Superman 4: Em Busca da Paz

Crítica – Superman 4: Em Busca da Paz

Já que revi os três primeiros, aproveitei o embalo e revi também Superman 4: Em Busca da Paz.

Superman resolve promover a paz no planeta acabando com todas as armas nucleares. Mas o seu arqui-inimigo Lex Luthor tem uma nova criação: o Homem Nuclear!

Vamos a uma breve contextualização histórica. Os produtores Alexander e Ylia Salkind queriam um tom cartunesco para os filmes do Homem de Aço, mas o diretor Richard Donner não obedeceu e criou um grande épico no primeiro Superman, de 1978. Superman 2 tem duas versões, uma com a cara de Donner, e outra, dirigida por Richard Lester, com o tom cartunesco pretendido pelos produtores. Sem Donner por perto, Superman 3 não é um filme sério, a concepção é toda de Lester e dos Salkind. Já o quarto filme não tem nem Donner, nem Lester, nem os Salkind. A produção é da dupla Golan Globus, famosa por filmes de ação de qualidade duvidosa, como Comando Delta, O Grande Dragão Branco e a série Braddock. Ou seja, Superman 4 é o fundo do poço…

Superman 3 é ruim, né? Dirigido por Sidney J. Furie, o 4 consegue algo que parecia impossível: é pior! Só existe um meio de se “sobreviver” a Superman 4: enxergá-lo como um filme trash. Se a gente fizer de conta que está vendo uma produção “nível Troma”, o filme pode até ser engraçado… Porque algumas cenas são trash demais. Achei que a fuga de Lex Luthor da prisão tinha sido ridícula, mas o filme se supera – existe algo pior do que o Superman usar a visão laser (?) pra reconstruir (?) a Muralha da China?

E, como diria um telemarketing vagabundo, “e não é só isso!”. Superman 4 tem um dos piores vilões da história do cinema. Fiquei com vontade de criar um Top 10 de piores vilões só pra incluir o Homem Nuclear, que é ridículo em todos os aspectos, desde o vestuário até as atitudes.

E o pior é que o elenco principal tá todo aí. Christopher Reeve, Margot Kidder e Gene Hackman voltam a seus papeis, assim como os coadjuvantes Jackie Cooper e Marc McClure. Mariel Hemingway aparece para ser um novo par romântico para o Super – o tempo não foi generoso com Margot. Outra curiosidade no elenco é Jon Cryer, hoje famoso pela série Two And a Half Men, no papel do sobrinho abestalhado de Luthor.

Enfim, ruim com força. Vale só como piada. Nem preciso dizer que a série parou aqui, né? Rolou um reboot em 2006, mas acho que vou dar um tempo agora e não vou mais ver mais nada de Superman por um bom tempo…

Superman 3

Crítica – Superman 3

Depois de ver os dois primeiros, encarei o terceiro Superman, de 1983, nitidamente inferior aos outros.

Gus Gorman é um desempregado trapalhão que resolve fazer um curso de informática e vira um super gênio dos computadores da noite para o dia. Um rico empresário resolve usar os seus talentos para o mal – e para derrotar o Superman.

Superman 3 é um desastre. Parece que não se decidiram entre um filme de super-heroi e uma comédia pastelão. O resultado: fraco enquanto comédia; ridículo enquanto filme de heroi.

O roteiro é tão absurdo que fiquei com medo: será que em 83 a gente era tão ingênuo, pra acreditar naquilo? É uma abobrinha seguida de outra. Só pra citar um exemplo: determinado momento o vilão resolve hackear um satélite para fazer chover (?) e destruir as plantações de café da Colômbia!!! E o roteiro é repleto de situações patéticas como essa. Na cena final, o Superman vira um videogame, e uma vilã vira um robô… A sensação de vergonha alheia torna difícil de assistir até o fim…

(Li em algum lugar que Mel Brooks deveria ser o diretor. Pelo menos o filme seria engraçado!)

Acredito que boa parte da culpa é do diretor Richard Lester e dos produtores Alexander e Ylia Salkind. Diz a lenda que os produtores queriam este tom caricato desde o primeiro filme, mas Richard Donner, contratado para ser o diretor, mudou o conceito e fez um filme sério. Donner foi demitido e Lester foi contratado para completar o segundo filme – por isso que existem duas versões, uma mais séria e outra não. O terceiro filme teve Lester (e a galhofa) desde o início…

No elenco, Christopher Reeve repete o papel de sempre, mas parece que o nome principal não é o Superman, e sim o atrapalhado (e bobo) personagem de Richard Pryor. Margot Kidder aparece rapidamente, o papel principal feminino fica com Anette O’Toole, no papel de Lana Lang.

