Tenet

Crítica – Tenet

Sinopse (imdb) – Armado com apenas uma palavra, Tenet, e lutando pela sobrevivência do mundo inteiro, um Protagonista viaja por um mundo crepuscular de espionagem internacional em uma missão que se desdobrará em algo além do tempo real.

O filme mais aguardado do ano!

Calma, explico. Tenet pode tranquilamente usar o apelido “o lançamento mais aguardado do ano”. Dos grandes lançamentos previstos para 2020 – todos adiados por causa da pandemia – foi o único que até agora resolveu encarar as salas de cinema. Então, de um modo geral, é o filme que simboliza a volta das salas de cinema, depois de sete meses fechados.

Tenet (idem, no original) é o novo projeto de Christopher Nolan. E quem conhece a sua filmografia sabe que um filme desses perde muito se visto numa tela de tv, dentro de um streaming. Tenet é cinemão, pra ser visto numa tela enorme. Por mais que isso seja perigoso nos dias de hoje. Vou voltar a esse assunto mais abaixo, agora vamos ao filme.

Vamos primeiro ao que funcionou. O cinema precisa de gente que nem Christopher Nolan. Tem uma cena onde um avião explode num hangar. O avião era real, a produção comprou um avião para ser destruído! Quase todos os efeitos especiais são efeitos práticos, Nolan não gosta de usar CGI. Outro dia comentei como as cenas de carros eram fracas em Invasão Zumbi 2, aqui é o oposto. Carros reais sendo filmados aparecem muito melhor na tela (e a cena de perseguição de carros de Tenet é de tirar o fôlego!). E isso funciona muito melhor numa tela grande. A sessão de imprensa foi na sala Imax, e Tenet ocupa toda a tela!

Tenet trabalha com viagem no tempo, mas diferente do que o cinema costuma apresentar. Vemos um “tempo reverso” – a pessoa anda pra frente enquanto tudo em volta anda ao contrário. Coerente com as ideias malucas de Nolan: Amnésia tem uma história que vai de trás pra frente; Interestelar,  Inception e Dunkirk têm linhas temporais paralelas que se desenvolvem em tempos diferentes.

Esse novo conceito traz cenas onde temos ao mesmo tempo alguns personagens no “tempo normal” e outros no “tempo reverso”. E algumas cenas assim são muito boas! Ok, fica confuso, é difícil de entender tudo, mas… Dá vontade de rever!

Ah, claro, esqueci de dizer: a fotografia é fantástica, e as locações idem. Tenet é um espetáculo visual sob todos os aspectos.

Agora, não gostei de vários pontos do roteiro. Várias coisas são explicadas (coisa comum em se falando de Nolan), mas coisas básicas ficam no ar – tipo quem são essas pessoas, o que é um “tenet”? Não seria legal a gente conhecer uma agência que recrutasse “agentes temporais”? Porque vemos personagens que não sabemos quem são e de onde vem, e, principalmente, quem está bancando financeiramente.

Além disso, a motivação de alguns personagens não convenceu ninguém. Por exemplo, por que o Protagonista (sim, esse é o nome do personagem) tinha tanto interesse na Kat? Isso dentre outros casos que não vou falar por causa de spoilers. O fato é: temos uma história confusa, com personagens que não convencem.

Tem um outro detalhe, mas isso é algo pessoal, que já me incomodou em outros filmes do Nolan. Em Inception, é estabelecida uma rígida regra de tempo – dentro do sonho, o tempo se passa x mais devagar, então se é sonho dentro do sonho, fica 2x mais devagar. Isso me incomodou porque um sonho não é algo “matemático”, não tem como controlar o tempo assim. E isso acontece aqui, as regras propostas pelo filme me soaram forçadas.

