G.I. Joe: Retaliação

Crítica – G.I. Joe: Retaliação

Acusado de traição, o esquadrão G.I. Joe é exterminado por ordem do presidente dos EUA. Os poucos sobreviventes agora precisam provar que são inocentes, enquanto brigam com seus rivais Zartan e Cobra.

Gostei muito do primeiro G.I. Joe, lançado quatro anos atrás. Gostei do bom equilíbrio entre a ação desenfreada, os gadgets tecnológicos “impossíveis” e o humor leve. Mas, lendo por aí, acho que fui um dos poucos, muita gente odiou, e isso gerou um certo prejuízo nas bilheterias.

Como o resultado não agradou os executivos do estúdio, resolveram fazer uma espécie de reboot. Quase todo o elenco foi trocado, e deixaram o humor e os gadgets de lado, fazendo uma onda mais “pé no chão”. Grande erro, na minha humilde opinião. Alguma coisa se salva, como por exemplo a cena dos espadachins pendurados em cordas. Mas, no geral, G.I. Joe: Retaliação virou um filme bobo e sem graça, que perde na comparação com tantos outros bons filmes de ação semelhantes.

Se o diretor do primeiro filme, Stephen Sommers, já não tinha um currículo lá grandes coisas, o que dizer de Jon M.Chu, o diretor desta continuação? O cara só tinha filmes musicais de gosto duvidoso no currículo, como Se Ela Dança Eu Danço 2 e 3, e o documentário do Justin Bieber, Never Say Never. Não dá pra esperar muito de um cara desses, né?

O roteiro tem alguns furos bizarros, tipo uma das cidades mais importantes do mundo ser destruída e os governantes deixarem isso de lado, ou o sistema rápido de autodestruição de satélites. Acho que os executivos hollywoodianos acharam que um bom roteiro não era tão importante pra este reboot. O lançamento foi adiado por quase um ano para transformarem o filme em 3D (ingressos mais caros…). Pelo visto, 3D vale o investimento, mas roteiro não vale.

Sobre o elenco, a única boa notícia é que Marlon Wayans não está de volta. O seu personagem era a única peça destoante do bom conjunto do primeiro filme. Por outro lado, não termos Sienna Miller e Rachel Nichols é uma grande perda. Adrianne Palicki é bonitinha e simpática, mas está bem abaixo das duas do primeiro filme… Chaning Tatum tem hoje mais star power do que em 2009, então em vez de ter seu personagem sumariamente eliminado, ele aparece aqui num papel pequeno. Outros nomes que voltam do primeiro filme são Byung-hun Lee e Ray Park. Mas não são nomes famosos – Lee é muito pouco conhecido por estas bandas; já Park tem um currículo maior, mas por papeis onde não mostra o rosto (Darth Maul em Star Wars ep I, o cavaleiro sem cabeça em A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça, Groxo em X-Men 2). O único do filme anterior que está bem aqui é Jonathan Pryce, que repete o papel do presidente, mas desta vez com um novo status de seu personagem que permite ao ator se soltar muito mais.

As boas novidades do elenco são Dwayne “The Rock” Johnson e Bruce Willis. Ambos têm grande carisma e funcionam muito bem, mesmo em papeis repetem o que fazem sempre. O conjunto do elenco do primeiro filme é melhor, mas está dupla garante o interesse aqui. Ainda no elenco, Ray Stevenson, Elodie Yung, D.J. Cotrona, além da já citada Adrianne Palicki.

(Arnold Vosloo aparece muito rapidamente, acho que só pra justificar o nome mais ou menos famoso; Joseph Gordon-Levitt não está no filme, mas ele realmente não precisava aparecer, seu personagem do primeiro filme nem mostra o rosto).

Parece que os executivos gostaram mais do resultado deste segundo filme. Pena, significa que teremos m breve um terceiro filme mais parecido com este do que com o primeiro. E quem for atento, pode até imaginar qual será o terceiro filme, já que teve mocinho que morreu mas ninguém confirmou se morreu mesmo, e teve vilão que foi deixado de lado…

Battleship – A Batalha dos Mares

Crítica – Battleship – A Batalha dos Mares

Um filme baseado num brinquedo, com enormes estruturas metálicas que parecem robôs, vindas de outro planeta, causando destruição por aqui. Não, não estou falando de Transformers, e sim de Battleship – A Batalha dos Mares, novo blockbuster em cartaz nos cinemas.

