Turma da Mônica Jovem: Reflexos do Medo

Crítica – Turma da Mônica Jovem: Reflexos do Medo

Sinopse (imdb): Quando Mônica, Cebola, Magali, Cascão e Milena descobrem que o Museu do Limoeiro será leiloado, decidem se unir para salvá-lo. Enquanto investigam o que está acontecendo, eles se deparam com segredos assustadores do bairro do Limoeiro.

E vamos pra primeira grande decepção do ano…

A recente adaptação cinematográfica da Turma da Mônica dirigida por Daniel Rezende é muito boa, com os filmes Turma da Mônica Laços (2019) e Turma da Mônica Lições  (2021), e a série de 2022. Foi um feliz caso onde tudo dá certo, a escolha do elenco foi excelente e os roteiros são envolventes. Tudo funciona redondinho!

Ok, entendo que a produção deste Turma da Mônica Jovem não tem nada a ver com a outra produção (assim como acontece nos gibis). Mas como a qualidade daquele foi tão boa, claro que gerou expectativas!

E Turma da Mônica Jovem: Reflexos do Medo é tão fraco…

Se no anterior tudo deu certo, parece que aqui tudo deu errado. Começo pelo roteiro preguiçoso. Vou dar um exemplo só. Determinada cena a Mônica e a Magali estão vasculhando um baú, e chega a tia da Magali e diz que elas terão que fazer um ritual de feitiçaria (ou algo parecido). Corta, vemos a Mônica sozinha fazendo o ritual. Ué, a tia não deveria estar por perto pra auxiliar no ritual? Mas, calma que piora. Algumas cenas depois a Mônica está com o mesmo livro, e a tia da Magali diz “você não pode pegar esse livro sozinha!” Ué?

A edição também tem falhas. Não só algumas cenas parecem desconexas, como tive a impressão de ter cenas de dia e de noite na mesma sequência. E os efeitos especiais me lembraram Shark Boy e Lava Girl. E, em 2024, não é uma boa referência você lembrar de Shark Boy e Lava Girl.

As atuações não são boas. E ainda pioram com a inevitável comparação: os quatro principais da outra versão da Turma da Mônica atuam melhor e, principalmente, são muito mais carismáticos. Naquela versão, acaba o filme e quero ver mais da turminha. Nesta versão, que eles fiquem presos no espelho, ninguém se importa!

Se o desenvolvimento do filme já estava mal, quando chega na parte final tudo piora. Várias coisas não fazem o menor sentido na conclusão, a ponto de, na cena chave onde as pessoas são salvas, aparece um personagem que ainda não tinha aparecido antes! E, pra piorar, o filme acaba com um gancho desnecessário. E ainda tem uma cena pós créditos péssima.

Depois da sessão, conversei com alguns críticos, alguém disse que o filme podia fazer que nem Scott Pillgrim e usar elementos de mangá – como acontece nas HQs. Podia ser uma saída. Mas, do jeito que ficou, parece uma produção pobre feita pra TV.

Ouvi algumas pessoas comentando como se fosse negativo o fato de Turma da Mônica Jovem: Reflexos do Medo flertar com terror e ao mesmo tempo ser direcionado ao público infantojuvenil. Mas não vejo problemas nisso, a gente tem alguns filmes pra garotada que fazem isso e funcionam. O problema aqui é que o filme, infelizmente, é ruim.

Torço muito pra sair o filme do Chico Bento. Feito pela mesma galera da outra Turma da Mônica. E não faço questão da continuação deste Turma da Mônica Jovem: Reflexos do Medo.

Mansão Mal-Assombrada

Crítica – Mansão Mal Assombrada

Sinopse (imdb): Uma mãe e seu filho de nove anos estão tentando começar uma nova vida. Eles aproveitam uma oportunidade imperdível, uma adorável mansão em Nova Orleans.

