Crítica – Screamboat
Sinopse (imdb): Um passeio noturno de barco se transforma em uma luta desesperada pela sobrevivência em Nova York quando um rato se torna uma realidade monstruosa.
Confesso que a expectativa pra um novo “terror do Mickey Mouse” era a menor possível. Mas não é que Screamboat não é tão ruim assim?
Bem, vamos com calma, o filme é ruim, muito ruim. Mas, comparado com os semelhantes, Ursinho Puf, Alice, Popeye, e, principalmente, The Mouse Trap – o outro terror do Mickey – Screamboat é menos ruim.
O que mais me incomodou em The Mouse Trap é que era um slasher tosco e vagabundo que não tinha nada a ver com o Mickey. O cara colocava uma máscara e ganhava poderes de teletransporte – quando teve uma história do Mickey com teletransporte?
Screamboat é um slasher tosco e vagabundo, mas que tem várias referências ao Mickey e ao universo Disney, tipo, o rato se chama Willie e vivia num barco a vapor – ele era o “steamboat Willie”. Seu dono era Walter, mas o chamavam de Walt. Além disso tem referências em personagens, tipo um grupo de mulheres vestidas como as princesas; e referências em alguns diálogos, como alguém que fala “it’s a small world”. (No banheiro tem uma frase que faz um trocadilho entre “ferry” e “fairy” e fala “ferry tale”, achei uma boa sacada.)
A direção aqui é de Steven Lamorte, que fez algo parecido em seu filme anterior, O Malvado Horror no Natal (o filme de terror do Grinch), que era um slasher tosco e vagabundo, mas que trazia referências às histórias do Grinch. Isso deveria ser algo básico nesses filmes do Poohniverse e afins, mas a galera que faz esses filmes não se preocupa nem com o básico!
Outro ponto positivo de Screamboat é o ator David Howard Thornton, mais conhecido por fazer o palhaço Art nos filmes Terrifier. Thornton interpreta o personagem principal, o rato Willie. Ok, reconheço que o Willie é quase igual ao Art: é um personagem que não fala, interage muito pouco com o resto do elenco, e fica fazendo caras e bocas o tempo todo. É um personagem reciclado, mas funciona dentro da proposta.
Agora, apesar desses elogios, a gente precisa reconhecer que Screamboat é bem fraco. Todas as atuações são péééssimas, e o roteiro é cheio de coisas sem sentido – tipo um personagem cair na água e, vários minutos depois, ainda estar ao lado do barco. E isso porque nem vou falar da cena onde um rato de menos de 50 centímetros de altura pega uma mangueira e molha algumas dezenas de pessoas, e ninguém vai até o rato pra tentar impedir.
Os efeitos de maquiagem são ok. Algumas mortes são criativas, e admito que ri na “cena de sexo”. Agora, os efeitos para o Willie ser pequeno às vezes lembram programas infantis antigos como Castelo Rá Tim Bum e Sítio do Pica Pau Amarelo. Não é uma boa referência…
Teve um outro problema. A sessão de imprensa ia acontecer num cinema, mas houve uma falha técnica e a sessão teve que ser cancelada. A assessoria então nos enviou um link para uma cabine online, uma boa solução. Mas, parte do filme é muito escura, e ver um filme muito escuro na tela do computador nem sempre é tarefa fácil. Resultado: algumas cenas nem consegui ver direito o que estava acontecendo.
Enfim, Screamboat não é bom. Mas, num mar de lixo como Mouse Trap e Ursinho Pooh Sangue e Mel, o resultado é bem mais positivo.