X-Men: Primeira Classe

Crítica – X-Men: Primeira Classe

Já que a onda atual é reboot, vamos ao reboot da franquia X-Men!

Nos anos 60, antes de Charles Xavier e Erik Lensherr usarem os nomes Professor X e Magneto, eles eram amigos, e trabalhavam lado a lado para reunir mutantes e treiná-los para defender o mundo de uma terrível ameaça. Diferenças entre o modo de cada um pensar os tornará os arqui-inimigos que todos conhecemos.

X-Men 3 – O Confronto Final (2006) e X-Men Origins: Wolverine (2009) não foram tão ruins quanto Batman Eternamente (95) e Batman & Robin (97), mas este X-Men: Primeira Classe pode ser tranquilamente comparado com o Batman Begins de 2005. Foi um excelente recomeço da franquia, um blockbuster daqueles que vai agradar tanto os fãs da franquia quanto os “leigos” apreciadores de bons filmes.

Bryan Singer, diretor dos dois primeiros X-Men, foi roteirista e produtor aqui. A direção ficou nas mãos de Matthew Vaughn (também roteirista, ao lado de mais 4 pessoas), o mesmo de Kick-Ass, um dos melhores filmes de 2010. Quando um cara faz um filme bom, costumo guardar o nome dele; se ele faz dois bons seguidos, já entra na minha lista de “diretores que precisamos prestar atenção”… 😉

Tudo funciona redondinho aqui. O roteiro, apesar de ter passado por várias mãos, é bem escrito. Existe um perfeito equilíbrio entre ação, tensão e drama, conseguimos viver os problemas dos personagens, e ao mesmo tempo temos cenas de ação de tirar o fôlego.

O bom elenco também ajuda. Michael Fassbender já tinha mostrado bons serviços em Bastardos Inglórios e Centurião; o mesmo podemos dizer sobre James McAvoy em O Procurado e O Último Rei da Escócia. E ambos estão bem juntos, no desafio que é interpretar personagens que foram de Ian McKellen e Patrick Stewart. Uma coisa muito legal aqui é a ausência de maniqueísmo: sabemos que ambos têm filosofias diferentes (tanto que se tornarão inimigos), mas eles estão lado a lado, e conseguimos “comprar” a ideia de cada um deles.

Fassbender e McAvoy não estão sozinhos. O elenco também conta com Jennifer Lawrence (Inverno da Alma), Rose Byrne (Presságio), Oliver Platt (Amor e Outras Drogas), January Jones (Desconhecido) e um inspirado Kevin Bacon, que faz um excelente  vilão cartunesco, o Sebastian Shaw. Ah, sim, para os fãs da franquia, rolam rápidas participações especiais não creditadas de dois atores dos primeiros filmes.

Falando nos primeiros filmes, talvez aqui esteja a única fraqueza de X-Men: Primeira Classe. Vemos explicações sobre algumas coisas que aparecem nos outros filmes – ou seja, quem não viu, vai ficar se perguntando “por que estão mostrando isso?”. Mesmo assim, gostei de ver coisas como a razão do Professor Xavier ser paraplégico.

A parte técnica também é muito bem feita. O filme se passa nos anos 60, a ambientação de época é perfeita. Os efeitos especiais estão na dose certa, e, pra completar a trilha sonora é muito boa, tanto na parte orquestral quanto na onda psicodélica sessentista.

Mais uma coisa: este filme é da Marvel, mas parece seguir uma linha paralela à que a Marvel traçando com Hulk, Homem de Ferro, Thor e Capitão América. Não rola nem a tradicional ponta de Stan Lee, nem a também tradicional cena depois dos créditos!

Tudo indica que este é o primeiro filme de uma nova série. Aguardemos para ver. Pelo menos o reboot da franquia começou bem.

