Operação Vingança

Crítica – Operação Vingança

Sinopse (imdb): Quando seus supervisores na CIA se recusam a tomar providências depois que sua esposa é assassinada em um ataque terrorista em Londres, um decodificador decide resolver o problema com as próprias mãos.

Alguns filmes são bons e disputam espaço em listas de melhores do ano, como o recente Pecadores. Outros são ruins e disputam espaço em listas de piores, como o igualmente recente Nas Terras Perdidas. Já outros estão aí só pra “cumprir tabela”. Operação Vingança é um desses. Um filme ok, mas esquecível.

Dirigido pelo pouco conhecido James Hawes, que tem um currículo razoável na TV mas pouca coisa para cinema, Operação Vingança (The Amateur, no original) é baseado no livro “The Amateur”, de Robert Littell, que já tinha virado filme em 1981, estrelado por John Savage e Christopher Plummer. Ou seja, o péssimo nome “Operação Vingança” não é novidade.

Conhecemos Charles Heller, que trabalha nos computadores da CIA. Perfil de nerd que sofre bullying no formato de trabalhar de graça pros colegas. Quando sua esposa morre, vítima de um ataque terrorista, ele chantageia seus chefes para ganhar treinamento para fazer vingança com as próprias mãos.

O melhor de Operação Vingança é que o protagonista Charles Heller não tem o perfil de agente de campo, e não consegue aprender isso no seu rápido treinamento. Ele vai atrás dos vilões, mas continua sendo um “nerd de computador”. E pra piorar, a CIA começa a persegui-lo. Ou seja, ele está atrás de perigosos terroristas enquanto precisa fugir da CIA.

Claro que precisamos de muita suspensão de descrença, porque algumas coisas feitas por Heller são bem difíceis de se aceitar. Mas, faz parte do pacote “filme de espionagem”.

O problema é que Operação Vingança é “correto”, mas em nenhum momento chega a empolgar. Na verdade, parece um produto de streaming, aquele tipo de filme que serve pra entreter por duas horas, e que na semana seguinte você nem se lembra mais.

No elenco, ouvi críticas à atuação de Rami Malek, mas confesso que achei ele bom pro papel (sei que ele fez Mr Robot, mas nunca vi). Rachel Brosnahan, a nova Lois Lane, morre logo no início do filme, mas continua aparecendo por causa de uma boa sacada de roteiro. Também no elenco, Laurence Fishburne, Jon Bernthal, Holt McCallany, Julianne Nicholson e Caitríona Balfe.

Operação Vingança não vai mudar a vida de ninguém, mas pelo menos não vai deixar nenhum espectador com raiva de ter perdido tempo.

Nas Terras Perdidas

Crítica – Nas Terras Perdidas

Sinopse (imdb): Uma feiticeira viaja para as Terras Perdidas em busca de um poder mágico que permite que uma pessoa se transforme em um lobisomem.

Algumas pessoas encontram um nicho e seguem nessa zona de conforto. Sempre lembro do Adam Sandler, que junta uns amigos, viaja, se diverte, filma um fiapo de história, e vende isso como o seu novo filme. São filmes bem ruins, mas, ora, se tem gente comprando, ele está certo de continuar fazendo.

Paul W.S. Anderson também encontrou um nicho: filmes fantásticos com roteiro fraco e cara de videogame, sempre estrelados por sua esposa Milla Jovovich. Foi assim com Resident Evil, foi assim com Monster Hunter. Por que Nas Terras Perdidas ia ser diferente?

Nas Terras Perdidas (In The Lost Lands, no original), tem uma diferença, que poderia ser algo relevante: é adaptação de um conto de George R R Martin. Não li o conto, mas, pelo roteiro, realmente parece videogame.

Num mundo pós apocalíptico, conhecemos uma bruxa que contrata um mercenário pra encontrar o covil de um lobisomem, para atender os desejos de uma rainha. E o filme segue essa jornada, em etapas que parecem justamente fases de um jogo.

(Aliás, algumas das fases não fazem muito sentido, tipo aquela onde ela encontra seres que parecem uma versão zumbi do Groot.)

Nas Terras Perdidas não chega a ser exatamente ruim. Na verdade, encontrei exatamente o que estava esperando: uma trama rasa em um ambiente fantástico, com efeitos especiais de segunda linha, e um roteiro bem fraco.

Assim como em Monster Hunter, o roteiro é o pior do filme. Parece que ninguém releu e revisou, algumas soluções são bem toscas. Heu poderia listar várias inconsistências, mas ia ser um texto meio chato. Mas só vou dizer uma coisa que chegou a me incomodar. Eles demoram alguns dias para chegarem no destino, e isso porque cortam caminho. Aí depois ela consegue voltar no mesmo dia. Ué, são caminhos diferentes?

(Depois da sessão, comentei isso com um amigo, que fez a piada “é que na ida eles foram tirando fotos e postando no Instagram, não fizeram isso na volta”.)

