Velozes e Furiosos 10

Crítica – Velozes e Furiosos 10

Sinopse (imdb): Dom Toretto e sua família são alvo do filho vingativo do traficante Hernan Reyes.

É complicado pra mim escrever um texto sobre um filme como o novo Velozes e Furiosos. Já tivemos outros dez filmes (não se esqueçam do spin off Hobbes & Shaw), e todo mundo já sabe o que virá no décimo primeiro filme da franquia. Quem curtiu os outros, vai se divertir com duas horas de “tiro porrada e bomba” bem filmados; quem não curtiu, vai passar longe dos cinemas. Então, num caso desses, qual é o papel do crítico? Bem, vou tentar levantar pontos positivos e negativos, apesar de não saber se isso vai significar alguma coisa na decisão do espectador.

Mas, antes de entrar no filme, preciso fazer uma crítica séria: assim como aconteceu com o recente Os Três Mosqueteiros, Velozes e Furiosos 10 não tem fim. Anunciaram que vão fazer uma trilogia que vai acabar no V&F12. Mas, essa informação não está no nome, nem no poster, nem ao menos no filme. De repente, o filme pára e sobem os créditos. Acho isso uma grande falta de respeito com o espectador.

Entrando no filme… Dirigido por Louis Leterrier (Carga Explosiva, O Incrível Hulk, Truque de Mestre), Velozes e Furiosos 10 (Fast X, no original) segue o mesmo estilo de “tiro porrada e bomba” e odes à importância da família. Isso tudo no meio de ótimas e inacreditáveis cenas de ação, e com um elenco de causar inveja.

As cenas de ação são muito mentirosas. Mas pra quem conhece a franquia, isso já era algo esperado. Cenas absurdas sempre aconteceram ao longo dos filmes. E o que importa aqui não é a veracidade das leis da física, e sim o quão bem filmada a cena é. E neste aspecto, Velozes e Furiosos 10 não vai decepcionar ninguém.

Agora, sobre o roteiro… Esse podia ter sido escrito com mais carinho. Vejo dois tipos de problema. O primeiro é o óbvio, que são os inúmeros furos de roteiro. Se heu fosse listar, o texto seria enooorme. Mas vou citar só um. Charlize Theron manja dos paranauês tecnológicos e coloca meia dúzia de guardas pra dormir. E fala “temos apenas 4 minutos”. E MUITA coisa acontece depois disso. E vou além: naquela super base não tinha nenhum guarda? Só aquela meia dúzia que estava no laboratório?

Mas esses furos são que nem as mentiras, coisas que a gente já sabe que vai encontrar. O outro tipo de problema me incomodou mais. A franquia cresceu e trouxe grandes nomes para o elenco. Mas tem aqueles personagens que já estavam antes, e ainda precisam de algo para fazer durante o filme, apesar de ser a parte do elenco que “ninguém se importa”. Aí rola uma trama paralela sem graça com os quatro personagens de menor star power, uma trama bem besta. Dá vontade de acelerar o filme pras outras partes onde tem quem realmente importa.

Outro problema. Paul Walker morreu. Mas seu personagem não morreu, segundo o histórico da franquia, ele foi seguir outra vida e se afastou. Mas, se o filme repete tanto o mantra da “família” e eles estão passando por problemas sérios, por que o personagem do Paul Walker é ignorado? Ninguém ao menos cita a sua existência ao longo do filme! Ok, a gente sabe que o ator não pode estar presente, mas o roteiro poderia ter ideias pra explicar isso.

Tem um outro problema, mas é mimimi meu. Parte do filme se passa no Rio de Janeiro, e temos uma nova personagem, brasileira. Por que chamaram a portuguesa Daniela Melchior para fazer a brasileira? Vejam bem, gosto da Daniela Melchior, ela fez um excelente trabalho em Esquadrão Suicida, mas, por que não chamar uma brasileira? Tem tantas boas atrizes por aqui!

(Ludmilla faz uma rápida participação, alguns poucos segundos. Não chega a atrapalhar.)

Tem uma coisa divertida para o público carioca, que é analisar a geografia da cidade. O local onde os carros de corrida se encontram parece o Arpoador. Até aí, ok, apesar de ser um local fechado para veículos, só pedestres têm acesso. Mas é curioso que depois é uma pista que não existe na Zona Sul – mas os prédios em volta continuam no mesmo cenário.

