Jack – O Caçador de Gigantes

Crítica – Jack O Caçador de Gigantes

Mais um conto de fadas revisto…

A “fábula da vez” é João e o Pé de Feijão, só que em vez de João, é Jack; e em vez de trocar a vaca da família, troca um cavalo por grãos mágicos, que, ao caírem no chão, brotam um gigantesco pé de feijão que vai até as nuvens, onde moram gigantes.

Impossível não nos lembrarmos do recente João e Maria – Caçadores de Bruxas – dois filmes baseados em fábulas, com nomes parecidos e que estrearam quase juntos nos cinemas (foram lançados com dois meses de intervalo). E, pelo menos para o meu gosto, a comparação não foi boa – gostei muito mais de João e Maria do que de Jack

O que tem de bom aqui é que a história original sofreu poucas alterações – João e Maria é uma história medieval com armas de fogo e roupas apertadas de couro. Jack – O Caçador de Gigantes (Jack the Giant Slayer, no original) não inventa moda, pode ser vendida como uma fábula “clássica”. Por outro lado, tudo aqui é meio previsível, meio maçante – meio chato até. E o curioso é que o diretor aqui tem um bom currículo. Jack – O Caçador de Gigantes foi dirigido por Bryan Singer, o mesmo de Os Suspeitos e dos dois primeiros X-Men. Pelo diretor, heu esperava mais… Pelo menos a parte técnica é muito bem feita. Os efeitos especiais são muito bons, os gigantes impressionam pela riqueza de detalhes. Pena que todas as lutas são discretas e ninguém sangra – provavelmente por pressão do estúdio por uma censura mais branda.

No elenco, achei curioso um nome como Ewan McGregor ter um personagem coadjuvante. McGregor tem star power pra estrelar seus filmes! Mas aqui, ele serve de escada para os desconhecidos Nicholas Hoult e Eleanor Tomlinson, casal de protagonistas bonitinhos e pouco expressivos. Ainda no elenco, Stanley Tucci e Ian McShane.

No fim, fica aquela sensação de que poderia ter sido bem melhor. Jack – O Caçador de Gigantes é melhor que Espelho, Espelho Meu, mas fica bem atrás de Branca de Neve e o Caçador e João e Maria, Caçadores de Bruxas

O Impossível

Crítica – O Impossível

Drama-catástrofe dirigido por Juan Antonio Bayona, o mesmo cara que fez O Orfanato? Taí, quero ver.

Uma família – casal e três meninos pequenos – vai passar o natal num resort luxuoso na Tailândia. Quando chega o tsunami, a família faz de tudo para se reencontrar e sobreviver. Baseado am fatos reais.

A tsunami que destruiu parte da Tailândia no natal de 2004 foi uma das piores catástrofes naturais da história. Mas o cinema até agora ainda não tinha mostrado muito este fenômeno (parece que o recente Além da Vida mostrou a tsunami, mas não vi este filme…). Bem, agora a tsunami está no cinema, e com ricos detalhes.

A primeira parte é o melhor de O Impossível. Logo depois de uma pequena introdução, vemos a tsunami com detalhes impressionantes. O problema não era só a força da água, mas também tudo o que a água carregava. Algumas cenas debaixo d’água são fortes! E o desespero não acaba com a onda: o rastro de destruição deixado pelas ondas que aparece no resto do filme é de dar inveja aos Roland Emmerichs da vida.

Uma coisa interessante é que o filme parece americano, mas é espanhol. Alguns detalhes não são muito comuns em Hollywood, como a nudez acidental de Naomi Watts e o modo como o machucado da sua perna é mostrado.

(Aliás, é bom deixar claro: O Impossível não tem nada de terror nem nada de sobrenatural, apesar do currículo do diretor!)

O filme cai um pouco na segunda parte, quando deixa a catástrofe de lado e o foco vira o dramalhão. Não que seja um drama mal feito, longe disso, mas é que o filme cai nas armadilhas melosas que parece que têm como único objetivo fazer o espectador chorar.

Tem outro problema. O filme é baseado em fatos reais, ok, vemos no fim da projeção uma foto da família que sobreviveu à catástrofe. Mas… Será que foi daquele jeito mesmo? Os encontros e desencontros da família são hollywoodianos demais, chega a dar nervoso…

O elenco está muito bem. Naomi Watts e Ewan McGregor, como esperado, mandam bem. A surpresa é o jovem Tom Holland, que faz o filho mais velho. O garoto passa parte do filme sozinho e arrebenta. Os outros irmãos, interpretados por Samuel Joslin e Oaklee Pendergast, também não decepcionam. O filme ainda tem pequenas participações de Marta Etura (Mientras Duermes) e Geraldine Chaplin (O Orfanato).

Vendo este novo tipo de filme catástrofe, dá vontade de mandar o Roland Emmerich tirar férias. Que venham mais filmes catástrofe neste estilo!

 

Crítica – Moulin Rouge

Crítica – Moulin Rouge

Há tempos queria rever Moulin Rouge. Aproveitei que estou numa “onda musical” enquanto lapido o roteiro do meu primeiro longa (Você Não Soube Me Amar – O Filme).

