Batem À Porta

Crítica – Batem À Porta

Sinopse (imdb): Durante as férias, uma garota e seus pais são feitos reféns por estranhos armados que exigem que a família faça uma escolha para evitar o apocalipse.

Filme novo do M. Night Shyamalan sempre entra no radar. Afinal, mesmo quando ele faz filmes ruins, dá pra gente aproveitar algo.

Antes do filme, um parágrafo sobre o diretor. Deve ser difícil ser o Shyamalan. Seu primeiro filme foi muito muito bom (Shyamalan chegou a concorrer a dois Oscars, de melhor direção e melhor roteiro), e a partir do segundo, foi ladeira abaixo até o oitavo. Depois disso, ele alterna bons títulos (Fragmentado) com outros nem tanto (Vidro). Mas parece que nunca mais vai alcançar o seu primeiro trabalho. Mesmo assim, defendo os seus filmes, até os ruins, porque Shyamalan sabe dirigir. Ele sabe como posicionar e como mover sua câmera. Mesmo um filme ruim como Dama na Água tem sequências muito boas.

E é justamente esse talento com a câmera o melhor do seu novo filme, Batem À Porta (Knock at the Cabin no original). A história é curta, poderia ser contada em um episódio de Twilight Zone, e mesmo assim Shyamalan consegue manter a tensão ao longo de uma hora e quarenta minutos.

Quase todo o filme se passa dentro de uma cabana, com os sete personagens centrais (temos alguns flashbacks para contextualizar os protagonistas, e também algumas cenas pela TV). E vemos como Shyamalan trabalha: a câmera passeia pelo cenário e entre os personagens. Coisa discreta e bem sacada.

Diferente de boa parte dos filmes do diretor, Batem À Porta não tem nenhum plot twist bombástico. O foco do filme é saber se aquilo tudo é real ou se estamos diante de fanáticos religiosos. Isso talvez decepcione alguns espectadores.

Nem tudo funciona. Um defeito comum nos filmes do Shyamalan é ter muita explicação. Um exemplo que acontece aqui: determinado momento um personagem fala sobre uma catástrofe bíblica. Aí acontece algo que não é exatamente o texto bíblico, mas se encaixa perfeitamente. E então o personagem repete o texto, como se o espectador fosse burro e não tivesse acabado de ver aquilo.

No elenco, Dave Bautista convence mais a cada novo filme. Se antes ele era apenas um brucutu, já conseguimos vê-lo em papéis mais complexos. O outro nome famoso do elenco, Rupert Grint (Harry Potter) passou a impressão de “meu cachê é caro, então não vou ficar o filme todo, ok?”. Ainda no elenco, Jonathan Groff, Ben Aldridge, Kristen Cui, Nikki Amuka-Bird e Abby Quinn.

Ah, curiosidade sobre o elenco: a atriz Abby Quinn tem o mesmo nome da personagem da Demi Moore em A Sétima Profecia. A atriz nasceu em 1996, o filme é de 1988, será que foi coincidência ou homenagem?

(Tem uma cena onde o personagem de Bautista “se esconde”. Impossível não lembrar do Drax ficando “invisível”!)

Por fim, uma piada ruim. Antes de começar a sessão de imprensa, tinha uma imagem N tela dizendo pra compartilhar a hashtag “batemaporta”. Só li “Batema” porta…

Tempo

Crítica – Tempo

Sinopse (imdb): Uma família de férias em um paraíso tropical descobre que a praia isolada onde eles estão relaxando por algumas horas está de alguma forma fazendo com que envelheçam rapidamente, reduzindo suas vidas inteiras em um único dia.

Gosto muito do M Night Shyamalan, vi todos os seus filmes, até os ruins. Inclusive gravei um Podcrastinadores falando da sua carreira. Como quase sempre seus filmes envolvem mistérios, vou tentar falar o mínimo aqui, pra não entrar em spoilers.

Tempo (Old, no original) é a adaptação da graphic novel Sandcastle de Pierre Oscar Levy e Frederik Peeters. Não li a HQ, não sei se está fiel ou não, mas pouco importa. Como filme, Tempo funciona bem.

