a atenção: Mary Woronov, que esteve em vários filmes B na época, como Eating Raoul e TerrorVision. Em outras palavras: ninguém conhecido…

Acredito que esse filme só funcionaria se visto por uma galera galhofeira. Fazendo muita bagunça e rindo de cada tosqueira na tela!

A Volta dos Mortos Vivos

A Volta dos Mortos Vivos

Logo antes de começar o filme, aparece a seginte mensagem na tela: “The events portrayed in this film are all true. The names are real names of real people and real organizations” (“Os eventos apresentados neste filme são verdadeiros. Os nomes são nomes de pessoas reais e de organizações reais”). Caramba! Será que o filme realmente se baseia em fatos reais?

Claro que não! A Volta dos Mortos Vivos é uma comédia, e das boas. Uma das melhores comédias de humor negro que conheço!

A história é genial: um barril do exército com um morto-vivo dentro é extraviado e vai parar numa pequena loja de materiais para hospitais e universidades. Anos depois, acidentalmente, vaza um gás do barril – um gás que reaviva os mortos. E eles estão ao lado do cemitério…

Já falei que gosto de humor negro, não? Este filme é um bom exemplo. Os zumbis comedores de cérebros aqui não causam medo, como nos filmes do George Romero – eles são motivo para gargalhadas! E olha que precisamos ressaltar que os efeitos especiais, de uma era pré computador, são excelentes! Os zumbis são muito bem feitos, e a maquiagem também é ótima.

O filme, de 1985, foi dirigido por Dan O’Bannon, que infelizmente faleceu mês passado (dezembro de 2009). O’Bannon trabalhou em poucos filmes, mas importantes. Este foi um dos dois únicos filmes que ele dirigiu, mas por outro lado, ele escreveu o roteiro de ótimos filmes, como Alien, Força Sinistra e O Vingador do Futuro, além de ter trabalhado nos efeitos especiais de Guerra nas Estrelas, e de ter co-escrito e estrelado Dark Star, o primeiro filme de John Carpenter. É, o cara era bom!

Sobre o elenco, não tem ninguém famoso, mas ninguém compromete a história. Temos Clu Gulager, James Karen e Don Calfa, entre outros nomes que não chamam a atenção. Só tem um nome que merece um comentário: a scream queen Linnea Quigley (que estrelou “clássicos” como Hollywood Chainsaw Hookers e Sorority Babes in the Slimeball Bowl-O-Rama), que passa boa parte do filme só de meias. E que foi a primeira morta-viva gostosa da história do cinema!

A Volta dos Mortos Vivos nunca foi lançado em dvd por aqui. Comprei uma edição gringa, mas meu dvd player não reconheceu o disco. Pena, porque, entre os extras, existe a opção “legendas em zumbi”. Fiquei curioso para saber do que se trata. Preciso de um dvd player novo!

Existem algumas continuações por aí. Confesso que ouvi falar bem da terceira parte, mas admito que ainda não vi nenhuma delas. Acho que vou procurá-las…

Mangue Negro

Mangue Negro

Não é todo dia que a gente tem a oportunidade de ver um filme trash nacional de zumbis canibais, né? Pra isso, fui até o centro da cidade, em pleno domingo à noite. Valeu a pena!

A trama? Ora, zumbis canibais saem do mangue e atacam as pessoas! Precisa de mais? 😀

Em primeiro lugar, preciso dar os parabéns a Rodrigo Aragão, diretor, roteirista e editor de Mangue Negro – e que ainda trabalhou nos efeitos especiais. Fico imaginando o tamanho do perrengue que passou para finalizar o filme, e que deve estar passando agora para distribuí-lo. Com mais caras como ele, o cinema brasileiro seria bem melhor.

Sobre o filme: temos coisas boas e ruins. As boas: o filme é um ótimo trash movie. Muito sangue, muito gore, não é exagero dizer que nos lembramos dos primeiros filmes de Peter Jackson (Fome Animal e Trash – Náusea Total). A maior parte dos zumbis que saem do mangue são bem feitos, e algumas cenas são geniais – como a tomada através da cabeça explodida.

Mas nem tudo entusiasma. As atuações são todas caricatas. Sim, sei que é um trash, mas isso só funciona com alguns personagens. Alguns dos atores estão sob forte maquiagem para interpretar personagens velhos, e isso só piora. A cena da dona Benedita ficou longa demais…

Mas o pior não foi isso. Boa parte do filme se passa à noite. O diretor resolveu usar filmagens em preto e branco para ser a sua “noite”. E com isso, muito do visual ficou escuro demais – pelo menos na tela do CCBB. Aliás, a bola fora foi a exibição em dvd. Caramba, heu estava num cinema! Por que não em película? As cores estavam completamente sem vida, e muitos dos efeitos se perderam…

Desconfio que deve haver alguma lenda ligando baiacu a mortos vivos, afinal, este é o segundo filme nacional em menos de um ano onde vejo esta referência – o outro foi Morgue Story.

A boa notícia para os fãs brasileiros é que Mangue Negro já tem distribuição garantida em dvd por aqui, pela London Films. E a boa notícia para os fãs fora do Brasil é que Mangue Negro tem distribuição garantida em dvd pelo mundo afora, através da distribuidora alemã 8 Films!

Quando sair o dvd, vou comprar o meu!