E vamos para mais uma tentativa da Disney de transformar uma atração do parque em filme. Vou copiar aqui um trecho do que escrevi ano passado quando comentei Jungle Cruise:

Não é a primeira vez que fazem um filme baseado em brinquedos do parque da Disney. O mais famoso e mais bem sucedido é Piratas do Caribe, que já tem cinco filmes, sendo que dois deles passaram a marca de um bilhão de dólares na bilheteria. Os últimos filmes não foram muito bem aceitos, mas é um sucesso incontestável. Agora, heu lembrava de pelo menos mais dois, ambos mal sucedidos nas bilheterias: Mansão Mal Assombrada, de 2003, com o Eddie Murphy; e Tomorrowland, de 2015, com o George Clooney. Mas aí lembrei de quando fui à Disney em 2018, que depois do brinquedo Torre do Terror, vi dvds à venda de um filme feito em 1997 baseado naquela atração, com Steve Guttenberg e Kirsten Dunst. Aí resolvi pesquisar pra saber se tinham outros filmes, e descobri que Missão Marte, feito pelo Brian de Palma em 2000, com Gary Sinise, Tim Robbins, Don Cheadle e Connie Nielsen, tem um roteiro inspirado na atração da Disney! E ainda descobri mais um, que nunca tinha ouvido falar: Beary e os Ursos Caipiras, de 2002, baseado no brinquedo Country Bear Jamboree.

Poizé. O filme do Eddie Murphy não deu muito certo, então, vinte anos depois, é hora de uma nova tentativa. Pena que também não deu muito certo.

Pra começar, o filme é longo demais. São duas horas e três minutos pra contar uma história que cabia em menos de uma hora e meia. Aí a gente se perde em tramas paralelas que não são importantes para o filme (como o excessivo foco no luto do Ben, que podia ter resultado em algo na parte final, mas foi esquecido). E, pior, é um filme para crianças, que não terão paciência para uma sessão de duas horas!

Sobre o elenco: ninguém está muito mal, mas senti que falta conjunto. Juntaram alguns bons atores, um time heterogêneo, mas falta química entre eles, o grupo não parece entrosado. O time principal conta com Rosario Dawson, LaKeith Stanfield, Owen Wilson, Danny DeVito, Tiffany Haddish e Chase Dillon.

Novo parágrafo pra comentar 3 participações especiais no elenco. Jamie Lee Curtis aparece pouco e está bem como sempre. A guia de turismo me pareceu ser Winona Ryder, mas não está oficialmente creditada. E o fantasma principal é interpretado pelo Jared Leto, mas me pergunto pra que chamar um nome importante como Jared Leto se você não vai usá-lo? O fantasma e em cgi, não vemos o ator. E a voz é alterada, não ouvimos o ator. Podia ser qualquer um!

Nem tudo é ruim. Estive na Disney em 2018, claro que fui na atração Haunted Mansion, mas claro que não me lembro de detalhes. Mas, mesmo assim, me lembrei de várias referências, como o organista tocando e saindo caveirinhas dos tubos do órgão, ou dos fantasmas dançando no salão. Provavelmente quem está com a atração fresca na memória vai pegar muitas referências.

Os efeitos especiais são ok. Nada salta aos olhos nem positiva, nem negativamente. Gostei de alguns takes onde rola uma perseguição entre os corredores e os corredores mudam de comprimento e de eixo, mas são cenas rápidas. A trilha sonora também funciona – e tem uma rápida e divertida citação a It’s a Small World.

Mas no fim, os pontos positivos não são o suficiente pra sustentar, e o filme cansa. Aguardemos a próxima atração que vai virar filme.

Turma da Mônica: Lições

Crítica – Turma da Mônica: Lições

Sinopse (filmeB): Mônica, Cebolinha, Magali e Cascão fogem da escola. Agora, terão que encarar as suas consequências, e elas não serão poucas. Nesta nova jornada, a turma descobrirá o real valor e sentido da palavra amizade.

Não vi a sessão de imprensa de Turma da Mônica Lições, fui em uma sessão normal, com meus filhos. E, preciso dizer, que filme gostoso! Que filme agradável! Acabou o filme, estava feliz, já com vontade de rever!

Normalmente consigo separar o lado crítico do lado espectador de cinema – só não consigo quando é Guerra nas Estrelas, porque aí admito que o lado fanboy fala mais alto. Vejo filmes de super heróis sem envolver o lado fã. Mas, desta vez, a cada easter egg que aparecia na tela, era mais um momento de felicidade.

Temos vários personagens novos, que não estavam no primeiro filme. Mas não vou entrar em detalhes sobre quem aparece além dos quatro principais, porque pra mim cada um deles que aparecia era uma agradável surpresa – principalmente porque as aparições são incluídas de maneira orgânica na história, tipo, o Cebolinha tem problemas de fala e vai a uma fonoaudióloga, e na recepção ele conhece um menino loiro que não fala, só fala “hum” “hum”. Droga, falei um dos personagens novos…

Já que falei um personagem, preciso falar de outro. O Do Contra é um alívio cômico perfeito! São várias sacadas geniais e engraçadíssimas! E adorei ver a Tina e o Rolo!