Goste ou não do Shyamalan, é preciso admitir que o cara sabe filmar. Lembro de Dama na Água, que é um filme bem ruim, mas que tem cenas extremamente bem filmadas. Aqui, em Tempo, a câmera está sempre bem posicionada, e muitas vezes em movimento, girando e passeando entre os personagens. E lembrando que boa parte do filme se passa numa praia, não temos muitas opções de ângulos. Tem uma sequência muito boa onde a câmera vai de um lado a outro da praia, e acontece um monte de coisas, aparentemente sem cortes (me parece que foi um plano sequência, quando rever vou prestar atenção). Também gostei da maquiagem, algo necessário quando você precisa mostrar os personagens envelhecendo.

Gostei de Tempo, mas o resultado final não é tão redondinho quando um Sexto Sentido. Alguns diálogos soam artificiais, e algumas coisas não fazem muito sentido, como por exemplo o rapper ter chegado antes na praia e não ter envelhecido. Isso sem falar que tem personagem que é esquecido pelo roteiro…

Além disso, não gostei das explicações. Às vezes o filme perde tempo explicando coisas que não precisam ser explicadas. E tenho uma implicância quando um filme estabelece regras rígidas em cima de suposições. Lembro de Inception, quando eles calculavam que o tempo era uma fração quando se estava no sonho, e então o sonho dentro do sonho teria um cálculo matemático exato. Não, gente, era melhor falar de um tempo aproximado. E o mesmo acontece aqui, os números são exatos, baseados em uma observação que não teve nada de comprovação científica. Não que isso tenha estragado o filme, mas heu preferia se dissessem apenas que “o tempo passa de maneira diferente”. O espectador não precisa de números exatos.

No elenco, Gael Garcia Bernal, Vicky Krieps, Rufus Sewell, Alex Wolff, Thomasin McKenzie, Abbey Lee e Ken Leung. Elenco apenas ok.

Acho que o fim do filme poderia ser outro, poderia ter parado uns 5 minutos antes. Mas ok, aceito o final do jeito que ficou.

Por fim, uma informação que muita gente vai querer saber: o filme com Jack Nicholson e Marlon Brando é Duelo de Gigantes, de 1976. E essa informação não é nem um pouco necessária para o filme Tempo. 😉

Vidro

Crítica – Vidro

Sinopse (imdb): O segurança David Dunn usa suas habilidades sobrenaturais para rastrear Kevin Wendell Crumb, um homem perturbado que tem vinte e quatro personalidades.

Já falei aqui sobre a carreira do M. Night Shyamalan. Depois de um início sensacional, foi ladeira abaixo até A Visita (seu nono filme) começar uma curva ascendente, que culminou no bom Fragmentado – que terminou com uma cena que o ligava a Corpo Fechado, segundo filme do diretor. Agora é o momento de ver como ficou essa conexão entre os dois filmes aparentemente independentes entre si.

(Todos se perguntam se Shyamalan teve a ideia de fazer uma trilogia lá atrás, quando fez Corpo Fechado. Heu acredito que não, que a ideia só deve ter surgido junto com Fragmentado – quando fez Dama na Água ele tinha moral para um grande orçamento, era melhor ter feito àquela época, quando o Bruce Willis estava mais novo).

O melhor de Vidro (Glass, no original) é como foi feita a união desses dois filmes. Não me lembro de outro caso assim, onde um filme é revisitado quase vinte anos depois, e é ligado a outro filme que não teria nada a ver – com o detalhe de manter o diretor e roteirista, além de todo o elenco (não só temos o trio principal Bruce Willis, Samuel L. Jackson e James McAvoy, como Spencer Treat Clark repete o papel de filho do Bruce Willis e Charlayne Woodard volta como a mãe do Samuel L. Jackson, papeis que eles fizeram em Corpo Fechado). E, vendo Vidro, a gente realmente acredita que os três filmes são uma coisa só. Palmas para o Shyamalan.

