Sobrenatural: A Última Chave

Sobrenatural 4Crítica – Sobrenatural: A Última Chave

Sinopse (imdb): A parapsicóloga Elise Rainier enfrenta sua assombração mais temível e pessoal até agora – na casa de sua própria família.

Se heu fosse dar um título a este texto, seria “A falta que James Wan faz”.

James Wan é um dos maiores nomes do terror atual. Depois do primeiro Jogos Mortais, excelente apesar de ser um “torture porn”, ele largou o gore e foi fazer bons filmes de fantasmas, com Sobrenatural e A Invocação do Mal. Claro que ambos viraram franquias. E claro que Wan saiu da cadeira de diretor pra seguir com outros projetos onde ele provavelmente está ganhando mais dinheiro (o Velozes e Furiosos que ele dirigiu é, hoje, em janeiro de 2018, a sexta maior bilheteria da história; e, no fim do ano, ele vem com Aquaman, sua estreia no universo dos super heróis).

Como as franquias não podem parar, vamos pegar um diretor qualquer (o desconhecido Adam Robitel) e seguir com mais um prequel (o filme anterior já tinha sido um prequel). E aqui está o grande problema de Sobrenatural: A Última Chave (Insidious: The Last Key, no original): o filme é chato e sem clima nenhum – digam o que quiserem, mas Wan sabe muito bem como criar clima de tensão

Ok, temos alguns bons jump scares, e admito que gostei do plot twist. Mas no geral, é tudo muito chato. Sobrenatural: A Última Chave se arrasta ao longo de uma hora e quarenta e três minutos… Sono…. Isso sem contar o final péssimo.

No elenco Lin Shaye manda bem, como aconteceu nos outros filmes. Por outro lado, a dupla Angus Sampson e Leigh Whannell (também roteirista) parece que perdeu a mão nas piadinhas (mas confesso que gostei do trocadilho “she is psychic, we are sidekicks). Também no elenco, Kirk Acevedo, Tessa Ferrer, Bruce Davison, Caitlin Gerard e Spencer Locke. Ah, o “monstro” é uma figura magra e alta, né? Poizé, é o Javier Botet, o mesmo que estava no Mama, REC, Invocação do Mal 2, A Colina Escarlate, e todos os filmes que precisem de uma criatura alta e magra…

Acho que quem viu os outros três filmes vai acabar indo ao cinema. Mas, sei lá, pra quem não é fã, talvez seja melhor (re)ver o primeiro filme…

Final Girl

final-girlCrítica – Final Girl

Sinopse (imdb):Um homem ensina uma jovem a se tornar uma arma completa. Mais tarde, ela é abordada por um grupo de adolescentes sádicos que matam mulheres loiras por razões desconhecidas. Começa a temporada de caça.

Alguém – não me lembro quem – me recomendou um filme de terror “final girl”. Achei esse aqui, mas só depois de assistir é que descobri que era outro filme com nome parecido.

Antes de tudo, preciso falar que achei o nome inapropriado. “Final girl” é um termo usado em filmes de terror, normalmente slasher, quando sobra uma última mulher viva para enfrentar o assassino, tipo a Jamie Lee Curtis em Halloween, a Heather Langenkamp em A Hora do Pesadelo, ou mesmo a Sigourney Weaver em Alien. Na verdade, Final Girl nem chega a ser exatamente terror (é mais um filme de vingança), muito menos um filme de “final girl”…

Mas gostei da estética do filme. Final Girl tem uma fotografia minimalista e cenários estilizados. Se por um lado tudo parece artificial demais (tipo spots de luz numa floresta), por outro temos um conceito visual diferente do que vemos por aí.

O diretor Tyler Shields veio da fotografia, este é o seu primeiro filme. Isso explica o visual elaborado – quase todas as cenas são visualmente trabalhadas.

Li que Final Girl teve vários problemas em sua produção. As filmagens aconteceram em 2012, mas o filme só foi lançado em 2015. A protagonista Abigail Breslin tinha 16 anos na época das filmagens, mas já era “de maior” quando o filme foi lançado. Também no elenco, Wes Bentley e Alexander Ludwig.

O resultado é bem irregular. Mas achei válido, principalmente porque é um filme curtinho, menos de uma hora e meia. Só não espere um grande filme.

p.s.: O filme que me recomendaram era “The Final Girls”, lançado no mesmo ano…

A Babá

A BabáCrítica – A Babá

Sinopse (imdb): Os acontecimentos de uma noite têm uma terrível e inesperada reviravolta para um jovem tentando espionar sua babá.

Pouco a pouco a Netflix vai se firmando como uma produtora de conteúdo. A novidade agora é um terror slasher com um pé no trash.

