Garota Infernal

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Garota Infernal

Depois de um evento misterioso, uma cheerleader típica das escolas americanas começa a assassinar cruelmente os colegas.

À primeira vista, Garota Infernal parece ser apenas mais filme de terror adolescente, igual a muitos por aí. Mas alguns nomes na produção chamam a atenção, justamente porque não combinam muito com o estilo.

Acho que o nome mais estranho aqui é o da roteirista (e também produtora executiva), Diablo Cody, que ganhou o Oscar de melhor roteiro por Juno, e depois disso criou a série The United States of Tara. Sei lá, me parece que alguém badalado por projetos mais alternativos não faria um terror com cara de filme trash…

Os dois principais nomes do elenco também não combinam muito com o tema: Megan Fox, a gostosona da vez, recém saída de dois blockbusters (os dois Transformers); e Amanda Seyfried, a filha da Meryl Streep no musical Mamma Mia. Ah, sim, ambas estão com 23 anos, acho que precisariam de atrizes mais novas para representar adolescentes. Mas este é um defeito recorrente em Hollywood.

(Aliás, boa parte da divulgação do filme capitaliza em cima da sensualidade de Megan Fox. No trailer, ela aparece provocante, com pouca roupa, e ainda beija outra garota. Mais: antes do filme, vazaram na internet fotos dela seminua em uma das cenas do filme. E, pelo tipo de entrevista que ela dá, sempre procurando polêmicas, não me espantaria se o vazamento das fotos fosse armado… Principamente porque a nudez não está no filme, só deve rolar nos extras do dvd.)

Mas, afinal, e o filme? É bom?

Olha, não é ruim, mas tampouco é bom. É apenas “mais um filme de terror adolescente”, apesar dos tais nomes incluídos no projeto.

Não só é escrito e estrelado por meninas, também é dirigido por uma, Karyn Kusama, que antes fez o esquisito Aeon Flux, com a Charlize Theron. Mas nem o fato de ser um “filme de meninas” mudou alguma coisa, os clichês são sempre os mesmos.

Os efeitos especiais são eficientes, mas nada de encher os olhos. O roteiro é cheio de furos – vários assassinatos ocorrem numa cidade pequena, e a polícia nunca aparece, por exemplo. Mas se a gente abstrair, pode até se distrair.

Enfim, uma boa diversão, mas apenas para os menos exigentes.

Noite dos Arrepios

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Noite dos Arrepios

Continuemos na onda de clássicos de terror dos anos 80! Hoje vamos de Noite dos Arrepios (Night of The Creeps), filme assumidamente B, de 1986!

A história é sensacional: uma cápsula alienígena cai na Terra, contendo uma espécie de lesma, que entra nas pessoas pela boca e as tranforma em zumbis! Deveriam criar uma categoria de Oscar pra filmes com o argumento assim!

O roteiro deste divertidíssimo filme tem um monte de coisas legais. Algumas das frases são geniais – uma delas, considero uma das melhores de toda a década: “Girls, I have some good news and bad news. The good news is your dates are here. The bad news is they’re dead” (“Garotas, eu tenho uma notícia boa e uma má. A boa é que seus namorados estão chegando. A má é que eles estão mortos.”). Além disso, ainda ouvimos “pérolas” como “What is this? A homicide or a bad B movie?” (“O que é isso? Um homicídio ou um filme B ruim?”); ou ainda “I personaly would rather have my brain invaded by creatures from space than pledge a fraternity.” (Eu pessoalmente preferiria ter meu cérebro invadido por criaturas do espaço do que entrar para uma fraternidade.”)

Outra coisa legal é que todos os nomes próprios que estão no filme são homenagens a diretores ligados a filmes de terror: Corman Universtity (Roger Corman), Cynthia Cronemberg (David Cronemberg), Chris Romero (George A Romero), James Carpenter Hooper (John Carpenter e Dennis Hooper), detetive Ray Cameron (James Cameron), inspetor Landis (John Landis), sargento Raimi (Sam Raimi), Brad Craven (Wes Craven), mr. Miner (Steve Miner), Cunningham (Sean S Cunnigham)…

E as homenagens não param por aí: a diretora da universidade está vendo Plano 9 do Espaço Sideral, clááásico trash, considerado um dos piores filmes já feitos!