O elenco é fantástico. A franquia gera muito dinheiro. Existe um “clube do bilhão”, são 52 filmes que já alcançaram um bilhão de dólares na bilheteria, e dois dos V&F estão nessa lista – o V&F7 está em décimo primeiro lugar! Como todo esse potencial financeiro, claro que dá pra chamar elenco com grande star power. Não só temos vários astros do atual cinema de ação, como Vin Diesel, Jason Statham, John Cena, Jason Momoa e Dwayne Johnson, como ainda tem quatro atrizes ganhadoras do Oscar: Charlize Theron, Helen Mirren, Brie Larson e Rita Moreno. E todos os anteriores estão de volta: Michelle Rodriguez, Jordana Brewster, Tyrese Gibson, Ludacris, Nathalie Emmanuel, Sung Kang, Scott Eastwood e Joaquim de Almeida. Todos fazem o de sempre, o único destaque (positivo ou negativo) é Jason Momoa, que faz um vilão muito acima do tom. Teve gente que saiu da sessão de imprensa reclamando dele, mas heu achei ele caricato no ponto exato! Adorei o vilão com cara de desenho animado dos anos 90!

O filme é longo, duas horas e vinte e um minutos. Não, não precisava de tanto. Podia, por exemplo, cortar aquele núcleo dos atores sem star power. O filme ia ter meia hora a menos e ia ser bem melhor.

Tem uma cena pós créditos logo depois dos créditos principais. Se tem alguma lá no fim? Não sei. O cinema cortou os créditos no meio. Mas a assessoria disse que não tem nada depois. Se tiver, alguém me avisa?

Doutor Estranho e o Multiverso da Loucura

Crítica – Doutor Estranho e o Multiverso da Loucura

Sinopse (google): O aguardado filme trata da jornada do Doutor Estranho rumo ao desconhecido. Além de receber ajuda de novos aliados místicos e outros já conhecidos do público, o personagem atravessa as realidades alternativas incompreensíveis e perigosas do Multiverso para enfrentar um novo e misterioso adversário.

Finalmente estreou o aguardado Doutor Estranho e o Multiverso da Loucura, que tinha deixado fãs em polvorosa com o trailer. Mas, para mim, a dúvida era outra: daria certo um filme do MCU dirigido por Sam Raimi?

Sou muito fã do Sam Raimi, e a gente precisa reconhecer que ele é um nome importante quando o assunto é “filme de super herói”. Se hoje a gente tem vários filmes de super herói por ano, a gente tem que lembrar que o primeiro Homem Aranha de 2002, dirigido por ele, (ao lado do primeiro X-Men de 2000, dirigido por Bryan Singer) são filmes que dizem “quando a gente chegou aqui, tudo isso era mato!”.

Mas a gente sabe que no MCU nem sempre o diretor tem espaço criativo. Um bom exemplo é com o primeiro filme do Doutor Estranho, dirigido por Scott Derrickson, que praticamente só tinha feito terror até então (O Exorcismo de Emily Rose, A Entidade, Livrai-nos do Mal). Alguns casos a gente sente o diretor, como o James Gunn em Guardiões da Galáxia ou o Taika Waititi em Thor Ragnarok, mas quase sempre os filmes do MCU têm cara de “filme de produtor”.

Felizmente Doutor Estranho e o Multiverso da Loucura tem um bom equilíbrio. Continua sendo um “filme da Marvel”, mas tem várias coisas que são a cara do diretor: ângulos de câmera, alguns movimentos de câmera, alguns elementos de terror – tem até uma mão saindo de uma cova, lembrando o poster de Evil Dead! Só faltou o travelling pela floresta…

(Acho que este deve ser um filme mais violento da Marvel. Tem uma morte bem violenta, e ainda tem alguns jump scares!)

Aliás, é bom lembrar, este é se não me engano o 28º filme do MCU. Se antes os filmes eram independentes, agora precisam de “pré requisitos”. Para ver este Doutor Estranho e o Multiverso da Loucura nem precisa ver o primeiro Doutor Estranho antes, mas precisa saber o que aconteceu com a série Wandavision.

