Thor: O Mundo Sombrio

Crítica – Thor: O Mundo Sombrio

Estreou a continuação de Thor!

Diante de um inimigo que até Odin e Asgard não conseguem enfrentar, Thor deve embarcar na sua mais perigosa e pessoal jornada, na qual vai reencontrar Jane Foster e terá que fazer grandes sacrifícios para salvar o mundo.

Uma coisa legal dessa onda atual de filmes da Marvel é que são todos independentes, mas conectados. Você não precisa ver os outros filmes, mas, para quem acompanha, existe uma ordem cronológica dos eventos. Este filme se passa pouco depois de Os Vingadores, citado algumas vezes ao longo da projeção.

Um bom “blockbuster de verão”, Thor: O Mundo Sombrio tem um pé na ficção científica e outro na aventura descompromissada. Com um bom ritmo e boas cenas de ação, esta continuação é tão boa quanto o primeiro filme.

A direção ficou a cargo do pouco conhecido Alan Taylor. Curioso isso, já que o primeiro Thor foi dirigido por ninguém menos que Kenneth Brannagh, famoso por filmes mais “sérios”. Taylor tem currículo discreto no cinema, fez apenas uns dois ou três filmes que pouca gente viu, mas tem extensa carreira na tv. Ele dirigiu vários episódios de Game Of Thrones, deve ter sido por isso que foi chamado.

O elenco repete todos que estavam no primeiro filme: Chris Hemsworth, Natalie Portman, Anthony Hopkins, Stellan Skarsgård, Rene Russo, Jaimie Alexander, Idris Elba e Ray Stevenson, entre outros. A novidade fica com Christopher Ecclestone e Adewale Akinnuoye-Agbaje, que estão bem como vilões. Mas é Tom Hiddlestone quem mais uma vez rouba a cena, as melhores tiradas do roteiro são do seu Loki – ele se transformando em outro Vingador foi sensacional. Por outro lado, o alívio cômico de Kat Dennings ficou forçado. Ah, claro, como sempre, tem o Stan Lee em uma ponta.

O filme tem ótimos momentos – a invasão dos elfos negros a Asgard é muito boa, assim como toda a cenografia dos diferentes mundos. Pena que o roteiro tenha alguns escorregões aqui e ali. Nada grave, felizmente.

Agora o “momento implicância”: onde estava a SHIELD? Assim como em Homem de Ferro 3, a SHIELD podia aparecer para ajudar quando “o bicho pegou”. Mas Thor teve que se virar sozinho, como também fez Tony Stark.

Outra: no primeiro filme, heu já tinha falado que era estranho ter um “deus nórdico” negro – Heimdall é interpretado por Idris Elba. Me pareceu estranho um negro em Asgard. E agora, acontece o inverso: por que colocaram um branco (Christopher Ecclestone) para ser um “elfo negro”? Dá pra entender?

Por fim, como acontece em todos os filmes da Marvel, temos cena depois dos créditos. Aqui são duas cenas! A primeira, logo após os créditos principais, serve para apresentar um novo personagem, que deve estar no Vingadores 2. Deve ser um personagem importante, porque é interpretado por Benicio Del Toro! E, depois dos últimos créditos, no fim mesmo, rola uma cena que. Na minha humilde opinião, foi desnecessária.

p.s.1: Peguei um ônibus pra ver o filme em outro bairro pra evitar o 3D. Prefiro em 2D mesmo.

p.s.2: Sou o único que achou as cenas da Natalie Portman em Asgard parecidas com Star Wars ep 3?

Rush – No Limite da Emoção

Crítica – Rush – No Limite da Emoção

Cinebiografia que mostra a história (real) da rivalidade, nos anos 70, entre dois grandes corredores de estilos completamente diferentes: Niki Lauda e James Hunt – desde as corridas  de menor expressão, até a Fórmula 1, onde ambos tiveram carreiras vitoriosas.

Nasci em 71, só acompanhei a Fórmula 1 dos anos 80, me lembro de Lauda como rival de Nelson Piquet. Não me lembrava de detalhes sobre o campeonato de 1976. Mas vou falar que, se tudo aconteceu como no filme, 76 foi um ano eletrizante na F1.

O tempo de tela é bem dividido entre os dois protagonistas. De um lado, Lauda, metódico e cerebral; do outro, Hunt, mulherengo e fanfarrão. Literalmente, razão vs emoção.

