Maze Runner: A Cura Mortal

Maze RunnerCrítica – Maze Runner: A Cura Mortal

Sinopse (imdb): O jovem herói Thomas embarca em uma missão para encontrar uma cura para uma doença mortal conhecida como “Fulgor”.

Aparentemente, chega ao fim a saga cinematográfica baseada nos livros escritos por James Dashner.

Mais uma vez dirigido por Wes Ball (o mesmo dos outros dois), Maze Runner: A Cura Mortal (Maze Runner: The Death Cure, no original) sofreu um grande atraso, devido a um acidente sofrido pelo protagonista Dylan O’Brian. O primeiro filme foi lançado em 2014; o segundo, em 2015. Mas, apesar do longo tempo, os problemas da produção não aparecem na tela. Tecnicamente, é bem feito, e traz alguns momentos empolgantes. O atraso também não atrapalhou o elenco, que aparentemente traz de volta todos os atores que estavam nos outros filmes (não me lembro de detalhes, só vi cada filme uma vez).

Na verdade, o que incomoda são as inúmeras conveniências do roteiro. Não vou detalhar para não entrar em spoilers, mas posso citar um exemplo logo na cena inicial, quando os mocinhos conseguem descarrilar um vagão de um trem em alta velocidade, e seus amigos estavam escondidos num matinho exatamente ao lado do vagão parado. Coisas assim acontecem ao longo de todo o filme…

O filme se apoia no elenco juvenil, rostos bonitinhos pra atrair o público mais novo: Dylan O’Brien, Thomas Brodie-Sangster, Kaya Scodelario, Rosa Salazar, Ki Hong Lee, Dexter Darden, Will Poulter. É uma boa, porque os mais velhos parecem deslocados, como Giancarlo Esposito e Barry Pepper; ou estão caricatos, como Patricia Clarkson e Aidan Gillen,

Li na wikipedia que na verdade são seis livros. Mas como a história fechou bem, espero que parem por aqui.

Sobrenatural: A Última Chave

Sobrenatural 4Crítica – Sobrenatural: A Última Chave

Sinopse (imdb): A parapsicóloga Elise Rainier enfrenta sua assombração mais temível e pessoal até agora – na casa de sua própria família.

Se heu fosse dar um título a este texto, seria “A falta que James Wan faz”.

James Wan é um dos maiores nomes do terror atual. Depois do primeiro Jogos Mortais, excelente apesar de ser um “torture porn”, ele largou o gore e foi fazer bons filmes de fantasmas, com Sobrenatural e A Invocação do Mal. Claro que ambos viraram franquias. E claro que Wan saiu da cadeira de diretor pra seguir com outros projetos onde ele provavelmente está ganhando mais dinheiro (o Velozes e Furiosos que ele dirigiu é, hoje, em janeiro de 2018, a sexta maior bilheteria da história; e, no fim do ano, ele vem com Aquaman, sua estreia no universo dos super heróis).

Como as franquias não podem parar, vamos pegar um diretor qualquer (o desconhecido Adam Robitel) e seguir com mais um prequel (o filme anterior já tinha sido um prequel). E aqui está o grande problema de Sobrenatural: A Última Chave (Insidious: The Last Key, no original): o filme é chato e sem clima nenhum – digam o que quiserem, mas Wan sabe muito bem como criar clima de tensão

Ok, temos alguns bons jump scares, e admito que gostei do plot twist. Mas no geral, é tudo muito chato. Sobrenatural: A Última Chave se arrasta ao longo de uma hora e quarenta e três minutos… Sono…. Isso sem contar o final péssimo.

No elenco Lin Shaye manda bem, como aconteceu nos outros filmes. Por outro lado, a dupla Angus Sampson e Leigh Whannell (também roteirista) parece que perdeu a mão nas piadinhas (mas confesso que gostei do trocadilho “she is psychic, we are sidekicks). Também no elenco, Kirk Acevedo, Tessa Ferrer, Bruce Davison, Caitlin Gerard e Spencer Locke. Ah, o “monstro” é uma figura magra e alta, né? Poizé, é o Javier Botet, o mesmo que estava no Mama, REC, Invocação do Mal 2, A Colina Escarlate, e todos os filmes que precisem de uma criatura alta e magra…

Acho que quem viu os outros três filmes vai acabar indo ao cinema. Mas, sei lá, pra quem não é fã, talvez seja melhor (re)ver o primeiro filme…

Final Girl

final-girlCrítica – Final Girl

Sinopse (imdb):Um homem ensina uma jovem a se tornar uma arma completa. Mais tarde, ela é abordada por um grupo de adolescentes sádicos que matam mulheres loiras por razões desconhecidas. Começa a temporada de caça.

