Quando as Luzes se Apagam

lights out - posterCrítica – Quando as Luzes se Apagam

Quando uma mulher descobre que seu meio irmão mais novo está passando pelos mesmos problemas que uma vez testaram sua sanidade, ela resolve desvendar o segredo que envolve uma entidade ligada à sua mãe.

Uns anos atrás surgiu no youtube o curta Lights Out, um videozinho de terror onde uma criatura aparecia quando uma mulher apagava as luzes do corredor. O vídeo viralizou e fez um sucesso enorme, o que gerou este longa, co-escrito e dirigido pelo mesmo David F. Sandler, realizador do curta.

Quando as Luzes se Apagam (Lights Out, no original) tem um conceito genial: a criatura que aparece nas sombras, mas que some quando a luz acende. Acho que este é um medo básico do ser humano, o medo do escuro, o medo de não saber o que está nas sombras, onde não conseguimos ver.

Neste ponto, o filme é muito bom. Sandberg consegue criar um clima ótimo usando uma fotografia cheia de contrastes entre claro e escuro. Digo mais: a criatura é assustadora, e o filme é uma montanha russa de sustos divertidos.

Alguns rabugentos vão reclamar que o filme é uma única ideia esticada. Ok, na verdade, Quando as Luzes se Apagam é basicamente o conceito do curta esticado num longa – tanto que o filme é curtinho, menos de uma hora e meia. Mas isso não me incomodou, justamente por ser um filme curto.

Se existe um problema é que o roteiro procura saídas óbvias em determinados momentos, tipo a personagem encontrar uma fita cassete no ponto exato que conta o que ela queria ouvir. Nada muito grave, muitos filmes usam este artifício. Mas temos que admitir que é um recurso preguiçoso.

O elenco está bem. Teresa Palmer tem carisma e talento para segurar o filme, e ainda tem uma inspirada Maria Bello ao seu lado. Também no elenco, Gabriel Bateman,  Alexander DiPersia e Billy Burke. Ah, Lotta Losten, a atriz do curta, aparece na sequência inicial.

Diferente da maioria dos filmes de terror, a história fecha no fim, não existe um gancho para um segundo filme. Mas não acho que ter um desfecho para a trama chega a ser uma notícia ruim. Só resta saber como vão fazer a provável continuação…

A Casa dos Mortos

0-acasadosmortosCrítica – A Casa dos Mortos

Um grupo de jovens morre enquanto investigava uma casa onde aconteceram assassinatos décadas atrás. Um policial e uma psicóloga entrevistam o único sobrevivente para tentar descobrir o que aconteceu.

James Wan (Jogos Mortais, Sobrenatural, A Invocação do Mal) infelizmente anunciou que não vai mais dirigir filmes de terror – este ano (2015) ele lançará Velozes e Furiosos. Mas ele ainda usa o nome pra vender filmes “menores” de terror. É o caso deste A Casa dos Mortos (Demonic, no original), que traz o nome de Wan como autor do argumento e como um dos produtores.

Dirigido por Will Canon, A Casa dos Mortos tem uma coisa boa, coerente com a carreira recente de Wan: é um “terror à moda antiga” – mais uso de câmera pra criar a tensão e menos gore. E o início do filme é bem legal, usando o estilo “câmera encontrada” apenas pra mostrar os flashbacks. Pena que o roteiro se perca na parte final, particularmente, achei o fim muito ruim.

No elenco, Maria Bello (Marcas da Violência) e Frank Grillo (Uma Noite de Crime 2) estão ok. O resto do elenco é de jovens desconhecidos: Cody Horn, Dustin Milligan, Megan Park, Scott Mechlowicz, Aaron Yoo e Ashton Leigh. Ninguém se destaca, ninguém compromete.

Existe muito pouca informação sobre A Casa dos Mortos pela internet. O filme ainda está sem nota no imdb porque consta como “ainda não lançado” – curiosamente, segundo o imdb, o filme está sendo lançado aqui no Brasil agora em fevereiro, depois será lançado na Turquia em abril, e por enquanto é só – ainda não existem outras datas e países na página do imdb.

