Sobrenatural: A Origem

sobrenatural-origem-posterCrítica – Sobrenatural: A Origem

Alguns anos antes dos acontecimentos do primeiro Sobrenatural, a médium Elise Rainier relutantemente concorda em usar sua habilidade em contatar os mortos para ajudar uma jovem que está sendo perseguida por uma entidade sobrenatural.

Rolava uma grande expectativa sobre este Sobrenatural: A Origem (Insidious: Chapter 3, no original). Por um lado, era a terceira parte de um dos melhores filmes de terror da última década; por outro lado, mudou o diretor, o que quase sempre é mau sinal.

(James Wan, diretor dos dois primeiros filmes da franquia (e também de A Invocação do Mal, outro bom terror no mesmo estilo), largou o terror e virou diretor de blockbusters, ele dirigiu Velozes e Furiosos 7 e agora está cotado para dirigir o novo Aquamen. Aqui ele faz uma ponta (como o diretor do teatro) e está na produção, ao lado de dois outros nomes “peso-pesado” do terror contemporâneo, Oren Peli (Atividade Paranormal) e Jason Blum (criador da Blumhouse Productions, responsável por dezenas de filmes de terror nos últimos anos).)

James Wan saiu, mas a franquia continua em boas mãos. Leigh Whannell, roteirista dos dois primeiros filmes (e parceiro de Wan desde a época de Jogos Mortais) assumiu a direção (além de continuar como roteirista). Assim, trago boas notícias: o terceiro filme mantém a qualidade!

Sobrenatural: A Origem segue o estilo dos outros dois filmes. O terror é old school, baseado na tensão e não no gore. Boa ambientação, ajudada por uma trilha sonora tensa, com vários sustos ao longo da projeção. E, de bônus, uma das melhores cenas de atropelamento que já vi.

Trata-se de um prequel, se passa antes do primeiro filme. Não vemos ninguém da família Lambert, mas por outro lado, a Elise de Lin Shaye tem um papel quase principal. Aliás, Lin Shaye é um daqueles casos onde uma grande atriz só é descoberta depois de ralar muito. Shaye está com 71 anos e tem 180 filmes na sua página do imdb, e mesmo assim ainda é um nome pouco conhecido – mas mostra que já deveria estar no primeiro time de Hollywood.

Ainda sobre o elenco: a pouco conhecida Stephanie Scott está bem no papel principal, assim como Dermot Mulroney, que faz seu pai. E Angus Sampson e o diretor Whannell também voltam aos papeis da dupla Tucker e Specs – vemos como eles conheceram Elise.

E aí fica a dúvida sobre a inevitável comparação: Sobrenatural: A Origem é tão bom quanto os outros dois? Olha, posso dizer que pode até não ser um marco na história do cinema de horror como foi o primeiro, mas pelo menos segura a onda da franquia, mantendo-a num elevado nível (coisa que não aconteceu com Jogos Mortais, que foi caindo de qualidade).

Agora resta saber se vai ter um quarto filme. Jogos Mortais parou no sétimo…

Velozes e Furiosos 7

0-Velozes 7Crítica – Velozes e Furiosos 7

Depois de derrotar um terrorista inglês, Dominic Toretto e seus amigos deixaram a vida marginal de lado. Mas agora o irmão do terrorista quer vingança.

Duas grandes expectativas acompanhavam este sétimo filme da franquia Velozes e Furiosos: como fariam com o personagem de Paul Walker, que faleceu antes do filme ser concluído; e como o diretor James Wan se sairia fora do terror.

Primeiro, um aviso aos fãs do Paul Walker: Brian, seu personagem, está presente em todo o filme. Caleb Walker e Cody Walker, irmãos de Paul, serviram de dublês, e a produção usou cgi para colocar o seu rosto nos dublês. O filme já estava mais da metade filmado, nem dá para saber quais cenas foram feitas pelo ator e quais são com os dublês. A única cena que a gente sabe que foi com dublê é a última, a cena da despedida do personagem, uma bonita homenagem ao ator.

Sobre James Wan (o diretor de Jogos Mortais, A Invocação do Mal e os dois Sobrenatural): o cara mostra que também tem boa mão em cenas de ação. Com sequências repletas de adrenalina e bom humor, Velozes e Furiosos 7 (Furious 7, no original) é um dos melhores filmes da franquia.

Aliás, a franquia Velozes e Furiosos é curiosa. O primeiro filme é legalzinho, mas nada demais; o segundo é maomeno; e o terceiro chega a ser dispensável. O quarto filme melhorou o nível, mas ainda era muito sério; e a partir do quinto, não só manteve a qualidade como ainda rumou para a galhofa, tornando tudo mais divertido.