Já que falamos de Wandavision, bora falar do elenco. É um filme do Doutor Estranho, ninguém vai discutir que ele é o principal aqui. Mas a Wanda quase divide o protagonismo com ele. E se todos sabem que o Benedict Cumberbatch é um grande ator e seu Stephen Strange é um ótimo personagem, aqui em Doutor Estranho e o Multiverso da Loucura tem outro personagem que rouba a cena. Elizabeth Olsen está sensacional, e sua Wanda é uma das melhores coisas do MCU. É que Doutor Estranho não tem perfil de premiação para atuação, senão diria que a Elizabeth Olsen deveria ser indicada ao Oscar. Fechando o elenco principal, a novata Xochitl Gomez está bem como a nova personagem America Chavez, que deve ter importância no futuro do MCU. Também no elenco, Benedict Wong, Chiwetel Ejiofor e Rachel MacAdams, e mais uns nomes que não vale a pena mencionar por motivos de spoiler. Ah, claro, é Sam Raimi, tem participação especial do Bruce Campbell, num papel bem bobo, mas, como é o Bruce Campbell, heu ri alto.

Sim, tem uma cena no meio do filme onde tem algumas participações especiais que vão explodir a cabeça dos fãs. Não vou entrar em detalhes por causa de spoilers, mas posso dizer que achei a cena muito boa e a conclusão dela também.

O ritmo do filme é alucinante (e isso não é um trocadilho com Uma Noite Alucinante do mesmo diretor). O filme já começa a 100 km/h, e são poucos os momentos mais calmos para respirar. E tem um duelo usando música que é SEN-SA-CIO-NAL!!!

Claro, é Marvel, tem duas cenas pós créditos. A primeira com um gancho para uma continuação, que não tenho ideia do que seja, mas tem a Charlize Theron, então quero muito ver. E lá no fim dos créditos uma piadinha.

A Marvel continua em forma! Aguardemos o novo Thor!

Velozes e Furiosos 9

Crítica – Velozes e Furiosos 9

Velozes e Furiosos novo! Ninguém pediu, mas ninguém se importa!

Sinopse (filmeB): Dom Toretto está levando uma vida tranquila fora das pistas com Letty e seu filho, o pequeno Brian, mas sabem que a qualquer momento, isso pode mudar. Desta vez, uma ameaça forçará Dom a confrontar os pecados de seu passado e salvar aqueles que ele mais ama. Sua equipe se une contra uma trama mundial liderada por um assassino e motorista de alto desempenho: um homem que também é o irmão abandonado de Dom, Jakob.

Antes de tudo, preciso explicar a frase da introdução. na época do spin off Hobbes & Shaw a gente gravou um Podcrastinadores sobre a franquia, e durante a gravação a gente repetia diversas vezes “ninguém se importa”, porque a saga tem vários momentos onde tudo é feito de qualquer maneira, porque afinal, “ninguém se importa”. Foi uma gravação muito divertida, recomendo pra quem não ouviu!

Dito isso, preciso dizer que gosto da franquia – a partir do quarto filme. O primeiro Velozes e Furiosos é bom, mas é quase um plágio de Caçadores de Emoção. O segundo é fraco; o terceiro, pior ainda. Aí, no Velozes e Furiosos 4, abraçaram a galhofa, e os filmes passaram a ser absurdos e divertidos. São filmes de ação bem feitos, que nunca se levam a sério, e, principalmente, divertidos. E sempre lembro do lema da rede Luis Severiano Ribeiro: “cinema é a maior diversão”. Se sentei na poltrona do cinema e me diverti, tá valendo.

(Pra mim, Velozes e Furiosos é semelhante a 007 – bons filmes de ação, cheios de mentira e todos parecidos entre si. Mas isso é um assunto polêmico pra outro momento).

A direção está nas mãos de Justin Lin, que dirigiu o 3, o 4 e o 6, e que aqui entrega um filme tão absurdo e tão divertido quanto os últimos. Logo na parte inicial a gente tem uma sequência que mostra bem o tom do filme: uma perseguição que envolve carros, motos, helicópteros, artilharia pesada, e quando um carro vai passar por uma daquelas pontes suspensas, a ponte arrebenta e ele segue acelerando. Não faz sentido, mas… Ninguém se importa!

O novo vilão é o “irmão perdido” do Dominic Toretto. Por um lado isso é meio incoerente, porque um dos temas sempre repetidos na franquia é a importância da família – por que Dom não seguiria o próprio conselho? Bem, a justificativa dada pelo filme me convenceu. Mas, na verdade, o real motivo pra ter um irmão é porque Paul Walker faleceu, mas seu personagem não. Qual seria uma justificativa convincente pra trazer a Jordana Brewster de volta? Ora, o irmão sumido também é irmão dela. Assim ela tem motivo pra querer participar da aventura.

