O Beco do Pesadelo

Crítica – O Beco do Pesadelo

Sinopse (imdb): Um jovem ambicioso com talento para manipular pessoas com algumas palavras bem escolhidas junta-se a uma psiquiatra que é ainda mais perigosa do que ele.

Apesar de ter uma carreira irregular, Guillermo del Toro sempre vai estar no meu radar. Sim, o cara fez Pacific Rim e A Colina Escarlate, mas ele também fez A Espinha do Diabo e O Labirinto do Fauno (e Blade 2, e os dois Hellboy). E não podemos nos esquecer que seu último filme, A Forma da Água, ganhou o Oscar de melhor filme e melhor diretor (além de ter entrado no top 10 de 2018 aqui no heuvi).

O Beco do Pesadelo (Nightmare Alley, no original) traz tudo o que se espera num filme do del Toro. Elementos fantásticos, monstros (mesmo sem o filme entrar no sobrenatural), um pé no bizarro e outro no grotesco, e tudo isso embalado em um requinte visual extremamente bem cuidado.

Pena que o filme é chato. Vamulá.

O visual do filme é um espetáculo. Cenários, figurinos, props, todos os detalhes mostrados em tela são cuidadosamente escolhidos. A primeira parte do filme mostra aqueles circos dos horrores que existiam décadas atrás, com pessoas “diferentes”. O filme não mostra nada de sobrenatural, mas os elementos fantásticos estão nas atrações do circo.

O Beco do Pesadelo não é exatamente terror, está mais para uma espécie de film noir (principalmente na segunda metade), e todo esse visual ajuda. Como A Forma da Água levou os principais Oscars em 2018, provavelmente a Academia vai ficar de olho em O Beco do Pesadelo e teremos indicações a Oscars nessa área – de fotografia, direção de arte, de repente até melhor cabelo e maquiagem.

Ah, falando da maquiagem, citei lá em cima “um pé no grotesco”. Normalmente quando um filme mostra gore, foca no gore justamente para chocar. Se não é pra chocar, não precisa de gore. Del Toro usa o gore de uma maneira diferente do usual. Um exemplo: em determinado momento um personagem leva um tiro na orelha, e ficam pedaços de orelha pendurados. Se fosse só pra chocar por chocar, del Toro faria closes para aumentar a exposição da orelha despedaçada. Mas não, a orelha está lá, ao fundo…

Agora, o filme é longo demais, e cansa em alguns momentos. São duas horas e meia, e a gente se pergunta se precisava de tudo isso. Existe outra versão desta mesma história, no filme O Beco das Almas Perdidas, de 1947. Este não é uma refilmagem daquele, del Toro usou o mesmo livro original, escrito por William Lindsay Gresham, e fez uma nova adaptação. Não vi o filme anterior, mas sei que ele tem 40 minutos a menos. Se esta nova versão tivesse 40 minutos a menos, provavelmente ia ser menos cansativo.

Pelo menos a parte final é boa. A última meia hora do filme é tensa e tem um ótimo ritmo. Pelo menos a gente sai do cinema empolgado.

O elenco é muito bom. Bradley Cooper está bem, e precisa estar, já que o filme é todo em cima do seu personagem. Cate Blanchett, Toni Collette e Rooney Mara dividem a tela com o protagonista, em fases diferentes do filme. Willem Dafoe está bem, mas aparece pouco. Também no elenco, Richard Jenkins, Ron Perlman, David Strathairn, e breves participações de Mary Steenburgen e Tim Blake Nelson.

Ao fim, me lembrei de A Colina Escarlate. Um belo filme, mas chato.

A Forma da Água

Forma da ÁguaCrítica: A Forma da Água

Sinopse (imdb): Um conto de fadas de outro mundo, ambientado na época da Guerra Fria nos EUA, por volta de 1962. Uma solitária faxineira que trabalha num laboratório governamental de alta segurança tem sua vida alterada para sempre quando ela descobre uma experiência secreta.

Filme novo do Guillermo del Toro sempre entra no radar. Apesar do seu último, A Colina Escarlate, não ter sido lá grandes coisas, a expectativa por este A Forma da Água (The Shape of Water, no original) era grande. Felizmente, desta vez Del Toro acertou. Seu novo filme é uma bela fábula de amor, e, acho que posso dizer isso, um dos seus melhores filmes.