Durante uma pacífica festa militar no Oceano Pacífico, alguns navios de guerra se vêem obrigados a confrontar perigosas naves alienígenas, que chegam de repente causando destruição e ameaçando a existência da raça humana.

Battleship – A Batalha dos Mares é um típico “blockbuster barulhento”. Muitas explosões, muito barulho, muito apuro visual nos efeitos especiais, tudo isso para disfarçar personagens unidimensionais em uma trama batida e cheia de clichês.

Dirigido por Peter Berg (que fez o divertido Hancock), o filme parece uma mistura do já citado Transformers e Independece Day, com uma pitada de propaganda militar americana desnecessária. Tudo aqui é previsível, todos os personagens estão a caminho de uma espécie de “redenção”: temos o rebelde que vai virar heroi, a mocinha bonitinha que vai ter uma participação essencial, o pai da mocinha que vai ser um empecilho até se render no fim do filme, um antagonista que vai virar o melhor amigo do mocinho, um ex-militar amargurado com um problema físico que vai se redimir… Rola até o cientista gênio atrapalhado que aparece na hora H. Tudo isso no meio de uma overdose de símbolos militares americanos.

O curioso é que o filme foi baseado em um jogo, aquele velho jogo batalha naval (“E5” – “água!”). Mas a trama não tem nada disso…

O elenco nem é ruim. Taylor Kitsch, o John Carter, estrela mais uma produção de grande porte – será que estamos diante de uma nova estrela? Ainda no elenco, Alexander Skarsgård (True Blood), a modelo Brooklyn Decker, a cantora Rihanna e um sub-aproveitado Liam Neeson.

O que funciona muito bem no filme é a parte técnica. Os efeitos especiais são muito bons, as batalhas navais são bastante “reais”, e os alienígenas são bem feitos. Prato cheio para quem gosta do estilo. Só não dá pra parar e pensar no roteiro, porque senão a gente descobre que os alienígenas deveriam ter destruído logo todos os navios em volta – e aí não teria filme… 😉

Enfim, Battleship – A Batalha dos Mares é divertido. Mas talvez seja melhor deixar o cérebro fora do cinema.

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Transformers 3: O Lado Oculto da Lua

Crítica – Transformers 3: O Lado Oculto da Lua

Confesso que não sou fã da franquia Transformers – aliás, nunca achei graça no brinquedo, nem no desenho animado. Mas a crítica falou que este era melhor que o segundo, aí resolvi dar uma chance.

Neste terceiro filme, os Autobots descobrem que existe uma nave de Cybertron no lado escuro da Lua, e precisam pegar antes dos Decepticons.

Não há muito o que se falar aqui. Transformers 3 é tudo o que se espera de um filme dirigido pelo Michael Bay sobre carros-robôs: muita ação e pouco cérebro. E o resultado final fica devendo, assim como nos dois primeiros filmes…

Talvez o filme não fosse tão ruim se se preocupasse com alguns “pequenos” detalhes, como a duração – ninguém merece duas horas e quarenta minutos de uma história fraca.

Aliás, acho que a “história fraca” é pior que a “duração excessiva”. O roteiro tem tantas inconsistências que se heu fosse listar, não acabava hoje. Por exemplo: como é que um cara recém formado, cheio de contatos, que acabou de ganhar uma medalha do presidente, está desempregado?

Mas tem mais, muito mais. Toda a sequência onde Shia Labeouf conhece Frances McDormand no galpão é patética. Se a Frances McDormand fosse tão poderosa, o casal seria preso imediatamente. E aquele diálogo entre ela e o Sentinel Prime é completamente sem sentido.

Pra piorar, o filme é repleto de personagens secundários com alívios comicos sem graça: os dois robôzinhos, o John Turturro, o Ken Jeong (Se Beber Não Case)…

Mesmo assim, nem tudo se joga fora. Os efeitos especiais são de primeira linha. Algumas sequências são boas – gostei da parte do prédio “caindo”. Gostei também do esquema meio Forest Gump pra mostrar presidentes antigos no início do filme.

