O Problema dos 3 Corpos

3 Problemas em O Problema dos 3 Corpos

Sinopse (imdb): Uma fatídica decisão tomada na China dos anos 60 ecoa através do espaço e do tempo até um grupo de cientistas no presente, forçando-os a enfrentar a maior ameaça à humanidade.

Tá todo mundo falando dessa nova série da Netflix. Heu ia retomar Magnatas do Crime, mas resolvi antes encarar O Problema dos 3 Corpos, nova série criada por David Benioff e D.B. Weiss, criadores de um tal Game Of Thrones. Coincidência ou não, outra série que começou bem, mas não segurou a qualidade até o fim.

O Problema dos 3 Corpos é a adaptação do livro homônimo escrito por Liu Cixin, que já tinha ganhado uma adaptação de 30 episódios pela TV chinesa. Não li o livro, não vi a série chinesa, meus comentários serão apenas sobre a série da Netflix.

É complicado falar dos problemas de O Problema dos 3 Corpos sem entrar em spoilers, então vou dividir o texto em duas partes. Primeiro falo da série de um modo geral, depois entro em detalhes, com spoilers.

A série começa muito bem. Em uma linha temporal acompanhamos uma história que se passa na China dos anos 60, enquanto em outra linha vemos um grupo de jovens cientistas lidando com mistérios que estão acontecendo no mundo. Não sabemos se estamos em uma realidade paralela, se existe algo sobrenatural, ou alguma outra coisa, mas definitivamente “algo errado não está certo”.

Ao mesmo tempo somos apresentados a uma espécie de videogame de realidade virtual onde o jogador precisa salvar uma população de um planeta que orbita três sóis, e por isso tem uma órbita caótica. E tudo flui bem até a sequência no Canal do Panamá, uma sequência muito boa, voltarei a ela na parte com spoilers.

O problema é que isso acontece no quinto episódio, e a série tem oito episódios. A partir daí, são dois problemas. Um deles é que focam tempo demais num plot chato sobre a doença de um dos personagens, e é um plot arrastaaado… Ok, a gente já entendeu, podemos seguir com a história? Parece que não, porque continua arrastaaado… E pra piorar, na parte final inventam um plano que não faz o menor sentido em várias camadas diferentes.

Na minha humilde opinião, a série podia seguir caminhos muito mais interessantes do que os escolhidos. Por exemplo: o roteiro mostra um grupo que é uma mistura de seita religiosa fanática com adoradores de alienígenas, mas esse plot, que poderia render muita coisa, é apenas pincelado. Pensa só: se acontece algo misterioso que todo o planeta vê, muita gente ia mudar de comportamento na mesma hora!

Vamos à parte com spoilers?

SPOILERS!
SPOILERS!
SPOILERS!

Antes de entrar nos problemas, preciso fazer um elogio à cena do Canal do Panamá. Eles usam fios super fortes criados por uma nanofibra, e fatiam o navio, e tudo o que está dentro dele. A cena é sensacional, se você não quiser ver a série, vale catar essa sequência!

Vamulá. Tem uma coisa que me incomodou, mas não sou cientista, talvez tenha lógica, peço desculpas se o que vou falar é bobagem. Mas, o planeta dos aliens está orbitando em volta de três sóis, e por isso, acontece de vez em quando da população ser dizimada. E em um determinado momento da série os aliens falam que o desenvolvimento deles é mais evoluído que o nosso, mas esse desenvolvimento é mais lento, e que em 400 anos a tecnologia humana seria mais evoluída que a deles. Péra, como um planeta onde a população é dizimada de tempos em tempos consegue se evoluir tanto assim? Uma coisa que eles não têm é tempo!

Mas, não sou cientista. Talvez isso seja possível. Mesmo assim, achei que faltou uma linha de diálogo comentando isso.

Outra coisa estranha, mas não necessariamente uma falha, é a personagem Tatiana. A princípio é uma humana normal, mas ela parece que tem o super poder de se materializar onde ela quer. Pode ter explicação dentro do plano dos aliens? Pode. Faltou o roteiro desenvolver essa explicação.

Mais uma: depois do Canal do Panamá, aparece algo que cobre todo o planeta, o “olho do céu”. E no episódio seguinte, parece que isso nem aconteceu. Na boa, a sociedade ia mudar de vez depois daquilo. Várias pessoas iriam se dividir em grupos, ia ter a galera contra os aliens, a galera a favor dos aliens, a galera que ia dizer “tanto faz, já estarei morto quando chegarem”. O ponto é: o mundo não seria o mesmo.

Vamos aos problemas?

  • A sequência do Canal do Panamá é sensacional, mas tem uma falha grave. Eles falam que precisam abordar o navio de forma rápida, para não dar tempo de apagarem o HD. Mas, se o navio está sendo fatiado, como garantir que o HD não será fatiado também?
  • O alienígena que conversa com o líder da “seita” descobre que humanos mentem e, na mesma hora, cancela todo e qualquer contato. Vem cá, esse alien está em contato há anos, talvez décadas. Só agora descobriu que humanos mentem? Sério que essa é uma espécie mais inteligente? Vou além: o que aquela IA dentro do jogo faz, quando está testando as pessoas, não é uma espécie de mentira?
  • O plano final não faz o menor sentido. Eles vão mandar um cérebro, congelado, que vai se encontrar com o comboio dos alienígenas daqui a 198 anos (ou 398, não lembro). 1- Como o cérebro vai saber o momento de se descongelar? 2- Mesmo que se descongele, como o cérebro vai interagir com os aliens? 3- Se conseguir interagir, como vai mandar informações de volta pra Terra?