Agora, posso dizer que isso me convenceu, mas não dá pra dizer que o roteiro é bom. Nada faz muito sentido, eles precisam achar um artefato que está com um vilão malvadão, e tem um exército particular e também tem a Charlize Theron presa, e… É, nada faz muito sentido. Sorte que ninguém se importa!

Pelo menos as sequências de ação são bem feitas. A parte final, com os eletroímãs, é exagerada e também não faz muito sentido, mas é empolgante e muito bem filmada.

Preciso falar mal de duas coisas. A primeira é a duração do filme, são quase duas horas e meia, e tem umas partes cansativas no meio. Ok, entendo que a família é uma coisa importante, mas não precisa repetir tantas vezes, perdemos muito tempo nos dramas ligados ao tema.

A outra não sei se é spoiler, acho que não, porque está até no poster. Achei a volta do Han desnecessária. Nada contra o personagem, mas, na minha humilde opinião, se um personagem morreu, deixa ele morto. Sou contra essa ideia de ressuscitar personagens, porque acho que desvaloriza o fator morte. Han morreu no 3, mas ainda apareceu no 4 e no 5, que se passam antes do 3. E vamos combinar que a volta dele não era nada essencial para a trama, se ele não aparecesse, não só o filme não perdia nada como ainda seria um pouco mais curto.

Ah, sim, tem cena de carro no espaço. Absurdo, mas coerente com a saga. Quem reclamar disso tem que reclamar de todos os outros absurdos dos outros filmes.

Observações sobre o elenco. Vin Diesel, Michelle Rodriguez e Jordana Brewster fazem o de sempre. Dwayne Johnson e Jason Statham não aparecem no filme, mas John Cena serve como o grandão da vez (não, ele não atua bem, apenas disse que ele serve pro papel). Charlize Theron está maravilhosa como sempre, apesar de pouco aproveitada aqui. Kurt Russell aparece pouco, Gal Gadot aparece menos ainda (aparentemente a cena dela é tirada de outro filme). O destaque é pra Hellen Mirren, maravilhosa, que aparece em uma única cena, e transforma essa em uma das melhores cenas do filme. Também no elenco, Tyrese Gibson, Ludacris, Nathalie Emmanuel, Sung Kang e Thue Ersted Rasmussen

(Pra quem não sabe, Jordana Brewster é filha de uma brasileira, apesar de nunca ter feito nenhum filme aqui. Achei legal vê-la falando português em uma cena no fim do filme.)

Ah, tem uma cena durante os créditos, com gancho pro décimo filme. Claro que vai ter, né. Se vai ser bom? Ninguém se importa!

The Old Guard

Crítica – The Old Guard

Sinopse (imdb): Uma equipe secreta de mercenários imortais é subitamente exposta e agora deve lutar para manter sua identidade em segredo, assim como um novo membro inesperado é descoberto.

Oba! Charlize Theron de volta aos filmes de ação!

Atômica foi um grande filme. Boa ambientação, boa trilha sonora, boa fotografia – e o melhor: Charlize Theron, linda linda linda, saindo na porrada de maneira poucos vezes vista nas telas do cinema.

Mas Charlize é uma grande atriz, uma das melhores de sua geração. Sua carreira não se resumiria a filmes de ação a partir daquele momento. Ela engordou 22 kg e foi fazer uma mãe frustrada em Tully. Trabalho físico impressionante, pena que o filme é fraco.

Mostrando que realmente tem domínio do corpo (como fez Christian Bale na época dos Batman e O Operário e O Vencedor), Charlize volta mostrar que está em forma. E que forma!

Mas vamos ao filme. Dirigido por Gina Prince-Bythewood, The Old Guard (sem título em português) é uma adaptação dos quadrinhos homônimos de Greg Rucka. Não li os quadrinhos, mas, pelo filme, parece uma atualização do tema Highlander – “guerreiros imortais nos dias de hoje”. Porque hoje em dia aquela trama do Highlander não convence muito, né? Imortais que precisam se encontrar no mundo novo e duelar até sobrar um… Aqui temos “highlanders” que lutam para salvar a humanidade. Mais coerente com o século XXI.

A Netflix não costuma ter boas produções próprias, me parece que o foco é mais na quantidade que na qualidade. Mas, para sorte do espectador, acertaram desta vez (como também acertaram com o indonésio A Noite Nos Persegue). The Old Guard é bem acima da média das produções Netflix.