A Babá (The Babysitter, no original) é terror, mas é um terror leve e divertido, coerente com a carreira do diretor McG (que fez os dois filmes d’As Panteras, Guerra é Guerra e 3 Dias Para Matar). Em momento nenhum o filme tenta assustar o espectador, e o gore é controlado – dá pra ter “nojinho”, mas não precisa virar o rosto.

Algumas mortes são acidentais (não me lembro se todas). Neste aspecto, o menos conhecido Tucker and Dale vs Evil é mais eficiente e mais divertido. Mas como ninguém viu Tucker and Dale, deixa pra lá…

O elenco principal funciona bem, a dupla Judah Lewis e Samara Weaving está bem como o adolescente e sua babá gostosa – a interação entre os dois é convincente. No resto do elenco, Bella Thorne, Leslie Bibb, Ken Marino, Robbie Amell, Hana Mae Lee e Emily Alyn Lind fazem o feijão com arroz. Alguns estão caricatos, mas o filme pede personagens assim.

A Babá não é lá grandes coisas, mas o fato de ser despretensioso ajuda. Em momento algum o filme se leva a sério. Assim, quem estiver no clima certo pode se divertir.

Jogos Mortais: Jigsaw

JigsawCrítica – Jogos Mortais: Jigsaw

Sinopse (imdb): Corpos estão aparecendo ao redor da cidade, cada um tendo encontrado uma morte excepcionalmente horrível. À medida que a investigação prossegue, a evidência aponta para um suspeito: John Kramer, o homem conhecido como Jigsaw, morto há dez anos.

Quando a franquia Jogos Mortais anunciou que o sétimo filme seria o último, me perguntei se eles realmente iam parar. Cheguei a acreditar que sim, afinal, desde 2010 não tivemos outros filmes. Mas a regra da Hollywood contemporânea é: “vamos ganhar dinheiro com continuações”. Assim, ressuscitaram a franquia…

Antes de falar do filme novo, preciso admitir que não lembro de quase nada dos filmes dois ao sete, só lembro que a qualidade ia caindo a cada novo filme (só defendo o primeiro, de 2004, que continua sendo um dos melhores filmes de terror da década passada). E posso afirmar: não precisa conhecer toda a cronologia do vilão Jigsaw para entender este novo filme.

Vamos ao filme: sinto dizer que é mais do mesmo. Algumas armadilhas criativas (mas nada de deixar boquiaberto), alguma tensão (mas nada de deixar o público retorcendo na cadeira), algum gore (mas sem exageros). Uma coisa legal para quem acompanha é que armadilhas de filmes anteriores são citadas. Mas, para um reboot de uma franquia que começou tão bem, é pouco, não acham?

No elenco , ninguém se destaca. Gosto do Callum Keith Rennie desde que ele fez BSG, mas aqui ele está no automático. Tobin Bell – o Jigsaw – faz uma rápida aparição, meio que pra validar a franquia. Também no elenco, Laura Vandervoort, Matt Passmore, Hannah Emily Anderson e Clé Bennett.

Sobre o plot twist final, reconheço que resolveu alguns furos do roteiro. Agora, quem é fã da série vai se lembrar que um dos outros filmes tem um plot twist bem parecido… Mais não falo pra não entrar nos spoilers!

No fim, o resultado é apenas ok. O que é uma pena, porque é clara a intenção de retomar a franquia e fazer novos filmes.

A Noiva

a noiva

Crítica – A Noiva

Sinopse (imdb): A prática incomum de fotografar parentes mortos na Rússia rural do meio dos anos 1800 conectará uma estudante de Filologia com a história familiar abismal do futuro marido.

Terror russo! Será que presta? Infelizmente não…

A ideia era boa – uma antiga lenda russa de espíritos aprisionados em negativos. Mas sabe quando não fazem da maneira certa? Escrito e dirigido por Svyatoslav Podgaevskiy, A Noiva (Nevesta, no original) é um amontoado de clichês numa trama pra lá de previsível. E, pecado grave em se tratando de terror: não dá medo.

E a parte final não faz o menor sentido. Aviso de spoilers abaixo:

SPOILERS!

SPOILERS!

SPOILERS!

Se o cara conhece os rituais da família, pra que levar a noiva justamente naquele fim de semana?

FIM DOS SPOILERS!

Pra piorar, a cópia que vai para os cinemas está dublada em inglês. E a dublagem é péssima! Dá pra ver que a dublagem brasileira vive um momento muito melhor. A dublagem americana faz tudo ficar ainda mais artificial.

Acho uma pena. Quero ver filmes off Hollywood – recentemente gostei do coreano Invasão Zumbi e do turco Baskin. Mas este A Noiva chega a ser pior que o conterrâneo Guardiões e seus super heróis genéricos.