Se por um lado a junção dos dois filmes ficou boa, por outro lado Shyamalan perdeu a mão no ritmo do filme. Sim, ele continua sabendo conduzir sua câmera, e a boa trilha sonora ajuda. Mas em alguns momentos Vidro fica chato, com muita enrolação, principalmente na parte do hospital. Talvez pudesse ser um filme mais curto – são duas horas e nove minutos!

Outra coisa que não funcionou é que este era pra ser o filme do Mr. Glass (já que o primeiro foi do David Dunn e o segundo, do Kevin). Ele inclusive ganha o nome do filme. Mas sua participação é discreta, ele passa mais da metade do filme olhando pro nada. (Além disso, fiquei me perguntando por que a personagem da Sarah Paulson o colocou junto com os outros dois, inteligência não é exatamente um super poder).

Sobre o elenco, James McAvoy novamente dá um show. Sim, é a repetição do papel que ele já tinha feito em Fragmentado, mas aqui ele vai além, e conhecemos outras das suas personalidades. E McAvoy realmente convence quando muda de “personagem” – em uma das cenas, a câmera está dando voltas num quarto, enquanto personalidades entram e saem. Impressionante! Por outro lado, Anya Taylor-Joy não acrescenta nada com a volta do seu papel.

Vidro não vai agradar a todos, principalmente quem for ao cinema pra ver um filme de super heróis. Mas os fãs do diretor vão curtir.

p.s.: Vidro funciona muito melhor se você se lembra do que acontece em Corpo Fechado e Fragmentado. Não há explicações, quem não viu ou não se lembra talvez se sinta perdido em algumas situações.

Fragmentado

fragmentadoCrítica – Fragmentado

Três adolescentes são sequestradas por um homem diagnosticado com 23 diferentes personalidades. Elas precisam escapar antes do surgimento de uma assustadora vigésima quarta.

Um filme novo do M. Night Shyamalan já começa com dois problemas. Primeiro, a comparação com o excelente O Sexto Sentido. Depois, a lembrança das bombas que ele dirigiu depois (Dama na Água, Fim dos Tempos, O Último Mestre do Ar e Depois da Terra). A carreira do cara vai do clássico obrigatório até o fundo do poço. Ou seja, pode vir qualquer coisa.

Seu último filme, A Visita, foi bom – nenhuma obra prima, mas muito melhor que os quatro antecessores. Mas o melhor de tudo era sentir que a carreira de Shyamalan estava voltando aos bons momentos.

Fragmentado (Split, no original) não é um novo Sexto Sentido. Mas confirma a boa fase apontada pelo último filme. Um filme bem conduzido, com bons momentos de tensão e uma câmera sempre bem posicionada. E algo essencial para esta proposta: um ator inspiradíssimo.

James McAvoy (o professor Xavier do reboot de X-Men) tem aqui o melhor papel da sua carreira. O cara conseguiu criar personagens muito diferentes, e só no olhar a gente já sabe quem é quem. Este tipo de filme não costuma gerar prêmios de atuação, mas não será surpresa ver McAvoy indicado ao Oscar ano que vem. O outro destaque no elenco é Anya Taylor-Joy, de A Bruxa – o resto do elenco tem nomes pouco conhecidos.

Ah, uma coisa importante: quando li na sinopse que seriam 23 personalidades, achei que não ia funcionar – não tem como desenvolver tantos personagens em um filme de apenas duas horas. Felizmente a narrativa principal foca em apenas 3 ou 4 personalidades. Funcionou muito bem.

Achei a parte final um pouco exagerada. Mas a cena final justifica o exagero. Será que teremos continuação?

A Visita

A VisitaCrítica  – A Visita

Filme novo escrito e dirigido por M. Night Shyamalan. Será uma notícia boa ou ruim?

Uma mãe separada manda seu casal de filhos adolescentes passar uns dias na casa dos avós, que nunca conheceram, porque a mãe saiu de casa brigada antes de casar. Os jovens resolvem fazer um documentário para tentar reaproximar a mãe dos avós, mas acabam descobrindo segredos sobre os avós.

