Doutor Estranho

doutorestranhoCrítica – Doutor Estranho 

Mais um herói da Marvel!

Depois de sofrer um acidente onde machuca as mãos, um arrogante neurocirurgião embarca em uma jornada atrás da cura, e vai parar no mundo das artes místicas.

A Marvel continua expandindo o seu universo cinematográfico. O Doutor Estranho é um personagem menos conhecido do grande público, mas pelo que ouvi em papos logo após a sessão de imprensa, será um personagem muito importante nos próximos filmes da Marvel – afinal, precisamos de sangue novo nas telas, daqui a pouco ninguém aguenta mais o Tony Stark.

Justamente por ser menos conhecido, o personagem precisava de um “filme de origem”, um filme explicando quem é Stephen Strange e como ele se tornou o herói. Isso é um pouco cansativo (mais um filme com cenas de treinamento), mas, desta vez era necessário. Mesmo num momento de grande responsabilidade, afinal este é o Marvel logo depois de Guerra Civil.

A direção ficou com Scott Derrickson (que também colaborou no roteiro). Derrickson tem um perfil um pouco diferente do esperado – o cara até agora praticamente só tinha feito terror (O Exorcismo de Emily Rose, A Entidade, Livrai-nos do Mal). Mas, como em outros filmes da Marvel, o estilo do diretor pouco importa aqui, este é um “filme de produtor”.

O que mais chama a atenção aqui em Doutor Estranho é o visual. Sabe aqueles prédios que se dobram em Inception? Poizé, aqui eles se dobram e continuam se dobrando, como se fossem caleidoscópios. Gosto de filmes cujos efeitos me surpreendem nos dias de hoje, quando quase tudo já foi mostrado nas telas. E vou te falar que fiquei de boca aberta com aqueles cenários psicodélicos. Já podemos começar os palpites para o Oscar 2017 de efeitos especiais?

Sobre o elenco: o protagonista Benedict Cumberbatch é um grande ator, todo mundo já sabe disso. O seu dr. Stephen Strange é um ótimo personagem, apesar de às vezes lembrar o Sherlock Holmes que ele fez pra BBC (principalmente no início do filme). Tilda Swinton também está ótima com sua anciã. Por outro lado, Rachel McAdams pouco acrescenta num papel meio forçado de par romântico. E achei o vilão de Mads Mikkelsen caricato demais – o ator é bom, mas está mal aqui. Ainda no elenco, Chiwetel Ejiofor, Benjamin Bratt e Benedict Wong.

Por fim, como tem sido habitual, são duas cenas pós créditos. A história do filme é fechada, você não precisa ler os quadrinhos, nem ver nenhum dos outros filmes. As cenas pós créditos estão aí para fazer o link com prováveis continuações.

Esquadrão Suicida

Esquadrão Suicida posterCrítica – Esquadrão Suicida

Estreou o aguardado Esquadrão Suicida!

Depois dos eventos de Batman Vs Superman, uma agência secreta do governo recruta presos com super poderes para executar perigosas missões em troca de clemência.

Uma grande expectativa acompanhava este Esquadrão Suicida (Suicide Squad, no original). Primeiro, porque é a continuação do “universo cinematográfico da DC” (assim como a Marvel faz há anos, agora a DC quer colocar todos os filmes no mesmo universo). Depois porque Batman Vs Superman, o outro filme da DC neste ano, foi muito criticado, e pelo trailer, este Esquadrão acertaria a mão.

Bem, não acertou. Esquadrão Suicida não chega a ser ruim, mas falta muito para ser um grande filme. E, por causa da expectativa alta, vai decepcionar muita gente.

Esquadrão Suicida começa bem, a apresentação da equipe funciona. Mas logo depois o roteiro, escrito pelo diretor David Ayer, escorrega em alguns pontos básicos, como por exemplo não saber dosar a importância de cada personagem no filme – o Capitão Bumerangue deveria ser um alívio cômico, mas as melhores piadas estão com a Arlequina; ou então o Crocodilo, que não tem nenhuma importância na trama, então inventaram uma cena subaquática para justificar sua presença. Além disso, o vilão é péssimo. E isso porque não estou falando do personagem que entra na trama sem introdução, só porque “a gente precisava matar um personagem, então pegamos um que ninguém ia se importar”.

