A Garota da Capa Vermelha

Crítica – A Garota da Capa Vermelha

A ideia era interessante: uma revisão adulta da história da Chapeuzinho Vermelho, sob a ótica dos filmes de terror, substituindo o Lobo Mau por um lobisomem. Mas aí resolveram colocar o projeto nas mãos de Catherine Hardwicke, a diretora de Crepúsculo. Aí, fica difícil, né?

Uma pequena vila medieval é atacada por um lobo. É chamado um especialista, o Padre Solomon, que traz uma revelação: não se trata de um lobo, e sim de um lobisomem, e que é um dos moradores da vila. Com este pano de fundo, acompanhamos uma jovem dividida entre dois rapazes: o amor de sua vida e o noivo que a família escolheu.

Olha, heu estava torcendo pra ser algo como Na Companhia dos Lobos, filme do Neil Jordan dos anos 80. Mas, infelizmente, A Garota da Capa Vermelha segue a linha água-com-açúcar de Crepúsculo, tem até um triângulo amoroso semelhante.

Quase nada funciona. O visual é até bem cuidado, lembra A Vila do Shyamalan (o que nãosei se é uma boa referência…), mas, hoje em dia, uma vila medieval precisaria ser mais “suja” – tudo é limpinho, as roupas são bonitas e os cabelos são bem cortados e bem penteados demais. Tem mais: na festinha da vila medieval rola festa com música eletrônica!

O roteiro é confuso, às vezes parece esquecer que era pra remeter à Chapeuzinho Vermelho, e vira uma história de terror no estilo “quem é o assassino”. Aí, de repente, do nada, o roteirista deve ter se lembrado, e incluiu uma cena forçada com o famoso diálogo “vovó, que olhos grandes…”. Nem lá, nem cá, é um completo desastre.

No elenco, acho que o único que se salva é Gary Oldman como o padre. Boas atrizes como Virginia Madsen e Julie Christie estão completamente desperdiçadas. E Amanda Seyfried precisa um dia fazer um grande filme, até agora ela parou no “quase”, em filmes como Mamma Mia, Boogie Oogie, O Preço da Traição ou Garota Infernal.

Enfim, o filme talvez agrade as menininhas fãs de Crepúsculo. Para o resto, é dispensável.

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O Livro de Eli

O Livro de Eli

Num mundo devastado pela guerra, o solitário Eli (Denzel Washington) atravessa o país carregando um livro. Ao chegar num vilarejo dominado pelo malvado Carnegie (Gary Oldman), este primeiro oferece abrigo, depois tenta roubar o livro. Mas Eli parece ser protegido por forças inexplicáveis, e foge. Carnegie então manda sua gangue atrás dele.

O Livro de Eli (The Book Of Eli no original) é um dos novos filmes pós apocalípticos em cartaz. Deve estar na moda, já que estreou há pouco A Estrada, e não faz muito tempo tivemos Eu Sou A Lenda.

O clima do filme dirigido pelos irmãos Albert e Allen Hughes (Do Inferno) é bem interessante, o mesmo pode-se dizer da bela fotografia com poucas cores. Mas, sabe qual é o problema aqui? É difícil de “engolir” o roteiro.

Eli é quase um super herói. Ele sozinho bate em vários. Mais: aparentemente ele desvia de balas. Mas até aí tudo bem – apesar de Denzel Washington já estar com 56 anos. O pior de tudo acontece com um detalhe que só é revelado no finzinho do filme. Continuarei no parágrafo abaixo, mas, devido aos spoilers, para ler, será necessário selecionar o texto.

SPOILERS!

(No fim do filme a gente descobre que Eli era cego!!! Caramba, já seria difícil um cara fazer tudo aquilo!!! Um cego que bate sozinho em dezenas de inimigos (matando todos eles) e ainda atira em outros inimigos que estão a dezenas de metros de distância???)

Bem, se a gente relevar este “pequeno” detalhe, o filme é até divertido. Alguns lances são realmente muito bons.

Destacarei uma sequência que achei genial: toda a sequência onde Eli e Solara (Mila Kunis) encontram o casal de velhinhos. Os personagens são muito bons, a música escolhida foi completamente inesperada (e por isso mesmo, genial), e, no fim, no meio do tiroteio, rola um longo plano-sequência, daqueles sem cortes, com a câmera pesseando, entrando e saindo da casa. Sensacional!

No elenco, Washington e Oldman, como sempre, estão ótimos. Kunis não atrapalha. Além deles, Jennifer Beals, Ray Stevenson, Michael Gambon, Tom Waits e uma ponta de Malcolm McDowell.

Enfim, se você é daqueles que consegue se desligar de “detalhes” como o que está no parágrafo so spoiler, pode se divertir. Senão, pule para outro. Em breve verei A Estrada, vamos ver se é melhor ou pior…

Alma Perdida

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Alma Perdida

Admito, sou um cara teimoso. Todas as críticas relativas a este filme eram negativas. Todo mundo falou mal! Mas sou teimoso e gosto do estilo. Por isso, lá fui heu assistir mais um filme ruim.

Uma jovem começa a ter visões e pesadelos, e descobre que está sendo assombrada por um dibbuk, uma entidade maligna do ocultismo judaico.

A história é fraca e confusa. E achei todos os sustos forçados.

Uma das poucas coisas boas de Alma Perdida é sua protagonista, Odette Yustman, que além de ser bonitinha, funciona para o que o papel pede. Só é uma pena que ela não tira a roupa, apenas fica de roupa de baixo…

E sim, Gary Oldman está no elenco, mas num papel menor, e não consegue salvar o filme.

Enfim, desnecessário.

Batman – O Cavaleiro das Trevas

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Batman – O Cavaleiro das Trevas

Acho que este foi o filme mais falado do ano passado… É um filme que consegue agradar a todos: aos fãs de quadrinhos, aos fãs de filmes de ação, e aos fãs do bom cinema independente do estilo. Então, o que falar agora, já que todos falaram por aí?

Sim, a atuação do Heath Ledger é impressionante, assim como Aaron Eckhardt e Gary Oldman (como sempre) mandam bem. Sim, as sequências de ação são de tirar o fôlego – nem parece que são duas horas e meia de filme.

Gotham City está um caos: enquanto o crime organizado tenta destruir Batman, anônimos vestem fantasias e tentam combater o crime por conta própria. Ao mesmo tempo, surge um “Cavaleiro Branco”, o promotor Harvey Dent, um homem íntegro e que, diferente do Batman, mostra a cara. E aí surge o melhor vilão dos últimos tempos: o Coringa.

O Coringa de Ledger é genial. Deve até ganhar o Oscar póstumo domingo que vem. Mas independente disso, é genial. O jeito de andar, de falar, a ironia, a loucura, mostram que o único objetivo deste coringa é criar o caos. Desculpe, Jack Nicholson, um “garoto” te passou pra trás…

Outra coisa boa de se ressaltar é a quantidade de efeitos especiais que “estão lá” – usa-se pouco CGI, as explosões são verdadeiras, as perseguições de carro também. Numa época onde tudo é feito no computador, bola dentro para Christopher Nolan e seu “filme-sem-cara-de-computador”.

Não gostei da Maggie Gyllenhaal no lugar da Katie Holmes. Ela é boa atriz, mas acho que a franquia merecia uma atriz mais bonita (afinal, já tivemos até Nicole Kidman e Michelle Pfeiffer!). Mesmo assim, ela funciona, assim como todo o elenco.

Enfim, um forte candidato a ser lembrado sempre como “um dos melhores filmes de super-heróis”, como é o caso do Superman de 1978…