Shyamalan tem uma carreira curiosa. Seu primeiro filme, O Sexto Sentido, foi uma obra prima. Desde então, ele vive à sombra deste filme de estreia. De lá pra cá, foram sete longas, alguns bem ruins. Mas, mesmo assim, ele ainda tem prestígio para lançar seus filmes nos cinemas (nenhum foi direto para home vídeo). E a gente fala mal, mas todo mundo que conheço continua vendo seus filmes, por pior que sejam…

A boa notícia é que A Visita (The Visit, no original) é o melhor Shyamalan em muito tempo. Não chega a ser tão bom quanto O Sexto Sentido, mas é bem melhor que seus quatro últimos filmes (Dama na Água, Fim dos Tempos, O Último Mestre do Ar e Depois da Terra). Aliás, é bom avisar que Shyamalan voltou ao seu estilo, depois de dois filmes “fora da curva” – O Último Mestre do Ar foi uma adaptação, e Depois da Terra era uma tentativa de alavancar a carreira de Jaden Smith (e ambos foram bem ruins). A Visita lembra seu início de carreira.

A Visita é terror, mas o filme é bem humorado. Não chega a ser uma comédia, mas dá pra rir durante a projeção – uma das boas sacadas é que o garoto troca palavrões por nomes de cantoras pop. Temos um susto aqui, outro acolá, mas o que A Visita tem de melhor é o clima criado pelo diretor. Toda a ambientação dentro da casa é muito boa, assim como o mistério sobre os avós.

Shyamalan usa o batido recurso da câmera encontrada, mas o resultado é melhor do que a média – são duas câmeras, os adolescentes filmam tudo o tempo todo. Mesmo assim, acho que este recurso já deu o que tinha que dar. Nas cenas finais, a menina teria largado a câmera…

Gostei do elenco, o quarteto principal de nomes desconhecidos (Olivia DeJonge, Ed Oxenbould, Deanna Dunagan, Peter McRobbie) está muito bem, especialmente a avó maluquinha. O único nome mais conhecido do elenco é Kathryn Hahn, que pouco aparece como a mãe.

No fim, sempre fica a comparação com sua obra mais famosa. Mas podemos dizer que Shyamalan voltou aos “velhos tempos”.

O Sexto Sentido

Crítica – O Sexto Sentido

Hora de rever O Sexto Sentido!

Um garoto que se comunica com espíritos que nem sempre sabem que estão morto é ajudado por um psicólogo infantil.

Todo mundo já viu O Sexto Sentido (The Sixth Sense, no original), não? Bem, se você não viu, faça um favor a você mesmo e veja. E tome cuidado para não ler nada sobre o fim, um dos finais mais surpreendentes da história do cinema.

A boa notícia: O Sexto Sentido continua bom mesmo visto hoje, 14 anos depois (o filme é de 1999). Hoje a gente conhece a carreira do diretor e roteirista M. Night Shyamalan e fica com os dois pés atrás com cada um de seus novos filmes. Mas, mesmo conhecendo sua reputação, seu primeiro filme ainda é um filmaço.

Shyamalan teve problemas na produção de seu filme. O estúdio Buena Vista, da Disney, não queria liberar uma grande produção nas mãos de um diretor e roteirista estreante. Mas no fim, felizmente, o resultado ficou excelente, a história do menino que vê gente morta é muito bem contada. Shyamalan consegue criar o clima perfeito de tensão que o filme pede.

O elenco ajuda. Haley Joel Osment (que, diz a lenda, não passou no teste para ser o novo Anakin no Star Wars ep 1 lançado no mesmo ano) mostra impressionante maturidade ao liderar o elenco de gente mais velha e mais experiente. Bruce Willis também está muito bem, assim como Toni Collette. Ainda no elenco, Olivia Williams e Donnie Wahlberg. Ah, curiosidade: sabe a menininha envenenada? É a Mischa Barton, que cresceu e ficou famosa com a série The O.C.

