Minhas Mães e Meu Pai

Minhas Mães e Meu Pai

Uma premissa interessante e um bom elenco. Parece garantia de um bom programa, não? Nem sempre…

As mulheres Nic e Jules são um casal, com dois filhos adolescentes, Joni e Laser. Ambos foram concebidos por inseminação artificial, o mesmo doador foi usado para as duas mães. Joni e Laser resolvem encontrar o pai biológico, que bagunça a rotina da família com a sua chegada.

O filme não é ruim, longe disso. Mas também não é bom. É daquele tipo de filme que, quando acaba, a gente se pergunta “pra que dediquei uma hora e quarenta minutos da minha vida a isso?”. Minhas Mães e Meu Pai é daquele tipo de filme que não te leva a lugar nenhum.

Cinema tem que ter magia. Cinema tem que trazer histórias interessantes. E a história de Minhas Mães e Meu Pai é banal. E olha que me empolguei com o título original do filme, The Kids Are Allright, que foi tirado de uma música do The Who, banda que não está nem na trilha sonora!

Pena, porque o elenco é muito bom. O trio principal, Julianne Moore, Annette Bening e Mark Ruffalo, está inspirado. E os filhos são interpretados por Mia Wasikova (A Alice de Tim Burton) e Josh Hutcherson (que esteve em vários filmes infanto-juvenis nos últimos anos, como Zathura, Ponte Para Terabithia e Viagem Ao Centro da Terra).

Enfim, como disse, não é ruim. Mas só recomendo àqueles que estiverem com tempo sobrando…

O Preço da Traição

O Preço da Traição

Novo thriller erótico na área, com um elenco acima da média!

Desconfiada de uma possível infidelidade de seu marido, uma médica contrata uma garota de programa para testar o seu marido. Mas este ato traz consequências imprevisíveis!

Uma coisa admiro no diretor Atom Egoyan. O cara tem talento pra tirar a roupa de suas atrizes. Me lembro de Exotica, de 1994, seu primeiro filme a ser lançado comercialmente aqui, com Mia Kirshner de colegial stripper. E, recentemente, vi A Verdade Nua, que traz, bem à vontade, Alison Lohman e Rachel Blanchard, entre outras. Aqui, não só temos Amanda Seyfried em suas primeiras cenas de nudez, como ainda rola Julianne Moore em cenas de nudez e sexo, ainda com tudo em cima apesar dos seus quase 49 anos.

Mas quando acaba o filme, a gente fica se questionando qual foi o sentido de tudo aquilo. A trama é boba e inverossímel – uma garota de programa não agiria daquela forma!

Apesar disso, os atores estão bem, não só Seyfried e Moore, como também Liam Neeson, que mostrou extremo profissionalismo durante as filmagens – Natasha Richardson, sua esposa, se acidentou e faleceu enquanto o filme era feito.

Mas o resultado final é insosso. Fiquei com vontade de rever thrillers eróticos “clássicos”, como Atração Fatal ou Instinto Selvagem

p.s.: Não confundam este filme com outro O Preço da Traição (Mulholland Falls), de 1996, com Nick Nolte, Chazz Palminteri, Michael Madsen e John Malkovich, onde quem tira a roupa é a Jennifer Connelly!

Boogie Nights – Prazer Sem Limites

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Boogie Nights – Prazer Sem Limites

No final da década de 70, um jovem bem-dotado é descoberto por um diretor de filmes adultos. Rapidamente, ele vira um astro do cinema erótico e passa a conviver com os excessos do trinômio sexo, drogas e disco music.

Em seu segundo longa, o diretor e roteirista Paul Thomas Anderson revela um raro talento ao mostrar a ascenção e queda de um ator pornô, e todo o universo em torno disso. Um excelente retrato do cinema erótico do fim dos anos 70 ao início dos anos 80 – quando a película deu lugar ao video-cassete.

