Casamento em Família

Crítica – Casamento em Família

Sinopse (imdb): Michelle e Allen estão em um relacionamento. Eles decidem convidar seus pais para finalmente se conhecerem. Acontece que os pais já se conhecem bem, o que leva a algumas opiniões divergentes sobre o casamento.

Comédia romântica é um gênero que sempre gera controvérsias. Todo mundo sempre fala mal. Mas, se você estiver no clima certo, quase sempre é um bom programa. Ok, entendo, é previsível. Antes de começar o filme a gente já sabe como vai terminar. Mas nem sempre o espectador quer roteiros mirabolantes e plot twists que dão nó na cabeça, né?

Escrito e dirigido por Michael Jacobs, Casamento em Família (Maybe I Do, no original) às vezes parece um teatro filmado – principalmente na segunda metade, quando todo o elenco está na mesma casa. Além disso, é previsível e cheio de clichês. E, mesmo assim, é um programa agradável!

Assim como aconteceu em Ingresso para o Paraíso, o melhor aqui é no elenco veterano. É sempre agradável ver em tela Diane Keaton, Susan Sarandon, Richard Gere e William H. Macy. Nada contra Emma Roberts e Luke Bracey, mas os coroas têm muito mais carisma.

(Curioso lembrar que Emma Roberts é sobrinha da Julia Roberts, que teve um grande sucesso com Uma Linda Mulher, ao lado do Richard Gere, que aqui faz o pai de Emma…)

Quem curte comédias românticas vai se divertir, assim como quem curte o elenco veterano. Quem não curte? Tem outras opções em cartaz!

Ingresso para o Paraíso

Crítica – Ingresso para o Paraíso

Sinopse (imdb): Um casal divorciado viaja junto para Bali para impedir que sua filha cometa o mesmo erro que eles acham que cometeram há 25 anos.

Este é mais um daqueles filmes que pedem “críticas super curtas”: “comédia romântica estrelada por Julia Roberts e George Clooney”. Porque não tem muita coisa a mais pra falar.

Mas, vamulá. Vou defender o filme!

Sempre falo que precisamos ver qual é o objetivo do filme. Quem vai ver uma comédia romântica está atrás de cenas eletrizantes, ou de reviravoltas de roteiro, ou de efeitos especiais que explodem cabeças? Ou está afim de uma história leve e divertida, atores carismáticos e belos cenários?

Dirigido por Ol Parker, Ingresso para o Paraíso (Ticket to Paradise, no original) traz esses três elementos. Afinal, ninguém pode reclamar de ver Julia Roberts e George Clooney em cenários paradisíacos de Bali. A história é previsível? Claro que é. Mas quem procura um filme assim, quer uma história previsível.

No elenco, claro que o destaque é com Julia Roberts e George Clooney, que têm uma boa química juntos (é a quinta vez que trabalham juntos). Também gostei do outro casal, a filha deles e o noivo, Kaitlyn Dever e Maxime Bouttier. Por outro lado, achei forçados os personagens da amiga da filha e do namorado da Julia Roberts. Passaram um pouco do tom.

Ingresso para o Paraíso é uma boa comédia romântica. Se você não gosta, veja outro filme; se você curte o estilo, é o seu filme.

Eduardo e Mônica

Crítica – Eduardo e Mônica

Sinopse (imdb): Será que o romance entre uma estudante de medicina e um colegial pode dar certo? Um casal que deve superar suas diferenças significativas para viver um grande amor.

Preciso falar que rolava um certo pé atrás com este filme. É dirigido por René Sampaio, o mesmo diretor de Faroeste Caboclo, que é um bom filme, mas que altera algumas partes essenciais da música original. Ok, admito, o meu head canon me atrapalhou. Mas não consegui curtir aquele filme por causa das adaptações.

Felizmente, aqui em Eduardo e Mônica as adaptações funcionaram – pelo menos para mim – e posso dizer que “entrei no filme”.

Tudo funciona redondinho no filme, que usa o formato de comédia romântica – duas pessoas se conhecem, se gostam, se estranham, se separam, se reconciliam, etc. Fórmula batida, mas eficiente.

Os trechos da música entram naturalmente no roteiro, tipo rola um telefonema onde eles decidem se encontrar e o Eduardo sugere uma lanchonete enquanto a Mônica sugere um filme da nouvelle vague – ou seja, um filme do Godard. Sim, alguns elementos da música estão colocados discretamente, por exemplo, na música a Mônica cita Mutantes, no filme tem uma rodinha de violão tocando Ando Meio Desligado.

