Sully: O Herói do Rio Hudson

SullyCrítica – Sully: O Herói do Rio Hudson

A história real do piloto Chesley Sullenberger, que virou um herói quando conseguiu pousar um avião nas águas do rio Hudson, salvando as vidas de todos os passageiros e tripulação.

Com Clint Eastwood na direção e Tom Hanks no papel principal, nenhum filme passa desapercebido, não é mesmo? Sendo assim, vamos a Sully: O Herói do Rio Hudson (Sully, no original), dirigido pelo primeiro e estrelado pelo segundo.

Sully é daqueles filmes que não têm muito o que inventar. A história é simples (o piloto perdeu os motores e executou um arriscado pouso no rio) – e todo mundo já sabe o final. O que este filme traz de interessante é que, antes de ser chamado de herói, o piloto Sully estava sendo julgado, porque a companhia aérea, baseada em simulações de computador, achou que dava pra ele chegar até o aeroporto – e neste caso, ele teria colocado em risco as vidas dos passageiros. (E além disso, existe a pressão das seguradoras com o prejuízo financeiro).

No elenco, Aaron Eckhart manda bem como o coadjuvante de um Tom Hanks inspirado (como sempre, aliás). Laura Linney, o terceiro nome do elenco, me pareceu desperdiçada.

(Por uma triste coincidência, Sully estava previsto para estrear na mesma época do acidente que matou o time da Chapecoense. Por isso, o lançamento foi adiado por algumas semanas…)

Mas é só isso, Sully é apenas um filme correto. Tecnicamente bem feito, além de ser uma história real interessante. Mas é um filme morno.

Invasão à Casa Branca

Crítica – Invasão à Casa Branca

Um ex-oficial do serviço secreto tem a chance de se redimir quando se torna a única esperança dos EUA contra terroristas coreanos que tomam o controle da residência oficial do presidente americano, a Casa Branca.

Confesso que não me empolguei muito com a estreia de Invasão à Casa Branca (Olympus Has Fallen, no original). Me parecia um exercício desnecessário de patriotada norte-americana. Bem, heu não estava errado, realmente é um exercício de patriotada. Mas se a gente relevar esse “detalhe”, o filme até que é legal. Bom ritmo, cenas empolgantes, efeitos especiais na dose certa, um vilão mau como um pica-pau e um mocinho que parece uma versão anabolizada do Jack Bauer da série 24 Horas – Invasão à Casa Branca é uma boa diversão para aqueles no clima certo.

Falei que tem que estar no clima certo, porque algumas coisas do roteiro soam forçadas demais. Nos Estados Unidos pós 11 de setembro, não acredito que seja tão fácil se aproximar da Casa Branca – por exemplo, um avião chega metralhando e consegue dar uma volta antes de ser abatido. Isso sem contar, claro, com várias situações previsíveis e muitos diálogos clichês.

Pelo menos quem aguenta isso tudo “ganha” um eficiente filme de ação. O diretor Antoine Fuqua (Dia de Treinamento, Rei Arthur) mostra boa mão nas cenas de ação e garante a atenção do espectador até o fim das duas horas de projeção.

O elenco está cheio de nomes conhecidos. O protagonista Gerard Butler às vezes soa caricato, mas funciona dentro do papel de exército de um homem só. Além dele, Invasão à Casa Branca conta com Aaron Eckhardt, Morgan Freeman, Angela Basset, Melissa Leo, Radha Mitchell, Dylan McDermot, Rick Yune, Cole Hauser e uma ponta de Ashley Judd.

Enfim, bom filme de ação. Mas é preciso aturar os defeitos.

Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge

Crítica – Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge

Uma das estreias mais aguardadas do ano!

Depois dos eventos de Batman – O Cavaleiro das Trevas, Bruce Wayne agora vive recluso e Batman não aparece há anos. Até que Bane, um novo e terrível vilão, aparece para ameaçar Gotham City.