No elenco, acho que só se salva o Robert Pattinson (por incrível que pareça). John David Washington, que estava bem em Infiltrado na Klan, tem um Protagonista com falta de carisma. Kenneth Branagh faz um vilão russo caricato, que lembrou o vilão russo caricato que ele fez em Operação Sombra – Jack Ryan. Elizabeth Debicki não está mal, mas o seu personagem é outro ponto forçado no roteiro – por que ela é tão importante? Ainda no elenco, Clémence Poésy, Dimple Kapadia, Aaron Taylor-Johnson, Himesh Patel, Martin Donovan, e uma ponta de Michael Caine, figurinha recorrente nos filmes do Nolan.

Mas, mesmo com esses pontos negativos, achei o saldo positivo. É sempre bom ver um “filmão” como esses, e foi bem agradável voltar a uma sala de cinema sete meses depois, mesmo com todas as restrições.

Antes de acabar meu texto, preciso falar do “novo normal no cinema”. A cada três poltronas, duas estão bloqueadas. Todos ficam de máscara durante toda a permanência dentro da sala. O UCI anunciou antes de começar a sessão um sistema de ionização dos dutos de ar condicionado, um processo que ajuda a eliminar boa parte dos microorganismos dos ambientes climatizados (tecnologia usada na área de saúde – como em ambulatórios e centros cirúrgicos).

Ir ao cinema é um programa 100% seguro? Não, não é. Mas me pareceu mais seguro do que boa parte das coisas que já estão liberadas há meses.

Cuidem-se!

Despedida em Grande Estilo

Despedida em Grande EstiloCrítica – Despedida em Grande Estilo

Desesperados para pagar as contas e sustentar suas famílias, três idosos, amigos de longa data, se arriscam num plano para assaltar o mesmo banco que os explora.

Alguns filmes se propõem a ser grandes filmes. Outros não, apenas querem ser uma diversão despretensiosa. É o caso deste Despedida em Grande Estilo (Going in Style, no original).

Claro que o filme dirigido por Zach Braff (o JD da série Scrubs) se baseia no talento e no carisma de seu elenco. E não vejo nada errado nisso, afinal, o trio principal traz três veteranos ganhadores do Oscar, Michael Caine, Morgan Freeman e Alan Arkin. E ainda temos Christopher Lloyd, Ann Margret e Matt Dillon!

Despedida em Grande Estilo (Going in Style, no original) é refilmagem do filme homônimo de 1979, dirigido por Martin Brest (Um Tira da Pesada). Não vi o primeiro, não posso comparar. Mas posso dizer que esta refilmagem manda bem na proposta citada lá no segundo parágrafo.

A trama é meio clichê – a gente já viu isso em outros filmes. Mas até que toda a construção do plano é bem conduzida. E, mesmo já prevendo o final, Despedida em Grande Estilo consegue divertir.

Nada essencial. Mas cumpre o proposto.

p.s.: Christopher Lloyd é alguns anos mais novo que o trio principal (ele nasceu em 1938, enquanto os outros três nasceram entre 33 e 37). Mas no filme ele aparece bem mais acabado. Não sei se é do ator ou do personagem. Espero que seja do personagem!

O Último Caçador de Bruxas

ultimo caçador de bruxas - posterCrítica – O Último Caçador de Bruxas
O dia que o Vin Diesel quis ser Nicolas Cage!
Condenado com a imortalidade 800 anos atrás, um homem vive caçando bruxas nos dias de hoje e está prestes a enfrentar o maior desafio de sua vida.
Filme novo do diretor Breck Eisner (que não tinha filmado nada desde o bom A Epidemia / The Crazies, de 2010), O Último Caçador de Bruxas (The Last Witch Hunter, no original) traz bons efeitos especiais pra mostrar uma história com os pés fincados no cinema vagabundo – o roteiro foi escrito por Cory Goodman (Padre) em parceria com a dupla Matt Sazama e Burk Sharpless (Drácula – A História Nunca Contada). Daí dá pra ter uma ideia do filme que vamos ver.
O problema de O Último Caçador de Bruxas é justamente uma história com cara de filme B. É um terreno perigoso, poucos filmes trafegam por essa tênue linha e conseguem ser bons (como foi o caso de João e Maria Caçadores de Bruxas, um filme muito divertido, mas com cara de trash).
Por isso citei o Nicolas Cage lá em cima. Este filme tinha a cara dele! Gosto do Vin Diesel, mas quando vemos O Último Caçador de Bruxas, parece que é Dominic Toretto quem está na tela. Ainda no elenco, Elijah Frodo Woods e Rose You Know Nothing Jon Snow Leslie. Ah, tem o Michael Caine repetindo o papel de Alfred.
Enfim, se você deixar o cérebro do lado de fora da sala do cinema, vai se divertir.