Agora preciso de coragem (muita coragem) pra ver o quarto filme. Superman 3 é ruim, mas conheço gente que gosta. Já o 4 é unanimidade: todos concordam que é o pior de todos!

Superman 2

Crítica – Superman 2

Depois de ver o primeiro Superman, emendei logo no segundo.

Apaixonado por Lois Lane, Superman está disposto a abrir mão de seus poderes para ficar ao lado dela. Mal sabe ele que três vilões kriptonianos estão a caminho da Terra!

A versão que vi foi a de Richard Donner, diretor do primeiro filme, versão que so foi lançada em 2006. A história das diferentes versões merece ser contada.

Richard Donner tinha sido contratado para fazer dois filmes, e resolveu filmar tudo ao mesmo tempo, já que os mesmos atores repetiriam os mesmos personagens. Ao finalizar o primeiro, o segundo estava quase todo filmado. E foi neste momento que Donner brigou com os produtores Alexander e Ilya Salkind e foi mandado embora. Richard Lester (famoso por Os Reis do Iê Iê Iê, primeiro filme dos Beatles) foi chamado para ficar no seu lugar.

Lester usou parte do material filmado por Donner, filmou outras cenas, e fez um “filme frankenstein”, com partes de ambos diretores. O resultado nem ficou ruim. Mas em 2006, Donner teve a oportunidade de mexer no seu material e remontar o filme como tinha imaginado no fim dos anos 70. Este é o filme que heu vi!

Não sei se vale a pena ficar listando as diferenças entre as versões, tem tudo isso detalhado na wikipedia. O que posso dizer é que algumas coisas estranhas ficaram melhores… Por exemplo, na hora da briga final, não rola aquela tosqueira do Superman tirar o “S” do peito e derrubar o vilão, nem o momento que ele desaparece e aparece ao mesmo tempo em quatro lugares diferentes.

A parte técnica continua excelente, como no primeiro filme. E o único comentário a se fazer sobre o elenco é que Terence Stamp tem muito mais tempo de tela, enquanto Ned Beatty quase não aparece. As atuações repetem o bom nível do primeiro filme. Ah, Marlon Brando tinha sido limado da versão de Lester, mas tem boa participação aqui.

Na minha humilde opinião, a versão de Donner é melhor que a de Lester, mas traz pelo menos dois problemas:

– Lester inventou um “beijo de amnésia” pra Lois Lane se esquecer que Clark Kent é o Superman. Tosco, não? A versão de Donner não tem isso, mas copia o final ruim do primeiro filme. Não sei qual ficou pior.

– Rola uma cena no finzinho, onde o Superman volta ao bar onde apanhou. Esta cena não é coerente com o final proposto por Donner. Furo grande no roteiro!

Mesmo com essas escorregadas, Superman 2 consegue ser uma boa continuação, além do mais porque a gente tem que lembrar que Donner trabalhou com material filmado quase trinta anos antes!

Agora é tomar coragem pra ver o fraco terceiro filme…

As Aventuras de Tintim

Crítica – As Aventuras de Tintim

Estreou a aguardada adaptação dos quadrinhos franceses belgas!

Junto com o Capitão Haddock e o cachorrinho Milu, o intrépido repórter Tintim sai em uma caça a um tesouro em um navio no fundo do mar.

A história desse filme vem de longe. Quando Steven Spielberg lançou Caçadores da Arca Perdida em 1981, um crítico comparou o filme com os livros do Tintim, do desenhista Hergé. Spielberg não conhecia Tintim, comprou os livros e virou fã. A admiração foi recíproca: Hergé declarou que Spielberg seria o nome certo para uma possível adaptação cinematográfica. Quando Hergé faleceu em 83, Spielberg comprou os direitos e quase rolou um filme em 84 (Jack Nicholson foi cogitado para ser o Capitão Haddock!).