O filme é cheio de erros de continuidade, não sei se propositalmente – no flashback do detetive Cameron, antes ele segura um braço (!), depois aparece com a espingarda no lugar do braço; Cynthia nunca coloca o lança-chamas nas costas, ele “aparece” lá; o zumbi tenta pegar o carro com os dois policiais com a mão, e logo depois está com o machado na mão… Acho que não foi de propósito, acredito que não tenham dado muita importância a “detalhes” assim…

É difícil recomendar um filme tão tosco. Mas fica aqui a minha recomendação para quem gosta do estilo!

Dia dos Namorados Macabro 3D

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Dia dos Namorados Macabro 3D

Ano passado vi um filme de terror em 3D, o decepcionante Scar 3D. Mas agora estreou um novo filme de terror que realmente vale a pena ver em 3D!

Dia dos Namorados Macabro é a refilmagem de mais um entre tantos filmes de “assassinatos em série em datas comemorativas” lançados nos anos 80, na onda de Sexta Feira 13 e Halloween.

E essa refilmagem? Será que vale a pena? Afinal, o original já não era lá grandes coisas, né?

Bem, aviso logo: pra quem vai ver no cinema, em 3D, é uma ótima diversão! Agora, se visto nas salas sem 3D ou em dvd, não garanto…

A história: um ano depois de um acidente numa mina, o único sobrevivente sai pela cidade matando pessoas com uma picareta. Dez anos depois, na mesma data, assassinatos voltam a acontecer.

Sim, é clichê. Mas cumpre com o prometido: sustos, sangue e muita coisa voando na direção da tela! Pra quem gosta do estilo, é diversão garantida! Afinal, como diz um slogan por aí, “cinema é a maior diversão”! E aqui, o “efeito parque de diversões” está ligado!

Uma coisa legal nesse filme é que o ator principal é o Jensen Ackles, um dos irmãos protagonistas da série Supernatural. Digo isso porque o outro irmão, Jared Padalecki, estrelou a refilmagem de Sexta Feira 13 que estreou mês passado… Já sabemos o que astros de séries fantásticas televisivas fazem nas férias: refilmagens de filmes de terror dos anos 80! 🙂

Outro destaque é a presença de Tom Atkins, veterano ator, presente em alguns dos títulos de terror oitentistas, como Halloween 3 e A Noite dos Arrepios! Ainda no elenco, os “quase conhecidos” Kerr Smith e Jaime King.

Outra coisa importante: cenas de nudez gratuita estavam constantemente associadas a filmes B de terror nos anos 80. Então aqui a nudez gratuita tem espaço! E, talvez pra compensar o fato de ser uma única cena, a atriz Betsy Rue compensa com generosidade…

Coloque seus óculos 3D e abaixe-se pra desviar do que vem da tela!

Heavy Metal do Horror (Trick or Treat)

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Heavy Metal do Horror (Trick or Treat)

Anos 80. O adolescente Eddie Weinbauer (Marc Price) é sacaneado na escola por gostar de heavy metal. Quando seu ídolo Sammi Curr (Tony Fields) morre num incêndio, ele ganha de um dj um acetato de um disco não lançado. E quando toca o disco ao contrário, coisas malignas acontecem…

Este filme foi lançado em 86 como filme de terror. Mas hoje em dia não consegue dar medo em ninguém… No máximo, algumas risadas! (Aliás, passava no SBT com o título O Rock do Dia das Bruxas.)

Hoje em dia, olhando friamente, com a distância que estamos dos anos 80, o filme é fraquinho. Situações e personagens clichê se espalham pelo roteiro. Principalmente na parte final, depois que Sammi Curr volta e começa a assombrar Eddie – através de ondas elétricas e de rádio.

Mas até que é interessante ver um filme tão datado assim. Será que a garotada, ao ver o filme, vai entender o que é um acetato? Ou como funciona uma fita cassete? Ou qualé a de tocar um disco ao contrário? Bem, a garotada pelo menos vai achar graça nos penteados e roupas…

Mas aí você deve estar se perguntando: “por que diabos vou perder meu tempo vendo um filme desses só porque é datado?” Bem, o filme tem seus momentos que valem a pena… Inclusive a trilha sonora, do grupo de “hair metal” Fastway.