Dois personagens principais, dois atores principais. Chris Hemsworth teve menos trabalho, seu James Hunt é parecido com os personagens que costuma fazer, a gente vê o Thor pilotando. Já Daniel Brühl (Bastardos Inglórios) ganhou um papel mais complexo – seu Niki Lauda, genial e antipático, está impressionante – e ele ainda usa uma prótese nos dentes para ficar mais parecido com o piloto austríaco. Ah, as melhores tiradas do filme vêm de Lauda, como, por exemplo, a sua reação ao dirigir uma Ferrari pela primeira vez.

O diretor é Ron Howard, dono de um excelente e vasto currículo como diretor, produtor e ator, que inclusive conta com dois Oscars, por Uma Mente Brilhante (melhor diretor e melhor filme). Rush – No Limite da Emoção traz algumas semelhanças com outra boa cinebiografia dirigida por Howard: Apollo XIII. Ambos os filmes foram baseados em histórias reais que são excepcionais

Aqui, Howard pega a história original, que já era muito boa, e a conta de maneira ainda mais interessante. Não me lembro de ter visto corridas de Fórmula 1 tão bem filmadas como aqui. E Rush – No Limite da Emoção ainda tem alguns trunfos, como uma excelente reconstituição de época e a boa trilha sonora de Hans Zimmer.

Além de Hemsworth e Brühl, o elenco ainda conta com Olivia Wilde, que, na minha humilde opinião, não ficou bem loura. Ainda no elenco, Alexandra Maria Lara, Natalie Dormer e Pierfrancesco Favino.

Confesso que, como brasileiro, senti uma certa frustração por não ter visto o Emerson Fittipaldi. Ele é citado, Hunt pegou a sua vaga na McLaren quando o piloto brasileiro, então bicampeão mundial, resolveu criar a Copersucar. Mas ele não aparece…

(Fatos históricos pra quem não acompanhou: Fittipaldi foi campeão em 1974 pela McLaren, mas largou a escuderia no ano seguinte para investir no projeto Copersucar, um carro de corrida brasileiro. Pena que o carro não era competitivo, Fittipaldi nunca mais ganhou uma prova de F1…)

Outro fato histórico: qualquer um que já se interessou por F1 sabe que Niki Lauda se envolveu em um grave acidente – Lauda não se aposentou depois do acidente, e continuou correndo mesmo com o rosto deformado pelas queimaduras. Curiosamente, o acidente em si acontece de maneira rápida na tela. Achei que veríamos com mais detalhes. A recuperação de Lauda e todo o pós acidente têm maior foco no roteiro.

Heu não me lembrava do campeonato de 76, o que foi bom, porque a parte final do filme é eletrizante, e não sei se teria a mesma graça se heu já soubesse o fim da história. Para quem não acompanhou, recomendo não ler sobre quem ganhou!

O Segredo da Cabana

Crítica – O Segredo da Cabana

Cinco jovens vão passar um feriado em uma cabana no meio do mato – e se você acha que sabe o que vai acontecer, desta vez a história é outra!

O Segredo da Cabana (The Cabin in the Woods, no original) é daquele tipo de filme que o quanto menos você souber, melhor. Vou tomar cuidado aqui para não soltar spoilers. Por enquanto, só adianto que é uma das melhores surpresas que vi nos últimos tempos na área do terror: roteiro bem escrito, efeitos excelentes, muito gore e muito bom humor. E principalmente: uma história diferente do óbvio!

O Segredo da Cabana é a estreia de Drew Goddard como diretor. Mas Goddard não é um novato no universo fantástico: ele escreveu o roteiro de Cloverfield – Monstro e de vários episódios das séries Buffy, Angel, Alias e Lost. E aqui ele co-escreveu o roteiro com um dos nomes mais “quentes” da Hollywood atual: Joss Whedon, o diretor do badaladíssimo Os Vingadores, um dos melhores filmes de 2012 por enquanto.

O roteiro tem um detalhe interessante: não existe exatamente uma “reviravolta de roteiro” (o tal “plot twist”). A história é aquela mesma, o grande lance é que o espectador não tem ideia do que está acontecendo, e só vai descobrindo aos poucos…

Talvez por ter Whedon por perto, um dos atores é Chris Hemsworth, ele mesmo, o Thor – e não é o ator principal. Não sei quando este O Segredo da Cabana foi filmado, mas heu chutaria que foi antes do lançamento de Thor – acredito que hoje Hemsworth faria escolhas diferentes – não que O Segredo da Cabana seja ruim, longe disso, mas é um filme que não privilegia atores. Tanto que o resto do elenco só tem nomes menos badalados: Kristen Connolly, Anna Hutchison, Richard Jenkins, Bradley Whitford, Amy Acker, Fran Kranz e Jesse Williams. Ah, sim, ainda tem a Sigourney Weaver em uma ponta não creditada.