(Tem outros personagens que aparecem em objetos de cena ou desenhados, como um Piteco no quadro negro ou um chaveiro do Bugu. Prestem atenção nos detalhes!)

Várias gerações leram os gibis da Turma da Mônica. Lembro da minha infância, heu lia direto Disney e Turma da Mônica. Fui ficando mais velho e fui refinando a minha leitura, lembro que no início lia qualquer coisa da Disney, depois passei a curtir só as historinhas brasileiras (lembro do Biquinho, sobrinho do Peninha um personagem excelente, que se não me engano era brasileiro); e também curtia umas histórias do Pato Donald e Tio Patinhas, sempre em aventuras épicas, que anos mais tarde descobri que eram as histórias escritas por Carl Barks (e anos depois consegui colecionar os volumes da Obra Completa de Carl Barks). E comecei a falar de Turma da Mônica e me perdi e tô falando de Disney, mas é que dei essa volta toda pra falar que com o tempo me cansei um pouco das histórias, principalmente da Magali sempre comendo, do Cascão sempre fugindo do banho e da Mônica sempre muito forte – Cebolinha tinha muitas histórias de planos infalíveis, mas era menos monotemático. Nessa época passei a curtir mais o Chico Bento, que não tinha um clichê tão marcante.

Isso tudo foi pra dizer que esses clichês são abordados no filme, e são muito bem trabalhados. Se nos quadrinhos essas características cansavam por causa da repetição, aqui no filme não tinha tempo pra repetição, viraram problemas próximos dos vividos por crianças reais.

A direção é mais uma vez de Daniel Rezende, que também dirigiu o primeiro filme. Não tenho muita coisa pra falar da parte técnica, a não ser que tudo funciona redondinho. Logo no início a gente vê o cuidado da produção, tem uma cena que alterna trechos da peça Romeu e Julieta com os ensaios. Iluminação, cenários e figurinos diferentes se alternando num efeito simples e eficiente.

Quem me conhece sabe que curto plano sequência. Tem um, rapidinho, mas bem sacado, a Magali está numa aula de culinária, com outras crianças, a câmera sai com as outras crianças e quando volta ela comeu tudo. Outro detalhe simples e eficiente.

Ah, falei de Romeu e Julieta, a peça shakespeariana é parte essencial na trama!

O elenco é ótimo. Giulia Benite, Kevin Vechiatto, Laura Rauseo e Gabriel Moreira voltam aos seus papeis, e os quatro são ótimos e muito carismáticos, a gente acaba o filme com vontade de estar mais perto dessa turminha, quero muito ver o terceiro filme da série. Malu Mader aparece em um papel pequeno. E Isabelle Drummond, que foi a Emília em uma das versões do Sítio do Pica Pau Amarelo, interpreta a Tina – nada mal, dois papéis importantes em duas obras essenciais da literatura infanto juvenil brasileira. Ah, sim, tem uma participação do Maurício de Souza!

O filme traz uma mensagem que é possível crescer sem deixar de ser criança, e isso é a minha cara. Fiz 50 anos ano passado, mas ainda não sei quando serei adulto. Me considero um bom pai, me considero responsável com meus compromissos profissionais, mas isso não me impede de continuar pensando como criança. Velhos são os outros!

O roteiro tem umas partes meio forçadas, principalmente perto da conclusão, mas, assim como aconteceu com o último Homem Aranha, Turma da Mônica Lições é um filme tão empolgante que a gente deixa isso tudo pra lá.

Foi o primeiro filme que vi no cinema em 2022, mas já arrisco dizer que estará no meu top 10 daqui a 12 meses!

Tem uma cena pós créditos – na verdade, bem no início dos créditos, que traz um gancho para o terceiro filme, e que vai explodir a cabeça de muita gente. Mas não vou falar mais nada!

Amor e Monstros

Crítica – Amor e Monstros

Ouvi falar desse Amor e Monstros no fim do ano passado. Fui na página do imdb, mas nada no filme me despertou curiosidade, então deixei de lado. Mas aí ele entrou na lista dos indicados ao Oscar de melhores efeitos especiais, logo um dos meus temas favoritos. Ok, vambora ver.