Ouvi gente falando que o problema do filme é que tem pouco humor. Discordo. Esta é uma característica da DC, seus filmes são mais sérios que os da Marvel. O problema é o roteiro preguiçoso mesmo.

Pelo menos temos alguns destaques positivos no elenco. Rolava uma certa preocupação em ter um nome caro como Will Smith, afinal o filme é “do Esquadrão” e não “do Pistoleiro”. Claro que Smith virou o líder do grupo. Mas não achei que isso atrapalhou. Agora, quem rouba a cena é Margot Robbie, muito bem como a Arlequina, que era pra ser coadjuvante, mas podemos dizer que é virou um personagem central. Também gostei de Jay Hernandez como o Diablo. Por outro lado, Jared Leto foi uma grande decepção como o novo Coringa. Não só ele tem pouca importância no filme (tire suas cenas, nada muda), como sua interpretação nos deixa com saudades do Heath Ledger… Ainda no elenco, Viola Davis, Cara Delevingne, Joel Kinnaman, Jai Courtney, Adewale Akinnuoye-Agbaje, David Harbour e Karen Fukuhara, além de uma ponta não creditada de Ben Affleck. A trilha sonora também é muito boa.

Talvez a DC devesse arriscar mais. No início do ano, Deadpool mostrou que um filme baseado em quadrinhos de super heróis pode ser violento. Com um pouco mais de violência, e usando de maneira correta o Coringa (como a Marvel fez com o Homem Aranha em Guerra Civil), talvez o resultado fosse melhor. Ah, claro, um bom roteirista também não deveria ser dispensado.

A Lenda de Tarzan

A Lenda de Tarzan posterCrítica – A Lenda de Tarzan

Este ano já teve um novo Mogli. Por que não um novo Tarzan?

Agora vivendo como aristocrata na Inglaterra, Tarzan volta à África para investigar um suposto caso de tráfico de escravos.

Comparei com Mogli, né? Bem, a comparação não é correta. Os personagens são muito parecidos, mas os dois filmes de 2016 não têm a mesma proposta. Enquanto Mogli é uma versão live action do desenho, A Lenda de Tarzan (The Legend of Tarzan, no original) traz uma nova história do Rei da Selva.

Dirigido por David Yates (que dirigiu os quatro últimos Harry Potter), A Lenda de Tarzan é um filme correto, com bom elenco e bons efeitos especiais mas que, infelizmente, não empolga. Sabe quando você junta os ingredientes certos, mas a massa desanda? Pois é…

Outra coisa: o personagem de Samuel L. Jackson tenta ser um alívio cômico, mas não funciona. Um cara daqueles, americano, urbano, NUNCA conseguiria acompanhar o ritmo do Tarzan pela selva. Entendo sua presença em algumas cenas (porque o Tarzan precisava conversar com algum humano, pra contar ao espectador o que acontecia na história), mas digo que ele atrapalhou mais do que ajudou.

Pelo menos a parte visual do filme é ótima. Assim como aconteceu em Mogli, a qualidade do cgi é excelente, os animais e cenários estão perfeitos. Nisso o filme acertou.

O elenco tem um monte de nomes legais, como o vampiro Eric, a Arlequina, o Nick Fury, o Hans Landa e o Korath – quer dizer, Alexander Skarsgård, Margot Robbie, Samuel L. Jackson, Christoph Waltz e Djimon Hounson. 🙂

Enfim, os menos exigentes vão curtir. Mas o Tarzan ainda merece um filme definitivo.

X-Men: Apocalipse

x-men-apocalipseCrítica – X-Men: Apocalipse

No meio de tantos filmes de super heróis, chega a vez de mais um X-Men.

Os X-Men se mantêm unidos em benefício do futuro de todos os mutantes. Porém terão que enfrentar um grande inimigo: Apocalipse, o primeiro mutante.

Mais uma vez dirigido por Bryan Singer (responsável por quatro dos seis filmes dos mutantes), X-Men: Apocalipse (X-Men: Apocalypse, no original) tem dois problemas logo de cara. Um deles é que, como disse o Deadpool, a cronologia dos filmes é bagunçada – tivemos um meio reboot no filme anterior a este, e são muitos personagens. Fica muito difícil entender toda a lógica que rege os seis filmes.