Kingsman: Serviço Secreto

kingsmanCrítica – Kingsman: Serviço Secreto

Filme novo do Matthew Vaughn!

Uma organização secreta faz testes com novos recrutas para conseguir um novo espião. Durante o treinamento, uma ameaça global surge, vinda de um gênio da tecnologia.

Imagine um filme de 007, mas com mais humor e mais violência. Além disso, bom elenco, bom ritmo… o ano mal começou, e já temos um candidato à lista dos melhores filmes de 2015!

Mathew Vaughn tem uma extensa carreira como produtor (ele produziu os dois primeiros filmes do Guy Ritchie), mas dirigiu poucos filmes – este é seu quinto. Bem, até agora, tem uma carreira admirável: Nem Tudo é o que Parece, Stardust, Kick-Ass e X-Men Primeira Classe. Nada mal, não?

Mais uma vez Vaughn se baseia numa graphic novel, e desta vez traz uma trama absurda, uma espécie de versão jamesbondiana dos cavaleiros da távola redonda, com boas doses de humor e de violência. Várias coisas não têm sentido, mas se a gente usar um pouco de suspensão de descrença, o filme é divertidíssimo!

Diferente do “padrão Marvel sem sangue”, Kingsman tem bastante violência gráfica (como aconteceu em Kick-Ass). Uma cena, em particular, é um belíssimo balé violento, uma longa sequência de briga dentro de uma igreja, onde quase todos saem mortos. E, sobre o humor, Kingsman não é exatamente uma comédia, mas algumas cenas são engraçadíssimas. Gargalhei alto na sequência das cabeças explodindo!

O elenco é ótimo. Colin Firth mostra uma faceta ainda desconhecida na sua carreira: o herói de ação. Samuel L. Jackson também está ótimo, de língua presa, num personagem diferente do “badmotherf%$&cker” de sempre. O jovem desconhecido Taron Eggerton (será que é parente da Tamsin Eggerton?) é outro que também está perfeito. E o filme ainda tem o Mark Luke Skywalker Hammil! Ainda no elenco, Michael Caine, Mark Strong, Jack Davenport, Sophie Cookson e Sofia Boutella.

Não sei se existe uma franquia prevista. Mas não me espantarei se anunciarem em breve um Kingsman 2.

Interestelar

0-InterstellarCrítica – Interestelar

Filme novo do Christopher Nolan!

Num futuro próximo, onde recursos naturais estão cada dia mais escassos, um grupo de exploradores usa um recém descoberto “buraco de minhoca” para ultrapassar os limites da exploração espacial.

A expectativa era alta. Depois da elogiada trilogia do Batman e do também elogiado A Origem / Inception, Nolan anunciou uma ficção científica “correta”, dirigida por ele e escrita por ele ao lado do seu irmão Jonathan Nolan. Interestelar (Interstellar, no original) fala da tentativa de conquista espacial através de “buracos de minhoca” (wormholes).

Mas… Parece que faltou humildade a Nolan, que, aparentemente, queria “brincar de Kubrik” e fazer um novo 2001. Interestelar até tem alguns bons momentos de tensão, mas o ritmo é muito irregular, e o resultado ficou longo, pretensioso – e chato. São quase três horas de filme (169 minutos) de muito papo cabeça! Sinceramente, não precisava ser tão longo.