FIM DOS SPOILERS!

A série, claro, não tem fim. Gancho pra próxima continuação. Que espero que seja mais parecida com a primeira metade do que com a parte final.

O Mundo Depois de Nós

Crítica – O Mundo Depois de Nós

Sinopse (imdb): As férias de uma família numa casa luxuosa sofrem uma reviravolta quando um ciberataque afeta todos os dispositivos e duas pessoas estranhas batem à porta.

Filme novo da Netflix, todo mundo está vendo e comentando, fiquei curioso quando vi que alguns canais de cinema que acompanho falavam do final, fui ver o filme pra saber por que o final está envolto em polêmicas.

Simples: PORQUE O FILME NÃO TEM FINAL! Simplesmente sobem os créditos e acabou.

¬¬

O pior é que heu estava gostando muito do filme. Mas um “final” desses me tirou do sério. Então, vou comentar o filme, depois comento sobre o encerramento.

Escrito e dirigido por Sam Esmail, adaptação do livro homônimo escrito por Rumaan Alan (que também colaborou no roteiro), O Mundo Depois de Nós (Leave the World Behind, no original) mostra uma família que tirou uns dias de férias em uma casa alugada, quando algo acontece no mundo e eles ficam isolados. Os supostos reais donos da casa aparecem e isso só serve pra aumentar a desconfiança geral sobre o que está acontecendo.

O ritmo do filme é muito bom. O espectador é envolvido num clima crescente de tensão, não sabemos o que está acontecendo. A trama te prende, é daquele tipo de filme que é difícil pausar, são pouco mais de duas horas que passam rapidinho.

Gostei muito da câmera do Sam Esmail – sei que ele é um dos nomes por trás da série Mr Robot, mas nunca vi a série, nunca tinha visto nada dele. Em vários momentos a câmera sai do eixo, roda, sobe, mostra muitos ângulos fora do convencional. Um exemplo: tem uma cena numa cabana onde a câmera roda, sobe e sai por uma fresta no telhado, pra mostrar o que está acontecendo fora da cabana.

Algumas sequências são muito bem filmadas, como a sequência do Tesla. Ok, provavelmente é um plano sequência fake, cheio de cgi, mas mesmo assim ficou bem legal.

Ah, e pra quem gosta de mensagens subliminares, reparem que o quadro abstrato na sala muda ao longo do filme. O mesmo acontece com a pintura atrás da cama de casal. E tem uma cena onde tem um quadro atrás da Julia Roberts mostrando uma imagem parecida com o que o Ethan Hawke tinha passado há pouco.

O elenco também manda bem. Julia Roberts, Mahershala Ali e Ethan Hawke estão muito bem nos seus papeis, assim como os outros três mais novos e mais desconhecidos, Charlie Evans, Farrah Mackenzie e Myha’la. E já tinha visto dezenas de filmes com Ethan Hawke e com Kevin Bacon e nunca tinha reparado como são parecidos!

Dá pra ver que heu estava gostando, né? Pois bem, hora de falar do “não final”.

Não tenho problemas com filmes com finais abertos. Usando como exemplo aquele que todos se lembram, Inception, no fim o pião está rodando, e a gente não sabe se aquilo é real ou sonho. A mesma coisa com O Vingador do Futuro do Verhoeven, ao fim do filme a gente não sabe se aquilo aconteceu ou se foi uma memória implantada. A gente nunca soube o que tinha na mala do Marsellus Wallace em Pulp Fiction. E a lista é infinita. O espectador não precisa de tudo mastigado.

Agora, se um filme se propõe a contar uma história, é bom que tenha algum tipo de conclusão. Reclamei aqui no heuvi este ano de dois filmes que terminaram abruptamente para serem concluídos em continuações, Aranhaverso 2 e Velozes e Furiosos 10. Se é pra deixar gancho, tem que fazer como Missão Impossível 7, que fecha a missão que o personagem está fazendo, e deixa pontas soltas a serem resolvidas na continuação. O modo usado em Aranhaverso 2 e Velozes e Furiosos 10 foi péssimo, a narrativa foi muito mal construída.

Mas nada não é tão ruim que não possa piorar. O Mundo Depois de Nós consegue ser ainda mais tosco, porque interrompe o filme do nada. E não li nada sobre uma continuação pra fechar a história. Me parece que os realizadores quiseram trollar o público. “Sabe a personagem frustrada porque não viu o final de Friends? Poizé, agora o espectador vai ficar igualmente frustrado por não ver o final do filme!”

Pena. Heu estava realmente gostando do filme. Mas esse “não final” foi uma ducha de água fria.