O visual lembra Mad Max, mas cheio de câmera lenta e imagens estilosas – parecia que Paul W.S. Anderson queria emular o estilo do Zack Snyder. Não vou reclamar dos efeitos especiais. Não são muito bons, mas servem pro estilo proposto pelo diretor. Falo o mesmo sobre as atuações de Milla Jovovich e Dave Bautista. O problema aqui é roteiro!

Agora é aguardar a bilheteria, pra saber se o casal Anderson & Jovovich vai fazer uma continuação, ou se vão adaptar outro videogame. Ainda não sabemos. Só sabemos como o resultado vai ficar.

p.s.: A personagem da Milla Jovovich em Resident Evil é Alice. Aqui é Gray Alys. Ninguém reparou que soa igual?

9 Coisas que Não Fazem Sentido em Código Alarum

9 Coisas que Não Fazem Sentido em Código Alarum

Sinopse (imbd): Dois espiões desonestos saem da rede, casam-se e são atacados em sua cabana remota por várias agências de inteligência que buscam um disco rígido roubado.

A expectativa era a pior possível. Dois meses atrás, vi Blindado, com Sylvester Stallone, produção picareta de um cara picareta chamado Randall Emmett, que usa a seguinte fórmula: oferece um bom cachê pra um nome grande de Hollywood, que vai até o set e trabalha por poucos dias, apenas em algumas cenas, e o filme é lançado com o nome da estrela no cartaz. Um filme vagabundo, aparentemente todo o orçamento é pra bancar esse cachê caro.

Código Alarum (Alarum, no original) é com Sylvester Stallone e produção de Randall Emmett. Dá pra confiar?

Fui na curiosidade de ver a estreia hollywoodiana da Isis Valverde. Segundo o imdb, ela esteve perto de estrelar The Flash em 2023 – ela e Bruna Marquezine eram as principais escolhas para o papel da Supergirl, mas não puderam viajar para Londres para os testes presenciais por causa da pandemia da Covid. Bruna conseguiu um papel importante em outro filme da DC, o Besouro Azul. E Isis, bem Isis deu azar. Já comento sobre isso.

Não diria que Código Alarum é tão ruim quanto Blindado, porque, pra mim, Blindado nem chega a ser um filme de verdade, parece um curta amador esticado. Código Alarum também parece amador, mas pelo menos tem cara de longa metragem, tem mais personagens, mais locações. E tenho um elogio para fazer. Só um, mas pelo menos encontrei algo positivo.

Código Alarum é todo errado. O roteiro é um lixo, a história é confusa e mal amarrada, as atuações são péssimas, os efeitos especiais são sofríveis, tudo é ruim. Vou fazer alguns comentários e depois uma lista de coisas que não funcionaram.

O roteiro é péssimo! Fala de uma agência misteriosa, tem personagens que mudam de lado sem justificativa, tem gente que só fica no escritório falando ao telefone, todos os diálogos são ruins… Olhando de longe, parece que a trama é complexa, mas, de perto, acho que foi apenas mal escrita. E normalmente não reclamo de efeitos especiais, mas os tiros de metralhadora em cgi parecem efeito de celular. E celular velho.

Vou falar spoilers. Acho que pra um filme desses, dizer um spoiler é até algo positivo, porque minha recomendação é “NÃO VEJA!”. Mas, vamulá, spoilers liberados. Todos os brasileiros querem ver a Isis Valverde, afinal, alguns atores daqui começam a despontar em Hollywood. Bruna Marquezine teve um papel quase principal em Besouro Azul; Wagner Moura está muito bem como um dos protagonistas de Guerra Civil; Fernanda Torres foi indicada ao Oscar; Selton Mello está escalado para trabalhar com Jack Black e Paul Rudd. Já Isis Valverde, pena. Ela aparece em duas cenas, depois leva um tiro e acabou o filme pra ela. Sério, o papel dela é tão secundário que ela morre antes mesmo do Stallone aparecer em tela.

Sobre o elenco: Scott Eastwood é o protagonista, e é tão expressivo quanto o cenário onde ele atua. Ele tem moral porque é filho do Clint Eastwood, mas precisa melhorar seus filmes pra começar a ser lembrado por ele mesmo e não por ser um “nepo baby” (falei aqui outro dia do Jack Quaid, que aos poucos constrói um currículo maior do que “ser filho do Dennis Quaid e da Meg Ryan). Stallone nunca foi um grande ator, mas tem carisma pra segurar um papel – quando quer. Aqui acho que ele não queria. Inclusive o papel dele é muito mal escrito. Mike Colter, o Luke Cage da Marvel, está caricato. Mas, tenho um elogio no elenco: Willa Fitzgerald, de Reacher e Strange Darling, está bem. Ela convence nas cenas de luta e é de longe a melhor coisa de Código Alarum. Salva o filme? Claro que não. Mas se todos estivessem no nível dela, seria um filme bem menos ruim.

Já que abri os spoilers, vamos à lista de coisas que não fazem sentido?