Alguém – não me lembro quem – me recomendou um filme de terror “final girl”. Achei esse aqui, mas só depois de assistir é que descobri que era outro filme com nome parecido.

Antes de tudo, preciso falar que achei o nome inapropriado. “Final girl” é um termo usado em filmes de terror, normalmente slasher, quando sobra uma última mulher viva para enfrentar o assassino, tipo a Jamie Lee Curtis em Halloween, a Heather Langenkamp em A Hora do Pesadelo, ou mesmo a Sigourney Weaver em Alien. Na verdade, Final Girl nem chega a ser exatamente terror (é mais um filme de vingança), muito menos um filme de “final girl”…

Mas gostei da estética do filme. Final Girl tem uma fotografia minimalista e cenários estilizados. Se por um lado tudo parece artificial demais (tipo spots de luz numa floresta), por outro temos um conceito visual diferente do que vemos por aí.

O diretor Tyler Shields veio da fotografia, este é o seu primeiro filme. Isso explica o visual elaborado – quase todas as cenas são visualmente trabalhadas.

Li que Final Girl teve vários problemas em sua produção. As filmagens aconteceram em 2012, mas o filme só foi lançado em 2015. A protagonista Abigail Breslin tinha 16 anos na época das filmagens, mas já era “de maior” quando o filme foi lançado. Também no elenco, Wes Bentley e Alexander Ludwig.

O resultado é bem irregular. Mas achei válido, principalmente porque é um filme curtinho, menos de uma hora e meia. Só não espere um grande filme.

p.s.: O filme que me recomendaram era “The Final Girls”, lançado no mesmo ano…

O Touro Ferdinando

FerdinandoCrítica – O Touro Ferdinando

Sinopse (imdb): Depois que Ferdinando, um touro com um grande coração, é confundido com uma besta perigosa, ele é capturado e arrancado de sua casa. Determinado a retornar à sua família, ele lidera uma equipe desajustada em uma aventura.

A primeira coisa que chama a atenção é que é um desenho animado gringo dirigido por um brasileiro. Mas na verdade o nome Carlos Saldanha não é exatamente uma novidade no mundo da animação. O cara não só dirigiu os três primeiros A Era do Gelo, como é o autor da ideia dos dois Rio. Mesmo assim, sempre acho muito legal ver um brasileiro nos letreiros importantes de produções hollywoodianas.

O Touro Ferdinando (Ferdinand, no original) é uma adaptação do livro “Ferdinando, o touro”, escrito em 1936 por Munro Leaf. O livro foi adaptado pela Disney dois anos depois, e o desenho chegou a ganhar o Oscar de melhor curta metragem de animação em 1939.

Como acontece em outras animações da produtora Blue Sky, O Touro Ferdinando é um filme leve e engraçado, que vai agradar os pequenos e também os pais que forem levá-los. E, vale dizer, na parte técnica a Blue Sky hoje não deve nada aos “três grandes” (Disney, Pixar e Dreamworks). O traço do desenho é simplesmente perfeito.

Uma coisa bem legal aqui é que O Touro Ferdinando consegue passar uma mensagem sem ser panfletário. Nos dias de hoje seria fácil levantar uma bandeira. Mas nada disso: Ferdinando simplesmente é pacifista, e isso basta.

Não só O Touro Ferdinando não levanta bandeiras, como ainda consegue ser muito divertido. Alguns personagens secundários são hilários! Os ouriços são geniais, e aquele duelo de dança é sensacional.

Não li em nenhum lugar sobre continuação, mas não me surpreenderei se for anunciada. Que mantenham a qualidade!

O Rei do Show

Rei do ShowCrítica – O Rei do Show

Sinopse (imdb): O filme celebra o nascimento do show business e mostra um visionário que surgiu do nada para criar um espetáculo que se tornou uma sensação mundial.