A Queda da Casa de Usher

Crítica – A Queda da Casa de Usher

Sinopse (Netflix): Para proteger a fortuna e o futuro, um casal de irmãos constrói uma dinastia familiar que começa a ruir quando cada um dos herdeiros morre misteriosamente.

E vamos para a quinta minissérie de terror do Mike Flanagan!

Já comentei em outros posts, heu sempre curti o trabalho do Mike Flanagan (desde Absentia, seu primeiro filme!), mas ele no cinema não era um cara do “primeiro time”. Cheguei a falar que era um aluno que sempre tirava 7 ou 8, mas nunca tirava 10. Gosto de Jogo Perigoso, O Espelho e Hush A Morte Ouve, mas reconheço que não são grandes filmes.

Mas aí o cara começou a fazer séries, e, pelo menos na minha humilde opinião, leva 10 em duas delas: A Maldição da Resistência Hill e Missa da Meia Noite (Mansão Bly e Clube da Meia Noite são boas, mas estão um degrau abaixo).

Agora temos sua quinta série, A Queda da Casa de Usher, baseada em Edgar Allan Poe, onde ele volta a qualidade das suas duas melhores séries!

Existe um conto “A Queda da Casa de Usher”, mas a série não se baseia apenas no conto. Várias outras histórias de Poe são jogadas no liquidificador e aparecem aqui, seja na trama ou nos nomes dos personagens. Infelizmente, não sou um grande entendedor da obra de Edgar Allan Poe, então não vou poder citar aqui as várias referências.

O que posso dizer é que Flanagan consegue contar uma história assustadora e envolvente, em diferentes linhas temporais. Enquanto a trama no passado mostra Roderick e Madeline Usher ainda jovens e sem grana, a trama nos dias atuais se divide pra mostrar cada um dos filhos do agora milionário Roderick, como cada um vive, e como cada um morre.

Um parágrafo para falar sobre jump scares. Flanagan tem alguns dos melhores jump scares do audiovisual recente (Clube da Meia Noite chegou a bater o recorde de maior número de jump scares em um episódio). Aqui tem alguns muito bem sacados, principalmente nas longas conversas entre Roderick e Dupin.

Preciso falar do elenco! Mike Flanagan é um grande diretor de atores, seu elenco sempre está muito bem, e isso também acontece aqui. E tem uma característica curios: Flanagan costuma repetir vários atores que já trabalharam com ele. Catei pela internet quantos filmes ou séries cada um já tinha feito com o diretor: Kate Siegel, 7 (O Espelho, Hush, Ouija A Origem do Mal, Jogo Perigoso, Maldição da Residência Hill, Maldição da Mansão Bly, Missa da Meia Noite); Henry Thomas, 7 (Ouija, Jogo Perigoso, Residência Hill, Doutor Sono, Mansão Bly, Missa da Meia Noite, Clube da Meia Noite); Carla Gugino, 5 (Jogo Perigoso, Residência Hill, Mansão Bly, Missa da Meia Noite, Clube da Meia Noite); Katie Parker, 5 (Absentia, Residência Hill, Doutor Sono, Mansão Bly, Clube da Meia Noite); Samantha Sloyan, 4 (Hush, Residência Hill, Mansão Bly, Missa da Meia Noite), Michael Trucco, 3 (Hush, Missa da Meia Noite, Clube da Meia Noite); Rahul Kohli, 3 (Mansão Bly, Missa da Meia Noite, Clube da Meia Noite); Alex Essoe, 4 (Doutor Sono, Mansão Bly, Missa da Meia Noite, Clube da Meia Noite); Bruce Greenwood, 2 (Jogo Perigoso, Doutor Sono); Zach Gilford, 2 (Missa da Meia Noite, Clube da Meia Noite); Lulu Wilson, 2 (Ouija, Residência Hill); T’Nia Miller, 1 (Mansão Bly); Annabeth Gish, 3 (O Sono da Morte, Residência Hill, Missa da Meia Noite); Robert Longstreet, 4 (Residência Hill, Doutor Sono, Missa da Meia Noite, Clube da Meia Noite); Kyliegh Curran, 1 (Doutor Sono); Matt Biedel, 2 (Missa da Meia Noite, Clube da Meia Noite); Carl Lumbly, 1 (Doutor Sono); Ruth Codd (Clube da Meia Noite); Crystal Balint, 2 (Missa da Meia Noite, Clube da Meia Noite); Sauriyan Sapkota, 1 (Clube da Meia Noite); Igby Rigney, 2 (Missa da Meia Noite, Clube da Meia Noite); Aya Furukawa, 1 (Clube da Meia Noite). De novidade no “flanaganverso” temos Mark Hamill, Mary McDonnell e Willa Fitzgerald. Detalhe: Mark Hamill está no próximo projeto de Flanagan, The Life of Chuck, ao lado de pelo menos outros nove nomes que já trabalharam com o diretor.

Queria fazer um comentário sobre o final. Seguem avisos de spoilers.

SPOILERS!
SPOILERS!
SPOILERS!