Pra quem não acompanha bastidores, a carreira de Shyamalan é curiosa. Este seu primeiro filme é realmente muito bom, mas depois foi ladeira abaixo. Depois de O Sexto Sentido, veio Corpo Fechado, bom filme, mas parecido demais com o primeiro. Depois veio Sinais, que começa bem, mas termina mal, muito mal. Aí veio A Vila, ideia interessante, mas que não sustenta um longa, seria um bom episódio de uma série tipo Twilight ZoneDama na Água veio em seguida, e é ruim, ruim, ruim – se fosse despretensioso, seria um bom trash. Pouco depois, veio Fim dos Tempos, que é tão ruim, mas tão ruim, que talvez seja pior que Dama na Água. O Último Mestre do Ar, sua primeira adaptação, também falhou. Depois da Terra, seu último filme, é menos ruim que os três anteriores, mas está bem abaixo do seu debut. É, hoje, 15 anos depois, acho que a gente já pode afirmar que O Sexto Sentido foi o “ponto fora da curva”.

Última curiosidade: catando no google, achei uma crítica da época do lançamento, que citava alguns nomes promissores. Além de Shyamalan, falava dos irmãos Wachovski, que no mesmo ano fizeram o excelente Matrix – e que também nunca mais acertaram depois. É, o tempo ensina muita coisa pra gente…

Depois da Terra

Crítica – Depois da Terra

Mais um filme do M. Night Shyamalan. Será que desta vez ele acertou?

Mil anos atrás, a Terra se tornou um lugar inabitável e forçou os humanos a se abrigarem no planeta Nova Prime. Habituados ao novo planeta, um pai e um filho têm que sobreviver na Terra depois que sua espaçonave cai.

Acho que sou masoquista. Falo mal do Shyamalan, mas não perco nenhum filme dele. E esse aqui ainda tinha um grave fator negativo: é estrelado por Jayden Smith, o filho de Will Smith, que até agora mostrou ser um ator bem fraco e sem um décimo do carisma do pai. Mas… Ficção científica… Superprodução… Não resisti e paguei ingresso pra ver qualé.

Vamulá. Depois da Terra não chega a ser ruim. É melhor que os últimos três filmes de Shyamalan, mas, tendo Dama na Água, Fim dos Tempos e O Último Mestre do Ar como comparação, fica difícil ser pior, né?

Mas, desta vez, acho que o problema foi com o produtor e autor do argumento – Will Smith. Parece que Smith quis fazer de Depois da Terra uma plataforma para lançar seu filho Jayden ao primeiro escalão de Hollywood. Will virou coadjuvante para seu filho brilhar, numa trama que fala justamente de um filho que precisa mostrar seus valores ao seu pai. Mas, como disse lá em cima, Jayden é fraco, e isso é um grande problema para o filme.

(Acho que a única coisa boa em ter Jayden é a semelhança física. O moleque é muito parecido com o pai.)

A história tem outro problema. Rola uma breve introdução contando a história de como os terráqueos se adaptaram no planeta alienígena, e somos apresentados ao “monstro local”. Na minha humilde opinião, isso dava um filme mais interessante do que o pai e o filho caindo de volta na Terra…

Com um argumento fraco e um ator fraco como protagonista, acho que desta vez à culpa não foi de Shyamalan…

Mesmo assim, Depois da Terra não chega a ser ruim como os filmes recentes do diretor. Bons efeitos especiais, algumas boas cenas de ação e belas paisagens de um planeta Terra intocado pelo homem seguram o interesse durante os 100 minutos de projeção.

Falo mal do Shyamalan, mas gosto dele. Torço para que volte a fazer bons filmes como no início da carreira. Depois da Terra pode ser uma guinada de volta ao caminho certo. Tomara!

Demônio

Demônio

Novo filme com o polêmico nome M Night Shyalaman envolvido. Felizmente, fora da cadeira de diretor!

Um policial é chamado para investigar um suicídio, quando, no mesmo prédio, cinco pessoas ficam presas num elevador. E o diabo está entre eles!