Paris, 1899. Um escritor se apaixona pela estrela do badalado clube noturno Moulin Rouge. O problema é que ela também é cortejada por um poderoso duque, que investe dinheiro no clube.

Moulin Rouge é um grande filme. O diretor Baz Luhrmann já tinha chamado a atenção com seu filme anterior, Romeu + Julieta, quando filmou atores e cenários contemporâneos recitando os versos clássicos originais de Shakespeare – o contraste era usar o visual moderno com o inglês arcaico. Agora a sua “novidade” era contar uma história passada em 1899, mas usando músicas atuais.

A trilha sonora é de longe o melhor de Moulin Rouge. Músicas de Elton John, Madonna, Beatles, U2, Kiss, Nirvana, Queen e The Police, entre outros, estão revistas e misturadas em arranjos muito inspirados. Só a trilha sonora já vale o filme.

Outro destaque é o visual do filme, muito bem cuidado, assim como os figurinos, tudo muito colorido, tudo meio estilizado. Luhrmann foi um pouco exagerado ao compor o visual de Moulin Rouge, mas admito que gostei disso.

Infelizmente, nem tudo funciona. O filme é longo, pouco mais de duas horas, e cansa – principalmente na segunda metade. E o exagero característico do diretor atrapalha quando o filme está cansativo.

No elenco, destaque para o casal principal, Nicole Kidman e Ewan McGregor, que inclusive cantam as suas músicas – Nicole está lindíssima, acho que esse é um dos filmes que melhor souberam aproveitar sua beleza. John Leguizamo faz um anão (!), usando cgi e truques de câmera (depois de O Senhor dos Aneis, acho que ficou mais fácil para atores altos interpretarem pessoas pequenas). Ainda no elenco, Jim Braodbent, Richard Roxburgh e uma ponta da cantora Kylie Minogue, como a fada verde.

Depois deste filme, de 2001, Lurmann só foi lançar um novo filme em 2008, o épico não tão bem falado Austrália. Mas este ainda não vi – e nem tenho muita vontade…

À Toda Prova

Crítica – À Toda Prova

Um grande elenco, cheio de atores consagrados, liderados por uma lutadora de MMA? Pode ser uma boa…

Mallory é uma agente secreta que trabalha para uma empresa privada que presta serviços para a CIA – uma espécie de mercenária do mundo moderno. Algo aconteceu de errado em sua última missão, e agora ela está agindo sozinha para salvar a própria vida.

O diretor Steven Soderbergh alterna a sua carreira: às vezes trabalha em pequenos projetos com cara de cinema independente; às vezes são super produções hollywoodianas com elencos grandiosos. À Toda Prova (Haywire, no original)faz parte do segundo grupo. Afinal, não é todo dia que vemos um elenco que conta com Ewan McGregor, Antonio Banderas, Michael Douglas, Michael Fassbender, Channing Tatum e Bill Paxton.

Logo a figura central do elenco é “caloura”: a lutadora Gina Carano. Por um lado, foi legal colocar uma mulher que realmente sabe bater, as lutas são muito bem coreografadas, Gina convence que uma mulher pode bater em caras maiores que ela. Mas por outro lado, a inexperiência de Gina é um dos pontos fracos aqui – sua habilidade para expressar emoções parece ser inversamente proporcional à sua habilidade com a luta…

(Curiosamente, não é a primeira vez que Soderbergh traz uma atriz de outro universo para estrelar um filme seu. Em 2009 foi a vez de Sasha Grey, atriz pornô que protagonizou Confissões de uma Garota de Programa. Pelo visto Soderbergh não gosta muito de arriscar: uma atriz pornô interpretando uma prostituta; uma lutadora fazendo um filme de ação…)

A trama é um pouco confusa, são muitas idas e vindas (boa parte do filme é em flashback), mas não vi pontas soltas no fim. E Gina Carano pode ser limitada, mas não chega a atrapalhar o bom elenco. Também gostei da trilha sonora de David Holmes.

À Toda Prova não vai entrar pra história como um grande filme de ação. Mas é um filme divertido. E sempre é legal ver mulher metendo a p%$#@rrada!

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Sentidos do Amor

Crítica – Sentidos do Amor

Um filme pode ser ao mesmo tempo um romance e um drama apocalíptico?  Sentidos do Amor (Perfect Sense, no original) prova que sim.

Uma epidemiologista e um cozinheiro se conhecem e começam um relacionamento enquanto uma diferente epidemia começa a tomar conta do planeta: aos poucos, inexplicavelmente, todas as pessoas começam a perder os sentidos.

Sentidos do Amor é um filme atípico. Como falei no primeiro parágrafo, trata-se de uma romântica história de amor. Mas o cenário vivido pelos protagonistas não é nada animador.

A trama não se baseia em nada científico, isso pode enfraquecer a premissa. Mas o diretor David Mackenzie alcança seu objetivo de fazer o espectador pensar, se este se deixar levar pela história – quando o filme acabou, fiquei imaginando o que aconteceria com a nossa sociedade se tal epidemia realmente acontecesse. “Gordura e farinha” – seria um futuro nada agradável…

O elenco está bem. Ewan McGregor e Eva Green (será que rolou alguma confusão no set por causa dos nomes parecidos?) convencem com seus personagens problemáticos e apaixonados. E Eva continua generosa para os seus fãs masculinos, aparecendo nua algumas vezes.