1- O casal é um dos mais improváveis da história do cinema. O cara está sendo atacado, leva um tiro, mata o oponente. Aí outra pessoa o ataca, eles lutam por alguns segundos – um chute e dois socos no total – e caem pela janela. Aí ele “veste o Joey Tribianni” e manda uma cantada pra ela. “How you doing?” Caraca, eles se apaixonam depois de trocarem golpes por 30 segundos??? Até acredito que inimigos possam se apaixonar, mas precisa ter toda uma construção anterior, outros confrontos, etc.

2- O Mike Colter estava num avião, matou os dois pilotos e pulou de para quedas, pra depois ir no avião caído e procurar um pendrive. Como é que ele sabia que o avião não ia explodir, colocando fogo no pendrive? Não seria melhor roubar o pendrive antes de matar os pilotos e derrubar o avião?

3- Entendo que em filme de ação o mocinho tem uma mira excepcional e todos os seus adversários tenham “mira de stormtrooper”. Mas aqui isso está exagerado. Tem uma cena onde o mocinho está sozinho numa casa, abrem um grande buraco na parede, e vários oponentes estão com metralhadoras atirando nele. E ele simplesmente aparece no meio do buraco da parede, à vista de qualquer um, atira de volta, e mata todos. Sem levar nenhum tiro!

4- Ainda nesse item, a mocinha mata quatro adversários com tiros. Aparecem outros oponentes, e atacam ela – sem armas de fogo! Por que??? Até aceito não terem matado ela na cena seguinte, o cara queria torturá-la. Mas, naquele momento, no meio do tiroteio, os inimigos não iam abrir mão dos revolveres e metralhadoras.

5- O Stallone é contratado pra duas tarefas: recuperar um pendrive e matar o Scott Eastwood. Aí ele envenena o Scott (na verdade não era veneno, mas ele não sabia disso, pra ele, ele realmente tinha envenenado). Logo depois consegue o pendrive. Por que não matou logo? Dava um tiro, pegava o pendrive e acabou a missão, pode voltar pra casa.

6- A aliança entre o Scott Eastwood e o Mike Colter não faz o menor sentido. O Scott mata TODOS os soldados do Mike, e depois ele diz “ok, não vou te matar agora, vamos virar parceiros”. Oi???

7- Os drones usados pra atacar os mocinhos são os piores drones da história. Mesmo com o “target locked”, conseguem errar todos os tiros!

8- No fim a gente descobre que o Scott Eastwood trocou o veneno, e quem está envenenado é o Stallone. Mas, o filme diz que o veneno mata em uma hora. Era de noite, e já está de dia! Calma que fica pior: eles se encontram, e o Stallone fala que “ainda tem alguns minutos”. Ou seja, a parada é realmente cronometrada! E só depois disso que o Stallone começa a passar mal com o veneno – sendo que ele tomou antes do Scott.

9- Por fim, uma coisa besta, mas que também não faz sentido. O cara da agência (sei lá qual agência) com quem eles conversam ao telefone tem um escritório numa sala enorme. E a mesa dele está bem no meio da sala. Se ele tem vários inimigos, qual é o sentido de ter uma mesa bem no meio da sala, onde qualquer um pode se aproximar pelas costas dele?

Resgate Implacável

Crítica – Resgate Implacável

Sinopse (imdb): Ele quer viver uma vida simples e ser um bom pai para sua filha. Mas quando a filha adolescente de seu chefe, Jenny, desaparece, ele é chamado para reempregar as habilidades que o tornaram uma figura lendária nas operações secretas.

Filme novo do Jason Statham, dirigido por David Ayer – mesma dupla de Beekeeper. Cheirinho de filme ruim, mas vamulá.

Jason Statham é um cara carismático, que tem uma filmografia com vários bons títulos – mas ele também fez várias bombas. Já David Ayer dirigiu aquele Esquadrão Suicida todo errado, então o saldo dele é bem negativo. Ainda tinha um nome bom, o roteiro é de Sylvester Stallone. Respeito o Stallone, tem uma carreira impressionante, décadas de bons serviços prestados ao cinema de ação, mas a gente sabe que nem sempre ele acerta.

Bem, a notícia não é boa. Resgate Implacável é bem fraco. Beekeeper era um filme de ação genérico, mas tinha algumas boas sequências. Resgate Implacável é só genérico.

Outro dia ouvi uma boa definição sobre os filmes do Jason Statham, que se aplica a boa parte de sua filmografia. Em Beekeeper, ele é um apicultor, que também é um assassino. Em Infiltrado, ele é um segurança, que também é um assassino. Em Carga Explosiva, ele é um motorista, que também é um assassino. Bem, aqui em Resgate Implacável, ele trabalha numa empresa de construção, e também é um assassino. Levon Cade (Jason Statham) trabalha numa obra. Quando a filha do seu patrão é sequestrada, ele resolve ir atrás de quem sequestrou.

Mas, sabe qual é o problema? Hoje, em 2025, esse formato do “exército de um homem só” precisa convencer o espectador. Alguns filmes conseguem, tipo a franquia John Wick. Mas aqui tudo parece muito fácil. O cara sai matando e vai galgando entre figurões da máfia russa, sempre mostrando o rosto nas câmeras de segurança, e nenhum dos bandidos procura saber quem é. Além disso, ele nunca se machuca. É daquele tipo de filme onde, quando ele está sem uma arma de fogo, ou o oponente também está sem arma de fogo, ou o oponente tem “mira de stormtrooper”.