Mas a melhor coisa do filme é um certo reverendo careta que aparece na tv falando mal de rock. Esse reverendo é interpretado por um tal de Ozzy Osbourne… A ironia é sensacional! E ainda tem o Gene Simmons como o dj!

Outra coisa beeem interessante é uma cena no carro, quando a namorada do valentão da escola vai ouvir a “fita cassete demoníaca”. Temos um “estupro demoníaco”!

Curiosidade: este foi o primeiro filme dirigido pelo ator Charles Martin Smith, mais conhecido como o “contador que vira agente” em “Os Intocáveis”.

Repo! The Genetic Opera

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Repo! The Genetic Opera

Tem filmes que já “nascem” cults. Um musical de terror com a diva da Broadway Sarah Brightman atuando ao lado da celebridade patricinha Paris Hilton não tem como não ser cult…

Estamos num “futuro não tão distante”. Houve uma epidemia de falências de órgãos. Uma grande coropração, a Geneco, oferece financiamento para o transplante de órgãos. Ao mesmo tempo, a Geneco lidera uma moda de transplantes não essenciais. E, quando o transplantado atrasa o pagamento, manda um “Repo Man” para “recuperar” órgãos!

A idéia é interessante. O diretor Darren Lynn Bousman é o mesmo de Jogos Mortais 2, 3 e 4, ou seja, é “do ramo”. Ele viu a peça “musical de terror”, fez um trailer de 10 minutos e conseguiu vender a idéia para os produtores.

Mas o filme tem um problema básico: se a parte “terror” está bem representada, a parte “musical” não é muito boa. Um musical precisa ter músicas boas. Sempre que pensamos em musicais ligados ao rock, como Jesus Cristo Superstar ou Tommy, lembramos de várias músicas memoráveis, várias cenas musicais marcantes. Aqui, algumas músicas até são legais, mas nada que empolgue a ponto de, ao fim do filme, procurarmos o cd com a trilha sonora…

Existe outro problema: esta é uma versão de 98 minutos. Segundo o imdb, o diretor pretende lançar em dvd uma outra versão, com 150 minutos. E essa redução não ficou muito boa: alguns temas são lançados e mal explorados, como a nova droga Zydrate.

Mesmo assim, o filme vale ser visto. Afinal, quando temos a oportunidade de ver por aí um musical de terror? Ok, temos Sweeney Todd. Mas a diferença é que Sweeney Todd é essencialmente um musical que conta uma história de terror; Repo! é essencialmente um filme de terror, e que também é um musical. Outros filmes que também se aproximam da idéia são Rocky Horror Picture Show e A Pequena Loja dos Horrores, que puxam pra comédia, ou O Fantasma da Ópera, que na verdade é um drama…

Tem uma coisa que me deixou intrigado no filme: qual é a da Sarah Brightman? Ela é uma diva da Broadway, é atualmente um dos maiores nomes  ligados ao teatro musical. E não fez praticamente nada em Hollywood. Por que ela escolheu logo este filme para a sua “estréia” hollywoodiana? Sei lá, não me parece combinar muito com o estilo dos fãs dela… Normalmente, a galera que curte musicais não é chegada num gore… Que está presente aqui, em cenas com ela própria…

E tem outra coisa que pesquisei mas não obtive resposta: será que este Repo Man” tem algo a ver com o Repo Man, filme de 84, dirigido pelo Alex Cox e estrelado pelo Emilio Estevez? Afinal, qual o verdadeiro significado da expressão “Repo Man”?

http://www.imdb.com/title/tt0087995/

De qualquer maneira, como disse lá em cima, vale ser visto! E como não vi previsão de lançamento por aqui, então, corra para o torrent mais próximo!

Coisa Ruim

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Coisa Ruim

De vez em quando aparece por aqui uns filmes de terror espanhóis. Agora tive uma agradável surpresa: descobri que tem mais terror na Península Ibérica! Vi um filme de terror português!

Uma família se muda de Lisboa para um casarão num vilarejo, herança de um tataravô. E coisas cada vez mais estranhas começam a acontecer com essa família.