Não entendo de astronomia, então não posso julgar se o filme é cientificamente correto como se propôs. Mas entendo de cinema, e posso afirmar que tecnicamente, o filme é excelente. O visual do filme é muito bem feito, e algumas cenas são impressionantes – a morte de um dos personagens pode figurar fácil em listas de melhores cenas do ano. Interestelar só deu azar de ter vindo um ano depois do impressionante Gravidade – Nolan não usa tantos planos-sequência alucinantes quanto o Alfonso Cuarón…

Interestelar é daquele tipo de filme que foca mais nos efeitos especiais do que nos atores, mas mesmo assim Matthew McConaughey faz um bom trabalho, liderando um bom elenco, que conta com Anne Hathaway, Jessica Chastain, John Lithgow, Michael Caine, Matt Damon, Casey Affleck, Topher Grace, Wes Bentley e Ellen Burstyn

Por fim, preciso falar do robô TARS. Admito que gostei como alívio cômico, mas… não sei de quem foi a ideia de fazer os robôs daquele formato. Vou te falar que o cinema deu gargalhadas quando o robô correu pela água. E acho que essa não era a objetivo dos realizadores…

Truque de Mestre

Crítica – Truque de Mestre

Um agente do FBI e uma detetive da Interpol investigam um grupo de ilusionistas que rouba bancos durante suas performances e distribui o dinheiro para sua plateia

Truque de Mestre (Now You See Me, no original) é um filme coerente. Como num espetáculo de mágica, temos um monte de artifícios para chamar nossa atenção. Então, enquanto nos distraímos com o espetáculo, não reparamos no roteiro cheio de falhas.

Como espetáculo, Truque de Mestre é empolgante. Da escola “lucbessoniana”, o diretor Louis Leterrier proporciona um visual bem cuidado ao seu filme. Parece que não há nenhuma tomada estática, a câmera está sempre se movimentando, na grua, na dolly ou na mão do operador, isso tudo ajudado por uma trilha sonora empolgante. E os shows de mágica são bem legais.

Tudo flui num ritmo muito bom – mas, se a gente parar pra pensar, começa a notar as inconsistências do roteiro. Não vou entrar em detalhes por causa dos spoilers, mas todos os três grandes shows de mágica têm pontos mal explicados. E a necessidade de uma reviravolta final gerou uma solução que foi uma das maiores forçações de barra do cinema recente, era melhor ter terminado o filme sem esta desnecessária reviravolta.

Ah, o elenco é acima da média: Morgan Freeman, Michael Caine, Jesse Eisenberg, Woody Harrelson, Isla Fisher, Dave Franco, Mark Ruffalo e Mélanie Laurent. Alguns estão no piloto automático – Eisenberg parece repetir o papel de A Rede Social; mas outros estão muito bem – gostei muito do personagem de Harrelson.

Enfim, assim como um bom espetáculo de ilusionismo, Truque de Mestre é bem divertido. Mas só se você se deixar enganar.

Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge

Crítica – Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge

Uma das estreias mais aguardadas do ano!

Depois dos eventos de Batman – O Cavaleiro das Trevas, Bruce Wayne agora vive recluso e Batman não aparece há anos. Até que Bane, um novo e terrível vilão, aparece para ameaçar Gotham City.

A tarefa era difícil, dar continuidade a Batman – O Cavaleiro das Trevas, um dos melhores flmes baseados em quadrinhos da história. Mas Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge fez um bom trabalho, é uma sequência à altura. Fecha bem a sólida trilogia do diretor Christopher Nolan – a qualidade foi mantida ao longo dos três bons filmes.

Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge é um filme sério e tenso. Algumas partes são sensacionais – gostei muito da sequência do estádio e de toda a parte final. Antes da sessão, pensei que talvez o filme pudesse ser um pouco mais curto, são duas horas e quarenta e quatro minutos. Mas Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge não tem “barriga”, o filme flui muito bem.

O roteiro não é perfeito, é preciso muita suspensão de descrença em algumas cenas – por exemplo, vários vilões não usam armas de fogo, mesmo com as armas nas mãos. Mas isso é um detalhe que quase não incomoda. Mesmo assim, Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge é um excelente filme, melhor que a maioria que é lançado no circuito.