O segundo problema é a evolução dos filmes de super heróis. Temos que respeitar o pioneirismo, X-Men (2000) e Homem Aranha (2002) abriram portas para o cenário atual (só este ano, são pelo menos seis filmes baseados em super heróis de quadrinhos!). Mas o sub gênero “filme de super herói” mudou ao longo desta década e meia. Um exemplo simples e recente: Capitão América Guerra Civil apresentou bem novos personagens, como o Pantera Negra, e soube equilibrar vários heróis ao longo da trama. Aqui, em X-Men: Apocalipse, temos personagens mal introduzidos e mal aproveitados – como Psylocke e Angel, por exemplo.

Relevando esses dois pontos, X-Men: Apocalipse é até interessante. Bom elenco, bons efeitos especiais, algumas cenas emocionantes… Não é um filme pra top 10 do ano, mas vai agradar a maioria.

Como aconteceu no filme anterior, o melhor aqui é a cena do Mercúrio usando a sua super velocidade. Outra cena boa tem a participação de um personagem muito famoso que não está creditado. Só estas duas cenas já valem o ingresso!

Pena que nem todo o filme tem esse pique. O vilão Apocalipse não mete medo em ninguém, e seus “assistentes” só têm alguma utilidade na sequência final. E, na boa, Magneto não pode ser escada pra ninguém.

O elenco tem pontos positivos e negativos. Os atores que vieram dos filmes anteriores, Michael Fassbender, James McAvoy, Jennifer Lawrence, Nicholas Hoult e Evan Peters, estão bem. Dentre os novos, o destaque positivo é Oscar Isaac, completamente diferente do Poe Dameron de Star Wars 7; o negativo é Sophie Turner, exatamente igual à Sansa Stark de Game of Thrones. Rose Byrne e Olivia Munn estão sub-abroveitadas; li nos créditos que Ally Sheedy (Clube dos Cinco) faz uma ponta como a professora do Scott, mas não reconheci na hora. Também no elenco, Alexandra Shipp, Tye Sheridan, Kodi Smit-McPhee e Ben Hardy.

X-Men: Apocalipse tem um problema curioso: como lidar com o star power da Jennifer Lawrence? A Mística era pra ser uma personagem secundária e a maior parte do tempo debaixo da maquiagem azul. Mas, me responda sinceramente, se você fosse o produtor de um filme com a Jennifer Lawrence, badalada e oscarizada, você não ia aproveitar a atriz? Claro que ela aparece demais. A gente entende, mas reconhece que isso prejudica o filme.

Ainda sobre o elenco, temos um pequeno problema de caracterizações. Este filme se passa 10 anos depois do filme anterior, e todos os personagens estão exatamente com a mesma cara. Aliás, todos não, logo o que não envelhece parece mais velho (o personagem não envelhece, mas o ator sim…). Acho que poderiam ter um trabalho um pouco mais elaborado nas maquiagens.

Sobre o 3D: os créditos iniciais usam bem o efeito. Mas no resto do filme não faz diferença.

Por fim, claro que tem cena pós créditos. Um gancho pra uma provável continuação…

p.s.: O roteiro se refere ao Apocalipse como “o primeiro mutante”. Será que esse pessoal já ouviu falar em teoria da evolução? Somos todos mutantes, né? 😉

Podcrastinadores.S04E09 – Capitão América: Guerra Civil

podcast Guerra CivilPodcrastinadores.S04E09 – Capitão América: Guerra Civil

Tudo pronto para o debate do filme mais aguardado do ano: Capitão América: Guerra Civil, abordando todos os detalhes do filme e ainda traçando um paralelo com a história original nos quadrinhos.

Então escolha o seu lado e divirta-se neste episódio especialmente antecipado, para você que está louco para conversar sobre este filmaço da Marvel.

Participaram deste episódio: Fernando Caruso, Gustavo Guimarães, Helvecio Parente, Rodrigo Montaleão, Tibério Velasquez além de Carlos Voltor e Henrique Granado.

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Capitão América: Guerra Civil

Capitão América Guerra CivilCrítica – Capitão América: Guerra Civil

Interferências políticas nas atividades dos Vingadores provocam um racha entre os antigos aliados Capitão América e Homem de Ferro.