Del Toro declarou que queria fazer um “filme de monstro” onde a criatura ficasse com a mocinha no final. Assim, tudo aqui gira em torno da história de amor entre o improvável casal. Apesar de ter algumas cenas de violência gráfica, A Forma da Água está mais próximo de um conto de fadas do que de um filme de terror. A trilha sonora de Alexandre Desplat ajuda no clima de fábula.

(Aliás, a trilha sonora e a direção de arte me lembraram do clima dos filmes de Jean Pierre Jeunet – mais ou menos como “Amelie Poulan encontra o Monstro da Lagoa Negra”).

É bom avisar: A Forma da Água é um filme romântico, não há dúvidas quanto a isso. Mas está longe de ser um filme “fofinho”. Como bem disse o crítico Pablo Bazarello no site cinepop, “Uma história linda de amor, onde gatos fofinhos perdem a cabeça, gargantas são rasgadas com garras e dedos necrosados arrancados à força. Ah, Guillermo del Toro é dos meus. Ah, o amor…” 😉

(Aliás 2, fiquei com a impressão de que este filme conseguiu ser o que A Bela e a Fera tentou ser e não conseguiu. Afinal, aqui o Monstro não precisou ser rico para conquistar a mocinha.)

O elenco é outro destaque. Indicada ao Oscar em 2014 por Blue Jasmine, Sally Hawkins faz um excelente trabalho com sua personagem muda – aguardem mais indicações para prêmios! Michael Shannon também está excepcional. Doug Jones, mais uma vez, não mostra o rosto e interpreta uma criatura num filme de Del Toro (ele foi o Abe Sapien em Hellboy e o Fauno em O Labirinto do Fauno). Também no elenco, Richard Jenkins, Octavia Spencer e Michael Stuhlbarg.

A notícia triste é que vai demorar pro espectador “off festival” ver A Forma da Água. O filme passou na abertura do Festival do Rio, mas não só não teve outra sessão, como só vai ser lançado no circuito no início de 2018. Tem que segurar a ansiedade!

O Ataque

Crítica – O Ataque

Ué, mas heu já falei de Invasão À Casa Branca! Ah, tá, esse é outro filme…

Um ex-militar quer entrar para a equipe do serviço secreto que protege o presidente dos Estados Unidos, mas não é aprovado na seleção. Sem saber como dar a notícia para sua filha, ele a leva para um passeio à Casa Branca, no mesmo dia que o local é atacado por um grupo paramilitar fortemente armado.

Existe uma prática bastante comum em Hollywood. Quando um estúdio anuncia um projeto, muitas vezes outro estúdio aproveita a ideia e faz um filme com o argumento semelhante. Não é o caso de plágio, são filmes completamente diferentes entre si. Mas um quer “pegar carona” no marketing do outro. É o caso aqui. Não sei qual filme está pegando carona e qual teve a ideia antes, mas são dois projetos bem parecidos. A sinopse é quase igual: “a Casa Branca é invadida, e um cara que não deveria estar lá, sozinho, salva o presidente”.

Uma coisa que chama a atenção aqui é que O Ataque (White House Down, no original) foi dirigido por Roland Emmerich, famoso por filmes catástrofe como Independence Day, 2012 e O Dia Depois de AmanhãO Ataque não é um filme catástrofe, mas segue a mesma fórmula dos outros filmes do diretor: um homem sozinho luta contra forças externas enquanto tudo em volta se quebra. A diferença é que aqui são terroristas destruindo a Casa Branca…

O elenco é repleto de bons nomes. Jamie Foxx se sai bem como presidente; Channing Tatum, mais limitado, não atrapalha com o seu heroi inesperado. E James Woods está bem, apesar de ter um personagem caricato. Ainda no elenco, Maggie Gyllenhaal, Richard Jenkins e a menina Joey King.

O roteiro tem alguns problemas. Além do exercício de patriotada e do excesso de clichês – o que era previsível pelo tema abordado – existe um sério problema de maniqueísmo. E os vilões são entregues logo nas primeiras cenas, o que já estraga muita coisa.