Sinopse (imdb): Sete anos depois de ter sobrevivido ao apocalipse monstro, o amorosamente infeliz Joel deixa seu aconchegante bunker subterrâneo em uma missão para se reunir com sua ex.

Segundo filme do pouco conhecido diretor Michael Matthews, Amor e Monstros (Love and Monsters, no original) traz uma história simples, mas bem contada. Já falei por aqui, nem todo filme precisa ser o novo Cidadão Kane. Existe espaço pra filmes que apenas almejam oferecer um entretenimento leve. É o caso aqui.

A trama vivida pelo nosso herói não é novidade pra ninguém, mas é contada de maneira coerente – na hora que acontece o tal apocalipse, ele se separa da namorada porque cada um quer ver seus pais, e depois ele precisa enfrentar seus medos pra conseguir revê-la. Se não é novidade, pelo menos é mostrada de maneira envolvente e com um protagonista carismático, vivido por Dylan O’Brien.

Não gostei muito do ato final, a trama muda de formato, e, desculpa pros mais inexperientes, mas, assim que vi aqueles novos personagens, já saquei qual era a deles. Mas, felizmente, isso não me atrapalhou muito.

Ainda preciso falar dos efeitos especiais, claro. A ideia é que animais sofreram mutações e viraram monstros, e esses monstros são muito bem feitos – tanto que rolou a indicação pro Oscar. Deve ser tudo cgi, o que é uma pena (gosto de efeitos práticos), mas, pelo menos são convincentes.

O clima me lembrou filmes de aventura que heu via quando era adolescente, tipo O Último Guerreiro das Estrelas, O Enigma da Pirâmide ou Krull. Não eram grandes filmes, mas eram filmes divertidos, e que marcaram a minha geração. E, claro, falando em filmes adolescentes dos anos 80, não tem como não lembrar de Conta Comigo – não só pela música, que é tocada no filme, como principalmente pela cena do lago.

Amor e Monstros vai divertir aqueles com o coração leve. Será que vai marcar uma geração, como aqueles que citei acima?

Pequenos Grandes Heróis

Crítica – Pequenos Grandes Heróis

Sinopse (imdb): Quando invasores alienígenas capturam os super-heróis da Terra, seus filhos devem aprender a trabalhar juntos para salvar seus pais e o planeta.

Antes de falar do filme, preciso falar do diretor Robert Rodriguez. Ele é um raro caso que consegue ter duas carreiras paralelas, fazendo filmes infantis e também filmes para adultos. O cara fez Sin City, Alita, Prova Final, Machete, e teve uma parceria com Tarantino em pelo menos três filmes (Grande Hotel, Grindhouse e Drink no Inferno). E ao mesmo tempo fez Shark Boy e Lava Girl, A Pedra Mágica e toda a série Pequenos Espiões (acho que são 4 filmes). Não me lembro de outro caso que transita entre universos tão diferentes – talvez George Miller, que dirigiu os quatro Mad Max e também Babe o Porquinho e Happy Feet. Enfim, sou muito fã da carreira adulta do Robert Rodriguez, e admiro muito essa sua versatilidade.

(Tem outra informação sobre o Robert Rodriguez, mas que não tem muito a ver com o filme de hoje, mas vamulá. O cara escreve, produz e dirige os próprios filmes. Até aí, você encontra um monte de gente que faz o mesmo. Mas… o Robert Rodriguez também edita, faz efeitos especiais, trabalha na trilha sonora, opera a câmera… O cara faz de tudo num set de filmagem e na pós produção dos seus filmes. Admiro muito isso!)

Mas, vamos ao Pequenos Grandes Heróis (We Can Be Heroes, no original). É uma continuação de Shark Boy e Lava Girl, mas não precisa (re)ver o original, porque a trama segue independente daquele filme. O Shark Boy (interpretado por outro ator) e a Lava Girl (interpretada pela mesma Taylor Dooley do filme de 15 anos atrás) até aparecem, mas são coadjuvantes. A filha deles, a Guppy, é uma das principais.

(Aliás, talvez seja melhor nem lembrar do filme anterior. Porque tudo naquele filme era obra da imaginação de um outro personagem. Ou seja, será que esse “universo expandido” também está na imaginação do mesmo personagem? E será que ele ainda é criança? Deixa quieto…)

O foco fica nas crianças. Os adultos são sequestrados, e as crianças precisam se unir e organizar o novo time de mini-heróis – e alguns ainda não conseguem controlar os seus poderes.