O coisa ruim em pessoa está presente. Isso não é um spoiler, não só está no título e no cartaz do filme, como ainda rola uma narração em off e um personagem falando sobre isso. O único mistério é qual deles é o capiroto…

Na minha humilde opinião, o filme tem dois defeitos, e ambos têm a cara do Shyamalan. O primeiro, como disse no parágrafo anterior, é o excesso de explicações – não só existe uma narração como um dos personagens ainda repete tudo. O outro problema são os diálogos, fraquíssimos. Alguns lembram o trash Dama na Água, como o momento que um cara joga um pão com geleia no chão para provar a proximidade do cramulhão!!!

Mesmo assim, o resultado final é positivo. Se este filme viesse logo depois de Corpo Fechado, o nome de Shyamalan não seria hoje sinônimo de galhofa.

O filme é o primeiro de um projeto de Shyamalan, o “The Night Chronicles” (“As Crônicas da Noite”, ou “As Crônicas do próprio M Night Shyamalan”), onde outros diretores filmarão histórias suas. Aqui, só a ideia é dele, o roteiro e a direção estão em outras mãos. Se o roteiro de Brian Nelson (30 Dias de Noite) traz alguns diálogos dispensáveis, pelo menos a direção de John Erick Dowdle (Quarentena) tem planos mais ágeis do que Shyamalan costuma fazer. Assim, Demônio consegue manter a tensão e o interesse durante todo o filme.

O elenco de nomes desconhecidos entrega o esperado: ninguém se destaca, ninguém atrapalha. Quem acompanha o blog vai reconhecer pelo menos um nome: a sérvia Bojana Novakovic, que teve pequenos papeis em Arraste-me Para o Inferno e O Fim Da Escuridão.

Enfim, não se tornará um clássico. Mas é melhor que muita coisa lançada por aí…

O Último Mestre do Ar

O Último Mestre do Ar

Estreou o novo Shyamalan. E aí? É bom como o seu primeiro filme, Sexto Sentido? Ou ruim, muito ruim, como o seu último, Fim dos Tempos?

Trata-se da adaptação do desenho Avatar: The Last Airbender, da Nickelodeon, que conta a história de um lugar onde existem “dobradores”, pessoas pessoa que têm poderes para manipular um dos quatro elementos (ar, água, terra e fogo).  O garoto Aang é o último “dobrador do ar”, e, segundo uma profecia, ele é o Avatar, um ser de habilidades extraordinárias e o único capaz de controlar todos os elementos. Com a ajuda dos irmãos Katara e Sokka, Aang tem de trazer novamente o equilíbrio entre os povos, finalizando assim o conflito iniciado pela Nação do Fogo.

Rola um grande pé atrás com relação ao diretor Shyamalan.Vou copiar aqui o que escrevi no Top 1o de estilos de filmes ruins: “Até hoje, não sei se M Night Shyamalan é um bom diretor passando por uma longa fase ruim; ou um picareta que conseguiu fazer um excelente filme de estreia. Vamos analisar os seus seis filmes até hoje? Seu primeiro filme, O Sexto Sentido, é muito bom, um dos melhores de 1999. Depois veio Corpo Fechado, bom filme, mas parecido demais com o primeiro. Depois veio Sinais, que começa bem, mas termina mal, muito mal. Aí veio A Vila, ideia interessante, mas que não sustenta um longa, seria um bom episódio de uma série tipo Twilight Zone. Dama na Água veio em seguida, e é ruim, ruim, ruim. Se fosse despretensioso, seria um bom trash. Por fim, veio Fim dos Tempos, que é tão ruim, mas tão ruim, que talvez seja pior que Dama na Água.”

O Último Mestre do Ar não é bom como Sexto Sentido, mas pelo menos não é tão ruim quanto os dois últimos…

De positivo, temos belíssimos cenários e excelentes efeitos especiais. Um filme desses seria impossível de ser feito sem os efeitos digitais de hoje em dia, já que os “dobradores” ignoram as leis da física ao manipularem seus elementos. Além disso, as lutas são bem coreografadas.

Mas isso não é o suficiente para um filme longa metragem. A história é fraca e o roteiro, mal escrito. E olha que foi a primeira vez que Shyamalan filmou um roteiro escrito por outra pessoa! Nunca vi o desenho animado, mas pelo que li na internet, os personagens lá são mais bem construídos. Também li que o desenho tinha humor, coisa que não rola aqui no filme – as poucas situações de alívio cômico são muito bobas.