Uma preocupação para este terceiro filme era o vilão, por causa do vilão do filme anterior. Não só o Coringa é um dos vilões mais famosos da história dos quadrinhos, como Heath Ledger teve uma interpretação arrebatadora – chegou a ganhar postumamente o Oscar pela sua atuação como Coringa. O vilão Bane não é tão conhecido quanto o Coringa, e Tom Hardy não foi tão impressionante. Mas o conjunto foi excelente – Bane é um vilão perfeito e assustador.

(Ainda sobre Bane: li em algum lugar que Tom Hardy não seria uma boa escolha para o papel, porque ele é pequeno (1,78m, segundo o imdb), enquanto Bane é um grandalhão. Mas, não sei se usaram truques de câmera ou cgi, no filme Hardy parece ser muito maior do que é. Seu Bane não decepciona nem pela interpretação, nem pelo tamanho!)

Aliás, o elenco é invejável. Além de Hardy, voltam aos seus papeis Christian Bale, Michael Caine, Gary Oldman e Morgan Freeman. E o filme ainda conta com Marion Cotillard, Joseph Gordon-Levitt, Mathew Modine, Juno Temple, Nestor Carbonell e Anne Hathaway.

Deixei Anne Hathaway por último porque achei a sua Selina Kyle uma das melhores coisas de Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge. Rolava uma comparação mental óbvia com a Mulher Gato de Michelle Pfeiffer do filme de 1992 (e não com a terrível Mulher Gato de Halle Berry de 2004!). Mas Anne consegue dar leveza, beleza e principalmente credibilidade ao seu papel – sua Selina parece uma pessoa “de verdade”. Detalhe curioso: ao longo do filme, ela nunca é chamada de Mulher Gato!

Christopher Nolan mais uma vez mostra um domínio técnico impressionante, e suas sequências de ação são absurdamente bem feitas – a parte técnica do filme é impecável. E, boa notícia: ele não gosta de 3D (e heu concordo com ele!). Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge é um dos raros blockbusters atuais sem uma versão 3D, só existem opções 2D nos cinemas.

E aí fica a pergunta: é melhor que Os Vingadores? Olha, são filmes diferentes, estilos diferentes. Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge é mais realista, não tem ninguém com super-poderes. Ambos são bons filmes. Em vez de pensar qual é o melhor, prefiro pensar que em 2012 tivemos dois excelentes filmes baseados em quadrinhos de herois.

Mais uma coisa: li por aí que esse filme seria o “fim da trilogia”. Bem, como trilogia são 3 filmes, a frase está correta. Mas rola um forte gancho para uma continuação. Será que Nolan pensou em uma quadrilogia?

Fica a dica: vá ao cinema ver Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge. Filmão, merece a tela grande. E que venha o próximo!

Por fim, preciso falar da desorganização do Botafogo Praia Shopping, onde fica o cinema Cinemark, local de uma das pré-estreias. A sessão estava marcada para uma quinta feira, às 23:55. Mas o shopping fechava mais cedo. Resultado: o estacionamento já estava fechado (tive que deixar o carro na rua), o segurança ficava enchendo o saco na hora de entrar no shopping (por que diabos alguém iria querer entrar no shopping com tudo fechado senão para ver o filme?), e o elevador estava desligado (o cinema fica no oitavo andar!). Ora, se o shopping não vai funcionar, por que marcar a sessão?

E não acabou aí. Pra piorar, a sessão começou com inacreditáveis 27 minutos de atraso. E a cereja do bolo: no meio da sessão, a sala ficou insuportavelmente quente – acredito que tenhma desligado o ar condicionado. Sorte que religaram antes do fim. Pode falta de respeito maior?

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Superman
A Origem
Batman – O Cavaleiro das Trevas
Homem de Ferro 2

Viagem 2: A Ilha Misteriosa

Crítica – Viagem 2: A Ilha Misteriosa

Um dos primeiros textos aqui do blog foi sobre Viagem Ao Centro da Terra – foi o meu segundo post. Chegou a hora de falar da continuação.

