Os Irmãos Cara de Pau

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Os Irmãos Cara de Pau

Antes de falar do filme, vou contar uma história minha relacionada a ele. Era janeiro de 1989. Heu viajava numa excursão pela Austrália. O ônibus tinha um videocassete, onde o motorista colocava filmes de vez em quando. Heu estava vendo um filme, bem divertido aliás, sem saber qual era. Quando o filme acabou, vendo os créditos, reparei uma quantidade enorme de nomes conhecidos no elenco – atores, diretores, músicos… Logo quis saber que filme era aquele! E assim, anotei o nome The Blues Brothers – de volta ao Brasil, descobri que aqui era chamado de Os Irmãos Cara de Pau (na época era comum traduções esdrúxulas de nomes de filme).

A trama é muito simples: os irmãos Jake e Elwood Blues (John Belushi e Dan Aykroyd) precisam reunir a antiga banda para levantar dinheiro para salvar um orfanato.

Simples, não? E mesmo assim, um dos melhores filmes da década de 80!

Na verdade, os Blues Brothers não se resumiam a este filme. Antes do filme, Belushi e Aykroyd tinham um quadro com a banda no famoso Saturday Night Live. E depois a banda continuou na ativa – nos emules da vida tem vários discos ao vivo da banda.

Tem gente que classifica o filme como musical, mas para mim, trata-se de uma comédia com excelentes números musicais inseridos. Para se ter uma ideia, temos participações de James Brown, Aretha Franklin, Ray Charles e Cab Calloway!

Tirando Belushi e Aykroyd, todo o resto da banda é formada por músicos, não atores: duas guitarras, baixo, bateria, teclado e um naipe com três metais. E, no elenco, temos nomes como Carrie Fisher, John Candy,Twiggy, Frank Oz e uma ponta de um tal Steven Spielberg.

O filme não só tem ótimos números musicais, como ainda tem exageradas cenas com muitos carros e muitos extras. São tantas as perseguições de carro que, na época da estreia, era o filme com o maior número de carros quebrados. Ah, sim, aquela cena com o carro dos nazistas caindo, era um carro de verdade!

O diretor John Landis também dirigiu o melhor videoclipe da história, Thriller, do Michael Jackson. Ele funcionava bem dirigindo comédias (Trocando as Bolas, Três Amigos, Clube dos Cafajestes) e tembém filmes de terror (Um Lobisomem Americano em Londres, Inocente Mordida, Twilight Zone). Pena que ele não tem feito muita coisa – já são uns dez anos sem filmes para o cinema, só trabalhos para a tv.

O filme teve uma continuação em 1998, dirigida pelo mesmo John Landis e também com um grande número de participações musicais legais. Infelizmente, uma das coisas mais importantes não estava lá: John Belushi, que morreu em 1982, aos 33 anos, de overdose. Uma carreira brilhante jogada fora. Belushi fez apenas sete filmes, além de vários programas de tv.

Filme obrigatório! Daqueles para se rever uma vez por ano!

O Império do Besteirol Contra-Ataca

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O Império do Besteirol Contra-Ataca

Tenho que ser coerente, certo? Outro dia falei mal aqui de “filme com pré-requisito”. Bem, O Império do Besteirol Contra-Ataca é um filme assim. Quem não está por dentro do “universo viewaskewano” não vai entender boa parte das piadas!

Jay e Silent Bob descobrem que os quadrinhos Bluntman e Chronic vão virar um filme, então resolvem ir até Hollywood para tentar impedir a realização do mesmo.

Se você está se perguntando o que é Bluntman e Chronic, e quem diabos são Jay e Silent Bob, é justamente por causa dos pré requisitos que citei lá em cima… Boa parte das piadas presentes neste filme são referências aos outros quatro filmes do mesmo diretor que contam com os coadjuvantes Jay e Silent Bob. Por isso que é complicado falar de um filme destes: é genial para quem é fã, mas é sem graça para quem não conhece os outros filmes!

O tal Silent Bob é o próprio diretor e roteirista Kevin Smith. Ele criou esta dupla de personagens, dois desocupados que ficam de bobeira em frente a uma loja de conveniências, e este foi o quinto filme com os dois (Jason Mewes interpreta Jay). Antes deles, tivemos O Balconista, Barrados no Shopping, Procura-se Amy e Dogma – eles ainda voltariam em O Balconista 2. Sempre coadjuvantes, aqui eles têm o seu momento como protagonistas.