Achei genial a atualização da maldição “vender a alma ao diabo”, não sei se isso estava no conto original de Poe ou se é criação da série. Mas, é muito mais cruel você negociar com o diabo e ele cobrar seus filhos e netos em vez da sua alma. É algo muito mais real, muito mais palpável.

FIM DOS SPOILERS!

São 8 episódios de uma hora cada, heu poderia ficar aqui falando mais um monte de coisas. Em vez disso, recomendo: veja A Queda da Casa de Usher, e depois, se tiver tempo, (re)veja A Maldição da Resistência Hill e Missa da Meia Noite!

One Piece

Crítica – One Piece

Sinopse (imdb): Em um mundo marítimo, um jovem capitão pirata parte com sua equipe para alcançar o título de Rei dos Piratas e descobrir o tesouro mítico One Piece.

Antes de tudo, preciso dizer que nunca vi o anime. Meus comentários serão feitos apenas sobre o que está na série da Netflix.

Nunca vi, mas posso dizer que tenho pelo menos duas conexões com o anime. Uma delas é que tenho filhos adolescentes que veem One Piece, através deles descobri que são mais de mil episódios. A outra é que estou montando uma banda pra tocar temas de anime e estamos ensaiando o tema do anime.

Mas vamos à série!

Comecei a assistir sem sem ter ideia do que ia encontrar. E preciso dizer que gostei bem mais do que achei que ia gostar. A série é ótima! Gostei dos personagens, da ambientação, dos efeitos especiais, das coreografias de luta…

Tudo é muito exagerado. Tudo, caracterizações, cenários, atuações, tudo na série está no limite da caricatura. Não conheço o original, desconfio que deve ser tão exagerado quanto – afinal, Eiichiro Oda, o criador do anime, estava perto dos roteiristas e diretores para que o resultado ficasse o mais próximo possível da sua visão. Mas independente do anime, pra mim, o tom está perfeito. A gente vê desde o início que não é pra se levar a sério. A série nunca quer passar realismo. Um exemplo claro são os telefones, que são feitos de caramujos! Outro exemplo: Sanji, um dos melhores personagens, só luta com os pés, e sempre de terno e gravata!

Todos os personagens são bons. São vários, todos são bem desenvolvidos, todos são carismáticos, lembrei da adaptação da Turma da Mônica, quando acaba a série dá vontade de conhecer melhor essa turma. Ok, gostei de todos, mas um deles gostei menos. Achei que Usopp em alguns momentos parece sobrar no grupo. Por outro lado, Zoro e Sanji são personagens excelentes, e os dois juntos são ainda melhores.

Uma curiosidade: Eiichiro Oda disse que, se fossem pessoas reais, Luffy seria brasileiro, Nami seria sueca, Zoro, japonês, Usopp, sul-africano, e Sanji, francês. É coerente, Luffy é alegre, simpático e malandro, poderia ser brasileiro.

São 8 episódios. Todos os episódios seguem uma história principal, que tem uma divisão bem equilibrada: cada episódio traz uma nova ambientação e um novo pirata vilão. Coisa rara em séries de hoje em dia: não tem barriga!

Os efeitos especiais são ótimos. One Piece não quer se parecer com o mundo real, temos muitas cenas com elementos fantásticos, e a todos funcionam muito bem na tela. E preciso falar das coreografias de luta: são muitas, são de estilos diferentes, e são todas muito bem filmadas (luta em equipe onde um começa comendo). Gostei muito da luta do Zoro e Sanji contra homens peixe.

Heu não conhecia NINGUÉM do elenco, coisa rara hoje em dia, já que costumo prestar atenção em nomes obscuros dos créditos. Mas posso dizer que todos estão muito bem. O mexicano Iñaki Godoy, que faz o protagonista Luffy, é ótimo (mas fica um mimimi pra reclamar que o ator podia ser brasileiro!).

Tenho uma reclamação, mas é sobre algo que acontece no último episódio, então vou colocar um aviso de spoilers.

SPOILERS!
SPOILERS!
SPOILERS!

Ao longo da temporada a gente descobre que o vice almirante da marinha que está perseguindo o Luffy é o seu avô. Até aí, ok. Mas, quando o avô finalmente captura o bando, ele simplesmente libera todo mundo e deixa pra lá. Por que perseguiu então?

FIM DOS SPOILERS!

Como falei lá no início, gostei mais do que achei que ia gostar. Mas não vou encarar os centenas de episódios de anime. Netflix, quero a segunda temporada!

10 Curiosidades sobre Good Omens

10 Curiosidades sobre Good Omens

Sinopse da segunda temporada (Amazon Prime): Um arcanjo nu aparece na porta da livraria do anjo renegado Aziraphale, sem nenhuma memória de quem ele é ou como chegou lá, e a vida de Aziraphale e do demônio aposentado Crowley se torna extremamente complicada. O Céu e o Inferno estão desesperados para encontrar o fugitivo. À medida que Crowley e Aziraphale tentam consertar um romance humano, as coisas tornam-se cada vez mais inseguras para eles, no passado e no presente.