Sim, é um filme bobinho. Mas, caramba, é um filme infantil!

Vi algumas críticas reclamando que o filme é bobo. Mas, pela idade do pessoal que comentou, me parece que eram crianças na época do Sharkboy e Lava Girl, e, hoje, adultos, não se tocaram que Pequenos Grandes Heróis não foi feito para eles, e sim para as crianças de hoje em dia.

Robert Rodriguez deu uma entrevista dizendo que quando faz um filme para crianças, não quer nada subliminar para os adultos. Ou seja, não espere camadas como um longa da Pixar. Pequenos Grandes Heróis é para crianças!

Pensando por aí, o filme até pode funcionar. Os mini-heróis não são personagens muito complexos, o filme é colorido, divertido e traz uma mensagem positiva. Mas… Hoje em dia, em tempos de Soul, Pequenos Grandes Heróis vai decepcionar muita gente.

Ainda preciso falar dos efeitos especiais. Sim, são toscos. Pô, Robert Rodriguez, você consegue efeitos melhores que isso! Agora, isso é coerente como o “lavagirlverse”. O primeiro filme também tinha efeitos beeem ruinzinhos. Mesmo assim, preciso dizer que gostei do efeito dos monstros criados pela vilã na batalha final. Efeito simples, mas eficiente.

Sobre o elenco, o principal adulto é Pedro Pascal, badaladíssimo por Mandalorian e Mulher Maravilha 84. Mas… Ele pouco aparece, a filha dele é que é a protagonista. Mas tem um caso pior, porque pelo menos o Pedro Pascal tem alguma importância na trama. Um dos heróis que tem menos espaço é o Christian Slater! Caramba! Que momento desvalorizado na carreira! Ainda no elenco dos adultos, Priyanka Chopra, Boyd Holbrook, Adriana Barraza e Christopher McDonald. Dentre as crianças, nenhum nome conhecido. E nenhum nome daqueles que a gente pensa “uau, vou anotar o nome desse garoto / garota, ele arrebentou, vamos ver como será o futuro”. Sim, o elenco infantil é bem maomeno.

Por fim, preciso falar que achei o final do filme bem ruim. Digo mais: vi com meu filho de 9 anos, e ele também falou que o final do filme não faz sentido.

Pena. Continuo gostando do Robert Rodriguez, mas prefiro sua carreira de filmes para adultos.

Enola Holmes

Crítica – Enola Holmes

Sinopse (imdb): Quando Enola Holmes – a irmã adolescente de Sherlock – descobre que sua mãe está desaparecida, ela sai para encontrá-la, tornando-se uma super-detetive por conta própria enquanto supera seu famoso irmão e desvenda uma perigosa conspiração em torno de um misterioso jovem lorde.

Produção da Netflix, Enola Holmes (idem no original) é a adaptação do livro Os Mistérios de Enola Holmes – O Caso do Marquês Desaparecido, primeiro volume de uma série de seis livros (até agora), escritos por Nancy Springer. Com a Millie Bobby Brown (a Eleven de Stranger Things) no papel título (e também na produção), a Netflix tenta emplacar uma nova franquia infanto juvenil.

Vamos primeiro ao que funcionou no filme dirigido por Harry Bradbeer, que tem um monte de séries de TV mas poucos filmes no currículo. Enola Holmes tem um bom ritmo, e cumpre o que se propõe: é um filme divertido. A reconstituição de época também está boa (mesmo abusando dos efeitos digitais), e o filme traz questões sociais importantes sem soar didático.

E precisamos falar de Millie Bobby Brown: ela é jovem, bonita, talentosa e carismática. É agradável vê-la na tela, e ela aparenta estar bem à vontade com a personagem. Henry Cavill, um dos dois maiores nomes do elenco, aparece bem como um Sherlock coadjuvante. Não gostei muito do outro grande nome, Helena Bonham Carter, mas não pela atriz e sim pela personagem – as motivações para o sumiço dela não me convenceram. Sam Claflin e Louis Partridge também estão bem.

Mas, vamos ao que me incomodou. O filme é da Enola “Holmes”, que é irmã do Sherlock. Quem vai ver uma história do Sherlock quer ver mais dedução. Tive a impressão que, se a protagonista tivesse outro sobrenome, o filme poderia ser o mesmo.