Pouco depois da estreia de Batman Vs Superman, temos outro filme onde dois heróis amigos brigam entre si. Se uns dez anos atrás, Batman e Superman eram nomes muito mais fortes que Homem de Ferro e Capitão América, hoje, com o sólido trabalho feito pela Marvel com o MCU (Marvel Cinematic Universe), podemos dizer que a balança está mais equilibrada. E, devido aos últimos bons filmes da Marvel, a expectativa para este Capitão América: Guerra Civil (Captain America: Civil War, no original) era ainda maior que a do longa da DC.

O título fala como se fosse o terceiro filme do Capitão América, mas Capitão América: Guerra Civil parece mais um terceiro filme dos Vingadores. Tirando o Thor e o Hulk, todo mundo está presente. E a divisão do protagonismo entre o Capitão América e o Homem de Ferro é bem equilibrada.

Mais uma vez a direção coube aos irmãos Anthony e Joe Russo, que eram nomes desconhecidos até dois anos atrás, quando fizeram um excelente trabalho com Capitão América 2: O Soldado Invernal. O trabalho dos irmãos é tão consistente que eles foram escalados para dirigirem os próximos dois filmes dos Vingadores!

O ritmo do filme é muito bom. Temos várias sequências de tirar o fôlego, como a cena inicial, que mostra os heróis em equipe, como um time bem treinado; ou a cena onde o Pantera Negra persegue o Bucky; ou ainda a sensacional sequência no aeroporto, onde vários heróis brigam, cada um no seu estilo. Só achei que o ritmo caiu um pouco no final – o final não é ruim, o problema é que o meio é melhor.

Já a parte técnica é impecável. Todas as lutas são muito bem coreografadas e editadas, vemos e entendemos tudo o que está acontecendo (diferente de alguns filmes por aí, com cenas escuras e/ou tremidas). E mais: logo no início, vemos uma cena com o Tony Stark de 25 anos atrás. Sim, um Robert Downey Jr rejuvenescido digitalmente está lá, e está perfeito!

Ah, o elenco e outro destaque. Temos a volta de Robert Downey Jr, Chris Evans, Scarlett Johansson, Sebastian Stan, Anthony Mackie, Jeremy Renner, Don Cheadle, Paul Bettany, Elizabeth Olsen, Paul Rudd e Emily VanCamp aos seus papeis nos vários outros filmes da Marvel. De novidade, temos Daniel Bruhl, Marisa Tomei, William Hurt, Tom Holland, Frank Grillo e Chadwick Boseman. Martin Freeman aparece num papel muito pequeno, acredito que ele deve voltar em outro(s) filme(s). Ah, claro, tem a tradicional ponta do Stan Lee.

Precisamos citar o humor. Como de costume na Marvel, o filme tem várias tiradas engraçadíssimas. Homem Aranha e Homem Formiga são ótimos alívios cômicos! E o Tony Stark de olho na tia May da Marisa Tomei está impagável!

Ah,o 3D. Blé como sempre.

Por fim, são duas cenas pós créditos. Uma depois dos créditos principais e outra no fim do filme. Não saia sem vê-las!

Batman vs Superman: A Origem da Justiça

BvS-1Crítica – Batman vs Superman: A Origem da Justiça

(Posso repetir piada?)

Depois do “filme mais assustador de todos os tempos da última semana”, temos o “filme de super heróis mais esperado de todos os tempos da última semana”!

Depois da destruição de Metropolis em Homem de Aço, algumas pessoas passam a achar que ter o Superman por perto pode não ser uma boa ideia. Batman, que estava presente na cidade, resolve se preparar para desafiar o Superman. Enquanto isso, um jovem Lex Luthor surge como uma nova ameaça.

Batman vs Superman: A Origem da Justiça (Batman v Superman: Dawn of Justice, no original) é a carta mais forte da DC para tentar recuperar o prejuízo causado pela Marvel nos últimos anos. E a notícia é boa: Batman vs Superman é um bom filme.

Enquanto a DC ainda pensava em “filmes solo”, a Marvel vinha formando um sólido universo cinematográfico (MCU – Marvel Cinematic Universe), construído por vários filmes, lançados ao longo de vários anos. Mas a DC ainda tinha uma forte carta na manga: simplesmente os dois super heróis mais icônicos da cultura pop. Batman e Superman sempre foram grandes nomes independente do cinema.