E agora, apesar de ter vontade de falar mais sobre o filme, vou ficar quieto, pra não estragar. Só fica o recado: cuidado com spoilers, não leia muito sobre o filme. E aproveite um dos melhores filmes de terror do ano!

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Branca de Neve e o Caçador

Crítica – Branca de Neve e o Caçador

Versão dark da história dos Irmãos Grimm!

Branca de Neve é a única pessoa no reino mais bonita que a Rainha Má. Por inveja, a Rainha manda um caçador encontrá-la na Floxresta Negra e matá-la.

A ideia de mostrar o conto clássico sob uma ótica sombria era muito boa – originalmente, as histórias eram mais pesadas, mas estamos acostumados com a amenizada “visão Disney” dos contos de fada. Mas Branca de Neve e o Caçador, dirigido pelo estreante Rupert Sanders, caiu num sério problema de escolha de elenco. Kristen Stewart como Branca de Neve foi um erro grande. Não tenho nada contra Kristen, até falei bem dela na crítica de Runaways. Ela é até bonitinha – o problema é que nunca, repito, NUNCA ela será mais bonita que a Charlize Theron.

E isso porque estamos falando só de beleza física. Porque, se talento para atuar contar, aí é covardia. Charlize engole Kristen. E isso fica claro ao longo da projeção: Kristen passa o tempo todo inexpressiva, enquanto Charlize rouba cada cena onde aparece. Me vi torcendo por uma improvável vitória da vilã na cena final – a superioridade da rainha má me lembrou O Império Contra Ataca, quando um inexperiente Luke Skywalker ataca sem sucesso um Darth Vader que se defende apenas com uma mão.

Se a gente conseguir desligar este “pequeno” detalhe, Branca de Neve e o Caçador é até legal. O visual do filme é muito bom. Fotografia bem cuidada, belos cenários e figurinos, além de efeitos especiais muito bem feitos – gostei da cena da Floresta Negra “atacando” a Branca de Neve, lembrou o desenho animado.

No elenco, o grande nome é Charlize Theron, que, sozinha, já vale o ingresso. Kristen Stewart está inexpressiva como sempre, e Chris Hemsworth faz um replay do seu Thor. Ainda tem um outro personagem, interpretado pelo desconhecido Sam Claflin, não sei se estava no conto original ou se foi colocado pra criar um triângulo amoroso (tentativa de aproximação com Crepúsculo?). Mas, enfim, não rola química entre Kristen e nenhum dois dois candidatos a mocinho.

Uma coisa interessante foi a concepção dos anões – só não entendi por que oito em vez de sete. Atores de tamanho “normal”, alterados digitalmente, interpretam os oito anões: Ian McShane (Piratas do Caribe 4), Bob Hoskins (Uma Cilada Para Roger Rabbit), Nick Frost (Todo Mundo Quase Morto), Toby Jones (O Espião que Sabia Demais), Ray Winstone (A Invenção de Hugo Cabret), Eddie Marsan (Sherlock Holmes), Johnny Harris e Brian Gleeson. Fiquei imaginando como seria O Senhor dos Aneis com a tecnologia atual. Acho que prefiro o modo como Peter Jackson fez…

Branca de Neve e o Caçador é um pouco mais longo do que deveria. Não chega a cansar, mas poderia ter meia hora a menos sem prejudicar a história.

Agora vou procurar Espelho, Espelho Meu, outro filme da Branca de Neve lançado este ano…

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Alice no País das Maravilhas
As Aventuras do Barão Munchausen
Os Três Mosqueteiros

Os Vingadores

Crítica – Os Vingadores

Estreou o aguardado Os Vingadores!

Quando um inimigo surge ameaçando a segurança do planeta, Nick Fury, da S.H.I.E.L.D., reúne uma equipe de super herois para salvar o mundo.

O “aguardado” do primeiro parágrafo é porque poucas vezes um filme teve tantas referências em outros filmes anteriores. A Marvel vem construindo esta reunião de super herois há tempos, em diversos filmes de super heroi “solo” – não sei exatamente quantas cenas foram, mas sei que pelo menos rolaram cenas extras nos filmes anteriores dos quatro herois principais (Hulk, Homem de Ferro, Thor e Capitão América).