O jovem e rebelde Sean descobre um mapa para encontrar a Ilha Misteriosa de Julio Verne, lugar onde seu avô parece estar perdido. Com a ajuda do padrasto, de um piloto de helicóptero e de sua filha, ele vai até a ilha.

Viagem 2: A Ilha Misteriosa tem basicamente dois problemas. O primeiro é a falta de definição sobre ser uma continuação ou não. A começar pelo título – “Viagem 2” – título incomum, não? Um personagem do primeiro filme está de volta, mas todos os outros são solenemente ignorados – assim como todos os acontecimentos do outro filme. Sei lá, acho que poderiam deixar o “2” de lado e investir em um filme independente com o jovem Sean.

O outro problema é que precisamos de muita suspensão de descrença aqui. Assim como acontece no primeiro filme, os acontecimentos daqui são altamente improváveis – só pra citar um exemplo do início do filme: três ilustrações de livros diferentes formam um mapa – não foi uma certa coincidência as edições terem ilustrações do mesmo tamanho? E assim o filme segue, um absurdo atrás do outro. 007 perde na mentirada!

Várias pontas soltas no roteiro só pioram isso. São muitas questões não respondidas, como o que acontece com os animais locais durante os 140 anos que a ilha fica submersa; ou ainda como ruínas centenárias ficam de pé, se, quando a ilha afunda, terremotos destroem tudo.

Relevando esses “detalhes”, Viagem 2: A Ilha Misteriosa até é divertido. Assim como no filme de 2008, a sensação que o filme passa é que estamos em um parque de diversões – principalmente por causa do efeito 3D. Nisso, o filme é eficiente. Os efeitos especiais são muito bem feitos. Viagem 2: A Ilha Misteriosa é daquele tipo de filme que ficaria capenga com efeitos fracos. Temos insetos gigantes ao lado de elefantes em miniatura, vôos em abelhas e cenários deslumbrantes.

O elenco é até legal. Josh Hutcherson (Minhas Mães e Meu Pai) é o único remanescente do outro filme – Brendan Fraser, protagonista do primeiro, foi ignorado e trocado por Dwayne “The Rock” Johnson (Velozes e Furiosos 5). Além deles, o elenco conta com Michael Caine (Batman – O Cavaleiro das Trevas), Vanessa Hudgens (Sucker Punch) e Kristin Davis (Sex And The City). Pra mim, a única bola fora é o personagem de Luis Guzmán, um alívio cômico caricato e sem graça. Guzman, de O Pagamento Final e Boogie Nights, merece mais do que isso!

Ah, sim, a “cena do peitoral”. Li pela internet várias críticas à cena onde o “The Rock” coloca os músculos para dançarem. Mas, olha, achei tão ridículo (no bom sentido) que não me incomodou. Me pareceu que o Rock estava tirando sarro de si mesmo.

Por fim, preciso falar de uma bola fora da cópia dublada em português. Determinado momento, Dwayne Johnson canta uma versão de What A Wonderful World. A música não foi dublada, ponto positivo. Mas tampouco rolam legendas – e a letra está diferente da original. Traduzi para a minha filha, que estava ao meu lado, mas acredito que boa parte do cinema não entendeu a piada do “older than Yoda”…

Enfim, nada demais. Mas pode divertir quem estiver no clima certo.

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A Origem

A Origem

O novo filme de Christopher Nolan, o incensado diretor de Batman – O Cavaleiro das Trevas, chega aqui com algo invejável no currículo: o terceiro lugar no Top 250 dos melhores filmes de todos os tempos do imdb. Impressionante, não?

O filme é bom. Mas não achei tudo isso não…

A trama fala de pessoas com a habilidade de entrar no sonho de outras pessoas. Um homem com habilidade de roubar ideias e conhecimentos de dentro de sonhos alheios é contratado para inserir uma ideia – algo que até agora nunca tinha sido feito.