Wan confirma a tendência para a galhofa e o seu Velozes 7 às vezes parece uma comédia – carros voam mais de uma vez ao longo do filme! Os fãs vão se divertir, além de várias sequências absurdas, temos perseguições de carros, brigas, tiros e explosões, como nos outros filmes da série.

Outro destaque deste sétimo filme é Jason Statham, que apareceu para ser o melhor de todos os vilões da franquia. Statham é um vilão sensacional, o “ultimate badass” – não é qualquer um que convence dando porrada num cara do tamanho do Dwayne Johnson!

Aliás, o elenco é um dos pontos fortes do filme. Quase todos do sexto filme estão de volta aqui – Vin Diesel, Paul Walker, Dwayne Johnson, Jordana Brewster, Michelle Rodriguez, Ludacris, Tyrese Gibson e Elsa Pataky – Gal Gadot e Sung Kang só aparecem em fotos e imagens de arquivo. E, além de Statham, o novo filme conta com outras boas adições ao elenco: Kurt Russell, Tony Jaa, Djimon Hounsou e Ronda Rousey. É quase um novo Mercenários

(É curioso notar que os três atores carecas e fortões são os mais carismáticos. Jason Statham, Vin Diesel e Dwayne Johnson são as melhores coisas do elenco.)

Não sei se teremos um oitavo filme. Mas olha, se mantiverem este nível, não me incomodo de ver mais!

 

A Casa dos Mortos

0-acasadosmortosCrítica – A Casa dos Mortos

Um grupo de jovens morre enquanto investigava uma casa onde aconteceram assassinatos décadas atrás. Um policial e uma psicóloga entrevistam o único sobrevivente para tentar descobrir o que aconteceu.

James Wan (Jogos Mortais, Sobrenatural, A Invocação do Mal) infelizmente anunciou que não vai mais dirigir filmes de terror – este ano (2015) ele lançará Velozes e Furiosos. Mas ele ainda usa o nome pra vender filmes “menores” de terror. É o caso deste A Casa dos Mortos (Demonic, no original), que traz o nome de Wan como autor do argumento e como um dos produtores.

Dirigido por Will Canon, A Casa dos Mortos tem uma coisa boa, coerente com a carreira recente de Wan: é um “terror à moda antiga” – mais uso de câmera pra criar a tensão e menos gore. E o início do filme é bem legal, usando o estilo “câmera encontrada” apenas pra mostrar os flashbacks. Pena que o roteiro se perca na parte final, particularmente, achei o fim muito ruim.

No elenco, Maria Bello (Marcas da Violência) e Frank Grillo (Uma Noite de Crime 2) estão ok. O resto do elenco é de jovens desconhecidos: Cody Horn, Dustin Milligan, Megan Park, Scott Mechlowicz, Aaron Yoo e Ashton Leigh. Ninguém se destaca, ninguém compromete.

Existe muito pouca informação sobre A Casa dos Mortos pela internet. O filme ainda está sem nota no imdb porque consta como “ainda não lançado” – curiosamente, segundo o imdb, o filme está sendo lançado aqui no Brasil agora em fevereiro, depois será lançado na Turquia em abril, e por enquanto é só – ainda não existem outras datas e países na página do imdb.

Pelo fim do filme, acredito que os produtores estejam pensando em uma continuação (algo muito comum no estilo). Se esta continuação realmente acontecer, fico curioso para saber o que vai acontecer com a “entidade” do fim do filme…

Annabelle

annabelleCrítica – Annabelle

Spin-off de A Invocação do Mal!

Um casal vivencia terríveis eventos sobrenaturais envolvendo uma velha boneca, logo depois de ter sua casa invadida por praticantes de um culto satânico.

Confesso que heu estava com um grande pé atrás com esse Annabelle. James Wan, o diretor dos dois Sobrenatural e de A Invocação do Mal passou a batuta para o seu diretor de fotografia, John R. Leonetti (que já tinha dirigido o fraco Efeito Borboleta 2). E a história do cinema nos conta que quando bons diretores passam a bola, o resultado muitas vezes deixa a desejar.

Ok, Annabelle é inferior a A Invocação do Mal. Mas isso não significa que seja um filme ruim, longe disso! Leonetti mostra que aprendeu com Wan (aqui como produtor) e faz um filme no mesmo estilo dos três citados no parágrafo anterior. Terror “old school” – truques de câmera, trilha sonora tensa, poucos efeitos especiais e pouco gore. E, o principal: muitos sustos.