Nem tudo é perfeito. Achei o vilão caricatural demais, e algumas mudanças de comportamento de certos personagens não me convenceram, pareceram mais tentativas forçadas de plot twists. Por outro lado, algumas das lutas são muito boas. Na parte final, temos uma sequência onde todo o time de imortais luta quase como se coreografados (o que seria coerente com a experiência do grupo).

Além da Charlize, o elenco conta com KiKi Layne, Matthias Schoenaerts, Chiwetel Ejiofor, Marwan Kenzari e Luca Marinelli. Harry Melling faz o vilão caricato.

No fim, a trama abre pra uma série. Por um lado, legal, porque temos vontade de ver mais desse grupo, principalmente em outras épocas. Por outro lado, a chance de desgaste é grande (olha o fantasma do Highlander assombrando…).

A Familia Addams

Crítica – A Familia Addams

Sinopse (imdb): A excêntrica família macabra se muda para um subúrbio insosso, onde a amizade de Vandinha Addams com a filha de uma hostil apresentadora de um reality show local exacerba o conflito entre as famílias.

Dirigido por Greg Tiernan e Conrad Vernon (sim, os mesmos de Festa da Salsicha), esta nova versão da Família Addams sofre de dois problemas.

O primeiro problema é o de sempre: hoje em dia estamos acostumados com o padrão alto imposto pela Pixar. Uma animação “apenas boa” vai perder na comparação técnica. Problema comum a vários longas de animação dos últimos tempos.

O segundo é um problema mais específico: nos anos 90 tivemos dois filmes muito bons da Família Addams, que encontraram o tom perfeito do humor negro para o público infanto juvenil .

Relevando esses dois pontos, até que A Família Addams (The Addams Family, no original) é divertido. Aliás, algumas das piadas são muito boas.

Ainda queria falar sobre o elenco original (Charlize Theron, Oscar Isaac, Chloë Grace Moretz, Finn Wolfhard, Bette Midler, Allison Janney, Martin Short, Catherine O’Hara e Snoop Dogg, entre outros), mas aqui só passou a versão dublada. Felizmente, a dublagem é muito boa.

Resumindo: nada de mais, mas vai divertir quem estiver sem expectativas.

Tully

Crítica – Tully

Sinopse (imdb): Uma mãe de três filhos contrata uma babá para ajudar com o recém-nascido.

Nova parceria entre o diretor Jason Reitman e a roteirista Diablo Cody, que já rendeu Juno (2009) e Jovens Adultos (2011). Vamos ver qual é.

Juno mostrava problemas de uma mulher jovem que engravidava prematuramente; Jovens Adultos, uma mulher adulta recém separada que procura um ex-namorado. Vendo por este ângulo, Tully poderia formar uma trilogia com os dois – agora temos problemas de uma mulher em crise, que engravida pela terceira vez depois dos 40.

Tully (idem, no original) segue o mesmo estilo de “dramédia” dos outros filmes da dupla. Uma trama envolvente e bem conduzida, com alguns leves toques de humor.

Logo de cara uma coisa chama a atenção: Charlize Theron, que estava em forma “anteontem” quando fez Atômica, engordou 25 quilos pra interpretar a mãe castigada pela vida. Ela é, sem dúvida, o ponto alto do filme. Não me surpreenderei com indicações a prêmios. Mackenzie Davis também brilha, e mostra boa química com Charlize. Também no elenco, Ron Livingston, Mark Duplass, Elaine Tan, Asher Miles Fallica e Lia Frankland.

Agora, Tully tem um problema grave: um “plot twist” tão óbvio e tão repetido que, quando aconteceu, fiquei pensando “sério mesmo?” Só não falo mais por causa de spoilers, mas, gente, o espectador já viu isso, várias vezes!

Vale pela Charlize Theron. Será que vem outro Oscar?

Gringo: Vivo ou Morto

GringoCrítica – Gringo: Vivo ou Morto

Sinopse (imdb): Uma comédia sombria misturada com uma ação jocosa e uma intriga dramática, explora a batalha da sobrevivência do empresário Harold Soyinka, quando ele se vê cruzando a linha do cidadão cumpridor da lei para o criminoso procurado.

O elenco chama a atenção. Será que o filme faz jus aos bons atores?

Gringo: Vivo ou Morto (Gringo, no original) é uma daquelas comédias de ação com vários personagens, alguns núcleos diferentes e algumas reviravoltas no roteiro. Isso pode gerar um bom filme – desde que bem escrito e bem conduzido.