Outra coisa: o recurso da quebra da quarta parede me cansou. Ok, isso ajuda a aproximar a personagem do público, e cai bem numa produção infanto-juvenil. Mas aqui é o tempo todo! Na minha humilde opinião, podiam ter cortado algumas dessas cenas.

Mas o pior de tudo é que Enola Holmes é um filme esquecível. Conversei com amigos que tiveram a mesma impressão. Acaba o filme, e a gente esqueceu do que viu. Ok, existe espaço para diversões leves, mas o filme poderia ser mais memorável.

Mas parece que a recepção geral está boa. Então aguardem, devemos ter em breve mais um filme da Holmes adolescente.

Goosebumps 2: Halloween Assombrado

Crítica – Goosebumps 2: Halloween Assombrado

Sinopse (imdb): Dois jovens amigos encontram um livro mágico que traz para a vida um boneco de ventríloquo.

Fui ver o primeiro Goosebumps antes de checar esta continuação. Não foi uma boa ideia. Não só o novo filme não tem nada a ver com o original, como alguns conceitos criados no filme anterior são desrespeitados aqui.

Dirigido pelo pouco conhecido Ari Sandel, Goosebumps 2: Halloween Assombrado (Goosebumps 2: Haunted Halloween, no original) ignora que o primeiro filme tinha um gancho para continuação (o livro com todos os monstros) e começa uma história do zero. Perdeu uma boa oportunidade…

Mas, até aí, tudo bem. Uma continuação não precisa estar presa a um gancho do filme anterior. O problema aqui é que o boneco Slappy cria monstros por conta própria. Por que esses monstros seriam sugados pelo livro, se eles não vieram de lá? Isso fazia sentido no primeiro filme, aqui não faz mais.

Assim como no primeiro filme, tudo aqui é leve e bobinho. Sustos que não vão dar medo em ninguém, clima de trem fantasma de parquinho. O roteiro tem umas escorregadas (tipo esquecerem a velha dormindo na cena dos gummy bears), mas nada muito grave. Diversão para a garotada, esse é o objetivo.

No elenco, ninguém muito relevante: Madison Iseman, Jeremy Ray Taylor, Caleel Harris, Wendi McLendon-Covey, Ken Jeong e Chris Parnell. Jack Black aparece numa ponta, desnecessária para a trama deste filme. Mas importante para uma continuação.

É, é verdade. Goosebumps 2 terminha com um gancho para o terceiro filme. Não precisava, né?

Goosebumps – Monstros e Arrepios

Crítica – Goosebumps – Monstros e Arrepios

Sinopse (imdb): Um adolescente se une à filha do escritor de terror para jovens adultos R. L. Stine, depois que os demônios imaginários do escritor são libertados na cidade de Madison, Delaware.

Me lembro do dia que fui até o cinema para a cabine de imprensa de Goosebumps, mas a sessão tinha sido cancelada. Fiquei de ver depois, mas fui adiando, adiando… Bem, antes de ver a continuação nos cinemas, é hora de finalmente ver o primeiro.

Antes de falar do filme, precisamos nos lembrar que nos anos 90, fizeram uma série baseada nos livros de Stine. Foram 4 temporadas entre 1995 e 98 – não sei se foi exibida aqui no Brasil na época, mas hoje está no Netflix. A boa notícia pra quem não viu a série é que o filme traz uma história independente.

Dirigido por Rob Letterman (Monstros vs Alienígenas, As Viagens de Gulliver), Goosebumps – Monstros e Arrepios (Goosebumps, no original) é um divertido terror infanto juvenil. Agrada a criançada, e não ofende os pais. Por mais que tenha seus defeitos, gosto de iniciativas assim, é a oportunidade de introduzir as crianças no universo do cinema fantástico.

Goosebumps acerta o tom na mistura entre terror e filme para a garotada. Mas acho que a história funcionaria melhor se os personagens fossem crianças em vez de adultos (como um Goonies, por exemplo). Não tem sangue nem mortes, mas, nos filmes da Marvel também não tem, e ninguém reclama… Os efeitos especiais não enchem os olhos, mas funcionam de um modo geral.