A Morte te dá Parabéns

A Morte te Da ParabensCrítica – A Morte te dá Parabéns

Sinopse (imdb): Um estudante universitária deve reviver o dia do seu assassinato seguidas vezes, em um loop que acabará apenas quando ela descobrir a identidade do seu assassino.

Ok, a gente já viu isso antes. Várias vezes. Mas quem me conhece sabe que respeito boas ideias recicladas, desde que sejam bem recicladas.

A Morte te dá Parabéns (Happy Death Day, no original) é um caso assim. Não tem nada de novidade aqui: um pouco de Feitiço do Tempo, um pouco de Pânico, um pouco de Meninas Malvadas, um monte de clichês. Mas a mistura “deu liga”, e o filme consegue o que se propõe: ser uma boa diversão.

Dirigido por Christopher Landon (Como Sobreviver a Um Ataque Zumbi), A Morte te dá Parabéns pega aquele monte de clichês e coloca tudo num formato bem humorado. Em momento algum o filme se leva a sério, e isso é muito bom.

O roteiro tem algumas falhas (tipo, quando ela faz uma lista, a lista deveria zerar a cada morte). Nada grave, felizmente. No elenco, ninguém conhecido. A protagonista Jessica Rothe (que teve um papel pequeno em La La Land) funciona para o que o papel pede.

O fim do filme não abre espaço para continuações. Mas tenho certeza que se a bilheteria for boa, vão inventar algum modo de virar franquia.

p.s.: Sobre A Morte te dá Parabéns ser uma ideia copiada de Feitiço do Tempo, um diálogo no fim do filme faz piada com isso…

O diabo e o Padre Amorth

O diabo e o Padre AmorthCrítica – O diabo e o Padre Amorth

Sinopse (catálogo do Festival do Rio): Mais de 40 anos depois do lançamento de O exorcista, o diretor William Friedkin se pergunta o quão perto chegou da realidade ao realizar seu filme mais icônico. Depois de conhecer o Padre Gabriele Amorth, um senhor de 91 que é conhecido como o “Mestre dos Exorcistas”, Friedkin consegue permissão para acompanhar e filmar o mais recente exorcismo executado pelo sacerdote. A vítima de possessão é uma mulher italiana que vem sofrendo incômodas mudanças físicas e de comportamento que seu psiquiatra não consegue solucionar.

Sabe quando uma ideia parece legal no papel, mas não funciona na tela? É o caso.

O diabo e o Padre Amorth (The Devil and Father Amorth, no original) se propõe a mostrar um exorcismo real, filmado pelo diretor do maior filme de exorcismo da história. Taí, parece ser uma boa.

Só parece. O diabo e o Padre Amorth passa um bom tempo da sua curta duração (só 68 minutos) preparando o espectador para o tal exorcismo. Quando acontece, é uma cena looonga onde quase nada acontece. Depois temos um depoimento sobre a mulher exorcizada, mas sem imagens, o que nos leva a desconfiar de sua veracidade. Por fim, algumas entrevistas com médicos e padres, que pouco acrescentam.

Decepcionante. Se o exorcismo real é aquilo que aparece no filme, prefiro ficar só com o exorcismo cinematográfico…

Prevenge

prevengeCrítica – Prevenge

Sinopse (catálogo do Festival do Rio): Ruth está grávida de sete meses e, como muitas outras gestantes, acredita que seu bebê já conversa com ela por meio de uma voz interior. A única diferença é que o pequeno ser humano, a fim de responsabilizar a sociedade pela ausência de seu pai, exige que ela realize uma verdadeira carnificina. Em uma jornada pós-feminista, é o bebê quem ensina Ruth como atrair e matar pessoas que cruzam seu caminho, como o dono de uma pet shop e um DJ. Um conto sangrento sobre a mais santificada experiência humana: a maternidade.

Nem tudo o que a gente vê no Festival do Rio é bom. Faz parte da regra do jogo, a gente vê muito filme antes de estrear no circuito, o risco é grande. Às vezes tem filme bom, às vezes tem filme meia boca. Como é o caso deste Prevenge.

Prevenge foi escrito, dirigido e estrelado por Alice Lowe (que estava realmente grávida durante as filmagens). Este é o seu primeiro filme como diretora, mas lembro de Turistas, um filme escrito e estrelado por ela, que passou no Festival do Rio de 2012. Pelo filme anterior, já dava pra ter uma ideia do que ia encontrar: um filme violento, onde o terror está no comportamento de pessoas desequilibradas.

Prevenge tem algumas ideias boas, algum gore bem filmado, mas no geral fica devendo. O filme não tem ritmo, a protagonista é antipática e sem carisma, e a voz do bebê beira o trash de tão tosca.

Dispensável.