Pra piorar, não tem nenhuma cena de ação memorável (Beekeeper não foi um bom filme, mas tinha algumas boas sequências). Como resultado, temos um filme arrastado. São quase duas horas de projeção, mas parece mais longo. E ainda tem cenas que dão raiva. Vou dar um exemplo: determinado momento ele está cercado, tem dois oponentes atirando. Aí ele mostra que consegue usar seu rifle com uma telinha bluetooth e mata um deles com um tiro certeiro. E depois ele joga uma granada em cima do outro. Por que não matar o outro da mesma forma?

Sobre o elenco, Jason Statham faz o de sempre. Quem vai ao cinema pra ver um filme dele não quer uma grande atuação, só quer ver tiro, porrada e bomba. Agora, não entendi as escalações de David Harbour e Michael Peña. São dois bons atores, poderiam agregar valor ao filme, mas têm papéis muito secundários, poderia ser qualquer ator em cada um dos papéis. Principalmente o David Harbour, que parece que só está lá pra se o filme tiver uma continuação.

Sim, continuação. Existe uma série de livros, com doze volumes, com o personagem Levon Cade. Ou seja, provavelmente a proposta é começar uma nova franquia. Tomara que a bilheteria deste primeiro filme seja fraca e desistam da ideia.

Novocaine – À Prova de Dor

Crítica – Novocaine – À Prova de Dor

Sinopse (imdb): Quando a garota dos seus sonhos é sequestrada, um homem incapaz de sentir dor física transforma sua condição rara em uma vantagem inesperada na luta para resgatá-la.

Já falei aqui mais de uma vez: gosto muito do lema da rede Luiz Severiano Ribeiro, “Cinema é a maior diversão”. Se entro na sala de cinema e me divirto, o filme ganha pontos pra mim. E isso aconteceu com este Novocaine – À Prova de Dor (Novocaine, no original).

Em Novocaine, a gente conhece Nate, que tem uma doença rara, e por causa disso não sente dor, nem calor, nem frio. Por causa de sua doença, ele é extremamente cuidadoso em tudo, porque, se ele se acidentar, não vai nem sentir. Aí quando sequestram sua colega de trabalho por quem ele se sente atraído, ele resolve, pela primeira vez na vida, usar seus “super poderes” e vai atrás dela.

Dirigido pela dupla Dan Berk e Robert Olsen, Novocaine tem duas coisas que, pelo menos pra mim, foram essenciais pra trazer alguma veracidade à trama. A primeira é que, diferente de um filme como Anônimo, onde o protagonista tinha um passado ligado a lutas, Nate nunca brigou. Ou seja, claro que ele vai apanhar quando enfrentar os vilões. E a outra coisa é que ele não sente dor, mas os machucados são reais, e trazem consequências ao personagem, consequências que vão escalando ao longo do filme. Uma das coisas que o time de dublês se preocupou era de dar poucos golpes no rosto, sempre que possível o golpe era transferido para o corpo – porque o rosto ia ficar inchado! Seria bem ruim se, do nada, ele virasse um grande lutador e nunca se machucasse. Ia virar um filme tosco de super herói.

Lendo isso, parece que é um filme sério e super violento, né? Bem, é um filme super violento, mas não é exatamente sério. Novocaine tem sequências muito engraçadas. Em várias cenas o filme apresentava situações inusitadas e exageradas que faziam o cinema inteiro dar gargalhadas. Não diria que é um filme de comédia, mas você certamente vai rir!

O protagonista é Jack Quaid, filho do Dennis Quaid e da Meg Ryan (falei dele há pouco em Acompanhante Perfeita) mas que é mais conhecido pelo papel de Hughie na série The Boys. Ele está muito bem aqui, mas preciso reconhecer que o elogio é mais pelo carisma do ator do que pela atuação, porque se a gente parar pra analisar, o Nate é muito parecido com o Hughie. O principal papel feminino é de Amber Midthunder, de O Predador – A Caçada, enquanto o vilão é outro “nepobaby”, Ray Nicholson (Sorria 2), filho do Jack Nicholson. Jacob Batalon, dos filmes recentes do Homem Aranha, faz um papel menor mas bem divertido.

Novocaine – À Prova de Dor estreia nos cinemas quinta da semana que vem!

Capitão América: Admirável Mundo Novo

Crítica – Capitão América: Admirável Mundo Novo

Sinopse (imdb): Sam Wilson, o novo Capitão América, se vê no meio de um incidente internacional e deve descobrir o motivo por trás de um plano global nefasto.

Antes de tudo, um aviso pra quem ainda não me conhece: não leio quadrinhos de super heróis. Nada contra, mas sempre preferi outros estilos de HQs. Então, meus comentários serão apenas sobre a Marvel no cinema!

