Matrix: Ressurrections

Crítica – Matrix: Ressurrections

Sinopse (imdb): Regresse a um mundo de duas realidades: uma, a vida quotidiana; a outra, o que fica para trás. Para descobrir se a sua realidade é uma construção, para se conhecer a si próprio, o Sr. Anderson terá que seguir o coelho branco.

Alguns amigos estavam com expectativa alta para este novo Matrix, mas preciso dizer que minha expectativa era zero. O primeiro é realmente muito muito bom, mas suas continuações são bem fracas.

A gente tem que reconhecer que o Matrix de 1999 é um marco na história do cinema. O filme levantava questões filosóficas ao mesmo tempo que explodia cabeças com efeitos especiais nunca vistos anteriormente. Mas, as Wachowski parecem ser diretoras de um filme só, seu currículo é repleto de filmes ruins (além dos Matrix 2 e 3, elas fizeram Ligadas Pelo Desejo, Speed Racer, Destino de Júpiter e Cloud Atlas – ou seja, nenhum filme relevante).

Com expectativa lá embaixo, fui ao cinema ver o novo, Matrix Ressurrections, agora dirigido só por Lana Wachowski (primeiro longa sem a irmã Lilly Wachowski). E, olha, gostei da primeira parte do filme!

O filme começa numa boa sacada de metalinguagem. Os anos se passaram, e a gente vê um Thomas Anderson que criou uma trilogia de videogames Matrix e ganhou vários prêmios em 1999, e hoje vive com a sombra do passado brilhante enquanto vive um presente medíocre, ao mesmo tempo que sofre pressão para voltar à franquia e criar o Matrix 4. Não li sobre bastidores da produção, mas provavelmente deve ser um reflexo do que a diretora Lana Wachowski vive hoje.

Enquanto o filme está nessa onda de metalinguagem, rolam várias sacadas muito boas. Tem uma sequência excelente alternando reuniões de brainstorm e um Thomas Anderson desnorteado, tudo isso ao som de White Rabbit do Jefferson Airplane.
Mas aí Thomas Anderson resolve tomar a pílula vermelha e o filme resolve voltar a ser igual ao Matrix de 99…

(Sei não, mas nos últimos 20 anos o significado de “pílula azul” mudou, mas deixa pra lá).

Não sei se é correto dizer que a segunda parte de Matrix Ressurrections é ruim. Mas é uma cópia barata do primeiro Matrix – assim como os outros dois, Matrix Reloaded e Matrix Revolutions.

E aí a gente lembra que o primeiro filme foi 22 anos atrás, e que muita coisa tecnológica evoluiu de lá pra cá. Se Matrix falava de máquinas controlando homens, o novo filme poderia atualizar esse tema entrando nas Inteligências Artificiais que tanto se intrometem na nossa vida atual. Que nada, o filme nem entra nesse assunto.

E a gente fica se perguntando pra que ver mais um filme da franquia, se não traz nada de novo. E ainda tem uma parte no fim onde tem um plano tão enrolado e tão explicado que me senti num filme do Christopher Nolan.

Pelo menos o filme é tecnicamente bem feito. A parte técnica dos filmes das Wachovski sempre foi muito bem cuidada, e, se aqui o filme não traz nada de novo como o efeito bullet time de 1999, pelo menos os efeitos são bons (teve um detalhe que aparece no início que achei bem legal, mas não voltaram a isso, que são portais que não estão no mesmo eixo). Agora, teve uma cena que me pareceu fora do “estilo Matrix”. A cena do trem é confusa e as lutas são mal coreografadas. Achei uma cena fora da curva – no mau sentido.

Outra coisa me incomodou: o Keanu Reeves com visual de John Wick. Sei que às vezes um ator precisa manter um visual por um personagem, mas não acredito que uma super produção como Matrix tenha problemas em pedir para um ator mudar o visual. Ficou muito estranho.

Reeves está ok, ele não é um grande ator, mas sempre funciona. Gostei da volta da Carrie-Anne Moss, ela está muito bem. Por outro lado, não gostei da substituição do ator do Morpheus, Laurence Fishburne não voltou, sei lá por qual motivo, e ele foi substituído por Yahya Abdul-Mateen II. Até aí, ok, atores são substituídos desde sempre na história do cinema. O problema é que o tempo todo aparecem imagens do Morpheus do Laurence Fishburne – tem até uma estátua dele! Se é pra trocar o ator, que se troque de uma vez, ficar mostrando os dois foi esquisito. Também voltam ao elenco Jada Pinkett Smith, e Lambert Wilson aparece numa divertida participação pequena. De novidade, temos Neil Patrick Harris, Jonathan Groff, Jessica Henwick e Priyanka Chopra Jonas, e uma rápida aparição da Christina Ricci.

No fim, fica sensação de oportunidade perdida. Pena. Fiquem com o primeiro.

Matrix Reloaded

Crítica – Matrix Reloaded

Depois de ver Matrix, era hora de encarar as continuações. Afinal, comprei o box em blu-ray…

Neo e os líderes rebeldes acreditam que em 72 horas 250 mil robôs vão descobrir a localização de Zion e matar todos os seus habitantes. Enquanto isso, Neo precisa salvar Trinity de uma premonição.