A segunda temporada de Good Omens / Belas Maldições está em cartaz no Amazon Prime. Gosto muito do estilo da série, não sei por que não fiz um post sobre a primeira temporada. Resolvi então fazer algo diferente: um post com 10 curiosidades sobre a série.

Vamulá?

– Uma das melhores coisas de Good Omens são os protagonistas. Aziraphale e Crowley são ótimos personagens, e Michael Sheen e David Tennant são grandes atores. Digo mais: Sheen e Tennant são amigos na vida real e têm uma química excelente. Eles até fizeram um seriado na época da pandemia, chamado Staged, onde eles interpretam versões fictícias deles mesmos.

– Terry Gilliam tentou adaptar o livro várias vezes ao longo de dez anos, até que desistiu, com Robin Williams como Aziraphale e Johnny Depp como Crowley. Gilliam declarou que, numa época pós 11 de setembro e pré Piratas do Caribe, todos os estúdios e produtores diziam que “ninguém mais quer filmes com o Johnny Depp”.

– Mais Terry Gilliam: foram várias ideias para os créditos iniciais: bonecos de marionete manipulados por Deus, ou um tapete medieval, ou um manuscrito bíblico. Mas no final decidiram por uma animação no estilo que Gilliam usava nos tempos de Monty Python.

– Muitas músicas do Queen tocam na trilha sonora ao longo de vários episódios. É uma piada usada no livro de referência, que dizia que cada fita cassete esquecida no carro do Crowley virava uma coletânea “Best of Queen”.

– A placa do carro que carrega os pais do Arthur, no primeiro episódio, é “510RAT”, que é “TARDIS” ao contrário. Isso é uma das várias referências a Doctor Who, série que teve vários atores que também estão em Good Omens – principalmente David Tennant, que é um dos principais aqui e também foi um dos doutores.

– O demônio Crowley leva o nome do ocultista inglês Aleister Crowley. O Crowley original conduziu rituais para tentar produzir o Anticristo, que ele chamou de Moonchild. Jimmy Page, guitarrista do Led Zeppelin, era um grande fã de Crowley e até comprou sua antiga casa em Boleskine, perto do Lago Ness.

– Neil Gaiman declarou que na época do livro eles não pesquisaram sobre os diferentes modelos de carros. No livro, o Bentley usado pelo Crowley era um modelo de 1929. Mas quando foram fazer a série, descobriram que o modelo de 1929 não tinha o visual que eles queriam, então usaram um Bentley de 1934.

– Michael Sheen, que interpreta o Aziraphale, disse numa entrevista: “Li “Good Omens” pela primeira vez quando era adolescente e tem sido uma das minhas histórias favoritas desde então”. Michael Sheen nasceu em 1969, “Good Omens” foi publicado pela primeira vez em 1990 – Sheen não era mais um adolescente.

– No episódio que conta a história de Jó, Jó é interpretado por Peter Davison, sogro de David Tennant; e o filho de Jó, Enon, é interpretado por Ty Tennant, filho de Tennant.

– Tanto Jon Hamm quanto Michael Sheen interpretaram namorados da Liz Lemon na série 30 Rock

Agente Stone

Crítica – Agente Stone

Sinopse (Netflix): Uma agente especial de uma organização que busca manter a paz no mundo faz de tudo para impedir que uma hacker roube um bem valioso e extremamente perigoso.

E a Netflix continua com a tradição de filmes de ação meia boca. Às vezes a gente consegue alguns bons momentos, como no recente Resgate 2, um filme genérico mas com um plano sequência sensacional. Mas na maioria das vezes o resultado é fraco, que nem a última tentativa de parceria entre Gal Gadot e Netflix, Alerta Vermelho. E que nem este Agente Stone (Heart of Stone, no original).

Agente Stone chegou como promessa de uma nova franquia, seguindo o estilo de Missão Impossível. Mas, precisava copiar a premissa do último Missão Impossível? Ambos os filmes falam sobre uma inteligência artificial capaz de prever o futuro baseada em probabilidades. Lembrei da piada “copia mas não faz igual”.

Um dos roteiristas é Greg Rucka, que também escreveu o bom The Old Guard. Mas aqui ele não foi bem sucedido, o roteiro de Agente Stone é bem fuen. Algumas coisas que são tão tatibitati que dão nervoso. Um exemplo: os personagens falam da Carta, uma agência super secreta que eles nem sabem se existe na realidade ou se é uma lenda urbana. E a chave pra entrar no prédio dessa agência é uma carta de baralho! Gente, isso é um filme pra adultos ou um episódio de Backyardigans?

Tenho reclamações em dois níveis sobre os personagens, um nível básico e um mais avançado. O básico é que os diálogos são muito ruins. São três personagens centrais (estão no poster!): a Gal Gadot é a mocinha, linda, habilidosa, perfeita. Aí tem um vilãozão malvadão e outro personagem que está no meio do caminho – começa do mal mas tem a redenção e vira do bem. Não sei se isso é exatamente um spoiler, porque isso é algo extremamente previsível. Mas, ok, até aí tudo bem, podemos ter filmes razoáveis baseados em clichês. O que não gosto é de diálogos ruins, tipo o vilãozão malvadão mandar a ordem “matem todos!”, e a personagem da redenção ficar numa de “você não disse que era pra matar inocentes!”. Voltamos ao padrão Backyardigans.