Já falei aqui em outras ocasiões: o que a Marvel fez ao longo dos 12 anos entre o primeiro Homem de Ferro (2008) e o Vingadores Ultimato (2019) será estudado como um dos cases mais bem sucedidos da história do cinema. O “evento Vingadores”, juntando dezenas de filmes e dezenas de heróis, foi um feito que dificilmente será superado.

O mais sensato seria parar depois. Ficar uns anos sem lançar nada. A Marvel alcançou um patamar muito alto, seria difícil se manter no mesmo nível. Mas, quem quer parar quando está no topo? Ou seja, se até Ultimato a Marvel era sinônimo de entretenimento de qualidade, de lá pra cá nota-se uma irregularidade nos lançamentos. Por causa disso, muita gente se cansou da “fórmula Marvel”.

Os haters dizem que “Marvel já era”; os fãs torcem para um novo filme que trará tudo de volta aos trilhos. Por enquanto, ficamos com lançamentos meia bomba, como este quarto Capitão América, Capitão América: Admirável Mundo Novo (Captain America: Brave New World, no original), o primeiro de três filmes que a Marvel lançará este ano.

(Chute meu, não li isso em lugar nenhum: pelo que me parece, este Capitão América seria só pra “cumprir tabela”; Thunderbolts* é uma grande incógnita, pode ser tão ruim quanto o primeiro Esquadrão Suicida, ou tão bom quanto o segundo Esquadrão Suicida, mas será um filme “avulso”; e finalmente Quarteto Fantástico tem cara de que será o filme que ditará o novo rumo da Marvel nos cinemas. Mas, repito: isso é um chute meu.)

Capitão América: Admirável Mundo Novo começa com um problema que não acontecia no início do MCU, mas que agora é meio inevitável: é um filme que precisa de “manual de instruções”. O espectador “leigo” vai ficar perdido, porque Capitão América 4 é continuação não só da série Falcão e o Soldado Invernal como também continuação do filme do Hulk de 2008 – sim, aquele do Edward Norton filmado parcialmente no Rio e que quase ninguém se lembra. E ainda tem referência a Eternos.

Capitão América 4 traz Sam Wilson, o novo Capitão América (depois da aposentadoria do Steve Rogers) envolvido em uma trama política internacional, agora que Thaddeus Ross virou presidente dos EUA e quer fazer um tratado entre vários países para dividirem as riquezas encontradas nos Celestiais. Só que um vilão misterioso está manipulando pessoas pra este plano dar errado.

A direção é de Julius Onah, que heu nunca tinha ouvido falar. Mas em termos de Marvel, não acho que isso é algo essencial, afinal alguns dos melhores filmes da Marvel foram dirigidos pelos irmãos Russo, que eram completos desconhecidos antes. E diretores consagrados tiveram resultados irregulares, como Kenneth Branagh (Thor) e Chloé Zhao (Eternos). Mas, Onah não fez nada que saltasse aos olhos. Seu Capitão América é bem inferior aos outros (mas, reconheço que é uma comparação difícil, o segundo filme, Soldado Invernal, é considerado um dos melhores filmes de todo o MCU, enquanto o terceiro é o Guerra Civil.)

Uma coisa que gostei foi que a minha dúvida sobre o Sam Wilson ser o novo Capitão América mesmo sem ser super é abordada no filme. Nada contra o Sam Wilson enquanto era o Falcão, mas, como uma pessoa “normal” fica no lugar de uma pessoa que tinha superpoderes? O filme fala sobre isso, e achei a explicação satisfatória.

Agora, Capitão América 4 tem um problema grande, e que nem é culpa do filme em si. Durante todo o filme o personagem do Harrison Ford está desenvolvendo um problema, que poderia ser um grande plot twist: ele vai virar um Hulk. Mas, parece que o estúdio não dá bola pra plot twist, esse Hulk está em TODA a divulgação!

(Um comentário de alguém que não lê os quadrinhos: não tenho ideia de qual é a diferença entre um Hulk vermelho e um Hulk verde – ou quaisquer outras cores de Hulks. Ouvi vários comentários sobre ele ser um “Hulk vermelho”, talvez a cor tenha algum significado. Mas não é mencionado no filme.)

O roteiro tem alguns furos aqui e ali. Nada grave, são “roteirices”, facilitações de roteiro. Mas não dá pra levar muito a sério. Só pra dar um exemplo: em determinado momento um personagem fala “para o meu plano funcionar, eu preciso ser preso” e então chegam os guardas e o levam. Oi? O plano ia funcionar com ele preso ou não! Pra que aquela cena?

Sobre o elenco: Anthony Mackie está bem, ele tem carisma pra liderar o filme, e a única questão que heu tinha com o personagem foi explorada durante o filme. Harrison Ford também está bem, ele ganhou o papel que foi de William Hurt (que faleceu em 2022). Só achei curioso ver Ford como presidente dos EUA mais uma vez, não tem como não lembrar dele em Força Aérea Um, de 1997. Já Giancarlo Esposito está bem, mas achei o personagem dele mal aproveitado. E não quero falar mais sobre o elenco porque pode ser um spoiler indireto.