Como diria a propaganda: “e não é só isso!” Vários outros personagens destes filmes voltam em O Império… Por exemplo, vejam os dois atores mais presentes em filmes de Smith: Jason Lee repete dois papéis, o de Barrados e o de Procura-se; já Ben Affleck volta com o papel de Procura-se e ainda faz uma participação interpretando a si próprio, ao lado do Matt Damon, numa das melhores cenas do filme.

E por aí o filme segue, piada interna atrás de piada interna… Muito divertido para quem conhece este específico universo!

Ah, sim, o elenco do filme é invejável, principalmente porque se trata de um filme, ahn, digamos, “hermético”. Além dos supracitados Lee, Affleck e Damon, temos Will Ferrell, Shannon Elizabeth, Eliza Dushku, Ali Larter, Sean William Scott, Judd Nelson, Chris Rock, Jamie Kennedy e Tracy Morgan, além de várias personalidades hollywoodianas interpreteando a si mesmos, como os diretores Wes Craven e Gus Van Sant e os atores Shannen Doherty, Jason Biggs e James van der Beek. E Alanis Morissette, numa cena que nem todo mundo viu. E, claro, como um grande fã de Star Wars que Smith é, temos Mark Hammill e Carrie Fisher, pela primeira vez num mesmo filme desde O Retorno do Jedi!

Ah, sim, o nome é horrível, né? Só que é uma piada, mais uma referência a Star Wars, desta vez ao título do segundo filme da saga, O Império Contra-Ataca (em inglês, o nome do filme é Jay and Silent Bob Strike Back).

O Império do Besteirol Contra-Ataca não é o melhor filme de Kevin Smith. Aliás, não é nem recomendado para quem não viu os outros filmes. Mas heu me diverti muito, várias das piadas são muito, muito boas! Acredito que este filme fecharia o “universo viewaskewano”, mas tivemos O Balconista 2 cinco anos depois, em 2006. Ou seja, quem sabe não veremos nossa dupla de desocupados favorita novamente?

Snootchie Bootchies para vocês!

p.s.: Tem uma cena depois dos créditos. Como o resto do filme, a cena é genial, mas apenas para aqueles que estão por dentro do universo…

Fanboys

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Fanboys

Ontem me falaram um fato curioso: o dia 4 de maio é considerado o “Star Wars Day”, por causa do (infame) trocadilho em inglês “may the fourth be with you”. Aproveitei então que tinha aparecido o torrent do esperado Fanboys e corri pra ver.

Fanboys é uma comédia sobre um grupo de amigos que resolve viajar até o Rancho Skywalker, em San Francisco, para tentar assistir o Ep I de Star Wars antes da estréia, em 1999. Uma típica comédia “road movie” americana, com o roteiro baseado em cima de divertidas situações criadas ao longo da jornada.

E por que falei “esperado” lá no fim do primeiro parágrafo? Bem, pra quem não me conhece: sou fã de Guerra nas Estrelas. Fã assumido, tenho todos os filmes em várias versões em vhs e em dvd, e já fui em várias convenções aqui no Rio – inclusive toquei temas do filme na última convenção! 😀

Bem, acredito que o filme foi feito pra gente como heu. E posso dizer: é divertidíssimo! Gargalhei vááárias vezes durante o filme!

São inúmeras referências ao universo de Star Wars ao longo do filme, e ainda temos algumas referências nerds em geral. É uma piada referencial atrás da outra. Acho até difícil destacar uma…

E isso sem contar com participações especiais. Temos cameos de várias pessoas ligadas ao tema, como Billy Dee Williams, Carrie Fisher e Kevin Smith. E, pros menos atentos, sim, aquele segurança que briga com dois cassetetes é Ray Park, que fez o Darth Maul no Ep. I! E, claro, uma divertida cameo do William Shatner…

O elenco principal é de quatro nomes pouco conhecidos – Sam Huntington, Chris Marquette, Dan Fogler e Jay Baruchel – assim como o diretor, Kyle Newman. Mas a principal personagem feminina está hoje bem expoente através da série Heroes: Kristen Bell! Mas ela infelizmente pouco aparece com o biquini dourado…

Talvez por essa enorme quantidade de piadas referenciais heu não seja o cara certo pra julgar um filme como esse. Fiquei me questionando se alguém que não está familiarizado com o universo Star Wars conseguiria entender todas as piadas. Talvez o filme seja bobo pra quem não é fã…

Bem, não é o meu caso. E recomendo o filme para os fãs de Star Wars! E não recomendo para os fãs de Star Trek, já que algumas das piadas não são muito simpáticas ao universo trekker…

Acho difícil passar nos cinemas daqui. Mas vou ficar de olho, porque assim que sair o dvd, vou comprar pra guardar na minha coleção, ao lado dos dvds de Star Wars!