Falando em poucos efeitos especiais: uma coisa que achei bem legal é que a boneca Annabelle não se mexe. Não é um boneco com vida, como o Chucky, de Brinquedo Assassino. Annabelle só se move quando ninguém está vendo… Dá mais medo assim, né?

Alguns lances de Annabelle são muito bons. Por exemplo, a sequência da máquina de costura e da pipoca é um exemplo de perfeita construção da tensão – takes simples bem costurados, sem a necessidade de efeitos especiais. Resultado: todo mundo nervoso no cinema!

No elenco, uma coisa curiosa: a atriz principal se chama Annabelle Wallis. Mais ou menos como se o Jason Momoa estrelasse um Sexta Feira 13 ou o Freddy Rodriguez, um A Hora do Pesadelo. Deve ter rolado um monte de piadas no set de filmagens… Também no elenco, Ward Horton, Alfre Woodard e Tony Amendola. Os personagens de Vera Farmiga e Patrick Wilson, de A Invocação do Mal, são citados, mas não aparecem.

Por fim, ver um filme desses num cinema cheio é muito legal. Como é um filme que mexe com medo e com sustos, muitas pessoas na plateia reagem de maneira divertida. Recomendo!

Sobrenatural Capítulo 2

Crítica – Sobrenatural Capítulo 2

Opa! Continuação do ótimo Sobrenatural, uma das melhores surpresas de 2010!

A família Lambert continua assombrada. Agora eles precisam descobrir o mistério que os conecta ao mundo espiritual.

Sobrenatural foi uma agradável surpresa. James Wan e Leigh Whannell, diretor e roteirista de Jogos Mortais, mostraram talento em um excelente terror à moda antiga, sem nada de gore. E este ano eles repetiram a dose com outro bom filme no mesmo estilo, A Invocação do Mal.

Sobrenatural Capítulo 2 segue esta mesma linha. Boa ambientação de “casa mal assombrada”, excelente uso de câmera, trilha sonora eficiente e – principalmente – bons sustos.

Claro, temos muitos clichês. Mas, na minha humilde opinião, são clichês bem utilizados. Comparo este filme com um trem fantasma de parque de diversões: sabemos que os sustos estão lá, mas mesmo assim pode ser um programa divertido. E digo mais: nem todos os sustos de Sobrenatural Capítulo 2 são previsíveis.

Sobrenatural Capítulo 2 ainda tem uma coisa bem legal que quase não vemos por aí. Revemos uma cena do primeiro filme, agora de outro ângulo. Boa sacada de Wan e Whannell!

O elenco repete todos que estavam no primeiro filme. Patrick Wilson está muito bem num papel com citações ao Jack Torrance de O Iluminado. Rose Byrne, Barbara Hershey e Lin Shaye também estão bem. Angus Sampson e o roteirista Leigh Whannell fazem o alívio cômico, que gerou algumas risadas na sala do cinema.

Claro que rola um gancho pra parte 3. Mas não sei se vai existir um terceiro filme, o diretor James Wan deu declarações dizendo que não faria mais filmes de terror, e está fazendo o sétimo Velozes e Furiosos. Ou seja, se tiver um terceiro filme, deve ser com outro diretor – o que quase sempre significa queda de qualidade. Assim, torço pra terminar neste segundo filme!

p.s.: Sobrenatural Capítulo 2 estreou no Rio, mas só na zona norte e zona oeste. Por que não na zona sul? Por que o preconceito? Depois reclamam da pirataria! Sorte que viajei pra outra cidade no fim de semana e consegui ver o filme ainda no cinema!

A Invocação do Mal

Crítica – A Invocação do Mal

Uêba! Filme de terror bom novo!

1971. Uma família se muda para um velho casarão, mas passa a sofrer nas mãos de espíritos que moram na casa. Para manter as cinco filhas seguras, os pais contratam o casal Ed e Lorraine Warren, famosos por desvendar casos paranormais.

Diz a divulgação que A Invocação do Mal (The Conjuring, no original) foi baseado em fatos reais. O casal Ed e Lorraine Warren realmente existiu, eles lançaram vários livros e disseram que investigaram mais de dez mil casos paranormais – o mais famoso deles originou o filme Horror em Amityville. Só não sabemos até que ponto a história contada aqui realmente aconteceu…

A direção ficou com James Wan, famoso por seu filme de estreia, Jogos Mortais (o primeiro), filme muito bom, mas com excesso de sangue e gore. Wan foi ainda mais eficiente em seu quarto filme, Sobrenatural, um dos melhores “filmes de fantasma” dos últimos tempos. Curiosamente, Sobrenatural é um “terror à moda antiga” – não tem nada de sangue e gore.