O filme tem um grande mérito: é uma ideia nova, numa Hollywood repleta de refilmagens e releituras. Ok, esse papo de entrar nos sonhos alheios já estava em Dreamscape – Morte nos Sonhos, de 1984. Mesmo assim, não é uma ideia reciclada, são filmes diferentes.

Os efeitos especiais são impressionantes. Ruas que se dobram, brigas em gravidade zero, edifícios desmoronando como castelos de areia… Rola até uma versão “real” da famosa escada infinita de Escher! E o melhor de tudo é que os efeitos não são daqueles que atrapalham a história, como num Transformers, por exemplo.

O elenco estelar é outro destaque. Leonardo Di Caprio, ainda com resquícios de seu papel em Ilha do Medo, lidera um elenco cheio de atores legais: Joseph Gordon-Levitt (500 Dias Com Ela), Ellen Page (Juno), Marion Cotillard (Inimigos Públicos), Ken Watanabe (O Último Samurai), Cillian Murphy (Extermínio), Tom Berenger, Lukas Haas, Tom Hardy, Dileep Rao, e ainda rolam participações especiais de Michael Caine e Pete Postlethwaite.

(Pequeno parênteses para falar do Joseph Gordon-Levitt. Sou fã dele desde a época que ele era o ator adolescente que fazia o Tommy Solomon em 3rd Rock From The Sun. Parece que ele encontrou o caminho para o estrelato. Depois de Killshot, G.I. Joe e 500 Dias com Ela, aqui ele é o principal coadjuvante. Tommy Solomon vai longe!)

E aí a gente chega no ponto que falei lá em cima. Uma super produção destas merecia um roteiro melhor! O roteiro de A Origem tem um monte de pequenas inconsistências. Por exemplo: quem está sonhando acorda ao sentir que está caindo – mas quando a van capota, ninguém acorda. Ou então o lance de morrer no sonho e, às vezes acordar, às vezes ir pro limbo. Ou ainda a gravidade zero, que rola em um nível, mas não no nível seguinte. Algumas destas falhas são explicadas, mas as explicações são tão forçadas…

(Também tem a péssima mira dos vilões armados, mas isso infelizmente é uma constante nos filmes de ação em Hollywood…)

Christopher Nolan é um cara talentoso. Este é o seu sexto filme nos últimos 10 anos, todos bons (Amnésia, Insônia, O Grande Truque e os dois novos Batman). Com o crescente sucesso de público e crítica, ele escreveu e dirigiu este A Origem, e aredito que ele achava que ia ser a sua obra prima. E o pior é que tem muita gente que concorda com ele, vide a lista do imdb!

Como disse lá em cima, o filme é bom, melhor que a média. Só não espere por uma obra prima, como os outros que estão na lista do imdb.

Um Plano Brilhante

Um Plano Brilhante

Nos anos 60, Laura Quinn (Demi Moore) é a única mulher dentre os executivos de uma grande empresa de diamantes em Londres. Sua grande frustração é não conseguir uma ascenção profissional pelo simples fato de ser mulher. Por isso, se junta ao faxineiro sr. Hobbs (Michael Caine), que tem um plano mirabolante para roubarem diamantes.

Dirigido por Michael Radford, Um Plano Brilhante não é ruim, e tampouco é bom. É um filme simples, mas eficiente. Vai distrair aqueles com baixa expectativa. E depois de um ou dois meses, todos vão esquecer o filme…

Digno de destaque, acho que só a atuação de Michael Caine, como o faxineiro que idealiza o plano. Caine realmente convence nas nuances de seu personagem. Além de Caine, claro, tanto Demi Moore (ainda bonita com seus 45 anos); quanto Lambert Wilson (o Merovingian de Matrix) estão bem em seus papéis.

A trama que seria sobre um simples assalto traz uma reviravolta na execução deste. Se a gente parar para pensar, era impossível para um faxineiro manco e com aquela idade executar sozinho aquilo tudo. Mas é só a gente relaxar, deixar o cérebro de lado e curtir. Afinal, ninguém vai lembrar do filme mês que vem mesmo…