Matrix Reloaded tinha uma tarefa nada fácil: dar continuidade ao excelente Matrix, uma das maiores e melhores surpresas da ficção científica recente. Será que o novo filme ia manter o elevado nível do primeiro? Provavelmente não…

Dirigido pelos irmãos Wachowski (que hoje em dia preferem ser chamados de “The Wachowskis”, já que um deles fez uma cirurgia de mudança de sexo e virou mulher) e lançado em 2003, Matrix Reloaded tem alguns méritos. Quem gostou da parte técnica do primeiro Matrix vai se esbaldar aqui: são várias as sequências de cair o queixo. Muita câmera lenta, muito bullet time… Algumas cenas de brigas, explosões e tiroteios são realmente sensacionais – em uma das mais famosas, Neo briga sozinho contra centenas de Agentes Smith! E a sequência na auto estrada é irretocável.

Mas um filme não é feito só de efeitos especiais. Se o primeiro filme criava uma interessante mitologia homem vs máquina, este aqui é vazio, parece que tudo no roteiro é desculpa para exibir os efeitos. Aquela briga entre Neo e os homens de Merovingian, por exemplo, é uma bela coreografia, mas uma luta sem sentido na trama.

O roteiro também tem alguns problemas de ritmo. Algumas cenas são longas e chaaatas, como a festa em Zion, por exemplo. E a parte do arquiteto beira o insuportável.

Mas o pior de tudo é o filme não ter fim. Como aconteceu com, por exemplo, De Volta Para o Futuro 2 e 3, foram filmadas simultaneamente duas sequências, lançadas uma logo depois da outra. E este Matrix Reloaded não tem fim, rola um “continua” e depois vemos um trailer do terceiro filme, Matrix Revolutions. E o problema é que já sabemos que este terceiro filme é beeem mais fraco…

No elenco, os quatro atores principais atores do primeiro filme estão de volta: Keanu Reeves (o protagonista), Carrie-Anne Moss (seu interesse romântico), Laurence Fishburn (o coadjuvante) e Hugo Weaving (o antagonista). Além deles, alguns nomes interessantes reforçam o elenco, como Monica Bellucci, Jada Pinket Smith, Harold Perrineau, Lambert Wilson e Leigh Whannell.

Enfim, Matrix Reloaded não é ruim, mas poderia ser bem melhor, pelo menos se tivesse um roteiro mais enxuto e um fim decente. Agora preciso tomar coragem para ver o terceiro, Matrix Revolutions

Um Plano Brilhante

Um Plano Brilhante

Nos anos 60, Laura Quinn (Demi Moore) é a única mulher dentre os executivos de uma grande empresa de diamantes em Londres. Sua grande frustração é não conseguir uma ascenção profissional pelo simples fato de ser mulher. Por isso, se junta ao faxineiro sr. Hobbs (Michael Caine), que tem um plano mirabolante para roubarem diamantes.

Dirigido por Michael Radford, Um Plano Brilhante não é ruim, e tampouco é bom. É um filme simples, mas eficiente. Vai distrair aqueles com baixa expectativa. E depois de um ou dois meses, todos vão esquecer o filme…

Digno de destaque, acho que só a atuação de Michael Caine, como o faxineiro que idealiza o plano. Caine realmente convence nas nuances de seu personagem. Além de Caine, claro, tanto Demi Moore (ainda bonita com seus 45 anos); quanto Lambert Wilson (o Merovingian de Matrix) estão bem em seus papéis.

A trama que seria sobre um simples assalto traz uma reviravolta na execução deste. Se a gente parar para pensar, era impossível para um faxineiro manco e com aquela idade executar sozinho aquilo tudo. Mas é só a gente relaxar, deixar o cérebro de lado e curtir. Afinal, ninguém vai lembrar do filme mês que vem mesmo…

Dante 01

dante_01

Dante 01

Outro dia recebi por e-mail uma dessas listas de piores filmes. Este Dante 01 estava lá. Fui ver do que se tratava, descobri que é dirigido pelo Marc Caro, que fez, nos anos 90, em parceria com Jean-Pierre Jeunet, dois filmes que gosto muito, Delicatessen e Ladrão de Sonhos. Como assim, um cara que fez dois filmes muito legais ter dirigido um filme digno de estar numa lista de piores? Baixei o filme para ver qualé.

Dante 01 mostra uma prisão numa estação espacial, na órbita de um planeta distante. É uma prisão experimental, onde psiquiatras fazem experiências em presos perigosos. Uma nova médica chega com um novo tratamento, baseado em nanotecnologia. Junto com ela, chega um novo prisioneiro, com misteriosos poderes.

No elenco, temos Lambert Wilson, o Merovigian de Matrix 2 e 3, como o prisioneiro misterioso, e, claro, Dominique Pinon, que estava em Delicatessen e Ladrão de Sonhos, e também nos outros filmes de Jeunet, Alien 4, O Fabuloso Destino de Amelie Poulan e Eterno Amor.

O clima do filme é bem interessante, claustrofóbico, todo dentro da estação espacial. As cores e os ângulos inusitados lembram o estilo dos filmes anteriores de Caro. Tudo funciona bem por quase todo o filme.

Mas… O filme está presente em listas de piores filmes por um bom motivo. Tudo anda muito bem, até que, de repente, uns dez minutos antes do final, o filme se perde completamente. Sei lá o que aconteceu, me parece que a produção deve ter tido problemas e não terminaram o filme como era previsto. Eventos inexplicados acontecem, rola uma certa psicodelia na tela e uma narração tenta explicar o que era pra ter acontecido pelas imagens.

Não recomendo o filme. Só para aqueles que não se importam em ver algo sem fim…