Space Camp – Aventura no Espaço

Crítica – Space Camp – Aventura no Espaço

Vamos revisitar um clássico da ficção científica oitentista pouco conhecido?

Uma turma do programa “Space Camp” – onde jovens vão durante as férias para aprender como trabalham os astronautas – se vê no espaço quando um foguete é lançado acidentalmente.

Na década de 80, tínhamos bem menos filmes por ano do que hoje. A gente conseguia acompanhar quase todos os lançamentos. Assim, arrisco dizer: acho que Space Camp – Aventura no Espaço nunca foi lançado aqui no Brasil, nem nos cinemas, nem em home video. Heu vi na época, um amigo tinha uma cópia pirata em vhs (coisa bastante comum na segunda metade dos anos 80, quando muitos já tinham videocassetes em casa, mas muitos filmes não tinham distribuição por aqui).

Hoje, analisando a história, é fácil entender por que o filme foi deixado no limbo. Space Camp – Aventura no Espaço é de 1986, mesmo ano do acidente da Challenger – um foguete que explodiu segundos depois do lançamento, matando toda a tripulação enquanto milhões de pessoas assistiam pela tv. Provavelmente pelo trauma, muita gente evitou o filme na época…

Pena, porque Space Camp – Aventura no Espaço, apesar de estar longe de ser uma obra prima, é um filme bem simpático – apesar de parecer uma produção Disney: tecnicamente muito bem feito, mas com uma trama bobinha e inocente.

Esse lado bobinho é o ponto fraco do filme. Além de ser previsível e da trama toda ser muito inverossímil (o cara troca de turma só porque pega um crachá diferente, uma criança entra na turma dos mais velhos só porque enche o saco da instrutora), tem um robozinho que enche o saco. Toda vez que o robozinho aparecia, dava vontade de desligar o filme… O que salva é que o filme ainda é agradável de se ver.

Space Camp – Aventura no Espaço tinha Steven Spielberg na produção, mas um diretor desconhecido: Harry Winer. Fui ver no imdb, o cara fez muita coisa, mas quase tudo para a tv. Acho que este foi seu único filme para o cinema.

Por outro lado, o elenco é impressionante para um filme semi desconhecido. O trio principal feminino tem Lea Thompson logo depois de De Volta Para o Futuro, Kelly Preston logo depois de Admiradora Secreta e A Primeira Transa de Jonathan, e Kate Capshaw pouco antes de casar com Steven Spielberg, mas pouco depois de Indiana Jones e o Templo da Perdição. Ainda tem Tom Skerrit (Alien – O Oitavo Passageiro) e Larry B. Scott (A Vingança dos Nerds), além de ser a estreia cinematográfica de Joaquin Phoenix, criança, ainda creditado como Leaf Phoenix. Ah, também tem Terry O’Quinn, o Locke de Lost, num papel pequeno.

Hoje não sei se existe em dvd ou blu-ray. Mas sei que passa de vez em quando na tv aberta…

De Volta Para o Futuro 3

Crítica – De Volta Para o Futuro 3

Fechemos a trilogia!

Depois da frenética parte 2, a trilogia encerra com menos viagens no tempo. Agora em 1885, no velho oeste, Marty McFly e Doc Emmet Brown precisam descobrir como acelerar um carro para ativar o capacitor de fluxo. Enquanto isso, precisam evitar os confrontos com Bufford Tannen, antepassado de Biff.

Uma coisa muito legal aqui é a repetição de situações que ocorreram nos dois primeiros filmes, adaptadas para o ambiente do velho oeste. O roteiro, novamente escrito por Robert Zemeckis e Bob Gale, flui perfeitamente, e aproveita para brincar com clichês de filmes de faroeste. As referências à cultura pop são em menor quantidade, mas também estão presentes.

A manutenção do elenco foi importante para isso. Thomas F. Wilson, exagerado como nunca, brilha como o “Cachorro Louco” Tannen. Claro, temos novamente Michael J. Fox, Christopher Lloyd, Lea Thompson e Elisabeth Shue. A novidade está com Mary Steenburgen, interpretando Clara, a única personagem que não tem nada a ver com os outros dois filmes.

Mas confesso que, dos três filmes, esse é que menos gosto. Não que seja fraco, longe disso, é que o nível da série é muito alto.

De Volta Para o Futuro 3 não só tem menos viagens no tempo, como tem um ritmo mais lento. Também rola uma leve mudança de foco – Doc Brown tem uma importância maior, chega a ter um par romântico. Isso não faz o filme ser ruim, mas o faz perder na comparação com os outros.