Por outro lado, se a gente se deixar levar pelo fator “filme-pipoca” O Ataque tem um bom ritmo e boas cenas de ação, o que garantem um programa divertido. A única vez que Emmerich se propôs a fazer um filme sério (Anônimo), o resultado ficou abaixo da média. Os pontos altos de sua filmografia são justamente os filmes-pipoca. Afinal, Emmerich segue o velho lema: “cinema é a maior diversão”…

Turbo

Crítica – Turbo

Dreamworks novo…

Um caracol sofre um acidente, ganha super-poderes, e fica tão rápido quanto um carro de corridas. Agora ele quer seguir seu sonho de correr as 500 Milhas de Indianapolis.

Anos atrás, vimos uma revolução na indústria dos longas de animação. Surgiram duas empresas novas, a Pixar e a Dreamworks, que, cheias de boas ideias, elevaram a qualidade do então combalido mercado.

O tempo passou, a Pixar se firmou com vários filmes excelentes, enquanto a Dreamworks alternava entre momentos geniais e outros nem tanto. E, na minha humilde opinião, acho que agora, em 2013, temos o maior abismo entre as produções dos dois estúdios: enquanto Universidade Monstros é quase tão bom quanto Monstros S.A., Turbo ficou devendo.

Antes de qualquer coisa, é preciso uma suspensão de descrença muito grande pra se curtir Turbo. Assim como, para ver Universidade Monstros, temos que acreditar que existe um universo paralelo onde a energia é tirada de sustos de crianças, aqui precisamos acreditar que um caracol pode passar por uma transformação digna de um super-herói de quadrinhos e virar um corredor capaz de correr a 300 km/h. E que depois ele vai conseguir convencer um humano a inscrevê-lo nas 500 Milhas de Indianapolis. Até aí, tudo bem. Mas, daí a ele ser aceito numa corrida com regras reais, achei demais. Segundo o filme, qualquer um com 20 mil dólares pode se inscrever em Indianapolis, independente de ter um carro compatível com as regras da competição.

Além disso, os personagens coadjuvantes são fracos. Li por aí que a ideia da Dreamworks é fazer uma série de TV com eles, semelhante ao que fez com os pinguins de Madagascar. Na TV pode até que funcione, mas no filme, não rolou.

Talvez um dos erros de Turbo seja não se definir entre a narrativa muito infantil e algo mais adulto. Formiguinhaz e Bee Movie são atraentes para os pequenos, e conseguem agradar os pais, nem que seja pelos seus atores originais (quem dubla os protagonistas são, respectivamente, Woody Allen e Jerry Seinfeld). Turbo tem um grande elenco – mas não adianta ter um Samuel L. Jackson se o seu personagem é fraco.

Além de Samuel, o bom elenco conta com Ryan Reynolds, Paul Giamatti, Michael Peña, Michelle Rodriguez, Maya Rudolf, Bill Hader, Snoop Dog, Luiz Guzmán, Richard Jenkins e Ken Jeong, entre outros.. Vi a versão dublada, deu pena de perder todas essas vozes…

Enfim, Turbo pode até agradar os pequenos. Mas é uma grande decepção, vindo de um estúdio de onde saiu Shrek, Madagascar, Kung Fu Panda, Megamente e Monstros vs Alienígenas

Jack Reacher – O Último Tiro

Crítica – Jack Reacher – O Último Tiro

Opa, já é hora do Missão Impossível 5? Ah, não é o Ethan Hunt, é o Jack Reacher…

Cinco pessoas são assassinadas, e um atirador de elite, veterano de guerra, é acusado pelo crime. Durante o interrogatório, ele cita apenas o nome de Jack Reacher, um ex-combatente com inúmeras condecorações, dado como desaparecido para o governo e autoridades. Até que Jack aparece do nada e resolve investigar por conta própria os assassinatos.

Escrito e dirigido por Christopher McQuarrie (roteirista de Os Suspeitos), Jack Reacher – O Último Tiro é baseado na série de livros Jack Reacher, escritos por Lee Child. Apesar do heroi Jack Reacher do livro ser loiro e ter 1,90 de altura, Tom Cruise (também produtor do filme) o adaptou para o seu físico, e fez um bom trabalho. E isso gerou um fato curioso sobre Jack Reacher: Cruise é, ao mesmo tempo, uma das melhores coisas e uma das coisas que mais atrapalha o filme.