Mas o projeto foi deixado de lado, sabe-se lá por qual motivo. Até que, recentemente, Spielberg resolveu retomar os trabalhos, e entrou em contato com Peter Jackson, para ver a viabilidade de fazer um cãozinho Milu digital através da WETA (companhia de efeitos especiais de Jackson). Jackson já era fã do Tintim, e resolveram então fazer uma parceria e produzir três filmes em animação por captura de movimento – atores usam sensores pelo corpo, que são interpretados pelo computador.

Além de ter dois grandes nomes na produção, o roteiro de As Aventuras de Tintim (baseado nos livros O Caranguejo das Pinças de Ouro e O Segredo do Licorne) também tem pedigree: foi escrito pelo trio britânico Edgar Wright (Todo Mundo Quase Morto, Scott Pilgrim), Steven Moffat (Doctor Who, Sherlock BBC) e Joe Cornish (Attack The Block). Spielberg dirigiu este primeiro filme e Jackson está dirigindo o segundo – não achei no imdb qual será a previsão de estreia.

Há anos que Spielberg deixou o seu auge, mas mesmo assim ele não costuma decepcionar. Seus últimos 15 anos foram mais fracos que o início de sua carreira, mas ele ainda manteve uma média bem melhor do que a maioria em volta dele (com filmes como O Resgate do Soldado Ryan ou O Terminal). E aqui Spielberg está novamente em boa forma. As Aventuras de Tintim é muito bom. Não sei se vai se tornar um clássico e figurar ao lado de Contatos Imediatos do Terceiro Grau, Caçadores da Arca Perdida, ET, Tubarão ou Parque dos Dinossauros. Mas com certeza é melhor que Minority Report e Guerra dos Mundos

Tecnicamente, o filme é impressionante. O sistema de captura de movimento não é novidade, já vimos antes em filmes como Expresso Polar e Beowulf. Mas aqui a qualidade está muito superior. Ainda mais em 3D. A qualidade da imagem é algo poucas vezes visto – pena que o Oscar não aceita captura de movimentos no Oscar de animação, senão acho que As Aventuras de Tintim seria a grande barbada (além do mais porque o filme da Pixar este ano foi o fraco Carros 2).

(O novo Planeta dos Macacos usa o mesmo sistema para os macacos do filme. A diferença é que em As Aventuras de Tintim é o filme inteiro, e não alguns personagens. Coincidência ou não, Andy Serkis teve papeis centrais em ambos os filmes.)

Uma das sequências sozinha já valeria o ingresso, mesmo se As Aventuras de Tintim fosse ruim (o que não é). Sabe plano-sequência, quando a câmera acompanha uma cena sem cortes? Bem, em uma animação, um corte e uma emenda podem facilmente ser feitos. E mesmo assim, As Aventuras de Tintim traz um dos planos-sequência mais sensacionais que heu já vi, na cena da perseguição aos três pergaminhos. A “câmera” passeia por ângulos que seriam impossíveis de ser usados se fosse uma filmagem real.

Com relação ao elenco, é complicado falar do trabalho de atores que não aparecem na tela. Mas deu pena de ver o filme dublado e descobrir que a dupla de detetives atrapalhados Dupon e Dupon é feita por Simon Pegg e Nick Frost, de Todo Mundo Quase Morto, Chumbo Grosso e Paul – aposto como isso está mais engraçado no som original. No resto do elenco, Jamie Bell e Daniel Craig se juntam ao “veterano” Andy Serkis no sistema de captura de movimento.

O filme, propositalmente, não tem fim, rola um gancho para a continuação. Aguardemos o filme de Peter Jackson!

.

.

Se você gostou de As Aventuras de Tintim, o Blog do Heu recomenda:
Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal
Os Goonies
As Múmias do Faraó

Superman (1978)

Crítica – Superman (1978)

Chegou meu box do Superman em blu-ray com 8 discos. Aproveitei o fim de semana prolongado e vi os dois primeiros.

O filme conta a origem do Superman, um dos mais famosos super-herois da história, desde bebê ainda no planeta Krypton, passando pela juventude em Smallville e já adulto em Metropolis, onde trabalha no jornal Daily Planet usando a identidade secreta Clark Kent.

Superman está em invariavelmente todas as listas de melhores adaptações cinematográficas de super-herois. Digo mais: é considerado o marco inicial para o que conhecemos sobre filmes de herois. E, revendo hoje, mais de 30 anos depois, continua sendo um grande filme.