Mesmo assim, o filme dirigido por Zemeckis tem sequências de tirar o fôlego, como o tradicional duelo no velho oeste, ou a eletrizante parte final no trem. Mesmo um pouquinho mais fraco, é uma excelente conclusão para uma das melhores trilogias da história!

De Volta Para o Futuro 2

Crítica – De Volta Para o Futuro 2

E vamos às continuações de De Volta Para o Futuro!

De Volta Para o Futuro 2 começa exatamente onde o primeiro termina. Doc Brown volta para o presente para buscar Marty McFly e levá-lo ao futuro. Mas certos acontecimentos alteram o passado e, consequentemente, o presente.

Hoje pode até ser comum, mas era novidade em 1989, quando anunciaram que iam ser duas continuações, filmadas ao mesmo tempo e lançadas com um pequeno intervalo de tempo. Assim como era novidade o fim da parte 2 ser um “continua”… Enfim, pelo menos são filmes bem diferentes entre si, apesar de ambos serem continuações fiéis do primeiro filme. É interessante notar que os três filmes repetem várias sequências, mas em momento algum estas repetições parecem repetitivas. Continuação bem feita é isso aí!

Esta segunda parte mostra o futuro, em 2015 (daqui a 4 anos!), e uma realidade alternativa no mesmo 1985, além de voltarmos para 1955 para rever a história já contada sob uma nova ótica. É, a parte 2 é confusa sim. Mas o roteiro, mais uma vez escrito pelo diretor Robert Zemeckis em parceria com Bob Gale, é bem feito e funciona redondinho nas idas e vindas. Dá pra entender tudo, não ficam pontas soltas. Só precisa prestar atenção…

Como aconteceu no primeiro filme, De Volta Para o Futuro 2 é recheado de referências à cultura pop. Um prato cheio pra quem curte, tanto na parte em 2015, quanto em 1955. Aliás, o trecho em 1955 é minuncioso, afinal boa parte do filme original é refilmada, agora sob outro ângulo.

Algumas considerações sobre o elenco. Michael J. Fox, Christopher Lloyd, Lea Thompson e Thomas F. Wilson voltam a seus papeis (e também mais um personagem aqui, outro ali – Fox chega a ter três personagens simultâneos na mesma cena!). Crispin Glover se desentendeu com a produção e foi substituído por Jeffrey Weissman, mas como pouco aparece, mal dá pra notar. Outra substituição no elenco foi a entrada de Elisabeth Shue (Despedida em Las Vegas), no papel de Jennifer, namorada de Marty, no lugar da original Claudia Wells, que teve de se afastar da produção por problemas de saúde na família. Flea, o baixista do Red Hot Chilli Peppers, tem um papel pequeno e importante (guarde a cara dele, ele volta na parte 3). E, falando em gente que ficou famosa depois, além de Billy Zane (Titanic) repetindo o papel do primeiro filme, reparem em um dos garotos ao lado do videogame em 2015 – é Elijah Wood, ele mesmo, o Frodo de Senhor dos Aneis.

Os efeitos especiais são bons, mas em algumas cenas podemos ver a imagem “recortada” pelo chroma-key – isso fica claro nas cenas do skate voador (principalmente com a imagem nítida do blu-ray). Mas não é nada que atrapalhe o filme…

De Volta Para o Futuro 2 tem um problema: é um filme sem início e sem fim. Pelo menos a história tem uma conclusão, só que no filme seguinte – que será comentado aqui em breve!

De Volta Para o Futuro

Crítica – De Volta Para o Futuro

Aproveitei o lançamento em blu-ray de De Volta Para o Futuro para rever esta fantástica trilogia.

Marty McFly é um jovem que acidentalmente volta no tempo, de 1985 para 1955. No passado, ele conhece seus futuros pais, e acidentalmente faz sua futura mãe se apaixonar por ele. Marty deve consertar o dano na história fazendo com que seus pais fiquem juntos (senão ele não nasce), ao mesmo tempo que precisa encontrar um modo de voltar para 1985.

O que falar sobre este filme, um dos melhores filmes da década de 80? O que falar sobre um filme que quase todo mundo viu, e que quase todo mundo que viu, gostou? Ainda existe algo que não foi dito sobre De Volta Para o Futuro? Bem, vamos tentar…

A direção é de Robert Zemeckis, que anos depois ganharia Oscar de melhor diretor, por Forrest Gump. Zemeckis está aí até hoje, fazendo aquelas animações baseadas em atores filmados, como Beowulf e Expresso Polar. Mas heu particularmente prefiro os seus filmes dos anos 80, como esta trilogia e Uma Cilada Para Roger Rabbit.