Pelo fim do filme, acredito que os produtores estejam pensando em uma continuação (algo muito comum no estilo). Se esta continuação realmente acontecer, fico curioso para saber o que vai acontecer com a “entidade” do fim do filme…

Os Suspeitos (2013)

Crítica – Os Suspeitos

Tardiamente, vi o elogiado Os Suspeitos.

Duas meninas são sequestradas. Como a polícia se mostra ineficiente, Keller Dover, um dos pais, decide que ele não tem escolha a não ser tomar o assunto em suas próprias mãos. Mas até onde esse pai desesperado vai para proteger a sua família?

O diretor canadense Denis Villeneuve chamou a atenção do resto do mundo com Incêndios, seu filme anterior – outro que ainda preciso ver. Aqui, em sua estreia hollywoodiana, Villeneuve consegue um bom equilíbrio entre o drama e o suspense, com altas doses de religiosidade através do protagonista Keller Dover.

Um dos pontos fortes de Os Suseitos (Prisioners, no original) é o elenco. Hugh Jackman prova (mais uma vez) que é um dos maiores astros da Hollywood contemporânea. O seu Keller, impulsivo e violento, parece uma versão real do Wolverine, seu personagem mais famoso – não sei por que não foi indicado ao Oscar este ano. Paul Dano e Melissa Leo também estão excelentes como uma família nada convencional, filho adulto com QI baixo e sua mãe (ou tia?). Na minha humilde opinião, o ponto fraco está com o Jake Gyllenhaal – algumas atitudes do seu personagem fogem do tom do filme (como o incidente no interrogatório ou a demora em reconhecer o labirinto na foto) – mas nada muito grave. Ainda no elenco, Maria Bello, Viola Davis e Terrence Howard

Os Suspeitos tem pouco mais de duas horas e meia. O ritmo é bom, não chega a ser cansativo – mas talvez pudesse ser um pouco mais curto.

Por fim, preciso falar do nome dado pelos distribuidores brasileiros. Qual o problema com “Prisioneiros”? Por que usar o mesmo nome de um filme de sucesso de público e crítica, aquele Os Suspeitos que ganhou Oscar de melhor roteiro e melhor ator coadjuvante em 1996?

Gente Grande

Gente Grande

Depois do fracasso comercial de Tá Rindo Do Que?, Adam Sandler resolveu apostar em um projeto menos arriscado: este Grown Ups (no original), uma comédia despretensiosa com quatro antigos companheiros da época do Saturday Night Live.

Um grupo de cinco amigos da época da escola se reencontra 30 anos depois, para o enterro do antigo técnico de basquete. Na ocasião, aproveitam o feriado para alugar uma casa à beira de um lago e, ao lado de suas famílias, relembrar momentos da infância.

O que o filme traz de bom é a boa química entre os atores. Adam Sandler, Kevin James, Chris Rock, David Spade e Rob Schneider se conhecem há muito tempo e já trabalharam juntos diversas vezes – isso ajuda na velocidade das piadas. Ok, Schneider é tão ruim que não adianta química, suas piadas são sem graça. Mas os outros funcionam bem juntos, apesar do humor meio bobalhão de Rock e Spade.

Mas uma boa química não adianta muita coisa, se o roteiro é fraco. Não existe desenvolvimento nem da trama nem dos personagens, o filme é inteiramente baseado nas piadas nem sempre engraçadas.

E assim, um bom elenco foi desperdiçado numa comédia boba. E quando falo em bom elenco, não me refiro apenas aos cinco protagonistas. Salma Hayek e Maria Bello fazem duas das esposas, e ambas têm papéis bestas. E ainda tem o bom Steve Buscemi num papel completamente idiota!

Gente Grande me lembrou Encontro de Casais, filme onde a gente vê que os atores estão curtindo mais do que o público. Tudo bem que este Gente Grande não é tão ruim quanto o outro – aqui, pelo menos algumas piadas são engraçadas, diferente de Encontro de Casais, onde nada se salva.

O fim do filme tenta trazer uma lição de moral, mas nem isso funciona. “Joe Hollywood” (Sandler) precisaria ter mais humildade antes de tentar ensinar isso aos seus filhos.

Só pra aqueles dias que não estamos exigentes.