Acho estranha a metalinguagem de ter o próprio R L Stine como personagem principal, mas isso não atrapalha o desenvolvimento da trama. Jack Black interpreta o escritor, e não atrapalha (como acontece de vez em quando). Também no elenco, Dylan Minnette, Odeya Rush, Ryan Lee e Halston Sage.

Agora veremos a continuação…

O Mistério do Relógio na Parede

Crítica – O Mistério do Relógio na Parede

Sinopse (imdb): Um jovem órfão chamado Lewis Barnavelt ajuda seu tio mágico a localizar um relógio com o poder de trazer o fim do mundo.

Filme de fantasia infanto-juvenil, escrito por Eric Kripke (criador da série Supernatural) e dirigido por Eli Roth. Será que funciona?

Baseado no livro homônimo de John Bellairs, O Mistério do Relógio na Parede (The House with a Clock in Its Walls, no original) traz uma boa ambientação e um bom elenco, numa história um pouco sem sal. E a direção de Eli Roth traz algumas cenas um pouco mais fortes na parte final, mas nada que atrapalhe a diversão da criançada.

(Eli Roth surgiu para o cinema com filmes de terror caprichados no gore, com Cabana do Inferno (2002) e O Albergue (05). Mas não sei por que, ele tem mudado de estilo. Em 2015, lançou Bata Antes de Entrar, suspense com zero gore, e este ano este é seu segundo filme, depois do policial Desejo de Matar.)

Vamos ao que funciona. Cate Blanchett está maravilhosa, como sempre, e mostra boa química com Jack Black, interpretando o mesmo Jack Black de sempre, mas que funciona para o que o filme pede. Os diálogos entre os dois são ótimos! O garoto Owen Vaccaro era pra ser o personagem principal, mas o roteiro espertamente divide o tempo de tela com Blanchett e Black (o que foi uma boa escolha). Também no elenco, Kyle MacLachlan, Renée Elise Goldsberry, Sunny Suljic e Lorenza Izzo.

Agora, O Mistério do Relógio na Parede sofre pela impressão de “já vi isso antes”. Não só tem cheiro de Harry Potter ao longo de todo o filme (garoto órfão aprendendo a ser bruxo), como parece uma versão de Desventuras em Série dirigida pelo Tim Burton.

Parece que John Bellairs escreveu uma trilogia. Ou seja, aguardem as continuações…

As Tartarugas Ninja: Fora das Sombras

tmnt2Crítica – As Tartarugas Ninja: Fora das Sombras

Mais um filme das Tartarugas Ninja!

Quando Shredder junta forças com o cientista louco Baxter Stockman e os capangas Bebop e Rocksteady para dominar o mundo, as Tartarugas devem enfrentar um inimigo ainda maior: o notório Krang

O filme segue o reboot de dois anos atrás. No meio de uma onda de  filmes de super heróis cada vez mais adultos, As Tartarugas Ninja: Fora das Sombras (Teenage Mutant Ninja Turtles: Out of the Shadows, no original) é um filme divertido e despretensioso, direcionado ao público infantil.

O grande problema do novo Tartarugas Ninja é o seu roteiro bobinho. Algumas cenas dão raiva, como determinado momento em que as quatro tartarugas estão cercadas, dentro da delegacia, sob a mira de vários policiais, e a Megan Fox entra na linha de fogo e manda os policiais não atirarem e as tartarugas irem embora. Oi?

A direção coube ao pouco conhecido Dave Green. A parte técnica é bem feita, os efeitos especiais são muito bons. O visual das Tartarugas é, na minha humilde opinião, inferior à versão dos anos 90, mas essa é uma mudança sem volta. Temos algumas boas piadas – como no anterior, as melhores estão com Michelangelo. Ah, e o brasileiro Lula Carvalho assina a fotografia, como no primeiro filme.

O elenco melhorou. Se Megan Fox continua bonita e insossa, pelo menos o personagem bobalhão de Will Arnett tem bem menos espaço de tela que no outro filme (ah, Alessandra Ambrosio faz uma ponta como a namorada dele no início do filme). Stephen Amell, o Oliver Queen de Arrow está no principal “papel humano”, e o filme ainda conta com Laura Linney e Tyler Perry.

Não conheço os desenhos animados, mas duas pessoas me disseram que o filme está cheio de referências. Se você era fã dos desenhos, vai curtir – mais do que este crítico que escreve.

Por fim, como falei no filme de dois anos atrás, quem estiver com baixas expectativas vai se divertir.