Uma excelente galeria de personagens e um elenco perto da perfeição também ajudam, e muito. O quase sempre insosso Mark Wahlberg funciona bem como o protagonista Dirk Diggler – temos inclusive uma cena dele com o, digamos, “instrumento de trabalho” para fora das calças (meninas, o ator usou uma prótese!). Burt Reynolds é Jack Horner, o diretor old school que teima em continuar usando película porque quer fazer cinema e não vídeo (dizem que foi inspirado no diretor pornô Alex de Renzy). Julianne Moore está maravilhosa (como sempre) como Amber Waves, atriz mais experiente, passando por problemas com a guarda do filho (curiosidade: esse papel foi inspirado na atriz pornô Veronica Hart, que passou pelo mesmo problema na vida real; Veronica faz a juíza que julga o caso de Amber). E acho que Heather Graham nunca esteve tão bonita quanto aqui, interpretando a Rollergirl, atriz pornô que nunca tira os patins. E ainda temos John C. Reilly, Don Cheadle, William H. Macy, Luiz Guzman, Philip Seymour Hoffman, Thomas Jane e Alfred Molina, entre outros.

(Outra curiosidade sobre o elenco: a mulher do personagem do William H. Macy é interpretada pela Nina Hartley, atriz pornô na vida real!)

Rumores dizem que Dirk Diggler seria inspirado em John Holmes, um dos maiores nomes da história do pornô. Holmes também era famoso por ser bem-dotado, também teve uma carreira paralela de filmes de ação, também se envolveu com drogas e também tem uma história mal contada envolvendo violência e assassinatos (o filme Crimes em Wonderland, estrelado por Val Kilmer, conta isso com detalhes). Mas tenho cá minhas dúvidas se isso é verdade. Afinal, o próprio Holmes é citado em uma cena do filme, como se fosse um contemporâneo de Diggler.

Boogie Nights ainda tem uma peculiaridade técnica bastante interessante. Sabe a cena inicial de A Marca da Maldade, de Orson Welles, onde, num único plano-sequencia, uma câmera passeia entre vários personagens e as coisas vão acontecendo em volta deste travelling? Esta técnica foi usada por um monte de gente legal, como Robert Altman em O Jogador, ou Brian de Palma em Olhos de Serpente. Pois bem, se uma cena destas é difícil de se fazer, P.T. Anderson mostra habilidade, e faz isso aqui vááárias vezes.

Some a isso tudo uma boa trilha sonora e uma perfeita dosagem entre humor e violência (às vezes lembra Tarantino!), e temos um dos melhores filmes de 97.

Este filme não existia no mercado brasileiro de dvds, mas foi lançado recentemente! Vale a pena comprar!

Os Esquecidos

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Os Esquecidos

AVISO: PODE CONTER SPOILERS!

Os Esquecidos tem uma premissa bem interessante: Telly Paretta (Julianne Moore) vive assombrada pelas lembranças do filho, morto num acidente aéreo um ano antes. Só que, aos poucos, ela percebe que as pessoas em volta se esqueceram do filho. E os objetos e fotos que ela guardou começam a desaparecer. Será que Telly enlouqueceu?

O clima de tensão desta ficção científica / suspense de 2004 é muito bem feito – ficamos naquela paranoia “arquivoxisana”, sem saber no que acreditar. Para ajudar, alguns dos efeitos especiais são bem interessantes: na minha humilde opinião, a melhor cena de abdução da história do cinema está aqui! Isso sem contar com uma excelente cena de acidente de carro!

O elenco também é ótimo. Julianne Moore, como sempre, manda bem. Dominic West, o guitarrista de Rock Star, também está muito bem como outro pai que perdeu o filho no mesmo acidente. E ainda temos Gary Sinise como um psiquiatra que não sabemos se é do bem ou do mal.

Na época do lançamento nos cinemas, lembro que uma parte da audiência ficou descontente com o fim do filme. Heu, particularmente, gostei! De qualquer maneira, fica uma dica para quem estiver com o dvd em mãos: existe outro fim no meio das “cenas excluídas”!