A tarefa era difícil, dar continuidade a Batman – O Cavaleiro das Trevas, um dos melhores flmes baseados em quadrinhos da história. Mas Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge fez um bom trabalho, é uma sequência à altura. Fecha bem a sólida trilogia do diretor Christopher Nolan – a qualidade foi mantida ao longo dos três bons filmes.

Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge é um filme sério e tenso. Algumas partes são sensacionais – gostei muito da sequência do estádio e de toda a parte final. Antes da sessão, pensei que talvez o filme pudesse ser um pouco mais curto, são duas horas e quarenta e quatro minutos. Mas Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge não tem “barriga”, o filme flui muito bem.

O roteiro não é perfeito, é preciso muita suspensão de descrença em algumas cenas – por exemplo, vários vilões não usam armas de fogo, mesmo com as armas nas mãos. Mas isso é um detalhe que quase não incomoda. Mesmo assim, Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge é um excelente filme, melhor que a maioria que é lançado no circuito.

Uma preocupação para este terceiro filme era o vilão, por causa do vilão do filme anterior. Não só o Coringa é um dos vilões mais famosos da história dos quadrinhos, como Heath Ledger teve uma interpretação arrebatadora – chegou a ganhar postumamente o Oscar pela sua atuação como Coringa. O vilão Bane não é tão conhecido quanto o Coringa, e Tom Hardy não foi tão impressionante. Mas o conjunto foi excelente – Bane é um vilão perfeito e assustador.

(Ainda sobre Bane: li em algum lugar que Tom Hardy não seria uma boa escolha para o papel, porque ele é pequeno (1,78m, segundo o imdb), enquanto Bane é um grandalhão. Mas, não sei se usaram truques de câmera ou cgi, no filme Hardy parece ser muito maior do que é. Seu Bane não decepciona nem pela interpretação, nem pelo tamanho!)

Aliás, o elenco é invejável. Além de Hardy, voltam aos seus papeis Christian Bale, Michael Caine, Gary Oldman e Morgan Freeman. E o filme ainda conta com Marion Cotillard, Joseph Gordon-Levitt, Mathew Modine, Juno Temple, Nestor Carbonell e Anne Hathaway.

Deixei Anne Hathaway por último porque achei a sua Selina Kyle uma das melhores coisas de Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge. Rolava uma comparação mental óbvia com a Mulher Gato de Michelle Pfeiffer do filme de 1992 (e não com a terrível Mulher Gato de Halle Berry de 2004!). Mas Anne consegue dar leveza, beleza e principalmente credibilidade ao seu papel – sua Selina parece uma pessoa “de verdade”. Detalhe curioso: ao longo do filme, ela nunca é chamada de Mulher Gato!

Christopher Nolan mais uma vez mostra um domínio técnico impressionante, e suas sequências de ação são absurdamente bem feitas – a parte técnica do filme é impecável. E, boa notícia: ele não gosta de 3D (e heu concordo com ele!). Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge é um dos raros blockbusters atuais sem uma versão 3D, só existem opções 2D nos cinemas.

E aí fica a pergunta: é melhor que Os Vingadores? Olha, são filmes diferentes, estilos diferentes. Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge é mais realista, não tem ninguém com super-poderes. Ambos são bons filmes. Em vez de pensar qual é o melhor, prefiro pensar que em 2012 tivemos dois excelentes filmes baseados em quadrinhos de herois.

Mais uma coisa: li por aí que esse filme seria o “fim da trilogia”. Bem, como trilogia são 3 filmes, a frase está correta. Mas rola um forte gancho para uma continuação. Será que Nolan pensou em uma quadrilogia?

Fica a dica: vá ao cinema ver Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge. Filmão, merece a tela grande. E que venha o próximo!