A parte técnica do filme dirigido por Richard Donner é impressionante para um filme dos anos 70. Tá, alguns chroma key estão “vencidos”, mas nada grave. Não vemos nenhum cabo segurando um ator, nem nenhuma emenda – lembrem-se que efeitos especiais eram bem toscos na época, e cgi ainda era um sonho distante.

O elenco foi muito bem escolhido. Marlon Brando foi contratado a peso de ouro para uma pequena participação como Jor-El, o pai do Superman. Gene Hackman, o Lex Luthor, era o outro grande nome do elenco. Christopher Reeve era desconhecido, mas encarnou tão bem o Homem de Aço que até hoje é lembrado como “o Superman”. Ainda no elenco, Margot Kidder, Ned Beatty, Valerie Perrine e Terence Stamp.

O roteiro, baseado em história do badalado Mario Puzo (O Poderoso Chefão), é muito bom, mas não é perfeito. O Lex Luthor de Gene Hackman é meio caricato, a ideia inicial era fazer algo mais próximo ao Batman barrigudo dos anos sessenta. Superman não tem esse tom cartunesco, mas Luthor, juntamente com seu ajudante Otis, viraram alívios cômicos. Hoje em dia estamos acostumados a vilões mais realistas, o que enfraquece o personagem de Luthor.

O fim do filme também sempre foi um ponto polêmico – se na época muita gente não gostou, hoje a ideia de voltar o tempo invertendo a rotação da Terra parece um absurdo digno de uma co-produção entre Uwe Boll e Roland Emmerich! (Digo mais: se era possível voltar a rotação da Terra, por que não voltar um pouco mais e impedir os mísseis?)

Mesmo com essas inconsistências no roteiro, Superman ainda é um filmaço. E abriu caminho para outras produções semelhantes, sendo diretamente responsável pelo conceito atual de “filme de super-herói”.

.

.

Se você gostou de Superman, o Blog do Heu recomenda o Top 10 de melhores filmes de super-herois

Solomon Kane

Solomon Kane

Solomon Kane é um mercenário a serviço da coroa britânica, com um passado violentíssimo, que descobre que o diabo quer sua alma. Resolve então renunciar à violência em busca de redenção. Mas alguns “acidentes de percurso” o colocam novamente frente a frente com a violência.

O início de Solomon Kane é muito bom. Toda a sequência antes da tal renúncia à violência tem um ritmo alucinante – aparece até o “coisa ruim” no meio da briga. Mas depois o ritmo cai e o filme não empolga mais.

Talvez o grande problema de Solomon Kane seja este: aparentemente este será o primeiro de uma série de filmes, então o diretor e roteirista Michael J. Bassett focou mais em aspectos do drama interno de Kane, sobre usar ou não seus instintos violentos. Na minha humilde opinião, foi uma falha, já que o resto do filme não consegue recuperar o fôlego inicial…

James Purefoy está bem como o cavaleiro arrependido, apesar de parecer o Robert Carlyle tentando interpretar o Aragorn, de Senhor dos Anéis. E o elenco traz ainda dois grandes nomes em papéis pequenos: Pete Postlethwaite e Max Von Sydow (este tem um papel minúsculo!). Ainda no elenco, Rachel Hurd-Wood, Alice Krige e Jason Flemyng.

No fim, ficamos com a impressão de que, apesar de não ser um filme ruim, Solomon Kane poderia ter sido bem melhor.

Não sei quando será lançado por aqui, nem sei se será lançado. Por enquanto, só por download.

Kick-Ass

Kick-Ass

Kick-Ass é uma das melhores surpresas da temporada!

Dave Lizewski (Aaron Johnson) é um garoto meio nerd, fã de quadrinhos e com poucos amigos. Até que resolve virar um super-heroi – mesmo sem ter super poderes.

Falei que é uma surpresa, porque heu esperava uma comédia na linha do fraco besteirol Super-Herói: O Filme. Que nada, Kick-Ass é um excelente filme de ação, com boas doses de humor (negro) e a quantidade exata de drama. Ou seja: um filme simples, mas com tudo “no lugar”.

Kick-Ass é baseado nos quadrinhos homônimos. Nunca li, não tenho ideia se o filme é fiel aos quadrinhos. Mas o roteiro, escrito por Mathew Vaughn (também diretor) e Jane Goldman, é muito bem escrito, e brinca o tempo todo com clichês de super-herois conhecidos.