Sobre o elenco, o nome de Steven Spielberg na produção ajuda a trazer bons nomes para os papeis secundários – além dos já citados Turturro, McDormand, LaBeouf e Jeong, o filme ainda tem John Malkovich, Patrick Dempsey, Josh Duhamel e as vozes de Hugo Weaving e Leonard Nimoy em robôs. E ainda tem Rosie Huntington-Whiteley como a “bonitinha da vez” – como Megan Fox brigou com a produção, tinham que arranjar outra pra vaga dela. Rosie é tão bonita quanto, e tem uma característica parecida: lábios grossos – na minha humilde opinião, grossos demais…

Pra finalizar, preciso dizer que não entendi o nome original: “The Dark of The Moon” – que bom que não traduziram ao pé da letra, “O Escuro da Lua”…

G.I. Joe – A Origem de Cobra

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G. I. Joe – A Origem de Cobra

Um filme baseado em bonequinhos pode ser um dos melhores filmes do ano? Bem, se você pensou em Transformers, a resposta é não. Mas se pensou em G. I. Joe – A Origem de Cobra, sim, estamos falando de um dos melhores filmes de ação do ano!

Mas antes de falar do filme, preciso antes falar uma coisa sobre a minha infância. Nasci em 71. No fim da década de 70, surgiu um boneco, o Falcon, que era muito legal, bem articulado, mexia até os dedos! Era do tamanho de uma Barbie – aliás, as meninas pegavam nossos Falcons para serem os “namorados” das Suzis, a Barbie da época. E me lembro exatamente do que vinha escrito na caixa do Falcon: “Falcon – Comandos em Ação”. Bem, anos depois, surgiu uma outra série de bonecos, bem menores e bem mais “pobres” nas articulações, era a série “Comandos em Ação”. Bem, este filme se baseia nesta segunda série de bonecos, claro. Mas pra mim, “comandos em ação” ainda é Falcon…

Voltemos ao filme! Por que este filme é legal? Porque não precisamos conhecer nada sobre os bonecos para nos divertirmos com o filme. Quem me conhece sabe que gosto é de cinema, então se um filme é baseado em outra coisa, não acho que preciso saber algo sobre o original, e sim sobre o filme em questão. Filme com pré-requisito não pode ser filme legal! 😉

A história não tem nada demais. Super vilões querem usar uma super bomba nanotecnológica com ajuda de um pequeno exército também nanotecnológico. Os super mocinhos G. I. Joe, também super secretos, os combatem, usando parafernálias que deixariam James Bond com inveja.

O filme tem tudo o que o público procura: efeitos especiais alucinantes, muitos tiros, muitas explosões, várias lutas muito bem coreografadas e mocinhos e vilões cool. Temos até atores infantis em lutas de artes marciais! Tudo isso num ritmo acelerado, de deixar sem fôlego! Pergunto: precisa de mais alguma coisa?

O elenco é quase perfeito. O quase desconhecido Channing Tatum é o protagonista Duke, que é auxiliado por Adewale Akinnuoye-Agbaje e Saïd Taghmaoui, ambos coadjuvantes do seriado “Lost”, e Ray Park – aquele cara que faz papéis importantes em filmes idem, mas dificilmente mostra a sua cara (ele era o Darth Maul em Star Wars ep I, o cavaleiro sem cabeça em A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça e o Groxo em X-Men 2; vemos seu rosto numa breve cena em Fanboys). Ah, sim, o general dos Joes é ninguém menos que Dennis Quaid, cinquentão mas ainda galã. E ainda temos Jonathan Pryce (Brazil, o Filme), Joseph Gordon-Levitt (o garoto do seriado 3rd Rock From the Sun, que cresceu e fez Killshot recentemente), Christopher Eccleston, Arnold Vosloo e Byung-hun Lee.

Novo parágrafo para falarmos de duas das melhores coisas do filme: a ruiva Rachel Nichols (P2) e a morena Sienna Miller (ambas eram loiras!). As duas estão lindíssimas, cada uma mais gostosa que a outra. E ainda por cima saem na p$#%rrada!

O “quase” lá em cima é porque, na minha humilde opinião, o único ponto fraco do filme é o careteiro Marlon Wayans (da série Todo Mundo em Pânico) como alívio cômico. Sei lá, achei meio nada a ver. Principalmente porque ainda forçam uma barra para criar um par romântico…

Claro que vai ter gente que vai torcer o nariz pro filme e dizer que é cheio de situações inverossímeis. Bem, para essas pessoas, recomendo aquele filme cabeça de quatro horas e meia de duração que está em cartaz no cineclube, a co-produção iraniana-eslovaca, falado em mandarim e com legendas em polonês… Porque, se a opção for cinema-pipoca, G. I. Joe é uma excelente opção!

No fim do filme rola um gancho pra continuação. Que venha com a mesma qualidade!