Por fim, preciso falar da desorganização do Botafogo Praia Shopping, onde fica o cinema Cinemark, local de uma das pré-estreias. A sessão estava marcada para uma quinta feira, às 23:55. Mas o shopping fechava mais cedo. Resultado: o estacionamento já estava fechado (tive que deixar o carro na rua), o segurança ficava enchendo o saco na hora de entrar no shopping (por que diabos alguém iria querer entrar no shopping com tudo fechado senão para ver o filme?), e o elevador estava desligado (o cinema fica no oitavo andar!). Ora, se o shopping não vai funcionar, por que marcar a sessão?

E não acabou aí. Pra piorar, a sessão começou com inacreditáveis 27 minutos de atraso. E a cereja do bolo: no meio da sessão, a sala ficou insuportavelmente quente – acredito que tenhma desligado o ar condicionado. Sorte que religaram antes do fim. Pode falta de respeito maior?

.

.

Se você gostou de Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge, o Blog do Heu recomenda:
Superman
A Origem
Batman – O Cavaleiro das Trevas
Homem de Ferro 2

Reencontrando a Felicidade

Crítica – Reencontrando a Felicidade

Um casal tenta reconstruir a vida depois de perder o filho de quatro anos, morto atropelado.

Confesso que tinha dois receios para ver este filme. Um receio cinematográfico (pé atrás com o diretor John Cameron Mitchell), outro receio pessoal.

Vou abrir um “cantinho do desabafo” aqui. Este assunto é muito delicado pra mim. Minha filha mais velha nasceu com problemas cardíacos, e faleceu em 2003, com os mesmos quatro anos que o garoto do filme tinha. É sempre difícil pra mim ver um filme com o tema “morte de filho”. É complicado fazer uma crítica, porque o emocional sempre fala alto. Dito isso, posso dizer que entendo tudo o que Becca, a personagem de Nicole Kidman, está passando. Me vi na tela diversas vezes. Compartilho com Becca vários questionamentos, inclusive religiosos. Dá pra se escrever uma crítica assim? Bem, vou tentar…

Antes de tudo, preciso falar que o meu receio cinematográfico era infundado. Meu pé atrás com John Cameron Mitchell é porque o seu Hedwig é muito irregular, e o seu Shortbus pode até ser divertido, mas é uma grande picaretagem. Mas aqui ele faz um belo trabalho. Reencontrando a Felicidade é um filme sensível e bonito, dentro do que o assunto permite.

O roteiro, escrito por David Lindsay-Abaire (baseado na sua própria peça), é muito eficiente ao apresentar os traumas que afligem o casal. A história é triste, triste, mas em momento nenhum o filme é monótono.

O elenco é um dos pontos fortes do filme. Nicole Kidman arrebenta, foi até indicada para o último Oscar por este papel. Aaron Eckhart não fica pra trás, também está bem seguro como o pai que quer seguir com a vida. Ainda no elenco, Diane Wiest, Miles Teller e Sandra Oh.

Preciso ainda falar do título em português. Onde diabos está a tal felicidade? O garoto morreu, a família está caindo aos pedaços… Abaixo os nomes inventados!

Não tenho condições de recomendar este filme para ninguém. Mas admito que foi uma experiência forte.

.

.

Se você gostou de Reencontrando a Felicidade, o Blog do Heu recomenda:
Amor Além da Vida
Um Olhar do Paraíso
Nosso Lar

Invasão do Mundo – Batalha de Los Angeles

Crítica – Invasão do Mundo – Batalha de Los Angeles

Depois do fraco Skyline – A Invasão, finalmente chegou “o outro filme de invasão alienígena”.

A trama é simples: alienígenas invadem o planeta e “botam pra quebrar”, e forças militares tentam se defender. Simples e eficiente.

Vou explicar a comparação feita no primeiro parágrafo. Os realizadores de Skyline – A Invasão trabalharam nos efeitos especiais de Invasão do Mundo – Batalha de Los Angeles, e as duas tramas são muito parecidas – invasão alienígena em Los Angeles. Rolou até um processo, mas não sei que fim levou a história.