Capitão América: Admirável Mundo Novo tem uma cena pós créditos, lá no finzinho de tudo, um gancho pra possíveis continuações. Cena bem besta, mas é o estilo da Marvel.

Por fim, preciso falar que sempre que leio o nome do filme, uma música começa a tocar na minha cabeça: Bravo Mundo Novo, do segundo disco da Plebe Rude. O nome do filme em português é “Admirável Mundo Novo”, mas o original é “Brave New World”. Principalmente porque fui a um show da Plebe Rude semana passada, no Circo Voador (showzaço, aliás). Taí, faltou incluir Plebe Rude na trilha sonora!

De Volta À Ação

Crítica – De Volta À Ação

Sinopse (imdb): Quinze anos depois de abandonar a CIA para formar uma família, os ex-agentes de elite Matt e Emily voltam ao mundo da espionagem ao terem seus disfarces descobertos.

Dirigido por Seth Gordon, De Volta À Ação (Back in Action, no original) é mais um filme genérico de ação da Netflix. A fórmula parece ser: junte dois ou três grandes nomes de Hollywood, faça uma trama clichê e bem humorada, com muita correria, perseguições, tiroteios e explosões, coloque algumas cenas numa locação bonita, e torça pro carisma das suas estrelas garantir a audiência. Efeitos especiais são limitados, afinal o orçamento está direcionado pra pagar os cachês das estrelas.

Seguindo esta fórmula, tivemos Alerta Vermelho (com Dwayne Johnson, Gal Gadot e Ryan Reynolds), O Agente Oculto (com Ryan Gosling, Ana de Armas e Chris Evans), Ghosted: Sem Resposta (com Ana de Armas e Chris Evans), dentre outros. São filmes ruins? Não. Mas são filmes que a gente se esquece pouco depois de ver…

E o mesmo aconteceu aqui em De Volta À Ação. Mas pelo menos posso dizer que me diverti com o casal principal.

Uma dupla de agentes da CIA trabalham juntos e têm um caso. Quando ela descobre que está grávida, eles resolvem sumir e tentar viver numa vida “normal”. Quinze anos depois, eles são descobertos e começam a ser perseguidos, tanto pela CIA e pelo MI6, como por criminosos internacionais.

Pelo menos pra mim, o que salva De Volta À Ação é o carisma da sua dupla de protagonistas. Jamie Foxx está bem, como sempre, e ele tem uma química muito boa com Cameron Diaz (que estava aposentada e heu nem sabia disso, seu último filme tinha sido Annie, de 2014, também com Jamie Foxx). Jamie e Cameron estão em forma, e funcionam bem juntos tanto nas partes cômicas quanto nas cenas de luta (provavelmente usaram dublês, mas isso faz parte das regras). O filme também tem algumas boas piadas usando diferenças entre gerações.

Agora, não dá pra pensar muito sobre o filme. O plot principal já é furado: alguém filmou o casal em ação, e isso despertou várias agências internacionais de espiões. Gente, nos dias de hoje, com reconhecimento facial em todos os lugares, eles já teriam sido descobertos há tempos!

E aí abre a porteira pras forçadas de barra no roteiro. Por exemplo: se passaram 15 anos, será aquele objeto escondido continua tão relevante? Será que em 15 anos ninguém pensou numa nova tecnologia que seria ainda melhor do que aquele aparelho? Vou além: um “controle remoto” de 15 anos atrás ainda funciona em equipamentos feitos com tecnologia mais avançada?

(Isso porque nem vou comentar sobre a idade da filha. Se eles ficaram escondidos 15 anos, a filha mais velha teria 14, mas parece ter 17 ou 18. Mas, Hollywood é cheia de casos assim, então esse vou deixar pra lá.)

Comentei sobre os efeitos especiais, né? Tem uma fuga na cena inicial que envolve montanhas e paraquedas. A cena é ok. Mas aí a gente lembra do Tom Cruise no último Missão Impossível e vê a diferença…

Enfim, De Volta À Ação vale pra distração efêmera. Porque você vai rir e se divertir, mas mês que vem você nem vai se lembrar do filme.

Blindado

Crítica – Blindado

Sinopse (imdb): Um pai e um filho que trabalham como guardas de segurança de uma empresa de caminhões blindados encontram uma equipe de possíveis ladrões em uma ponte. Eles ficam presos e precisam bolar um plano para escapar e garantir sua sobrevivência.

Heu costumo ser positivo, e sempre procuro pontos positivos nos filmes que assisto. Mas de vez em quando aparece um filme onde essa tarefa é árdua…

Blindado (Armor, no original) foi dirigido por Justin Routt, mas o nome que a gente deve prestar atenção nos bastidores é o do produtor Randall Emmett, que tem uma fórmula meio picareta: oferece um bom cachê pra um nome grande de Hollywood, que vai até o set e trabalha por poucos dias, apenas em algumas cenas, e o filme é lançado com o nome da estrela no cartaz. Um filme vagabundo, aparentemente todo o orçamento é pra bancar esse cachê caro. Seu método ficou famoso com a série de filmes feitos com o Bruce Willis, cheguei a comentar um deles aqui no heuvi, Out of Death. Naquele caso, pelo menos tinha uma justificativa: Willis estava doente e estava fazendo alguns filmes baratos pra fazer um pé de meia. Mas depois descobri que Emmett já fez isso com outros nomes importantes.