O Grande Lebowski

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O Grande Lebowski

Um filme pode ter mais forma do que conteúdo e ser bom? Na minha opinião, sim!

Costumo lembrar de dois filmes legais onde a forma é mais importante que o conteúdo: Delicatessen e O Grande Lebowski, dos irmãos Joel e Ethan Coen (dirigido por um, produzido pelo outro, escrito pelos dois), que antes nos deram pérolas como Fargo, Arizona Nunca Mais e Na Roda Fortuna, dentre outros, e ano passado ganharam o Oscar de melhor diretor por Onde os Fracos Não Têm Vez.

Jeffrey Lebowski é um cara largadão. Desempregado, sua vida é jogar boliche, ouvir Creedence, beber white russian e fumar maconha. Inclusive, detesta ser chamado de Jeffrey, prefere simplesmente “The Dude”. Até que um dia é confundido com um milionário homônimo, o seu tapete é danificado e sua vidinha simples é virada ao avesso…

O Dude é maravilhosamente interpretado por Jeff Bridges. Tanto que existe uma convenção nos EUA, a Lebowski Fest, só de fãs do seu estilo de vida (do personagem, não do ator!).

E todos os outros personagens são ótimos, caricatos ao extremo, interpretados de maneira deliciosa por atores-assinatura dos irmãos Coen. John Goodman faz Walter, um veterano do Vietnã estressado e brigão; Steve Buscemi é Donny, o aéreo parceiro de boliche; John Turturro é o sensacional e caricato Jesus, rival no boliche. E tem mais: Julianne Moore, Tara Reid, Philipp Seymour Hoffman, David Huddlestone, Sam Elliot, Ben Gazarra, David Thewlis… O desfile de bons atores em papéis geniais parece interminável!

Detlhe para duas pontas interessantes: o niilista baixinho é Flea, baixista do Red Hot Chilli Peppers; enquanto a coadjuvante no filme Longjammin é Asia Carrera!

Assim, entre personagens estranhos e situações esquisitas, nosso amigo Dude vai se envolvendo com situações cada vez mais bizarras e engraçadas. E, cada vez mais, ele quer se livrar disso tudo e voltar a sua vidinha simples…

O Vidente

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O Vidente

Antes de tudo, este é um filme baseado em Philip K. Dick. E quem foi esse cara?

O que Blade Runner, O Vingador do Futuro, O Pagamento (John Woo), O Homem Duplo e Minority Report têm em comum? São filmes baseados em livros de K. Dick, um escritor de ficção científica que nasceu em 1928.

Pelos filmes que foram feitos, a gente já tem vontade de ver o próximo (nem todos são brilhantes, mas só o Blade Runner e o Vingador do Futuro já valem).

Neste novo filme do neo zelandês Lee Tamahori (de Triplo X 2 e 007 Um Novo dia para Morrer), Nicolas Cage consegue ver dois minutos à frente. Assim, ele consegue adivinhar cada situação antes de acontecer, e mudar o futuro de acordo com a sua vontade. E por causa desta habilidade, o FBI quer que ele ajude a encontrar terroristas que pretendem colocar uma bomba atômica em solo norte-americano.

Estes dois minutos de previsão nos oferecem situações muito interessantes, como quando ele escapa de vários seguranças num cassino, numa interessante coreografia onde ele sabe exatamente onde estará o próximo segurança; ou ainda quando ele conhece a personagem de Jessica Biel, e vê várias abordagens que dão errado.

O elenco ainda conta com Julianne Moore, como a obcecada oficial do FBI que quer a ajuda do vidente.

O único problema do filme, na minha opinião, é que os terroristas não me convenceram… Se a idéia era a bomba, eles não deveriam ter desviado do objetivo.

Não é uma obra prima, mas vale o ingresso.