Tem outra crítica aos personagens, aqui um pouco mais complexa. O vilãozão malvadão é um personagem péssimo. A gente não sabe quais são as suas motivações, a gente não sabe como ele banca aquela organização. Mas o que mais me incomodou foi que ele liderava uma mega organização, e ao mesmo tempo era agente infiltrado em outra organização.

Sobre o elenco, comentei outro dia sobre estrelas que têm talento e estrelas que têm carisma. Algumas têm ambos, mas muitas estrelas se baseiam só no talento ou só no carisma. Aqui fica muito claro, Gal Gadot tem muito carisma, é agradável vê-la em tela. Mas ela não é uma boa atriz, ela passa o filme inteiro com a mesma cara de super modelo que saiu da passarela e caiu sem querer num set de filmagem. Ok, funciona para o que o filme pede, mas, lembrando do início do texto, quando falei de The Old Guard, a Charlize Theron tem carisma e também talento. Charlize se entrega aos seus papéis de uma forma muito mais intensa que Gal.

Outro comentário sobre o elenco: pra que chamar uma atriz do porte da Glenn Close só pra aquilo? Ainda no elenco, Jamie Dornan, Alia Bhatt e Matthias Schweighöfer.

Gal Gadot precisa repensar suas parcerias com a Netflix. Alerta Vermelho foi fraco; Agente Stone foi pior ainda. Será que acertam na próxima?

 

Top 6 pontos ruins de Invasão Secreta

Top 6 pontos ruins de Invasão Secreta

Sinopse (imdb): Nick Fury e Talos estão tentando deter os Skrulls que se infiltraram nas esferas mais altas do universo Marvel.

Quando estreou Invasão Secreta, nova série da Marvel na Disney+, pensei em esperar acabar a série e fazer um texto comentando toda a temporada. Mas, o resultado final foi tão decepcionante que mudei de ideia e vou fazer um top 6 de momentos ruins da série.

Escolhi 6 momentos ruins. Podia ser mais, mas a decepção de Invasão Secreta me lembrou a decepção que tive com Obi Wan, e fiz um post com As 6 tosqueiras mais toscas de Obi Wan Kenobi. Então mantive o número 6. E acho que foi uma boa escolha, Invasão Secreta tem mais coisas ruins, mas deu preguiça de rever a série só pra aumentar a lista.

Antes de entrar na lista, uma crítica e um elogio. A crítica é que tudo é arrastado demais, dava tranquilamente pra se cortar as gorduras e fazer um filme de longa metragem em vez de uma série de seis episódios. Conheço várias pessoas fãs do MCU, e quase todos “se esqueciam” de ver os novos episódios a cada semana – diferente de outras séries onde todos corriam logo pra ver.

Agora, nem tudo é ruim. Olivia Colman está ótima, e sua personagem Sonya Falsworth foi a melhor coisa da série. Ela aparece pouco, mas todas as vezes são cenas boas. Uma boa personagem que espero que continue no MCU.

Vamos à lista? Claro, spoilers liberados a partir de agora!

SPOILERS!
SPOILERS!
SPOILERS!

– Não acho ruim quando matam um personagem se isso causar um grande impacto na trama e nos personagens. Aquela morte significou algo! Um exemplo dentro do MCU foi a morte da Viúva Negra, que foi um evento bem trabalhado dentro do filme e que causou um enorme impacto em todo o MCU. Agora, quando matam a Maria Hill e o Talos e isso não causa nenhum impacto, aí é ruim. Principalmente a Maria Hill – se o Gravik queria uma imagem do Fury atirando na Maria Hill, causaria o mesmo impacto se o tiro atingisse algo grave e ela precisasse ir para o hospital. Ok, entendo que nem a Maria Hill nem o Talos são personagens muito importantes, a gente nunca veria um filme solo de nenhum deles, mas, mesmo assim, acho que foi desrespeito com o fã.

– A gente descobre que quando um skrull é ferido, aparece a pele real verde dele. Isso acontece algumas vezes ao longo da série. Pra que todo aquele “mexican standoff” entre o Fury e o Rhodes na frente do presidente? Não era só atirar na mão ou na perna do Rhodes?

– A Emilia Clarke é ruim. Existem atores que têm talento, outros têm carisma, e outros têm talento e carisma. Emilia Clarke não tem nenhum dos dois. Acho que está na hora de Hollywwod repensar a carreira dela. Talvez ela funcione melhor como coadjuvante.
(Pra piorar, no fim dá a entender que ela vai trabalhar com a Olivia Colman, que tem talento e carisma. Essa dupla não vai funcionar!)

– Admito que gostei da batalha final, quando usam poderes de vários heróis misturados. Mas, tem uma coisa que ficou estranha: eles aprenderam a dominar os poderes muito rapidamente. Em um filme com o modelo clássico de “filme de origem de super herói”, sempre tem uma parte do filme que é o personagem aprendendo a usar seus novos poderes. Aqui não, os dois já conseguem dominar tudo, automaticamente.