O diretor é Nash Edgerton, irmão do protagonista. Não sei se a culpa foi dele, ou do roteiro, ou, mais provável, de ambos, mas o problema é que temos um filme que não engrena.

Gringo: Vivo ou Morto vale pelo elenco. Charlize Theron está ótima como a fria executiva, a gente vê que ela não vale nada, e mesmo assim somos seduzidos por ela. Sharlto Copley também está bem, como sempre, mas seu papel é pequeno. Joel Edgerton e David Oyelowo estão apenas ok. Amanda Seyfried tem um papel meio besta, mas a culpa é do roteiro. Thandie Newton também sofre com um papel muito secundário. Ah, o executivo seduzido pela Charlize é Alan Ruck, o amigo do Ferris Bueller! Ainda no elenco, Harry Treadaway, Paris Jackson, Carlos Corona e Yul Vazquez.

Gringo: Vivo ou Morto não é ruim mas, no fim, fica aquela sensação que podia ter sido bem melhor…

Atômica

AtomicaCrítica – Atômica

Em 1989, uma agente do MI6 é enviada a Berlim para investigar o assassinato de um colega e recuperar uma lista desaparecida de agentes duplos.

Quando vi os dois John Wick, reparei que as sequências de ação eram extremamente bem filmadas. Os diretores do primeiro filme, Chad Stahelski e David Leitch, têm uma vasta carreira como dublês e como coordenadores de dublês. Atômica (Atomic Blonde, no original), o primeiro projeto solo de Leitch, é uma adaptação da HQ “The Coldest City”, escrita por Antony Johnston e ilustrada por Sam Hart (que é inglês, mas vive no Brasil). E, se John Wick já era empolgante, agora temos cenas de ação com a mesma veracidade e violência, mas dentro de um pacote muito mais elaborado. Bom elenco, boa fotografia, boa trilha sonora, cenas de ação de tirar o fôlego… Estamos diante de um dos melhores filmes do ano!

As cenas de “tiro porrada e bomba” são excelentes. Como o diretor manja dos paranauês no que diz respeito a dublês, tomou cuidado com detalhes que normalmente passam despercebidos, como o modo dos personagens portarem suas armas, ou um personagem que leva uma facada nas costas e depois sente a dor desta facada (já repararam que nos filmes os personagens “se esquecem” das dores?).

São várias sequências antológicas. Mas uma delas chama a atenção: um plano sequência de mais de dez minutos, onde personagens entram num prédio: tiro, porrada, porrada, tiro, sangue, mortes, mais tiro, mais porrada, gente rolando escada abaixo, mais tiro, mais porrada, mais sangue, mais mortes, personagens saem do prédio, entram num carro, começa a perseguição, carro batendo, carro capotando… Tudo sem corte!!! Ok, houve cortes. Li no imdb que foram cerca de 40 planos, emendados digitalmente. Mas não tiro o mérito da concepção de uma cena assim. Sr. Leitch, antes você tinha a minha curiosidade; agora você tem a minha atenção. ;-)

A trilha sonora merece um parágrafo à parte. Como o filme se passa em 1989, a trilha só traz clássicos oitentistas. New Order, Depeche Mode, George Michael, David Bowie, Siouxsie and the Banshees, The Clash… Todas bem inseridas no contexto.

Charlize Theron já tinha mostrado que é muito boa em filmes de ação (ela foi o highlight do último Mad Max, e ainda entrou pra franquia Velozes e Furiosos). Mas este é o seu melhor momento no estilo. Ela está linda – como sempre – e sai na porrada de um modo que ninguém vai sentir falta dos velhos “action heroes”. Aliás, já existe a expressão “action heroin”? Se ainda não existe, pode ser inaugurada aqui.

Falei da Charlize Theron, o grande nome aqui. Mas ainda não falei do resto. James McAvoy mostra mais uma vez no mesmo ano (pouco depois de Fragmentado) que é um dos melhores atores da atualidade. Sofia Boutella não está mal, mas heu esperava mais de seu personagem (afinal, não podemos nos esquecer que ela mostrou habilidades em KingsmanStar Trek). O elenco ainda conta com John Goodman, Toby Jones, Eddie Marsan, Bill Skarsgård e Til Schweiger.

Atômica: um filme para ver e rever, e depois comprar o blu-ray.