Então veio a cartada arriscada. Como numa mesa de pôquer onde o jogador está perdendo mas ainda tem boas cartas na mão, a DC apostou um “all in” e lançou logo um filme com os dois heróis, com a Mulher Maravilha de coadjuvante, e ainda abriu espaço para uma vindoura Liga da Justiça.

Cartada arriscada, mas funcionou. Boa notícia para os fãs de filmes de super heróis! Batman vs Superman: A Origem da Justiça pode não ser o melhor filme de super heróis do ano (vai ser difícil barrar Deadpool…), mas é um bom divertimento que vai agradar a maior parte dos fãs.

Como de costume nos filmes dirigidos por Zack Snyder, o visual do filme chama a atenção. Fotografia bem cuidada, figurinos excelentes e algumas boas sequências em câmera lenta. Os efeitos especiais são bem feitos, mas com algumas ressalvas (não gostei muito dos efeitos na cena da perseguição do Batmóvel) – acho que iremos rever este filme daqui a alguns anos e veremos que “perdeu a validade”, como aconteceu com Sucker Punch, do mesmo diretor.

A trama tenta trazer um equilíbrio entre os dois heróis, mas senti que este é um filme mais do Batman que do Superman. Aliás, o motivo da briga entre os dois me pareceu forçado. O trailer de Guerra Civil mostra um motivo mais forte para a briga do Capitão América com o Homem de Ferro do que todo o longa Batman vs Superman.

O elenco está bem. Muita gente torceu o nariz quando anunciaram Ben Affleck como Batman, mas acho que ele vai calar a boca dos críticos. Gal Gadot surpreende positivamente, ela parecia magra demais para interpretar uma guerreira amazona, mas funciona bem na hora do “vamos ver”. Já Jesse Eisenberg não ficou legal, seu Lex Luthor está parecido demais com o Coringa. Henry Cavill, Amy Adams, Diane Lane e Laurence Fishburne voltam aos seus papeis, e o filme ainda conta com Jeremy Irons, Holly Hunter e pontas de Kevin Costner, Lauren Cohan, Jeffrey Dean Morgan e Jason Momoa.

Pena que o filme ficou longo demais, não precisava ser um filme de duas horas e meia, chega a ser cansativo. Algumas cenas são desnecessárias. Vou dizer que até gostei da cena com um plano sequência do Batman lutando contra vários soldados, mas reconheço que é desnecessária – tire essa cena e o filme não perde nada. E a cena do sonho com o Flash saindo da tela não é apenas desnecessária – é ruim.

Não gostei do fim, mas não posso me aprofundar por causa de spoilers. Só digo que, se você tem coragem para sair do óbvio, que mantenha essa coragem até o fim.

No fim, apesar dos problemas, o saldo é positivo. Todos ganham com isso, porque o filme abre espaço para continuações dentro de um “DC Cinematic Universe”. Que venham cada vez melhores!

p.s.: Antes do filme, Zack Snyder aparece na tela para pedir que ninguém espalhe spoilers. Mais do que o seu trailer já espalhou, sr. Snyder? 😉

Deadpool

DeadpoolCrítica – Deadpool

Um mercenário, ex soldado das Forças Especiais, é submetido a um experimento clandestino que o deixa com poderes de cura acelerados, e passa a usar o alter ego Deadpool.

O cinema de hoje tem um espaço generoso para filmes de super heróis, então dá pra arriscar com personagens pouco conhecidos e menos convencionais. Em 2014 tivemos Guardiões da Galáxia, um grupo de heróis que tinha um guaxinim e uma árvore entre eles; em 2015 foi a vez do Homem Formiga, que poucos sabiam quem era. E ambos constaram em listas de melhores filmes do ano. Agora temos um anti-herói politicamente incorreto, que fala besteira o tempo todo e sacaneia tudo e todos – inclusive ele mesmo. E, mais uma vez, forte candidato a listas de melhores do ano.

(Curiosamente, ambos os exemplos citados acima têm diretores com currículos de pouca expressão – James Gunn (Guardiões da Galáxia) e Peyton Reid (Homem Formiga). Deadpool é mais um exemplo, o filme foi dirigido pelo estreante Tim Miller.)