O quase desconhecido Aaron Johnson está perfeito no papel principal, o adolescente nerd que quer virar super-heroi, mas mesmo assim nunca consegue deixar de ser nerd. Mas o elenco traz outros dois nomes dignos de nota. Um é a pequena Chloe Moretz, de apenas 13 anos (mas atriz desde os sete), que manda muito bem como a Hit-Girl. Ela é convincente tanto nos momentos dramáticos quanto nos momentos de pancadaria! E o outro nome é Christopher Mintz-Plasse, que estava ótimo mas um pouco exagerado como o McLovin de Superbad, e que aqui encontrou o tom exato (mais sobre seu papel não posso falar sem spoilers!).

Ainda tem espaço para um nome “de ponta”, Nicolas Cage, num papel menor porém importantíssimo. Mark Strong, vilão do novo Sherlock Holmes, aqui também faz um eficiente antagonista. Lyndsy Fonseca é apenas um rostinho bonitinho que funciona – mas o que achei mais curioso é lembrar que há cinco anos ela está em quase todos os episódios de How I Met Your Mother, como a filha do protagonista / narrador. E, last but not least, papéis pequenos para dois rostos femininos conhecidos nos anos 80: Elisabeth McGovern e Yancy Butler.

E a parte técnica? O filme parece ser uma produção menor, mas traz efeitos especiais excelentes. As cenas de ação são de tirar o fôlego – algumas delas dão vontade de voltar para ver de novo, como a cena onde Big Daddy ataca o galpão de Frank D’Amico. E ainda aparecem alguns artifícios na edição do filme para parecer que estamos lendo quadrinhos – isso sem contar todo um trecho em quadrinhos mesmo, contando o passado de Big Daddy.

Vejam só que coisa curiosa é o mercado cinematográfico. Homem de Ferro 2 estreou aqui no Brasil uma semana antes da estreia americana. Já este Kick-Ass tem estreia nacional prevista para 11 de junho, mas já existe para download o release R5 dele…

Enfim, ainda é maio, mas arrisco dizer que estamos diante de um dos melhores filmes do ano!

Homem de Ferro 2

Homem de Ferro 2

Tony Stark está de volta!

Nesta continuação do bom Homem de Ferro, de 2008, nosso herói Tony Stark está passando por dois problemas. Por um lado, o governo quer confiscar sua armadura; por outro, a engenhoca que salvou sua vida no primeiro filme o está envenenando e levando-o à morte. E, claro, trata-se de um filme de super herói, então existe um super vilão louco engendrando uma super vingança…

Não sou muito ligado em super heróis, nem em quadrinhos. Mas admito que o Homem de Ferro é legal. Pra começar, Tony Stark não tem super poderes, ele é um cara rico e que trabalha na indústria bélica, por isso cria uma super armadura. E Stark é egocêntrico e fanfarrão, um bad boy, gosta de festas, de mulheres, de bebida, de junk food – mais ou menos como um cara com a grana do Eike Batista e a personalidade do Renato Gaúcho. Ele é marrento, arrogante e gosta de tirar onda, a cena que ele desfia um senador em plena Casa Branca é sensacional. Outra coisa: todo mundo sabe que ele é o Homem de Ferro – acho uma grande bobagem esse papo de identidade secreta (ninguém nunca reparou que o Clark Kent sem óculos é igual ao Super Homem?).

E Robert Downey Jr é um Tony Stark perfeito, afinal, ele mesmo tem um passado de bad boy, com problemas com drogas e bebida. E Downey Jr passa por um excelente momento na carreira – não só ele é o Homem de Ferro como também o Sherlock Holmes. Não é qualquer um que consegue ser a figura principal de duas franquias simultaneamente…

O resto do elenco também foi muito bem escolhido. Gwyneth Paltrow e John Favreau (também diretor) repetem seus papéis do primeiro filme (e aqui me parece que seus personagens estão mais tempo presentes na tela). Don Cheadle herdou o papel do coronel James Rhodes, que foi de Terence Howard (e que não sei por que não está aqui). O às vezes exagerado Sam Rockwell está no tom exato com o seu incompetente fabricante de armas Justin Hammer. Samuel L. Jackson desta vez tem um papel de verdade para o seu Nick Fury (personagem que unirá vários heróis diferentes em um único filme no futuro), já que no outro filme ele só aparece na cena depois dos créditos. Mickey Rourke era um canastrão galã nos anos 80, hoje é um canastrão horroroso – é um vilão perfeito! E, last but not least, Scarlett Johansson está ruiva e usa roupas colantes enquanto bate em uns dez ao mesmo tempo – preciso dizer mais?