Uma boa sacada foi situar o filme na década de 80. Não fala exatamente em quais anos, mas a gente sabe que se passam alguns anos durante o filme. Tem pelo menos dois indicativos: Eduardo tem um poster do Fluminense campeão brasileiro de 1984 no quarto; e um tempo depois aparece ele fazendo o vestibular em 1987.

A reconstituição de época é muito bem feita – tem um personagem que usa mochila da Company! E tem uma cena que a galera da nossa idade vai lembrar do perrengue que era telefonar interurbano com fichas de telefone!

Tem um detalhe que gostei mas que vai passar desapercebido por boa parte da audiência. Tem uma trilha sonora instrumental, tocada por violões e outras cordas, que evoca os acordes da música título. Fica aquele clima no ar, mas sem entrar na música propriamente dita (que só é tocada nos créditos finais).

A música não citava nada de política, mas política era um tema recorrente na época, o Brasil estava saindo da ditadura militar, e duas das principais bandas que vieram de Brasília traziam política e críticas sociais nas suas letras (Legião Urbana e Plebe Rude). No filme, o pai da Mônica foi exilado por causa da ditadura, e o avô do Eduardo é um ex militar. Achei uma boa sacada.

Ok, vou reclamar de uma coisa. Admito que é um problema que acontece muito no audiovisual: a idade dos atores. Não sei exatamente quando foi filmado, a data no imdb é 2020, ou seja, essas filmagens já aconteceram há um tempo. Hoje, Alice Braga tem 38 anos, e Gabriel Leone (Dom) tem 28. A diferença de idade entre os dois é boa, compatível com ele fazendo vestibular enquanto ela se forma em medicina. Mas, o Gabriel Leone, com vinte e muitos anos, dizendo “eu tenho 16 anos” não ficou legal. Mas, sei que é um problema recorrente no cinema, lembro de um Espetacular Homem Aranha onde a Emma Stone, com vinte e muitos, grita “eu tenho dezessete anos!”.

Dito isso, preciso dizer que os dois estão ótimos, são grandes atores e a química entre o casal está perfeita. Excelente escolha de elenco.

(Tem uma participação de Fabricio Boliveira, que fez o João de Santo Cristo no Faroeste Caboclo. Será que existe um “legiãoverso”?)

Como falei, ao fim do filme estava feliz e com vontade de rever. E ao mesmo tempo frustrado, porque não sei quando o filme será lançado – inicialmente a data de estreia era pra ser 06 de janeiro, mas já adiaram de novo pro dia 20.

Mas, posso dizer que, dos últimos quatro filmes que vi no cinema, dois nacionais (Eduardo e Mônica e Turma da Mônica Lições) e dois blockbusters gringos (Matrix e King’s Man), os nacionais são muito melhores!

Palm Springs

Crítica – Palm Springs

Sinopse (imdb): Quando o despreocupado Nyles e a relutante dama de honra Sarah têm um encontro casual em um casamento em Palm Springs, as coisas ficam complicadas, pois eles não conseguem escapar do local, de si mesmos ou um do outro.

Ok, a gente já viu algumas vezes esse formato “Feitiço do Tempo”, onde os personagens ficam presos num loop temporal e vivem de novo o mesmo dia várias vezes. Não é novidade, mas já gerou bons filmes – A Morte te Dá Parabéns, No Limite do Amanhã, lembro até de um episódio de Supernatural. Será que tem fôlego pra mais uma versão, agora voltando à comédia romântica?

Estreia em longas do diretor Max Barbakow, Palm Springs (idem no original) é isso: uma ideia requentada, mas mesmo assim um filme bem divertido. O filme sabe que não é novidade e não engana o espectador, o roteiro brinca com os clichês do estilo. Diversão leve e despretensiosa por uma hora e meia de projeção.

O elenco ajuda, Andy Samberg e Cristin Milioti mostram boa química e parecem se divertir junto com a gente. E ainda tem J.K. Simmons e Peter Gallagher como coadjuvantes de luxo!

Ontem falei aqui de A Vastidão da Noite, um filme distribuído pela Amazon; Palm Springs foi distribuído pela Hulu. Ainda sem cinemas, vamos de streaming!