Pelo que li no imdb, Sylvester Stallone teria recebido 3 milhões e meio de dólares por um dia de filmagem. Caramba, quem recusaria um cachê desses? Stallone foi, filmou suas cenas, e a equipe continuou fazendo o filme. Se é que podemos chamar isso de filme…

Blindado não tem uma história para ser um longa. Me parece que caberia em um seriado de 40 minutos, e que resolveram esticar pra fazer um longa metragem – o filme tem uma hora e vinte e nove minutos no total, e é arrastaaado. Chega ao ponto de termos cenas repetidas – vemos o mesmo take do braço do Jason Patrick em três momentos do filme.

Porque aí está o pior problema de Blindado, na minha humilde opinião: o roteiro, que tem erros básicos. Um exemplo é um longo flashback colocado no meio da construção do clímax do filme. O espectador pensando “como eles vão conseguir sair dessa?”, e pára tudo porque agora vamos ver um flashback detalhado sobre um acidente que impactou pai e filho.

Mas não é só isso. São diversos furos de roteiro, como um carro forte carregando valores não ser acompanhado remotamente por um gps. Ou um cara que diz que está há seis anos sóbrio, mas carrega sempre uma garrafinha de vodca e NINGUÉM sente o cheiro da vodca!

A maior parte do filme se passa numa ponte, onde derrubam o carro forte, e tem bandidos atirando tanto pela frente quanto por trás. Já vejo um problema aí, porque certamente alguém erraria o carro forte e o tiro iria atingir o coleguinha do outro lado. Mas até aí, ok, vamos acreditar que todos são exímios atiradores. Mas então por que quando o cara sai de dentro do carro forte e joga um coquetel molotov em um dos bandidos, ninguém atira nele??? E ainda esperam ele voltar e fechar a portinha!!!

E, não posso deixar de citar: POR QUE DIABOS NÃO ARREBENTARAM A PORCARIA DA PORTA TRASEIRA DO CAMINHÃO???

A edição é tão tosca quanto o roteiro: o filme abre com o time do Stallone se preparando para o ataque, mas este ataque só acontece no dia seguinte. Pra que abrir o filme com aquelas imagens? (Claro, é pra aproveitar melhor a estrela contratada e esticar o filme um pouco mais.)

Heu podia ficar aqui mais um tempão falando mal de Blindado, mas acho que chega, né? Não vou nem entrar nos efeitos especiais vagabundos, isso me incomoda menos do que os vários problemas mencionados.

Só posso dizer que tenho pena de quem for ao cinema ver esse lixo. Que provavelmente voltará aqui no fim do ano na minha lista de piores filmes de 2025.

Ameaça no Ar

Crítica – Ameaça no Ar

Sinopse (imdb): Um piloto é responsável por transportar uma profissional da Força Aérea que acompanha um fugitivo até seu julgamento. À medida que atravessam o Alasca, a tensão aumenta e a confiança é testada já que nem todos a bordo são quem mostram ser.

Às vezes alguns grandes nomes de Hollywood fazem escolhas que me deixam intrigado. Mel Gibson, como diretor, fez poucos filmes. Depois da sua estreia em 1993 com O Homem sem Face, todos seus filmes seguintes foram projetos grandiosos e ousados: Coração Valente (95), A Paixão de Cristo (2004), Apocalypto (2006) e Até o Último Homem (2016). Aí chega aos cinemas seu novo filme como diretor, este Ameaça no Ar.

Vejam bem, não estou entrando no mérito se Ameaça no Ar é bom ou ruim. Mas é um filme “pequeno” – quase todo o filme só conta com três atores e apenas uma locação. Poderia ter sido dirigido por um diretor qualquer, de segunda linha, e poderia ter ido direto para o streaming. E a gente vê que é o novo filme do mesmo diretor de Coração Valente, A Paixão de Cristo, Apocalypto e Até o Último Homem. Caramba, Mel, por que diabos você escolheu este projeto?

Vamos ao filme. Um contador que trabalhou para um mafioso é preso e precisa ser levado como testemunha. A agente responsável pela sua captura pega um voo em um aviãozinho onde estão só os dois e mais o piloto. Mas este piloto pode ser alguém diferente do esperado.

Como falei, Ameaça no Ar é uma produção “pequena” – poucos atores e apenas uma locação. Quase todo o filme é baseado em diálogos e tensões envolvendo os três personagens. Em alguns momentos, preciso reconhecer que a tensão realmente funciona. Ok, tudo cheio de clichês, mas são clichês bem usados, pelo menos duas vezes fiquei na beirada da poltrona do cinema.