Como assim, Cruise ajuda e atrapalha ao mesmo tempo? Explico. Por um lado, ele está muito bem. O papel de Jack Reacher lhe caiu muito bem, pelo menos pra quem não leu os livros (caso deste que vos escreve). Cruise é baixinho, mas tem excelente porte físico e pode passar por um militar veterano (lembrem-se que ele já é um cinquentão). E as tiradas de humor do personagem caíram perfeitamente no ator.

Mas, por outro lado, ver Cruise num filme assim nos traz à lembrança Ethan Hunt e toda a série Missão Impossível – “personagem safo que costuma não se dar bem com superiores e tem que se virar sozinho”. É mais ou menos como pegar o Matt Damon pra fazer um papel parecido com o Jason Bourne ou o Bruce Willis num papel semelhante ao John McLane. Fica difícil ver Jack Reacher e não sair do cinema cantando o tema de Lallo Schifrin…

Felizmente, o fato de ser parecido com Missão Impossível não faz de Jack Reacher um filme ruim. Jack Reacher é bem dirigido, tem bons personagens, bom ritmo, boas cenas de ação e ainda traz uma boa perseguição de carro. Tudo funciona redondinho, quem gosta de filmes de ação não vai se decepcionar.

No elenco, como já disse antes, Tom Cruise “veste” bem o papel título. Rosamund Pike, que faz um misto de coadjuvante com quase interesse romântico, está meio apagada, acho ela meio sem sal. E Werner Herzog (diretor alemão de filmes clássicos como Nosferatu, Fitzcarraldo e Aguirre, a Cólera dos Deuses) tem um bom personagem, mas sub-aproveitado – Zec, seu personagem, empolga quando aparece (a cena que fala dos seus dedos), mas some na parte final do filme. Ainda no elenco, Richard Jenkins, David Oyelowo, Robert Duvall e Alexia Fast.

Como Jack Reacher é uma série de livros (parece que já são 14 livros), devemos ter uma continuação em breve. Que mantenham a qualidade!

p.s.: Falei sobre Missão Impossível 5 como uma piada. Mas Christopher McQuarrie está cotado para dirigir esta provável quinta parte, em 2015…

O Homem da Máfia

Crítica – O Homem da Máfia

Sábado à noite fui com a garotinha ruiva ao shopping, a ideia era vermos Argo – heu já tinha visto, mas ela não. Argo estava lotado, mas tinha ingresso para este O Homem da Máfia, filme com Brad Pitt, Ray Liotta, Richard Jenkins e James Gandolfini. Com um elenco desses, não deve ser ruim, né? Ledo engano…

Baseado no livro homônimo de George Higgins, O Homem da Máfia (Killing Them Softly, no original) acompanha um matador profissional contratado para investigar um assalto a um jogo de pôquer clandestino em Nova Orleans.

O problema aqui é simples: falta história. O filme dá voltas, enche linguiça com um vários personagens contando um monte de “causos” desnecessários e desinteressantes, e nada acontece.

Pra piorar, o filme fica o tempo todo mostrando noticiários políticos sobre a eleição dos EUA de 2008, aquela que colocou o Obama no poder. É um saco, toda cena tem que ter uma TV ou rádio ligados com um falatório que não significa nada para nós brasileiros.

(No fórum do imdb, um mané chama de tolos aqueles que não entenderam que O Homem da Máfia é uma “alegoria política”. Tolo é quem acha que isso interessa a alguém de fora dos EUA…)

E assim o filme segue, sem levar nada a lugar algum. Vi algumas pessoas saindo do cinema, e desta vez não foi por causa de alguma cena ofensiva (como acontece com alguns filmes polêmicos) – foi porque o filme é chato mesmo.

Não vi O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford, o filme mais conhecido do diretor e roteirista Andrew Dominik. Mas parece que ele ganhou algum prestígio com o filme, é a única explicação para tantos bons atores se envolverem em um filme tão mal escrito e mal editado como O Homem da Máfia.

O elenco nem está mal. Brad Pitt, Ray Liotta, Richard Jenkins e James Gandolfini, sempre bem, junto com os menos desconhecidos Scoot McNairy e Ben Mendelsohn. Se O Homem da Máfia tivesse história, eles até mereceriam elogios.

Pra não dizer que nada se salva, gostei muito da sequência do assassinato de um dos personagens: tiros em câmera lenta, depois um acidente de carro, também em câmera lenta. Belas imagens. Só não vale ver uma hora e meia de filme por uma cena de poucos minutos.