Maratona do Amor

0-Maratona do AmorCrítica – Maratona do Amor

Não sei exatamente por que, mas perdi este filme na época do lançamento (o filme é de 2007, mas foi lançado aqui no ano seguinte).

Depois de ter deixado sua noiva grávida no altar, Dennis vive tentando conquista-lá de volta. Para seu azar, ela está de namorado novo. Para poder provar que ele ainda a ama que irá cuidar dela, Dennis resolve correr a maratona para a qual o namorado está treinando.

Há tempos que heu queria ver este filme, pelas pessoas envolvidas: além de Simon Pegg e Hank Azaria no elenco, Maratona do Amor (Run Fatboy Run, no original) é a estreia na direção de David Schwimmer, o Ross de Friends. Ah, um dos roteiristas é o próprio Pegg.

Apesar do talento desses caras, o filme é uma comédia romântica padrão. E, como quase todas as comédias românticas, tudo é previsível, com tudo de bom e de mau que isso traz. O roteiro segue a fórmula de sempre, todas as reviravoltas estão lá, nos lugares esperados. Pelo menos o filme é leve e bem feito e consegue divertir.

No elenco, Simon Pegg faz o “personagem de sempre” – gosto dele, mas admito que ele não é muito versátil. Já Hank Azaria é o oposto – caramba, o cara é o Gargamel! Dylan Moran faz um bom trabalho como o amigo largado de Dennis. Ainda no elenco, Thandie Newton e Harish Patel.

Agora, um detalhe técnico: não sou profissional, mas já fiz algumas corridas de rua. Entendo um pouco do assunto, o suficiente para saber que Dennis nunca conseguiria terminar bem os 42 km sem o treino necessário. Mas o filme não fantasiou sobre isso, a corrida que vemos era possível de ser realizada.

Por fim, o nome. “Maratona do Amor” é um péssimo. Mas o nome original, “Corra Gordinho Corra”, também é incorreto – Simon Pegg está fora de forma, mas está longe de ser gordo. Se fosse o seu amigo Nick Frost…

Como Não Perder Essa Mulher

Crítica – Como Não Perder Essa Mulher

Ontem falei aqui de Fading Gigolo, filme escrito e dirigido por John Turturro onde ele dá uns pegas na Sofia Vergara e na Sharon Stone. Hoje é a vez do filme escrito e dirigido por Joseph Gordon-Levitt onde ele dá uns pegas na Scarlett Johansson e na Julianne Moore. Deve ser legal ser um ator de prestígio, não?

Jon tem uma vida dedicada à família, aos amigos e à igreja, mas tem como vício assistir pornografia online, e por isso desenvolve expectativas irreais sobre relacionamentos.

Como Não Perder Essa Mulher (Don Jon, no original) é quase uma comédia romântica. Diríamos que é uma comédia romântica “torta”. Afinal, estas são quase sempre direcionadas ao público feminino, público que dificilmente vai apreciar um filme que se propõe a discutir o vício em pornografia.

Porque, tirando a pornografia, a estrutura da primeira metade de Como Não Perder Essa Mulher se parece com os clichês das comédias românticas por aí. Mocinho conhece a mocinha, rolam problemas no relacionamento… Sorte que a segunda parte é menos previsível. Tá, o roteiro não é nada revolucionário, mas pelo menos não é “o de sempre”. Ah, gostei da participação da irmã de Jon, apesar de ser um momento “Silent Bob em Procura-se Amy“.

Aliás, é bom avisar: a pornografia aqui é apresentada de maneira quase explícita. As cenas com os atores do filme são discretas, mas tem vários trechos extraídos da internet, que mostram quase tudo.

Joseph Gordon-Levitt escreveu e dirigiu o filme, mas não sei se palpitou na edição. A edição do filme é uma das melhores coisas de Como Não Perder Essa Mulher, gostei do modo como é mostrada a rotina repetitiva de Jon.

Como aconteceu com Fading Gigolo, o melhor aqui é o elenco. O trio principal está bem. Além deles, Como Não Perder Essa Mulher conta com Tony Danza, Glenne Headly e Brie Larson.

Este é outro filme que passou no Festival do Rio que não tem distribuição garantida no mercado brasileiro. Estranho, porque acho que um filme com este elenco seria fácil de vender…

p.s.: Encerro aqui os meus comentários sobre o Festival do Rio 2013. Além dos 15 filmes que falei aqui, também vi Only Lovers Left Alive, do Jim Jarmusch. Mas estou atrasado com outros filmes de fora do Festival, vou ficar devendo esse!