Sobre o elenco: gostei da personagem da Michelle Dockery (Magnatas do Crime), durona no ponto certo. Mark Wahlberg está ok, mas preciso reconhecer que achei a careca dele estranha e isso me tirava do filme – parece que ele raspou mal raspado o cabelo, por que fazer isso? Já Topher Grace (That’s 70 Show) achei um pouco exagerado, sei que é um alívio cômico, mas em alguns momentos saía do tom. Também queria citar o personagem Hassan, que fala pelo rádio com a personagem da Michelle Dockery. Se Topher Grace saiu do tom, achei Hassan perfeito. Um personagem carismático e engraçado, que só aparece em pontos eventuais da trama. O curioso é que são dois atores interpretando, Maaz Ali faz a voz que ouvimos ao longo do filme, mas quando o personagem finalmente aparece é interpretado por Monib Abhat.

No fim, Ameaça no Ar nem é ruim. Mas é um filme bem genérico. Sugiro baixar as expectativas!

Kraven, O Caçador

Crítica – Kraven, O Caçador

Sinopse (imdb): A complexa relação de Kraven com o pai, Nikolai Kravinoff, o leva a uma jornada de vingança com consequências brutais, o motivando a se tornar um dos maiores e mais temidos caçadores do mundo.

Antes de tudo, uma informação importante: nunca li os quadrinhos desse Kraven. Todo o meu texto será baseado no filme.

Ninguém esperava que Kraven, O Caçador seria bom. Afinal, é o sexto filme de um universo todo errado: “vilões do Homem Aranha sem a presença do Homem Aranha”. Pra piorar, não teve sessão de imprensa, coisa que normalmente acontece quando a distribuidora não acredita no potencial do filme. Mesmo assim fui ver. É bom? Não. Mas não é o pior do ano.

(Só pra deixar registrado: os outros filmes são Morbius, Madame Teia e os três Venom. Todos ruins.)

Dirigido por J.C. Chandor, Kraven, O Caçador (Kraven the Hunter no original) sofre do mesmo problema dos outros: como o protagonista é um vilão sem oponente, o filme força uma barra pra ele virar uma espécie de anti herói. Ou seja, é um vilão mas não pode ser “do mal”. E, como nos outros filmes, essa construção de personagem não foi muito boa.

Tem outro problema que é a grande quantidade de personagens. Por exemplo, são três vilões, um deles ficou sobrando. Podia focar só no pai e no Rino, aquele que conta até 3 e congela tudo é meio desnecessário.

(Me falaram que nos quadrinhos a Calypso também é vilã, mas isso não acontece aqui neste filme. E no finzinho do filme, o irmão, Dmitri, dá a impressão de que vai virar outro vilão, mas isso ficaria pra uma suposta continuação.)

Some-se a isso efeitos especiais que parece que a gente está vendo um filme dos anos 90. Algumas cenas de ação o herói é um boneco de cgi que não respeita as leis da física. Mas… isso me incomoda pouco. Um roteiro mal escrito me incomoda mais. Um exemplo claro está na personagem Calypso, que entra e sai da trama quando o roteiro está precisando de uma ajuda. Ela está no passado do protagonista, e volta justamente quando ele precisa de ajuda. Um pouco mais tarde no filme a gente descobre que ela sabe atirar com arco e flecha, mas logo depois que o roteiro usa suas habilidades, ela some do filme.

Agora, uma coisa boa de Kraven é que tem mais sangue e violência que o padrão dos “filmes de super herói”. Nada muito gráfico, mas pelo menos vemos sangue, coisa que costuma faltar em filmes do gênero.

Sobre o elenco, Aaron Taylor-Johnson não está mal como o protagonista. Mas não podemos dizer o mesmo de Russell Crowe, caricato demais como o mafioso russo. Ariana DeBose como Calypso também não está bem. Também no elenco, Fred Hechinger, Alessandro Nivola e Christopher Abbott.

Agora queria terminar meu texto com uma listinha curta de coisas sem sentido em Kraven, O Caçador. Vamulá?

– Sua avó lhe entrega uma poção mágica, segredo da sua família, que vai dar super poderes a quem tomá-la. Que tal dar essa poção pro primeiro desconhecido que encontrar pela frente?

– Se Kraven teve contato com o sangue de um leão e tomou uma poção mágica que lhe deu os poderes de um leão, como é que ele escala paredes e tem a visão de um elfo?

– Kraven é “O Caçador”, mas ninguém sabe o nome dele, porque ele diz que mata todos os que ouvem isso. Ok. Aí o vilãozão pega uma filmagem de câmera de segurança e descobre, por reconhecimento facial, que aquele cara é Sergei Kravinoff e também é o Caçador. Como é que ele descobre que também é chamado de Kraven?

– Ainda nesse reconhecimento facial, da primeira vez que vemos, deu 97,3% de compatibilidade. Na segunda vez, mudou pra 99,99%. O que mudou?

– Você é um vilão malvadão e manda um capanga matar o herói. O capanga diz “vou matá-lo”, mas não volta. Por que diabos você vai acreditar que seu capanga conseguiu e vai embora achando que o herói está morto?

Parece que vão acabar com esse universo de “Homem Aranha sem Homem Aranha”. É, talvez seja a melhor opção.