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Se você gostou de X-Men: Primeira Classe, o Blog do Heu recomenda:
Kick-Ass
Homem de Ferro
Batman Cavaleiro das Trevas

O Enviado

O Enviado

No dia seguinte ao seu aniversário de 8 anos, Adam morre num acidente. Um estranho médico cientista propõe aos seus pais uma experiência que desafia a lei e a ética: um clone, uma cópia exata do menino falecido.

Dirigido em 2004 por Nick Hamm (que logo antes tinha feito O Buraco), O Enviado traz uma premissa boa, o tema clonagem é muito interessante. Mas o desenvolvimento da trama deixou muito a desejar!

A primeira parte do filme funciona bem. O clone Adam é uma cópia exata do Adam original, até completar 8 anos de idade. A partir daí, começa a virar um ser sinistro. E é aí que o filme escorrega, tentando criar uma explicação completamente inverossímel sobre um outro DNA inserido no embrião. Era melhor ter seguido pelo caminho sobrenatural, pessoas desafiando Deus e tendo que aguentar as conseqüências…

O elenco é até legal. Greg Kinnear fora indicado ao Oscar de melhor ator coadjuvante seis anos antes, por Melhor é Impossível. Rebecca Romijn estava em alta, nos anos anteriores ela fez Femme Fatale, os dois primeiros X-Men, Rollerball e O Justiceiro. E o médico é ninguém menos que Robert De Niro, oras!

Mas não tem bom elenco que segure um roteiro fraco. E a prova está nos extras do dvd: são apresentados quatro finais diferentes do “oficial”! Aparentemente, os realizadores realmente se perderam!

No fim, O Enviado nem é ruim. Mas também não é bom. Tem coisa melhor por aí.

p.s.: Na internet, rolam umas cenas de nudez da Rebecca Romijn neste filme. Mas não tem nada no dvd brasileiro…

Femme Fatale

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Femme Fatale

Tem muita gente burocrática trabalhando no cinema. Mas, pra nossa sorte cinéfila, tem uma meia dúzia que realmente faz arte. Brian de Palma é um desses caras.

Seu currículo é impressionante: Os Intocáveis, Dublê de Corpo, Scarface, Carrie, A Estranha, O Pagamento Final, Um Tiro na Noite, Vestida Para Matar… e ainda tem mais um monte de coisas boas! Não é à toa que tem gente por aí que o compara a Alfred Hitchcock…

Bem, em 2002, depois de um dos poucos filmes fracos de seu currículo – Missão Marte, De Palma nos deu essa pequena obra prima: Femme Fatale.

A trama é rocambolesca, como todo bom filme “depalmiano”. Rebecca Romijn-Stamos interpreta uma ladra de jóias que ganha uma chance de deixar o passado para trás, até ser fotografada pelo papparazzo Antonio Banderas. (Aliás, a modelo que está com a jóia no início do filme é a Rie Rasmussen!)

Mas, calma! Nada é tão simples!

Cada detalhe do roteiro tem uma explicação. Ao fim do filme, com uma espetacular virada de rumo, descobrimos que nem tudo é o que parece… Dá vontade de rever o filme – o que heu fiz! E assim pude constatar várias coisas que a princípio passam desapercebidas…

E não é só o roteiro que é bem feito. De Palma mostra que  fazer cinema pode ser uma tarefa próxima a de um artesão. Muita câmera lenta, ângulos não usuais, telas divididas, flashbacks… Algumas cenas são belíssimas!

Outro ponto forte do filme é a atriz Rebecca Romijn-Stamos. Dona de uma beleza estonteante, ela realmente entrou no clima sexy exigido pelo filme – mulheres fatais, diamantes, sexo e assassinato fazem parte da trama. Inclusive, em um dos extras, ela explica a cena do mergulho, onde, totalmente nua, teve que mergulhar diversas vezes, até conseguirem o resultado da câmera lenta mostrado nas telas.

Filmaço. Pra se ver e rever. E dizer “é verdade, eu não tinha reparado!”