Meu Namorado É Um Zumbi

Crítica – Meu Namorado É Um Zumbi

Uma comédia romântica de zumbis? Será que é uma boa ideia?

Depois de um apocalipse zumbi, um zumbi se apaixona por uma humana. O envolvimento entre os dois acaba despertando uma reação em cadeia que o transformará, assim como os outros mortos-vivos.

Respondendo à pergunta: não, não é uma boa ideia. Quer dizer, pelo menos não funcionou aqui. Meu Namorado É Um Zumbi (Warm Bodies, no original) fica devendo.

Trata-se de uma adaptação do livro Sangue Quente, escrito por Isaac Marion. A direção ficou a cargo de Jonathan Levine, famoso por 50% – esse heu ainda não vi, apesar de ter um elenco que chama a atenção (Joseph Gordon-Levitt, Seth Rogen e Anna Kendrick).

A comparação com a série Crepúsculo é inevitável, principalmente se a gente lembrar que são adaptações de livros direcionados ao público adolescente. Até a mocinha Teresa Palmer lembra fisicamente a atriz Kristen Stewart. Bem, Meu Namorado É Um Zumbi não é um bom filme, mas pelo menos não é tão ruim quanto Crepúsculo.

Na minha humilde opinião, Meu Namorado É Um Zumbi tem dois defeitos básicos. O primeiro é a previsibilidade – logo cedo a gente já consegue sacar como vai terminar a história. O outro é a conclusão, que foge de qualquer lógica de zumbis. É muita forçação de barra rolar uma “cura” daquele jeito, é muita necessidade de se ter um final feliz romântico – mesmo que isso não faça o menor sentido.

Tem outro problema, mas acho que é mais do lançamento brasileiro do que do filme em si. Meu Namorado É Um Zumbi foi lançado por aqui como uma comédia. E é um filme sem a menor graça… (Aliás, 50% também foi vendido como comédia, apesar de parecer um dramalhão dos brabos).

No elenco, dá pena de ver um John Malkovich completamente desperdiçado. Atores têm que pagar as contas, né? Ainda no elenco, Nicholas Hoult, Teresa Palmer, Dave Franco, Rob Corddry e Analeigh Tipton.

Dispensável. Se quiser ver comédia com zumbis, veja Fido – O Mascote ou Todo Mundo Quase Morto.

O Lado Bom da Vida

Crítica – O Lado Bom da Vida

Depois de passar um tempo em um hospital para doentes mentais, o ex-professor Pat Solitano volta a morar com os pais enquanto tenta se reaproximar da ex-mulher. Mas as coisas ficam mais desafiadoras quando ele conhece Tiffany, uma misteriosa garota que também tem seus problemas.

O Lado Bom da Vida (Silver Linings Playbook, no original) lembra muito O Vencedor, filme anterior do mesmo diretor David O. Russell. Um filme simples que conta uma história simples. Simples, mas com excelentes atuações do elenco. Jennifer Lawrence e Bradley Cooper valem o ingresso. Quem diria que os protagonistas de Jogos Vorazes e Se Beber Não Case seriam fortes candidatos ao Oscar de 2013?

Sem as atuações inspiradas, acho que O Lado Bom da Vida ia passar desapercebido. A história nem é ruim, mas é bem bobinha. A estrutura parece a de uma comédia romântica, e o filme é tão previsível quanto uma. E, pra piorar, o filme é mais longo do que deveria. Precisava de mais de duas horas?

A previsibilidade não é o único problema do roteiro, também escrito por O. Russell. Alguns personagens são muito mal construídos. Jennifer Lawrence arrebenta, mas sua Tiffany é inconsistente: é apresentada como uma mulher problemática, mas logo que começa a dançar parece que não tem mais nenhum problema. E o que podemos dizer do médico, que, do nada, vira amigo íntimo da família?

Um defeito que existia em O Vencedor se repete aqui: idade dos atores vs idade dos personagens. Se no filme anterior Christian Bale interpretava o irmão nove anos velho de Mark Wahlberg; aqui pegaram uma jovem de apenas 23 anos para fazer uma viúva. Nada contra, Jennifer está ótima, mas… Por que não uma atriz de trinta anos? Inclusive, ia ser um par mais coerente para o quase quarentão Bradley Cooper.