O filme foi dirigido por John Favreau, um ator. Justin Theroux, outro ator, escreveu o roteiro, um roteiro redondinho. As boas cenas de ação são costuradas por uma trama com humor e drama na dose certa. Aliás, diferente da maioria dos filmes de ação por aí, o humor não está presente através de um personagem engraçadinho. O alívio cômico é o próprio Tony Stark com sua fina ironia.

Se tem uma crítica que posso fazer, heu diria que a cena onde os robôs atacam a população deveria ter sido mais violenta. Se algo daquele porte acontecesse, acho que ia morrer uma boa quantidade de gente… Mas, como se trata de adaptação de quadrinhos, não vemos sangue.

Não li nada na internet sobre os excelentes efeitos especiais deste filme. Não sei o quanto tem de cgi. Mas posso dizer que os efeitos são muito bem feitos, realmente parece que as armaduras e as explosões são reais. Cgi bom é quando não parece cgi!

Enfim, uma boa opçãopara quem gosta de filmes de ação. Não vai mudar a vida de ninguém, mas vai oferecer duas horas de diversão garantida! E, claro, nos cinemas, afinal, este é um raro caso de filme que estreia no Brasil antes de estrear nos EUA (lá, só a partir de 7 de maio!).

p.s.: Ah, sim, rola a tradicional cena depois dos créditos, feita especialmente para os fãs da Marvel!

Substitutos

substitutos_2

Substitutos

No futuro, as pessoas não saem de casa. Usam robôs, os “substitutos”, para tudo, enquanto os controlam remotamente, isolados dentro de casa.

Esta é a interessante premissa do novo blockbuster, a ficção científica Substitutos (Surrogates no original), que estreou sexta passada nos cinemas brasileiros.

Uma coisa chama a atenção neste filme. Não sei se foi através de efeitos especiais ou através de maquiagem (ou, provavelmente, uma combinação de ambos), mas quase todos os personagens têm duas versões, o “original”, velho e mal cuidado; e o robô, de aparência mais jovem, mas com menos emoções. O mundo povoado de robôs ficou muito interessante, são várias as cenas protagonizadas apenas pelos substitutos.

Um eficiente Bruce Willis, se dividindo entre robô e humano, encabeça o elenco, que ainda conta com Ving Rhames e James Cromwell, além das mocinhas de rostos não muito conhecidos Rosamund Pike e Radha Mitchell.

A ideia (baseada em quadrinhos) é boa e o filme, curto (pouco menos de uma hora e meia), flui bem. E o roteiro ainda traz algumas reviravoltas interessantes.

Não entrará para a história como um clássico da ficção científica. Mas vale o ingresso.

Max Payne

maxpayne

Max Payne

Quem me acompanha por aqui sabe que dou valor a filmes com um visual legal, mesmo que a história não seja lá grandes coisas. Mas até que ponto vale a pena a gente ver um longa metragem só porque ele tem meia dúzia de belas cenas?

Sinopse: em mais um filme baseado em videogame, conhecemos o amargurado policial Max Payne, que procura vingança porque sua família foi assassinada.

Mas a história é sem graça… Não sei se é uma falha de roteiro, ou de direção, ou de ambos, mas conseguimos nos envolver com as dores internas de Max.

O elenco também não ajuda. Max Payne é estrelado por Mark Wahlberg. Ele é um cara que já fez alguns filmes muito legais, como Boogie Nights e Rock Star; mas ao mesmo tempo fez filmes não tão legais assim como Planeta dos Macacos e Fim dos Tempos. Ou seja, não é referência… Além de Wahlberg, temos no elenco Beau Bridges (o irmão de Jeff Bridges, o Lebowski!), Chris O’Donnel, Ludacris, e as belas russas Mila Kunis (That 70’s Show e Boot Camp) e Olga Kurilenko (Hitman e Quantum of Solace).

Como disse lá em cima, o filme tem uma ou outra cena belíssima. Efeitos especiais legais, câmera lenta, cores alteradas… Mas é pouco. Muito pouco…