O filme não perde tempo com enrolação, a ação começa logo de cara. Isso é bom, nem sempre precisamos nos aprofundar nos personagens, quando o objetivo é ver tiros e explosões em cima de e.t.s!

Mas, para curtir o filme, precisa ter boa vontade com o roteiro, extremamente previsível. A gente consegue antever metade do filme: o novato que vai matar o primeiro extra-terrestre, o helicóptero que vai ser derrubado, o soldado revoltado com o superior, etc. E, pra piorar, ainda rolam alguns elementos completamente dispensáveis, como as crianças insuportáveis e aquele dramalhão desnecessário na base aérea.

Sabendo “desligar” esses “detalhes”, Invasão do Mundo – Batalha de Los Angeles é um bom filme. As cenas de ação são muito boas, os alienígenas são convincentes e os efeitos especiais são muito bem feitos.

O competente Aaron Eckhardt lidera um elenco com poucos rostos conhecidos. Pra não dizer que não tem mais gente famosa, Michelle Rodriguez e Bridget Moynahan têm os principais papeis femininos.

O fim do filme é talvez um pouco abrupto demais. Mas este é o tipo do filme que pode ter continuações, o subtítulo brasileiro dá essa dica, ao chamar de “batalha de Los Angeles”. Não vou achar estranho ver em breve outra batalha, em outro lugar…

Por fim, é importante citar que este é o primeiro lançamento carioca em 4K, um novo sistema de alta definição para cinemas. Assim como o blu-ray veio trazer uma imagem melhor que o dvd, a tecnologia 4K promete uma imagem com definição quatro vezes maior do que o padrão atual nas telas. Talvez fosse melhor outro filme para experimentarmos a nova tecnologia, já que aqui rola muita câmera tremida. Mas valeu a experiência!

.

.

Se você gostou de Invasão do Mundo – Batalha de Los Angeles, o Blog do Heu recomenda:
Tropas Estelares
Skyline
Marte Ataca

Batman – O Cavaleiro das Trevas

batman1

Batman – O Cavaleiro das Trevas

Acho que este foi o filme mais falado do ano passado… É um filme que consegue agradar a todos: aos fãs de quadrinhos, aos fãs de filmes de ação, e aos fãs do bom cinema independente do estilo. Então, o que falar agora, já que todos falaram por aí?

Sim, a atuação do Heath Ledger é impressionante, assim como Aaron Eckhardt e Gary Oldman (como sempre) mandam bem. Sim, as sequências de ação são de tirar o fôlego – nem parece que são duas horas e meia de filme.

Gotham City está um caos: enquanto o crime organizado tenta destruir Batman, anônimos vestem fantasias e tentam combater o crime por conta própria. Ao mesmo tempo, surge um “Cavaleiro Branco”, o promotor Harvey Dent, um homem íntegro e que, diferente do Batman, mostra a cara. E aí surge o melhor vilão dos últimos tempos: o Coringa.

O Coringa de Ledger é genial. Deve até ganhar o Oscar póstumo domingo que vem. Mas independente disso, é genial. O jeito de andar, de falar, a ironia, a loucura, mostram que o único objetivo deste coringa é criar o caos. Desculpe, Jack Nicholson, um “garoto” te passou pra trás…

Outra coisa boa de se ressaltar é a quantidade de efeitos especiais que “estão lá” – usa-se pouco CGI, as explosões são verdadeiras, as perseguições de carro também. Numa época onde tudo é feito no computador, bola dentro para Christopher Nolan e seu “filme-sem-cara-de-computador”.

Não gostei da Maggie Gyllenhaal no lugar da Katie Holmes. Ela é boa atriz, mas acho que a franquia merecia uma atriz mais bonita (afinal, já tivemos até Nicole Kidman e Michelle Pfeiffer!). Mesmo assim, ela funciona, assim como todo o elenco.

Enfim, um forte candidato a ser lembrado sempre como “um dos melhores filmes de super-heróis”, como é o caso do Superman de 1978…