Mesmo assim, como disse antes, o elenco salva o filme. Jennifer Lawrence e Bradley Cooper estão excelentes com seus personagens desequilibrados. Robert De Niro também está muito bem, talvez este seja seu melhor papel em um bom tempo. Ainda no elenco, Jacki Weaver, Julia Stiles e o sumido Chris Tucker (que, nos últimos 15 anos, só fez os 3 filmes da franquia A Hora do Rush). Além disso, alguns momentos são muito bons – gostei muito do concurso de dança.

O Lado Bom da Vida está concorrendo a oito Oscars: filme, diretor, roteiro adaptado, ator, atriz, ator coadjuvante (Robert De Niro), atriz coadjuvante (Jacki Weaver) e edição. Não achei que Jacki Weaver merecia indicação ao Oscar, tudo o que ela faz é ficar de olhos arregalados o tempo todo. Mas, enfim, acho que só Jennifer tem chances, o resto deve ficar feliz com a indicação.

Celeste e Jesse Para Sempre

Crítica – Celeste e Jesse Para Sempre

Celeste e Jesse se separaram, mas ainda vivem juntos, como melhores amigos. Apesar da grande proximidade entre os dois, eles tentarão aprender a viver um sem o outro.

Dirigido pelo pouco conhecido Lee Toland Krieger, Celeste e Jesse Para Sempre (Celeste & Jesse Forever, no original) é mais uma comédia romântica. Pra não dizer que é igual a todas as que rolam por aí, a única particularidade aqui é que a trama torna impossível um final 100% feliz. E mesmo assim o final é previsível.

O elenco está ok. Ninguém chama a atenção, nem pro lado positivo, nem pro negativo. A figura central é Rashida Jones, também uma das autoras do roteiro. Ainda no elenco, Andy Samberg, Emma Roberts, Elijah Wood, Rebecca Dayan, Chris Messina, Ari Graynor, Eric Christian Olsen e Will McCormack (o outro co-autor do roteiro).

Um detalhe técnico me incomodou em Celeste e Jesse Para Sempre: o excesso de closes. Me pareceu um cacoete de filme independente, tudo muito perto. Não sei se foi um problema exclusivo da sala onde vi (no Shopping da Gavea), mas em várias cenas a gente não via o topo das cabeças dos atores.

Enfim, Celeste e Jesse Para Sempre tem o seu público alvo. Mas fora disso, é dispensável.

Ruby Sparks: A Namorada Perfeita

Crítica – Ruby Sparks: A Namorada Perfeita

Calvin, um jovem escritor com bloqueio criativo, encontra o amor na forma menos usual possível: criando Ruby, uma personagem que ele acredita que irá amá-lo. O que ele não esperava é que Ruby se tornasse real.

A ideia não é 100% original, de vez em quando vemos filmes onde a metalinguagem é colocada em foco (principalmente Mais Estranho que a Ficção, que tem uma premissa bem parecida). O que faz a diferença é o modo como essa metalinguagem é apresentada aqui. Ruby Sparks tem formato de uma leve e divertida comédia romântica – felizmente mais criativa e menos previsível que a maior parte das comédias românticas por aí.

Acredito que boa parte do mérito seja do casal de diretores Jonathan Dayton e Valerie Faris (casados na vida real), os mesmos do simpático Pequena Miss Sunshine (2006). Ruby Sparks é apenas o segundo filme de Dayton e Faris, que demoraram seis anos na “gestação” da nova produção. E não decepcionaram, quem gostou de Pequena Miss Sunshine vai curtir este novo filme da dupla.

Outro mérito é da roteirista Zoe Kazan (também protagonista), que construiu uma história simples, agradável e cativante. Este é seu primeiro roteiro, mas ela tem “pedigree”: é neta de Elia Kazan (Sindicato de Ladrões, Uma Rua Chamada Pecado), e filha de um casal de roteiristas, Nicholas Kazan (O Reverso da Fortuna, O Homem Bicentenário) e Robin Swicord (Memórias de uma Gueixa, O Curioso Caso de Benjamin Button).

O elenco também está muito bem. Paul Dano e Zoe Kazan (outro casal na vida real) estão excelentes como o casal central, a química entre eles é muito boa. Além deles, Annette Benning, Antonio Banderas, Elliot Gould, Chris Messina e Deborah Ann Woll.

Quem perdeu Ruby Sparks no Festival do Rio vai ter mais chances de ver o filme, parece que entra no circuito semana que vem!