A Invocação do Mal está mais próximo de Sobrenatural do que de Jogos Mortais. Mais uma vez Wan brinca com o medo sem apelar para o gore. Ponto para Wan! Seu novo filme não só é muito bom, como consegue algo não muito fácil: provocar medo.

Alguns críticos vão reclamar dos clichês. Verdade, A Invocação do Mal está repleto de clichês. Mas são “clichês do bem”. Wan usa muito bem a velha casa, truques de câmera e efeitos sonoros, e consegue criar um ótimo clima assustador.

O casal principal é interpretado por Vera Farmiga (A Órfã) e Patrick Wilson (que também estava em Sobrenatural). Mas é Lili Taylor quem chama a atenção com uma interpretação impressionante. Ainda no elenco, Ron Livingstone e as desconhecidas meninas Shanley Caswell, Hayley McFarland, Joey King, McKenzie Foy e Kyla Deaver, que estão bem como as cinco irmãs.

Boa opção para quem gosta de filmes de terror daqueles que assustam sem precisar apelar pro gore!

p.s.: Acabei de ver no imdb que tem filme novo do James Wan estreando essa semana nos EUA, Sobrenatural: Capítulo 2. Será que vai ser lançado aqui?

Sobrenatural

Crítica – Sobrenatural

Sem alarde, sem muita mídia, estreou nos cinemas cariocas um dos melhores filmes de terror dos últimos tempos!

Uma família (casal com dois meninos e um bebê) se muda para uma casa, e estranhas e assustadoras coisas começam a acontecer com eles. Assustados, resolvem se mudar de novo – mas as mesmas coisas continuam acontecendo.

Alguns vão dizer que a história é batida, outros dirão que o filme é cheio de clichês. Mas, ora, o objetivo de Sobrenatural era assustar. E isso o filme faz muito bem – como poucos hoje em dia!

A dupla James Wan (direção) e Leigh Whannnell (roteiro) foi responsável pelo primeiro Jogos Mortais, de 2004. De primeira, isso não parece bem no currículo, afinal, as continuações enfraqueceram o filme, ninguém mais tem saco, já foram 6 continuações em 6 anos – parece especial do Roberto Carlos, todo ano tem apesar de ninguém mais aguentar. Mas, se a gente parar pra pensar, vai se lembrar que o primeiro filme foi muito bom, era uma ideia original, bem filmada e com um final sensacional. Se não fosse a banalização pelas continuações, hoje Jogos Mortais seria um clássico.

Wan aqui opta por um caminho bem diferente de seu filme mais famoso. Se Jogos Mortais era um banho de sangue (o chamado “terror pornô”), Sobrenatural não tem NADA de gore! O grande barato aqui são os sustos, quase sempre feitos com truques de câmera e usando efeitos sonoros pra criar tensão. O filme tem ótimos momentos, a sequência da mãe jogando o lixo fora e do garotinho correndo pela casa é muito boa. E o vulto atrás do berço gerou uma gritaria dentro do cinema!

Os sustos são bem feitos, e vêm em grande quantidade. Os apreciadores vão se fartar, este tipo de filme tem sido raro – parece que hoje em dia os realizadores, em vez de causar medo, querem criar desconforto mostrando muito sangue e muito gore… Aqui não tem isso, o objetivo de Sobrenatural é fazer o espectador pular da poltrona!

O elenco está bem. Patrick Wilson (o Coruja de Watchmen) e Rose Byrne (Presságio) convencem como o casal que não sabe onde procurar ajuda, e a veterana Barbara Hershey aparece com um papel pequeno. Lin  Shaye, desconhecida apesar de ter dezenas de filmes de terror no currículo (ela era a Granny Boone de 2001 Maníacos), brilha como a médium; e o roteirista Leigh Whannnell faz um alívio cômico como o auxiliar, uma espécie de “Caça-Fantasma moderno”.

A parte final do filme não vai agradar a todos, o filme efetivamente entra no mundo sobrenatural que antes era só sugerido. E algumas das caracterizações ficaram um pouco caricatas. Mas isso não ofusca o mérito do filme, afinal, o filme ainda termina bem depois disso.

Recomendado para quem curte levar sustos! Mais: recomendado para se ver na sala escura do cinema!

p.s.: Curiosidade para os fãs: reparem no Jigsaw desenhado no quadro negro!

p.s.2: Fui só heu que achei o demônio parecido com o Darth Maul, vilão de Star Wars ep 1?

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