Pra piorar, o elenco é cheio de nomes desconhecidos que não estão bem (o único nome que heu reconheci é Dev Patel, de Quem Quer Ser Um Milionário). Noah Ringer, que interpreta Aang, foi escolhido porque sabe lutar bem e é parecido com o Aang do desenho, mas é um ator ruinzinho… Os atores estão todos (sem excessão) acima do tom. Aí tudo fica parecendo caricato demais.

E parece que Shyamalan pretende fazer uma trilogia. Logo no início do filme, lemos que este é o “primeiro livro”…

Também preciso falar sobre o trailer. Assim como em Fim dos Tempos, o trailer aqui era empolgante, mostrava Aang praticando suas técnicas, num templo, cercado de velas. Depois a câmera saía do templo onde estava Aang e víamos que ele estava prestes a ser atacado por centenas de inimigos. ESTA CENA NÃO ESTÁ NO FILME!!!

Para finalizar, vou contar uma piada que ouvi. Shyamalan pretendia chamar o filme de “Avatar”, assim como o desenho. Mas o Avatar de James Cameron já estava em produção. Então, deve ter rolado um diálogo mais ou menos assim:
– Oi, eu sou o M Night Shyamalan, fiz um filme muito bom em 99, mas depois nunca mais consegui acertar, e meus dois últimos filmes foram fracassos de bilheteria.
– Oi, eu sou o James Cameron. Meu último filme é a maior bilheteria da história de Hollywood e ganhou 11 Oscars. E também fiz…
– Ok, sr. Cameron, pode ficar com o nome…

Fim dos Tempos

fimdostempos

Fim dos Tempos

Inexplicavelmente, pessoas nas grandes cidades perdem a vontade de viver e começam a cometer suicídio em massa. A princípio se pensa em atentados terroristas, mas logo se descobre que a natureza está se vingando dos maus-tratos.

Algum tempo, um trailer como o do Fim dos Tempos, seguido da informação “do mesmo diretor de O Sexto Sentido” poderia ser uma boa promessa. O trailer é muito legal, e ainda por cima o cartaz nos remete a Contatos Imediatos do Terceiro Grau.

Mas… Depois do Sexto Sentido, veio Corpo Fechado, que é muito legal, mas apenas copia a idéia do filme anterior. E depois veio Sinais, que é um bom filme, mas com um fim péssimo. E depois tivemos A Vila, que poderia ser um episódio de Twilight Zone, mas não se sustentava como filme longa metragem. E depois veio Dama na Água, que é ruim, muito ruim, mas tão ruim que não vale nem como filme trash.

E aí ficamos com pé atrás: será que o cara conseguiu se recuperar?

Bem, infelizmente, não. O filme é bem fraquinho… Só não é tão ruim quanto o Dama na Água, afinal, se leva menos a sério. (O principal problema do Dama na Água é que o filme é pretensioso e se propõe a ser um filme sério! Se se assumisse trash, talvez fosse divertido…)

M Night Shyamalan, depois do fracasso de seu último filme, prometia aqui uma volta por cima. Mas agora fica uma dúvida no ar: será que ele é um bom diretor vivendo maus momentos, ou apenas um diretor tosco que teve apenas uma grande idéia para um grande filme – O Sexto Sentido?

As cenas são paupérrimas. Os diálogos são fracos, as atuações são fracas… Pouca coisa se salva no filme, talvez a trilha sonora de James Newton Howard.

O elenco todo está ruim. Mark Wahlberg interpreta Elliot Moore, um professor que traça teorias enquanto foge do inexplicado. Talvez se ele se assumisse um pouco mais vagabundo, fosse melhor. Afinal, existe até um monólogo dele com uma planta de plástico! Completam o elenco John Leguizamo e Zoey Deschanel, além da garotinha Ashlyn Sanchez.

Fica a dica: veja pensando que é um filme trash. Talvez você se divirta…