Amityville: O Despertar

AmityvilleCrítica – Amityville: O Despertar

Uma mãe solteira se muda com seus três filhos para uma casa assombrada, sem saber de sua sangrenta história.

O diretor Franck Khalfoun ganhou a minha atenção quando fez Maníaco, um filme de terror em POV (point of view), isso depois de ter gostado de P2, seu filme anterior. Uma continuação de Amityville não era algo muito esperado por mim, mas, ok, o diretor merece este crédito.

Um nome chama a atenção no elenco: Jennifer Jason Leigh. Ué, como assim uma atriz que acabou de concorrer ao Oscar (por Oito Odiados) está fazendo um filme de terror meia boca? Fui catar no imdb, Amityville: O Despertar (Amityville: The Awakening no original) teve seu lançamento adiado várias vezes, ao longo de anos. Não descobri exatamente quando foi filmado, mas com certeza foi antes do filme do Tarantino. Também no elenco, Jennifer Morrison, Bella Thorne, Cameron Monaghan, Mckenna Grace, Thomas Mann e Kurtwood Smith.

Uma coisa bem legal foi que a história se passa em um universo onde existem os outros filmes e livros sobre Amityville. Assim como no filme Pânico, os personagens citam os filmes clássicos, criando uma espécie de metalinguagem esquisita – certa cena eles estão assistindo o filme original, de 1979! Além disso, o filme tem uns dois ou três “jump scares” legais.

Mas tudo se perde no fim. O roteiro pega caminhos errados, vemos várias situações sem sentido, e o final do filme não empolga. E, na boa, o cachorro-zumbi-demônio foi uma das coisas mais sem sentido que vi no cinema este ano.

Resumindo: não é tão ruim quanto parecia ser. Mas está bem longe de ser imperdível.

It: A Coisa

It 2017Crítica – It: A Coisa

No final dos anos 80, um grupo de garotos problemáticos se junta quando um monstro, com a aparência de um palhaço, começa a caçar crianças.

Ontem falei da versão dos anos 90; hoje é dia de falar da nova versão do cultuado livro do Stephen King. A boa notícia é que este novo filme é bem melhor que aquele. Um bom elenco, uma história bem contada, bom equilíbrio entre o terror e os dramas dos personagens, bom clima oitentista, alguns jump scares, algum gore… O roteiro tem algumas escorregadas, mas o resultado é positivo!

Como citei no outro texto, uma das dificuldades nesta adaptação é o tamanho do livro, mais de setecentas páginas. O diretor Andy Muschietti (Mama) optou por só contar a parte das crianças (existe a previsão de um segundo capítulo contando a parte dos adultos). E mesmo assim, It: A Coisa (It, no original) ficou com duas horas e quinze minutos! Taí um pequeno defeito: não precisava de tanto tempo de filme…

Pelo menos a construção dos personagens é bem feita. Conseguimos conhecer cada um dos sete jovens que forma o “clube dos perdedores”. Falei lá em cima que são garotos problemáticos, né? Poizé. Temos diversos tipos de problemas, desde bullying na escola até um pai abusivo. Aliás, o roteiro é inteligente ao mostrar que os jovens, além do palhaço, também têm esses terrores para superar.

Uma coisa muito boa aqui é todo o clima de anos 80, que lembra grupos de jovens como Goonies ou Conta Comigo (também baseado em Stephen King, apesar de não ser terror). Aliás, It: A Coisa tem um risco curioso, de ser chamado pelos menos atentos de “cópia de Stranger Things” – grupo de alguns meninos e uma menina, que andam de bicicleta e lutam contra um inimigo de outro mundo, numa cidade pequena, nos anos 80. Sorte que “todo mundo” sabe que Stephen King foi uma das fontes de inspiração para Stranger Things, né?  😉

O elenco infantil é ótimo (muito melhor que o dos anos 90). O único nome conhecido entre os sete principais é Finn Wolfhard (olha o Stranger Things aí de novo…). Mas todos estão bem: Sophia Lillis, Jaeden Lieberher, Jeremy Ray Taylor, Chosen Jacobs, Jack Dylan Grazer e Wyatt Oleff. Ah, o valentão principal é Nicholas Hamilton, de Capitão Fantástico.

E o palhaço Pennywise? Olha, digo que o Tim Curry foi uma das poucas coisas que se salvou no outro filme. Mas não tenho medo de afirmar que o Pennywise de Bill Skarsgård é muito mais assustador!

Por fim, queria comentar que não entendo todo esse hype em volta de It. Claro que heu sabia da existência do livro e do outro filme, mas não sabia que era um livro tão cultuado e que gerasse tanto barulho nas redes sociais como tenho visto por aí. Espero que todo esse hype não atrapalhe, criando falsas expectativas.

Sobre a segunda parte, procurei no imdb, mas não encontrei nenhuma informação. Que venha logo!