Dispensável…

O Segredo da Cabana

Crítica – O Segredo da Cabana

Cinco jovens vão passar um feriado em uma cabana no meio do mato – e se você acha que sabe o que vai acontecer, desta vez a história é outra!

O Segredo da Cabana (The Cabin in the Woods, no original) é daquele tipo de filme que o quanto menos você souber, melhor. Vou tomar cuidado aqui para não soltar spoilers. Por enquanto, só adianto que é uma das melhores surpresas que vi nos últimos tempos na área do terror: roteiro bem escrito, efeitos excelentes, muito gore e muito bom humor. E principalmente: uma história diferente do óbvio!

O Segredo da Cabana é a estreia de Drew Goddard como diretor. Mas Goddard não é um novato no universo fantástico: ele escreveu o roteiro de Cloverfield – Monstro e de vários episódios das séries Buffy, Angel, Alias e Lost. E aqui ele co-escreveu o roteiro com um dos nomes mais “quentes” da Hollywood atual: Joss Whedon, o diretor do badaladíssimo Os Vingadores, um dos melhores filmes de 2012 por enquanto.

O roteiro tem um detalhe interessante: não existe exatamente uma “reviravolta de roteiro” (o tal “plot twist”). A história é aquela mesma, o grande lance é que o espectador não tem ideia do que está acontecendo, e só vai descobrindo aos poucos…

Talvez por ter Whedon por perto, um dos atores é Chris Hemsworth, ele mesmo, o Thor – e não é o ator principal. Não sei quando este O Segredo da Cabana foi filmado, mas heu chutaria que foi antes do lançamento de Thor – acredito que hoje Hemsworth faria escolhas diferentes – não que O Segredo da Cabana seja ruim, longe disso, mas é um filme que não privilegia atores. Tanto que o resto do elenco só tem nomes menos badalados: Kristen Connolly, Anna Hutchison, Richard Jenkins, Bradley Whitford, Amy Acker, Fran Kranz e Jesse Williams. Ah, sim, ainda tem a Sigourney Weaver em uma ponta não creditada.

E agora, apesar de ter vontade de falar mais sobre o filme, vou ficar quieto, pra não estragar. Só fica o recado: cuidado com spoilers, não leia muito sobre o filme. E aproveite um dos melhores filmes de terror do ano!

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Amizade Colorida

Crítica – Amizade Colorida

Uma caça-talentos (Mila Kunis) e um designer (Justin Timberlake), ambos com recentes decepções amorosas, se tornam grandes amigos. Sem vontade de se prender em relacionamentos, eles decidem incluir sexo na amizade, com o compromisso de deixar qualquer emoção de lado.

Amizade Colorida não é ruim. O problema é que é tão óbvio que dá raiva. Vejamos: um homem e uma mulher são grandes amigos, e com boa química sexual. Ora, a partir do momento que eles quiserem assumir um namoro com alguém, por que não tentar entre eles mesmo, antes de procurar outros parceiros? Às vezes Hollywood cria roteiros em cima de “tempestades em copo d’água (Sex and the City é cheio de situações assim), a vida real não precisa ser tão complicada.

Bem, pra quem conseguir relevar este detalhe, Amizade Colorida é uma boa comédia romântica, com todos os defeitos e virtudes que essa frase carrega.

O casal principal tem uma boa química – algo essencial em filmes do estilo. Mila Kunis e Justin Timberlake são jovens e bonitos, e fazem um boa dupla. O filme traz cenas de sexo, com alguma discreta nudez, os fãs da ex-estrela de That 70’s Show e do astro da música pop vão gostar disso. Além dos dois, o elenco também conta com Richard Jenkins, Emma Stone, Woody Harrelson, Jenna Elfman e Patricia Clarkson.

Gostei da edição, usando música como se fossem videoclipes dentro do filme. O estilo do humor é outra coisa boa de Amizade Colorida: é mais inteligente, não rolam as baixarias tão comuns hoje em dia (como no recente Passe Livre, por exemplo).

Agora, como falei lá em cima, o que enfraquece Amizade Colorida é a previsibilidade. Ok, toda comédia romântica já é meio previsível, mas normalmente os casais protagonistas não são tão óbvios como aqui. Relevando isso, dá até pra recomendar o filme.