– O local da batalha final era radioativo. Como é que eles guardavam prisioneiros humanos lá?

– Nick Fury foi o cara que organizou a Iniciativa Vingadores. Ele conhecia todos os heróis. Se nenhum herói aparece na série, isso precisa ser verbalizado, senão é um furo de roteiro. Ok, verbalizaram. Existe a pergunta “por que você não chama os seus amigos?”. O problema é a resposta “porque é algo pessoal”. O mundo está à beira da terceira guerra mundial e essa foi a melhor desculpa que os roteiristas pensaram?

Extraordinary

Crítica – Extraordinary

Sinopse (imdb): Jen, uma mulher jovem e consciente de si mesma, vive em um mundo onde todos têm superpoderes, exceto ela.

Por recomendação de um amigo, fui ver a série Extraordinary – que aparentemente está fora do radar de todos que conheço. Não ouvi NINGUÉM comentando sobre esta série. Estranho, principalmente porque usa o tema “super heróis”.

A ideia é boa: estamos numa sociedade onde todos ganham um superpoder aleatório quando completam 18 anos. Alguns têm poderes “normais”, como voar ou super força; outros têm poderes inúteis, como atrair peixes ou transformar coisas em pdf. No meio deste ambiente, a protagonista, aos 25 anos, ainda não ganhou seus superpoderes, e vive frustrada com todos em volta.

Ok, entendo que não é uma série pra qualquer um. O humor usado às vezes é meio bobo – humor inglês não é pra qualquer um. Mas por outro lado, a ambientação é muito boa – inclusive, de vez em quando vemos ao fundo divertidas cenas com personagens figurantes com dificuldades com os próprios superpoderes. Também gostei do uso da trilha sonora, e olha que heu não conhecia quase nenhuma das músicas!

O elenco tem um ponto positivo e outro negativo. O personagem Jizzlord é muito bom, e o ator Luke Rollason traz a esquisitice exata pro que o personagem pede. Por outro lado, a protagonista frustrada é um dos problemas da série. Não só ela é egoísta, como o um dos episódios reforça esse traço de sua personalidade. Fica difícil acompanhar uma série com uma protagonista tão antipática. A atriz Máiréad Tyers tem zero carisma e não ajuda.

O roteiro também tem seus problemas. Algumas das situações não se sustentam, e a gente fica vendo um desenvolvimento de piada que já começou dando errado – tipo toda a sequência do concurso do gato, sequência que não tem graça, e, pior, não tem lógica dentro da proposta da série. E todo o plot da criação do super grupo é um plot ruim.

O fim do último episódio traz um gancho pra uma segunda temporada, que já foi confirmada.

A boa notícia é que é uma série curta, 8 episódios de meia hora cada, ou seja, mesmo com os problemas, passa rapidinho. A série está no Star+.

Daisy Jones & The Six

Crítica – Daisy Jones & The Six

Sinopse (imdb): Siga o sucesso da banda de rock Daisy Jones e The Six através da cena musical de Los Angeles da década de 1970 em sua busca para se tornar um ícone global.

Há umas semanas, atrás me indicaram lá no grupo de apoiadores do Podcrastinadores uma nova série musical: Daisy Jones and The Six, da Amazon Prime, que mostra uma banda fictícia dos anos 70 que estava no auge do sucesso, quando algo aconteceu durante uma turnê e a banda se separou e nunca mais fizeram nada. Anos depois, eles estão sendo entrevistados (separadamente), para contar o que aconteceu. A série alterna momentos dessa entrevista com flashbacks, num formato que parece uma mistura de This is Spinal Tap com Quase Famosos.

A reconstituição de época está perfeita, e a parte musical é muito boa. A banda é inspirada no Fleetwood Mac, banda que conheço pouco. Tenho um grande elogio e um mimimi pra fazer sobre a parte musical. O elogio é que poucas vezes vi um filme ou série com músicos tão bem representados. Sou chato e presto atenção no ator interpretando um músico – ele não precisa tocar, mas precisa fingir bem que toca (caso do De Volta para o Futuro) (um ator interpretando um cirurgião não precisa fazer a cirurgia, apenas precisa convencer no seu fingimento). E, tirando um detalhe aqui, outro detalhe ali, aqui os atores estão excelentes! Inclusive, segundo o imdb, eles chegaram a fazer um show como se fossem uma banda de verdade, como laboratório! Digo mais: em mais de um momento ao longo da série, a gente vê uma música sendo executada num estúdio ou num palco, e o volume dos instrumentos varia conforme a câmera anda – o que aconteceria na vida real.

Agora, posso fazer um mimimi? Todos os atores convencem (inclusive Riley Keough quando toca violão meio sem jeito enquanto compõe – ela não domina o violão, mas toca os acordes pra apresentar a música para os companheiros de banda), menos a Suki Waterhouse como tecladista. Ok, um tecladista ou pianista pode interpretar bem sem mostrar as mãos, mas, teve uma cena em particular onde parece que ela está usando pick up de DJ, enquanto mexe em drawbars de um órgão Hammond!