Tem gente que critica a Marvel por fazer filmes “engraçadinhos”. Pois bem, fico na dúvida se Deadpool é um “filme de ação bem humorado” ou uma comédia assumida. Desde os sensacionais créditos iniciais até a genial cena pós créditos, o filme não se leva a sério nunca! Gosto muito do humor presente aqui, cheio de referências e alfinetadas a muitos outros filmes – inclusive as duas outras incursões de Ryan Reynolds ao universo dos heróis são citadas. Além disso, temos muita metalinguagem e várias quebras da quarta parede. É, definitivamente este filme está bem longe da proposta “realista” do Batman do Christopher Nolan.

Não é só o humor que distancia Deadpool dos outros filmes da Marvel. O filme é muito mais violento que o padrão “sem sangue” que estamos acostumados. Também tem alguma nudez e algum sexo, nada excessivo, mas maior que a “média Marvel”.

Sobre o elenco: finalmente Ryan Reynolds tem um papel de super herói para se orgulhar. Ele foi o protagonista daquele desastroso filme do Lanterna Verde; depois fez um Deadpool todo errado naquele filme todo errado do Wolverine. O acompanham no elenco a brasileira Morena Baccarin, Gina Carano, Ed Skrein e T.J. Miller.

Deadpool não faz parte do MCU, o “Marvel Cinematic Universe” (Universo Cinematográfico da Marvel), o filme é da Fox, e não vai se comunicar com a galera dos Vingadores. Mas pelo menos tem um cameo do Stan Lee pra validar o “selo Marvel”.

Claro, tem gente que não vai gostar. Quem reclama das piadinhas presentes nos outros filmes da Marvel, por exemplo. Não é o meu caso. Como acredito na frase “cinema é a maior diversão”, adorei Deadpool. Que venham outros assim!

Quarteto Fantástico 2015

QuartetoFantastico2015-posterCrítica – Quarteto Fantástico

Uma boa notícia para os fãs da DC: nem tudo o que a Marvel toca vira ouro!

Depois de uma malsucedida experiência durante uma tentativa de viagem interdimensional, quatro jovens ganham poderes que alteram suas estruturas físicas. Eles agora precisam aprender a dominar suas habilidades, para se unirem contra um antigo colega que se tornou um inimigo.

Quarteto Fantástico (Fantastic Four, no original) é o quarto longa metragem usando o este grupo de super-heróis da Marvel. E a quarta vez que dá errado.

Quarteto Fantástico não chega exatamente a ser um filme “ruim”. Mas, ao fim do filme, a gente se pergunta: “pra que?”. O filme não leva nada a lugar algum. Todos já sabem que a origem do quarteto de heróis foi alterada, né? Assim, temos mais um “filme de origem” – perdemos metade do filme conhecendo os “novos” personagens. E mesmo perdendo tempo demais na apresentação dos personagens, as relações entre eles são mal desenvolvidas – Ben Grimm saiu da história sem motivo, e voltou com menos motivo ainda. E, pra piorar, a esperada “luta final dos mocinhos contra o vilão” é besta e não faz muito sentido.

Sobre alteração na origem: acredito que os fãs vão ficar realmente decepcionados. Porque uma coisa é o Sam Raimi mudar o Homem Aranha, criando uma teia orgânica, porque faz mais sentido nos dias de hoje do que um jovem inventar uma máquina que cuspa teias instantaneamente – Raimi desagradou muitos fãs, mas tinha um motivo coerente para essa alteração. Outra coisa é o Johnny Storm virar negro porque o ator Michael B Jordan é amigo do diretor Josh Trank (os dois trabalharam juntos em Poder Sem Limites). Principalmente porque sua irmã Sue Storm continua sendo branca e loura.

Mas alterar as origens não foi a pior coisa de Quarteto Fantástico. O filme não tem ritmo, o vilão é mal construído, e, em tempos de efeitos especiais que deixam a gente de boca aberta, Quarteto Fantástico tem efeitos apenas “corretos”. O elenco também não engrena, Miles Teller provou que é bom ator em Whiplash, mas parece perdido aqui. O mesmo digo sobre Kate Mara, Jamie Bell, Toby Kebbell e Tim Blake Nelson.