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p.s.: Poucos meses antes da estreia de Amizade Colorida, tivemos em cartaz um outro filme com a mesma temática, Sexo Sem Compromisso, estrelado por Natalie Portman e Ashton Kutcher. Ainda não vi, assim que der comento aqui se os filmes são iguais.

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Passe Livre

Crítica – Passe Livre

Rick e Fred recebem de suas esposas um presente incomum: um passe livre – uma semana de férias do casamento, sem cobranças posteriores. Mas eles descobrem que a vida de solteiro não é o que eles pensavam.

Trata-se do filme novo dos irmãos Bobby e Peter Farrelly, os mesmos de Quem Vai Ficar Com Mary e Antes Só do que Mal Casado. Quem conhece a carreira dos irmãos sabe que eles sempre andam em cima daquela linha que fica entre o humor grosseiro e a piada de mau gosto. Digo isso porque os caras, quando acertam, são geniais – vide a engraçadíssima cena da Cameron Diaz com esperma no cabelo. Mas, muitas vezes, a baixaria é tão grande que a piada perde a graça…

Passe Livre (Hall Pass, no original) tem algumas piadas de gosto duvidoso – fazer piadas com fezes não é algo engraçado, pelo menos na minha humilde opinião. Mas, mesmo assim, não é tão baixaria quanto outros títulos da dupla. Apesar de algumas escorregadas desnecessárias, o filme é divertido.

No elenco, nenhum destaque, nem positivo, nem negativo. Owen Wilson segue interpretando o mesmo papel de sempre, acompanhado do menos conhecido Jason Sudeikis. As esposas, Jenna Fischer e Christina Applegate, têm papeis fáceis e previsíveis. A única surpresa do elenco é Richard Jenkins interpretando um papel que nada tem a ver com o que ele costuma fazer, o solteirão convicto Coakley. E Nicky Whelan é a candidata a “bonitinha da vez”.

Uma coisa que me incomodou um pouco foi a previsibilidade. Tudo é muito clichê, tudo a gente adivinha muito antes. Boa parte do filme perde a graça por causa disso. Como é uma comédia, isso é um problema sério…

Mas, pra quem estiver sem grandes expectativas, Passe Livre pode ser uma boa opção.

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Happythankyoumoreplease

Happythankyoumoreplease

Sou fã de How I Met Your Mother, sitcom estrelada por Josh Radnor que conta “causos” sobre casais na faixa dos trinta em Nova York. Quando soube de um filme escrito, dirigido e estrelado por Radnor, falando de casais na faixa dos trinta em Nova York, corri para baixar. Mas Happythankyoumoreplease é bem diferente de How I Met Your Mother, com todos os prós e contras que isso significa…

Sam Wexler (Josh Radnor) é um escritor que, num dia ruim, “salva” um garoto que estava perdido no metrô e o leva para casa, começando uma estranha amizade. Em volta de Sam estão seus amigos: Annie, uma mulher com uma doença que lhe causa problemas na aparência; Charlie e Mary Catherine, um casal que precisa se decidir sobre uma possível mudança para Los Angeles; e Mississippi, uma garçonete / cantora por quem Sam se apaixona.

Pra começar, Happythankyoumoreplease é um drama. Quem esperar uma comédia romântica vai se decepcionar. E quem esperar humor no estilo da sitcom também não vai encontrar. E, pra piorar, pelo menos duas das três histórias são bobinhas… O casal em dúvida se vai se mudar para Los Angeles é uma das sub tramas mais sem graça que vi recentemente no cinema; e o casal principal teve o desfecho mais previsível possível.

O elenco trouxe uma novidade, pelo menos para mim: Malin Akerman largou o habitual papel de bonitona, raspou o cabelo e aparece sem glamour nenhum, diferente de filmes como Watchmen e Antes Só do Que Mal Casado. Além de Radnor e Akerman, o elenco traz Kate Mara, Zoe Kazan, Tony Hale, uma ponta de Richard Jenkins e o garoto Michael Algieri.

Sobre o estranho título – “Felizobrigadomaisporfavor” – é uma expressão usada pela personagem de Malin Akerman. Mas não entendi o “Happy” antes. De qualquer maneira, isso pouco importa para o filme…

No fim, Happythankyoumoreplease nem é ruim. Mas fica a impressão de que Radnor deve continuar com a seu trabalho na tv. Se a sua sitcom é uma das melhores da atualidade, o seu filme é apenas mediano.