E felizmente a expectativa não foi em vão. Os Vingadores é um filmaço. Desde já, forte candidato a um dos melhores filmes de super herois da história!

A grande sacada aqui é o equilíbrio. A trama consegue equilibrar os diversos personagens, sem ter um principal, dando importância a todos. E ao mesmo tempo, é um bom filme de ação, com as doses exatas de drama e comédia – e com direito a uma grande sequência digna de um bom filme catástrofe.

O diretor e roteirista Joss Whedon não tem um grande currículo no cinema – ele só tinha feito um filme para a tela grande, a ficção científica Serenity, spin off da série Firefly. Seu maior trabalho está na tv, ele foi o criador de algumas séries, como Buffy, Angel, Firefly e Dollhouse. Ele também é roteirista, chegou a ser indicado ao Oscar de melhor roteiro pelo primeiro Toy Story. E, além disso tudo, ele já escreveu roteiros para quadrinhos da Marvel. Então, apesar da pouca experiência na cadeira de diretor, ele era o cara certo para este projeto – alguém que entende dos meandros de Hollywood e também do universo dos super herois.

O roteiro é impecável. Acredito que o maior problema aqui era como encaixar os diferentes herois e seus enormes egos de maneira convincente. E Whedon conseguiu – no início, rola muita briga entre eles; depois, na hora que “o bicho pega”, formam um time bem entrosado. Outra coisa inteligente do roteiro foi não ignorar o que aconteceu nos outros filmes (uma vantagem de ser um filme pensado há muito tempo) – um exemplo disso é que a Natalie Portman não aparece aqui, mas seu personagem não é esquecido. E, de quebra, o roteiro consegue inserir humor na dose exata e nos momentos certos – alguns diálogos são muito engraçados.

Ainda sobre o roteiro: o filme já estava muito bom, até chegar na parte final, quando começa a briga que todo fã de super heroi sempre sonhou em ver no cinema. A partir daí, o que já estava bom fica excepcional. A longa sequência da guerra destruindo Nova York é sensacional, um dos melhores momentos do cinema de ação recente. Os excelentes efeitos especiais usados aqui fazem aquilo parecer absurdamente real.

O elenco está perfeito, afinal, quase todos voltam a papeis que já interpretaram em outros filmes – acho que, de novidade, só a Maria Hill de Cobie Smulders (do seriado How I Met Your Mother), e a troca no ator que interpreta Bruce Banner, o Hulk – Mark Ruffalo pega o papel que já foi de Eric Bana e Edward Norton. De resto, não há novidades: Robert Downey Jr (Homem de Ferro), Chris Evans (Capitão América), Chris Hemsworth (Thor), Scarlett Johansson (Viúva Negra), Jeremy Renner (Gavião Arqueiro), Tom Hidleston (Loki), Samuel L Jackson (Nick Fury), Gwyneth Paltrow (Pepper Potts), Clark Gregg (Coulson), Stellan Skarsgård (Selvig) e a voz de Paul Bettany na armadura do Homem de Ferro. Algo raro aconteceu: não há um destaque, e todos estão bem. Como sempre acontece nos filmes da Marvel, rola uma ponta de Stan Lee; outra ponta é Harry Dean Stanton, como o segurança que ajuda o Hulk depois da queda.

Falando em Hulk… Os dois Homem de Ferro foram muito bons, e o mesmo podemos dizer sobre Thor e Capitão América – O Primeiro Vingador. Parece que a única bola na trave nesta fase da Marvel foi o Hulk. Foi feito um filme em 2003, dirigido por Ang Lee e estrelado por Eric Bana e Jennifer Connelly, mas parece que não agradou muito. Digo isso porque em 2008 foi feito outro filme, O Incrível Hulk, desta vez estrelado por Edward Norton e Liv Tyler, ignorando o filme de 5 anos antes. Confesso que não achei muita graça nos dois filmes do Hulk – diferente dos filmes dos outros três herois. Mas posso falar que aqui o Hulk está muito melhor. Virei fã do grandão verde!

Por fim, é preciso dar a recomendação que todos os que viram os “filmes solo” já sabem: não se levante da cadeira assim que começarem os créditos. Assim que acabam os créditos iniciais, rola uma cena muito boa. E aposto que já tem fã contando os dias para a continuação…

Heu poderia falar mais, mas acho que o melhor que tenho a fazer é recomendar: vá ao cinema!

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