Sentidos do Amor não é perfeito. Não gostei da narração em off, nem das tomadas mostrando os problemas no resto do mundo. E a câmera presa na bicicleta foi uma experiência desnecessária. Mas nada que afete o resultado final, um belo filme, e que mexe com a cabeça da gente.

Por fim, preciso falar mal do título em português – “Sentidos do Amor”??? Assim o espectador desavisado vai acabar achando que se trata de mais uma comédia romântica. Nada a ver…

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O Golpista do Ano

O Golpista do Ano

Baseado em fatos reais, O Golpista do Ano conta a história de Steven Russell (Jim Carrey), que largou a esposa e a filha para levar uma extravagante vida gay. Só que, para pagar as contas, vivia de golpes. Até ser preso e encontrar na cadeia Phillip Morris (Ewan McGregor), o amor de sua vida.

Quando li que o filme falava se chamava “Eu te amo Phillip Morris” (I Love You Phillip Morris) e falava de um golpista, achei que tinha algo a ver com a indústria de cigarros. Nada…

Baseado no livro homônimo escrito por Steve McVicker, o filme, escrito e dirigido pela dupla Glenn Ficarra e John Requa, falha ao não se definir entre a comédia e o drama. Acaba o filme e a gente fica se questionando qual foi o objetivo do filme.

E aí vem o lance do personagem ser gay. O filme não faz propaganda gay, diferente do que heu achei que faria. Mas o fato de colocar um ator como Jim Carrey interpretando um gay fez muitos espectadores levantarem uma bandeira que o filme não levantou. Fui ao fórum do imdb, e as pessoas não julgam se o filme é bom ou não, apenas falam do homossexualismo presente. Será que se o personagem fosse hétero as pessoas veriam o filme de maneira diferente?

Sobre os dois atores principais, o filme traz o esperado. Por um lado, Jim Carrey repete o mesmo papel de sempre. Ok, aqui ele está menos careteiro que o usual, mas continua uma variação em cima do que ele sempre faz. Já Ewan McGregor, por outro lado, dá um show. Como sempre também…

A presença do “nosso” Rodrigo Santoro está sendo supervalorizada pela divulgação nacional. O cara está lá, seu papel é importante, mas é bem pequeno. Colocá-lo no poster brasileiro do filme foi um certo exagero!

(O elenco ainda conta com uma inspirada Leslie Mann.)

Por aqueles motivos mercadológicos inexplicáveis, este O Golpista do Ano demorou para ser lançado, e acredito que só apareceu nas telas brasileiras para capitalizar em cima do nome do Rodrigo Santoro.

O Golpista do Ano não é ruim. Mas poderia ser bem melhor…

Os Homens Que Encaravam Cabras / The Men Who Stare At Goats

Os Homens Que Encaravam Cabras / The Men Who Stare At Goats

Nunca tinha ouvido falar deste filme. Mas, quando vi que o elenco contava com Ewan McGregor, George Clooney, Jeff Bridges e Kevin Spacey, corri para assistir!

A história é meio confusa. Trata de uma divisão secreta do exército americano, que treinava “super soldados”, soldados com poderes paranormais. Um jornalista, frustrado porque foi abandonado pela mulher, vai para o Oriente Médio atrás de alguma noticia de guerra, e acaba conhecendo um dos praticantes desta divisão secreta.

O que é legal neste filme dirigido por Grant Heslov é o elenco, que ainda tem Stephen Lang (Avatar) num papel menor. Clooney e McGregor, os dois nomes principais, estão inspiradíssimos e em ótima sintonia. Spacey tem um papel menor, mas também ótimo. E Bridges está sensacional. Aliás, como sempre.

Jeff Bridges merece um parágrafo à parte. Seu personagem, o general Bill Django, é uma das melhores coisas do filme! Django parece uma versão militar do “Dude” Lebowski, se isso fosse possível. Imagine um militar com cabelos compridos presos numa longa trança, que faz experiências com drogas alucinógenas, e manda os seus soldados dançarem!

Infelizmente, a história não é lá grandes coisas. Os personagens são ótimos, mas o roteiro é fraco, além de confuso. Algumas cenas inclusive são meio sem sentido – toda a sequência com o Robert Patrick, por exemplo. Pena…

Bem, o roteiro traz pelo menos uma “piada interna” genial. Lyn Cassady (Clooney) é um “jedi”, assim mesmo, igualzinho à mitologia de Guerra nas Estrelas. Ele começa a passar os ensinamentos para Bob Wilton (McGregor), que nunca tinha ouvido falar em jedis! Ora, McGregor interpretou o jedi Obi Wan Kenobi em três dos filmes da saga Guerra nas Estrelas!

Procurei pela internet, mas não achei um título em português para The Men Who Stare At Goats. Curioso, porque a data de lançamento por aqui, segundo o imdb, será em 12 de fevereiro!