Ok, não é nada muito original. Mas o que é legal de se ver aqui é um filme totalmente “old school” – não há nenhum efeito especial aparente! O clima de medo que o filme causa é feito apenas com movimentos de câmera e trilha sonora!

Em vez do óbvio “gore” que assola o cinema de terror atualmente, vemos aqui um terror psicológico, mostrando o choque entre céticas pessoas de habituadas a cidades grandes e a mentalidade retrógrada do povo que mora na cidadezinha – onde o diabo é ainda a causa de vários problemas.

Não há nenhum ator conhecido por aqui (será que lá eles conhecem atores brasileiros?), mas as interpretações são ok. O sotaque atrapalha um pouco a compreensão, preferia ter visto com legendas. Mas mesmo assim, dá pra entender toda a história.

Queremos mais filmes lusos!

O Orfanato

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O Orfanato

Não é de hoje que a Espanha nos traz bons filmes fantásticos. Aliás, Hollywood descobriu isso em 2007, premiando com 3 Oscars o ótimo Labirinto do Fauno, de Guillermo del Toro, diretor que transita livremente entre Hollywood – onde fez Hellboy – e os países latinos (ele nasceu no México).

Del Toro nos apresenta esse O Orfanato (El Orfanato no original). Diferente da fantasia presente em Labirinto do Fauno, o diretor Juan Antonio Bayona nos apresenta um dos melhores filmes de suspense dos últimos tempos.

Laura (Belen Rueda), seu marido e seu filho adotivo (que depois descobrimos que tem HIV), se muda para um casarão, que era um orfanato onde ela mesma morou quando criança. A sua idéia é abrir um novo orfanato, para crianças especiais.

Seu filho, Simon, brinca frequentemente com amigos imaginários. O que ela não sabe é que, ao seu mudar para a nova casa, ele fará contato com os fantasmas que moram ali, que se tornarão os seus novos “amigos imaginários”. E, quando Simon desaparece, Laura resolve buscar todos os meios pra encontrá-lo de volta.

Como um bom filme de casa mal-assombrada, somos apresentados a personagens sinistros com passado ligado à casa, além dos clássicos ruídos assustadores. E, usando a velha máxima do “mais é menos”, o espectador leva sustos e fica num constante clima de tensão sem precisar de muitos recusrsos gráficos na tela.

Não é bom se falar muito, pra não estragar. Mas o final, com suas citações a Peter Pan, é fantástico.

Curiosidades sobre o elenco: na equipe de “caça-fantasmas” que vai até a casa, além de Geraldine Chaplin, filha do próprio Charles Chaplin, como Aurora, a vidente que vê os fantasmas; está Edgar Vivar, conhecido aqui como o Sr. Barriga do Chaves.

Filmão. Recomendo a todos que gostam do estilo.

O Albergue 2

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O Albergue 2

Em 2005, apareceu nos cinemas O Albergue, um filme interessante pela franqueza que mostrava os seus objetivos. “Quer ver sangue e tripas? Então venha ao cinema!” Essa poderia ser a chamada do filme…

Claro que teria continuação, né? Filmes de terror quase sempre têm… Pelo menos aqui o diretor Eli Roth foi mantido, diferente da série Jogos Mortais (que teve um excelente primeiro filme e cada continuação pior do que a outra).

Esse aqui repete o mote do primeiro: jovens mochileiros em viagem pela Europa são convidados a conhecerem um albergue em Bratislava, na Eslováquia, onde são presos e levados para serem torturados e assassinados por um “clube” de gente muito, muito rica.

Não dá pra se esperar muito de um filme assim, né? Principalmente lembrando que esta é a parte 2!

Ou seja, vendo o filme apenas na farra, sem levá-lo à serio, pode ser uma boa diversão. Uma morte bem filmada aqui, um clima de tensão ali…

Claro que algumas coisas ficam meio forçadas, como o garotinho assassinado pelo chefão, ou o cara local que tenta salvar a mocinha (se eles vão até os EUA pra matar um americano, como deixariam vivo um simples habitante da vila?).

Mas, se você deixar o cérebro de lado, pode se divertir…

Curiosidade pros fãs de seriados de tv: os dois amigos que vão pra Bratislava para matar são (ou foram) personagens secundários em Desperate Housewifes!