Velozes e Furiosos 8

Velozes 8Crítica – Velozes e Furiosos 8

Quando uma mulher misteriosa seduz Dom a entrar no mundo do terrorismo e trair aqueles mais próximos a ele, seus amigos enfrentarão desafios que irão testá-los como nunca antes

Preciso confessar que sou fã da franquia Velozes e Furiosos. Sei que tem muita coisa forçada nos roteiros, sei que tem muitos clichês, mas curto as bobagens exageradas na tela. Principalmente porque são bobagens divertidas e muito bem feitas!

Dirigido por F. Gary Gray (Straight Outta Compton) Velozes e Furiosos 8 (The Fate of the Furious, no original) já mostra na cena inicial que não é pra se levar a sério. Num pega de rua, o “carro mais rápido da ilha” perde pra um calhambeque caindo aos pedaços, andando de marcha ré. E o resto do filme segue esta lógica (ou falta de), temos até uma cena que mostra “carros zumbis” que lembra Guerra Mundial Z! Só achei forçado coisas voltarem a funcionar depois de uma bomba de pulso eletromagnético… Forçou, né? 😉

Hoje em dia é comum vermos personagens femininas fortes (que bom!). Em filmes de ação temos visto várias mulheres entrando na porrada. Aqui é ainda melhor: a vilã é uma personagem forte, mas que usa a inteligência e não precisa brigar fisicamente com ninguém para ser temida.

Aliás, é curioso notar que uma franquia considerada “descerebrada” por boa parte da crítica, e que está lançando o seu oitavo filme, ainda tem moral pra incluir duas boas novidades no elenco: duas atrizes ganhadoras do Oscar. Charlize Theron, maravilhosa como sempre, é a grande vilã; Helen Mirren tem um papel pequeno, mas rouba todas as (poucas) cenas que aparece. É muito bom ver uma atriz veterana não se levando a sério!

Sobre o resto do elenco, é mais do mesmo. Velozes e Furiosos 8 reúne os três carecas fortões mais carismáticos de Hollywood. Mas se for pra destacar um, escolho Dwayne Johnson, que está no limite da galhofa o tempo todo, e é responsável por alguns dos melhores momentos do filme (e aí incluo uma partida de futebol feminino infantil!) – Vin Diesel e Jason Statham completam o trio principal. Também no elenco, Michelle Rodríguez, Kurt Russell, Nathalie Emmanuel, Tyrese Gibson, Ludacris, Elsa Pataky, Scott Eastwood e Luke Evans.

Ouvi críticas sobre a entrada de Jason Statham no grupo ao lado dos protagonistas – até o último filme, ele era o inimigo. Ok, realmente a transformação de inimigo para amigo podia ter um desenvolvimento melhor. Mas as justificativas do roteiro foram o suficiente pra mim.

Velozes 9 está previsto pra 2019. Tomara que tenha mais Helen Mirren!

Lugares Escuros

Lugares EscurosCrítica – Lugares Escuros

Libby Day tinha apenas sete anos de idade quando sua família foi brutalmente assassinada em sua casa no Kansas. Vinte e cinco anos mais tarde, ela concorda em rever o crime e descobre as verdades dolorosas que levaram a essa trágica noite

Baseado num livro da até então pouco conhecida Gillian Flynn, Garota Exemplar foi um dos melhores filmes do ano passado. Claro que iam catar outro livro da autora pra fazer mais um filme, né?

E acredito que este é o maior problema deste filme: a comparação. Lugares Escuros (Dark Places, no original) não é ruim, mas é bem mais fraco que Garota Exemplar.

Roteirizado e dirigido pelo pouco conhecido Gilles Paquet-Brenner, Lugares Escuros é um filme “correto”. Mesmo com uma edição bem estruturada que fica alternando presente e passado, tudo é burocrático e previsível demais. Acaba a sessão e o espectador não “entrou” no filme.

Se podemos ter um destaque aqui é o elenco. Charlize Theron está muito bem como a ex-criança famosa que virou uma adulta falida – seus cabelos curtos devem ser pela proximidade do novo Mad Max. Aliás, falando em Mad Max, Nicholas Hoult também está aqui. Ainda no elenco, Chloë Grace Moretz, Christina Hendricks, Corey Stoll, Andrea Roth, Drea de Matteo e Tye Sheridan.

Resumindo: filme mediano. Ninguém vai odiar, tampouco ninguém vai virar fã.