O Quarteto Fantástico é da Marvel, mas quem foi o culpado por (mais um) filme ruim foi a Fox, dona dos direitos dos personagens, que aparentemente fez um filme qualquer só pra não perder esses direitos. Tanto que não temos cena pós créditos, nem cameo do Stan Lee – apesar de termos o logo da Marvel no início do filme.

É, dcnautas, desta vez vocês podem tirar onda. O melhor filme do Quarteto Fantástico continua sendo o filme tosco dos anos 90, produzida por Roger Corman…

O Espetacular Homem-Aranha 2 – A Ameaça de Electro

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Crítica – O Espetacular Homem Aranha 2 – A Ameaça de Electro

E vamos à segunda parte do reboot que ninguém pediu…

Peter Parker adora sua vida de Homem Aranha, balançando entre os prédios de Nova York e passando tempo com sua namorada Gwen Sacy. Mas ser um super heroi tem um preço: ele precisa proteger a população dos super vilões. E quando seu velho amigo Harry Osborn volta, Peter descobre que todos os seus inimigos têm uma coisa em comum: a Oscorp.

No meu texto sobre o filme anterior já falei mal do timing deste reboot, então não serei repetitivo. Não concordo com o reboot tão próximo da trilogia terminada em 2007, mas pelo menos a notícia é boa: O Espetacular Homem Aranha 2 – A Ameaça de Electro é um bom filme.

Mais uma vez dirigido por Mark Webb, o filme traz sequências extremamente bem feitas do Homem Aranha se movimentando pendurado nas teias, sempre pontuadas pelo bom humor dos comentários do personagem. Não sei se diria isso sobre o próprio Homem Aranha, mas pelo menos os efeitos especiais são “espetaculares”.

O roteiro tem falhas, mas traz uma coisa que gostei muito: a coragem de matar um personagem importante, coisa incomum em filmes de super herois. E a cena toda é muito boa, talvez a melhor do filme.

Bom filme, mas longe de ser perfeito. O Espetacular Homem-Aranha 2 sofre problemas sérios de ritmo, e é longo demais – as duas horas e vinte e dois minutos são intermináveis. E, na boa? Não precisava do terceiro vilão no finzinho. Principalmente porque já divulgaram que serão quatro em vez de três filmes.

Também tem o lance da idade do ator. Andrew Garfield está com 30 anos, então, por mais que seja um bom Peter Parker perde credibilidade por estar muito velho para o papel. Afinal, um cara que termina o segundo grau com trinta anos não pode ser chamado de inteligente, certo?

(Dane DeHaan, o Harry Osborn, por outro lado, tem 27 mas tem cara de moleque. Esse funciona para o papel, apesar de ser mais velho. Além disso, mostra que é um bom ator.)

Dois comentários sobre o elenco: achei um desperdício usar o talento de um cara como o Jamie Foxx para aparecer em três ou quatro cenas rápidas e depois transformá-lo em cgi. Electro é um bom vilão, mas não exige nada do ator. E colocar um ator do calibre do Paul Giamatti naquela cena inicial foi um grande spoiler. Claro que ele voltaria!

(Só heu achei que os vilões parecem reciclados de outros filmes? Electro parece o Dr. Manhattan de Watchmen; o Duende Verde é a cara do Evil Ed de A Hora do Espanto…)

Emma Stone e Sally Field estão bem, de volta aos seus papeis do filme anterior. Ainda no elenco, Felicity Jones, Colm Feore e Marton Csokas. E, claro, tem uma ponta do Stan Lee.

Ah, o 3D. Sempre falo que o único tipo de 3D que vale a pena é o que usa o “fator parque de diversões”, aquele que joga objetos em direção à tela. Bem, O Espetacular Homem-Aranha 2 tem algumas cenas assim. A cena da teia sendo arremessada em câmera lenta na queda livre ficou bem legal. Mas, mesmo assim, não acho que vale pagar mais caro só por isso.

Por fim, a cena depois dos créditos é boa, mas não tem nada a ver com o filme. É apenas um trailer do próximo X-Men. Admito que achei decepcionante.

p.s.: Este texto foi escrito meses atrás, mas estava perdido nos rascunhos do site. Peço desculpas pelo atraso!