Guerra nas Estrelas (Episódio IV – Uma Nova Esperança)

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Guerra nas Estrelas (Episódio IV – Uma Nova Esperança)

A long time ago, in a galaxy far far away…

Na verdade, esse “a long time ago” foi há 30 anos atrás. George Lucas, um diretor pouco conhecido, que tinha feito apenas dois filmes (o esquisito THX 1138 e o sucesso de bilheteria American Graffitti), lançou em 1977 um filme que mudaria a história do cinema.

Qualquer um pode listar inúmeras “regras” de Hollywood que foram modificadas a partir de Guerra nas Estrelas, como as datas para os lançamentos dos grande blockbusters ou o merchandising que acompanha os filmes hoje em dia. Então aqui não vou falar de mercado nem de Hollywood. Vamos ao filme!

Por que um filme de ficção científica velho é importante até hoje?

Guerra nas Estrelas criou um novo universo, pegando elementos aqui e acolá. É a eterna luta do bem contra o mal, o mocinho querendo resgatar a mocinha das garras do vilão, elementos místicos e mágicos ensinados por velhos sábios, – está tudo lá! Mas com uma roupagem nova. E com efeitos especiais até então nunca vistos.

Antes de 77, o único filme com efeitos especiais que não causava gargalhadas de tão mal-feitos era 2001 – Uma Odisséia no Espaço, de Stanley Kubrik (de 1969!!!). Todo o resto era caricato. Até que, em 77, dois filmes usaram efeitos um passo muito à frente dos outros (o outro filme foi Contatos Imediatos do Terceiro Grau, de Spielberg, não por coincidência, amigo de Lucas). Naves espaciais, batalhas com “espadas laser”, robôs e vários seres estranhos estavam lá, de uma maneira finalmente convincente!

(Claro que hoje em dia os efeitos estão velhos e não convencem mais ninguém. Por isso mesmo, Lucas refez quase todos os efeitos e relançou o filme nos anos 90. Mas heu ainda recomendo a versão original, onde as pessoas certas atiram antes…)

O universo criado por Lucas era complexo, e a história renderia outros filmes (e, posteriormente, um universo expandido, com muitos livros e revistas). Por isso, Guerra nas Estrelas é o “episódio IV”. Em 80 foi lançado o V, O Império Contra-Ataca (considerado por muitos o melhor da série), e em 83 veio o VI, O Retorno do Jedi, com a redenção final do mocinho e do vilão.

Em 99, 02 e 05, foram lançados os episódios I, II e III. Mas não cabe falar deles aqui, já que fazem parte de outro contexto, apesar de usar o mesmo universo.

Os elementos apresentados por Guerra nas Estrelas são cultuados até hoje. Darth Vader é o melhor vilão do século XX. Existem pessoas que usam a Força como religião. E hoje falamos de wookies, jawas, ewoks e siths, como acontece com outros universos de contos de fadas.

Sobre o elenco, não podemos falar muita coisa. Mark Hammil e Carrie Fisher (Luke Skywalker e Leia Organa) não conseguiram muita coisa além destes papéis. Harrison Ford, o Han Solo, é o único que saiu daí para o estrelato em outros filmes, com boas escolhas como Blade Runner e Caçadores da Arca Perdida. Claro, não podemos nos esquecer do auxílio luxuoso de dois veteranos: Alec Guiness como Ben Kenobi e Peter Cushing como Grand Moff Tarkin. Darth Vader? Era uma pessoa debaixo da armadura e outra fazendo a voz. O ator debaixo da armadura, David Prowse, está no ostracismo até hoje; mas a sua voz, James Earl Jones, ainda hoje deve ganhar dinheiro gravando recados em secretárias eletrônicas alheias…

May the Force be with you – always