A série é baseada no livro “Daisy Jones and The Six, Uma história de amor e música”, da escritora Taylor Jenkins Reid. Não li o livro, não sei se a série é fiel, mas tenho algumas críticas. A história da banda é muito boa, mas tem uma história paralela sobre a Simone, amiga da protagonista Daisy Jones, que tenta carreira como cantora disco. E essa história paralela é bem mais fraca que a história principal. Digo mais: o episódio onde Daisy vai pra Grécia e se casa é completamente dispensável. Podia ter um episódio a menos, e quando ela aparecesse com o marido, era só apresentá-lo.

Sobre o elenco, tem um problema recorrente em Hollywood, que é a idade dos atores. Sam Claffin tem 36 anos, e precisa convencer como um jovem recém saído da escola no início da banda. E como temos todo o elenco em diferentes épocas, esse problema acontece com todos. Mas, se a gente relevar esse detalhe, o elenco está bem.

Riley Keough é filha de Lisa Marie Presley e neta de Elvis Presley, e nunca tinha interpretado uma cantora (ela estava no filme The Runaways, mas interpretava a irmã da vocalista). Ela convence aqui como um dos dois principais nomes, e ela funciona bem ao lado de Sam Claffin, que também está bem. Sobre o resto da banda, tive um problema com Will Harrison e Josh Whitehouse, que fazem o guitarrista e o baixista, porque achei os personagens muito parecidos (só consegui diferenciar um do outro no décimo episódio!). Completam a banda Suki Waterhouse e Sebastian Chacon, o baterista, que é um dos melhores personagens. Um nome relativamente conhecido num papel menor é Timothy Olyphant, como um empresário que ajuda a banda. Ainda no elenco, Camila Morrone, Tom Wright e Nabiyah Be.

O último episódio traz um plot twist que achei bem legal, mas não contarei por aqui porque não gosto de spoilers.

Cidade Invisível – segunda temporada

Crítica – Cidade Invisível – segunda temporada

Sinopse (wikipedia): Após um bom tempo ausente, Eric aparece em um santuário natural protegido por indígenas e procurado por garimpeiros, perto de Belém do Pará. Ele descobre que sua filha, Luna, e a Cuca estavam morando na região com o objetivo de trazê-lo de volta à vida. Embora queira retornar imediatamente para o Rio de Janeiro com Luna, Eric percebe que a menina tem uma missão maior a cumprir na região. Ao mesmo tempo, ao tentar protegê-la, ele se torna uma ameaça para o delicado balanço entre natureza e as entidades.

Não escondo de ninguém que sou fã de folclore nacional, inclusive fiz um curta de câmera encontrada com o Boitatá em 2012. Claro que gostei de Fábulas Negras, e claro que gostei da primeira temporada de Cidade Invisível. E agora temos a segunda temporada, em um lugar diferente, e com entidades diferentes!

Comecei a temporada empolgado, cheguei a gravar uma dica pro Instagram do Podcrastinadores, mas, preciso reconhecer que não gostei da conclusão da temporada. Mas, vamos por partes, vou trazer os elogios e depois falo por alto do que não gostei (pra não dar spoilers).

Uma coisa que achei bem legal foi trocarem a ambientação da série. Se a primeira temporada se passava no Rio de Janeiro, agora a trama está no Pará, onde uma entidade misteriosa quer achar uma reserva de ouro escondida por mágica. E se antes a gente tinha o Saci, a Iara, o Boto e o Curupira, agora temos contato com outros seres fantásticos do folclore brasileiro, como um lobisomem, a Matinta Pereira, e tem até uma mula sem cabeça!

Um parágrafo à parte pra falar da Matinta Pereira, interpretada pela Letícia Spiller. A Matinta é uma personagem misteriosa e assustadora; e a Letícia Spiller, irreconhecível, está ótima! E os efeitos especiais do personagem são discretos e eficientes.

Já que entrei no elenco… São poucos os nomes da primeira temporada que voltam aqui. Marco Pigossi e Alessandra Negrini estão de volta como Eric e a Cuca; Luna, a filha do Eric, trocou a atriz, agora é interpretada por Manu Diegues. Julia Konrad também reaparece aqui, mas só em poucas cenas. Além da Letícia Spiller, temos outra atriz conhecida, Simone Spoladore. Não gostei do ator mirim Tomás de França, que faz o Bento, achei ele bem ruim. Também no elenco, Zahy Guajajara, Tatsu Carvalho, Mestre Sebá e Rodrigo dos Santos.

São só cinco episódios, e assim como acontece na primeira temporada, a história fecha mas abre uma porta para uma possível nova temporada. Não gostei do fim, não entendi por que todo mundo precisava ir para o Marangatu, achei tudo muito forçado. Não chegou a estragar a boa experiência que a série proporcionava até então, mas quando um filme / série termina mal, perde pontos na avaliação.

Sobre o gancho: um dos últimos frames da temporada traz de volta um personagem da primeira temporada. Por que? Como? Bem, este é aquele tipo de gancho que, se tiver uma terceira temporada, será explicado. Mas se deixarem pra lá, ok, não atrapalha.