Aliens vs Predador – Requiem

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Aliens vs Predador – Requiem

Às vezes vale mais a pena ver um trailer do que um filme…

Quando surgiu na net o trailer de AVP2, fiquei surpreso com a quantidade de “mortes legais” que estavam na tela! Legal, esse filme prometia ser melhor que o primeiro Alien vs Predador (afinal, o primeiro é muito fraco, ia ser fácil ser melhor).

Que nada…

A idéia do “crossover” das franquias Alien e Predador era interessante. O Alien é um dos “monstros” mais legais criados pelo cinema, um ser alienígena que usa humanos como hospedeiros pra se reproduzir, e que tem ácido correndo nas veias. E o Predador é um caçador genial. Aliás, em uma das cenas de um dos filmes do Predador, aparece o interior da nave dele, onde vemos rapidamente um crânio de Alien!

O encontro dos dois prometia. Mas, parece que Hollywood não sabe fazer “crossovers”, o filme foi tão fraco quanto Freddy vs Jason!

Agora veio um segundo filme, que colocaria os dois seres alienígenas lutando em uma pequena cidade nos EUA. Legal, podemos ver várias situações nunca antes imaginadas nos filmes anteriores, sempre passados em ambientes diferentes.

Mas, infelizmente, a idéia foi jogada fora. As mortes não são tão bem feitas assim, mostra-se pouco o híbrido “alienpredador”. e a motivação do Predador não me convenceu – por que ele veio pra cá?

Veja o trailer pelo youtube, e não perca tempo com o longa – uma hora e meia que não vou ter de volta!

Sweeney Todd

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Sweeney Todd

Numa Londres dos tempos vitorianos, um barbeiro condenado e exilado por um crime que não cometeu volta 15 anos depois com sede de vingança. E, num clima doentio, assassina clientes de sua barbearia, enquanto a loja de tortas de carne do andar abaixo usa a carne dos cadáveres em suas tortas.

Por mais que seja uma história de terror, o novo filme de Tim Burton é baseado no musical de Stephen Sondheim, original da Broadway. Ou seja, estamos diante de um musical – de terror!

Tim Burton é o nome perfeito para um filme desses. Hoje em dia, Tim Burton é um dos únicos diretores hollywoodianos que mantém um estilo próprio. Você vê o filme e logo reconhece o seu autor. Principalmente quando lembramos as suas parcerias com Johnny Depp: esse é o sexto filme da dupla, antes vieram Edward Mãos de Tesoura, Ed Wood, A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça, A Fantástica Fábrica de Chocolates e A Noiva Cadáver (sim, é animação, mas as vozes do casal principal são as mesmas deste Sweeney Todd).

Uma prova de que Tim Burton é “o cara” é que Stephen Sondheim estava relutante para liberar o musical para uma versão cinematográfica, mas depois de uma conversa entre os dois, Burton explicou a sua visão sobre Sweeney Todd, e então Sondheim liberou as músicas, com a condição que aprovasse os atores cantores. Claro que Burton queria Depp para o papel principal, mas Sondheim achava que ele seria muito “rock’n’roll” pro papel. Mas Depp não teve problemas com isso, e se submeteu aos testes de voz. Helena Bonham Carter, apesar de esposa do diretor, também teve que fazer os testes. Sondheim aprovou ambos.

O elenco, aliás, é curioso. Diferente de produções como Rent – que trouxe para as telas vários nomes da Broadway, ou Hairspray – que usa atores famosos por terem intimidade com papéis cantados; Sweeney Todd tem atores que não são lembrados por serem cantores. Além de Depp e Carter, temos Alan Rickman (o Snape de Harry Potter), Timothy Spall (também de Harry Potter, além de um monte de papéis pequenos em filmes diversos) e Sacha Baron Cohen – sim, o Borat! – que está sensacional, aliás. Além desses, ainda temos alguns bons e importantes papéis na mão de atores até agora desconhecidos, como Laura Michelle Kelly, Jayne Wisener e Jamie Campbell Bower.

Apesar de seu clima sombrio e seu anti-herói, Burton e Depp conseguiram fazer um filmaço. Johnny Depp levou o Globo de Ouro de melhor ator pelo papel, mas perdeu o Oscar pro Daniel Day Lewis…