O roteiro é sensacional. A complexa e interessante saga do jovem que pode não nascer porque sua mãe se apaixonou por ele é muito muito boa. O filme é uma perfeita mistura de aventura, ficção científica e comédia.

Sobre o elenco, é difícil imaginar que Marty McFly era pra ter sido interpretado por Eric Stoltz (existem cenas no youtube com ele no papel). Marty McFly é a cara de Michael J Fox, e Michael J Fox é a cara de Marty Mcfly! Aliás, o elenco inteiro está perfeito. Christopher Lloyd fez vários filmes legais (Os Sete Suspeitos, Uma Cilada Para Roger Rabbit), mas seu melhor papel sem dúvida é o Doc Brown. O mesmo podemos falar de Lea Thompson (Lorraine), Crispin Glover (George) e Thomas F. Wilson (Biff). Curiosidade: Billy Zane, aquele de Titanic, faz um dos “capangas” de Biff.

Os efeitos especiais ainda não perderam a validade, hoje, 25 anos depois. Nada muito pretensioso, os efeitos são simples e funcionais. Mas talvez o melhor de De Volta Para o Futuro sejam as várias referências à cultura pop. De citações a Guerra nas Estrelas e Star Trek, ao presidente dos EUA e à várias novidades tecnológicas, até uma genial piada sobre a invenção do rock’n’roll, o filme é um prato cheio para aqueles que curtem referências pop – o que é o meu caso!

Enfim, filmaço. Obrigatório! Se você não viu (existe alguém que não viu?), corra para ver. Se você já viu, aproveite o lançamento em blu-ray para rever!

Em breve, falarei aqui das duas continuações!

.

.

Se você gostou de De Volta Para o Futuro, Blog do Heu recomenda o Top 10 de Estilos dos Anos 80

Howard, o Super Herói

Crítica – Howard, O Super Herói

Lembro que gostei muito deste filme quando vi no cinema, lááá no distante ano de 1986. Mas sempre o vi em listas de piores filmes. Confesso que isso gerava um certo receio de rever. Será que heu ia me decepcionar?

Olha, tenho que admitir: Howard, o Super Herói é bem fraquinho!

Acho que a pior coisa do filme é o roteiro. A trama em si é absurda – olha, heu até “compro a ideia” de um pato como Howard, mas esse papo de “Dark Overlord” invadindo o planeta ficou bizarro demais. Pra piorar, vemos várias cenas patéticas, como toda a sequência do restaurante, por exemplo. Alguns trechos do filme são dignos de uma compilação de piores momentos dos Trapalhões.

Mas nem tudo é de se jogar fora. Os efeitos especiais envelheceram, mas não fazem feio ao lado de outros filmes da mesma época. E a roupa de pato é bem feita, mesmo analisando hoje em dia.

Sobre o elenco, tenho comentários opostos. Por um lado Jeffrey Jones (Curtindo a Vida Adoidado) é uma das melhores coisas do filme, seu personagem, quando “possuído”, parece um cartoon vivo. Por outro lado, Tim Robbins está completamente desperdiçado como um bobalhão sem graça. Lea Thompson, em alta pelo sucesso de De Volta Para o Futuro, não faz feio no papel principal – ela até canta de verdade!

Nem todos sabem, mas Howard, o Super Herói é uma adaptação de quadrinhos da Marvel, em alta hoje em dia por causa de várias boas adaptações – só este ano já tivemos Thor e X-Men Primeira Classe. Mas, ok, o filme é da época que era raro ter um bom filme vindo de quadrinhos…

Pra quem acha que Howard, o Super Herói não serviu pra nada na história do cinema, li uma história curiosa no imdb. O produtor George Lucas estava cheio de dívidas, e apostou alto no filme. Com o fracasso comercial e o prejuízo na conta bancária, Lucas estava na pior. Seu amigo Steve Jobs fez então uma boa proposta pelo seu estúdio de animação por computador – que, anos mais tarde, virou a Pixar. Ou seja, o fracasso de Howard foi indiretamente responsável por filmes como Monstros S.A. e Wall-E.

Continuo fã de Howard, o Super Herói. Mas concordo que ele merece estar nas listas de piores.