Sinopse (heuvi): Segundo a Wikipedia, “Phineas Taylor Barnum foi um showman e empresário do ramo do entretenimento norte-americano, lembrado principalmente por promover as mais famosas fraudes (…) O circo foi a origem de sua fama duradoura. Ele fundou o ‘P. T. Barnum Grande Museu, Zoológico e Hipódromo Itinerante’, uma mistura de circo, zoológico e museu de freaks que mudou de nome várias vezes.”. O Rei do Show mostra uma visão romântica da vida e do sonho de P. T. Barnum.

Assim como aconteceu um ano atrás com La La Land, entrei na sala de cinema para ver O Rei do Show (The Greatest Showman, no original) sem saber que se tratava de um musical. E, mais uma vez, me surpreendi positivamente.

(O trailer de O Rei do Show vende um filme colorido, com um visual que lembra Moulin Rouge, mas não deixa claro que é um musical “clássico”, daqueles onde as pessoas param os diálogos para cantar e fazer coreografias. Sorte que não tenho nada contra musicais…)

Bem, O Rei do Show não é tão bom quanto La La Land (o grande injustiçado do Oscar do ano passado). Mas a comparação é injusta, né? Porque O Rei do Show pode não ser “papa Oscar” (La La Land ganhou seis e concorreu a outros oito), mas é um ótimo filme!

Dirigido por Michael Gracey, O Rei do Show tem uma história cativante, e, principalmente, músicas empolgantes, compostas por Benj Pasek e Justin Paul (que ganharam o Oscar ano passado por, olha só, La La Land) – coisa essencial quando estamos falando de um musical. A primeira coisa que fiz quando cheguei do cinema foi catar a trilha no youtube, pra ouvir as músicas de novo…

Ok, o roteiro escrito por Jenny Bicks e Bill Condon (ganhador do Oscar de melhor roteiro por Chicago) tem clichês, e todos os conflitos são rasos e resolvidos facilmente. Além disso, queria ter visto mais sobre os personagens freaks do circo. Quem estiver atrás de uma trama mais complexa pode se decepcionar.

Li em algum lugar que o P.T. Barnum real era um cara bem diferente desse aí, que seria um cara oportunista e aproveitador. Aqui ele é mostrado como um romântico sonhador. Sei lá, acho que podiam ter criado um personagem fictício, apenas baseado no Barnum real.

O elenco está muito bem. Hugh Jackman já tinha feito um musical, o bom (mas cansativo) Os Miseráveis, aqui ele está bem melhor. Zac Efron, veterano em musicais apesar da pouca idade (foram três High School Musical e um papel importante em Hairspray) é um ótimo coadjuvante – a cena onde os dois negociam a parceria é ótima! Zendaya (que estava no úlyimo Homem Aranha) não só canta, como ainda fez todas as cenas de trapézio. Rebecca Ferguson é a única que é dublada – ela declarou que sabe cantar, mas como interpreta “a melhor voz da Europa”, achou melhor deixar uma cantora profissional fazer as honras. Michelle Williams fecha o elenco principal.

Falei lá em cima que esse filme não seria um “papa Oscar”. É, não acredito que ele ganhe muitas indicações. Mas provavelmente teremos uma ou duas músicas indicadas, tocando na festa do Oscar. Uma delas já levou o Globo de Ouro…

Jumanji: Bem-vindo à Selva

JumanjiCrítica – Jumanji: Bem-vindo à Selva

Sinopse (imdb): Quatro adolescentes são sugados para um videogame mágico, e a única maneira para escapar é trabalharem juntos para terminar o jogo.

O primeiro Jumanji, lançado em 1995, foi um grande sucesso no gênero. Ok, seus efeitos especiais perderam a validade há muito tempo, mas na época foram uma novidade. A grande dúvida era se era possível uma renovação.

Há uma atualização básica aqui. Em vez de jogo de tabuleiro, Jumanji agora é um videogame. E isso funcionou muito bem, inclusive os personagens secundários ficaram perfeitos como “non player character” – isso ajuda a explicar o filme, e não importa se são personagens unidimensionais.

Uma informação útil pra quem não viu ou não se lembra do Jumanji anterior: são filmes independentes. Rola um breve prólogo, onde aparece a caixa do jogo antigo, mas logo aparece a versão videogame. E lá pro meio existe uma citação, mas mais como uma homenagem: um personagem fala que uma construção teria sido feita pelo Alan Parrish, personagem do Robin Williams no filme de duas décadas atrás.

Jumanji: Bem-vindo à Selva (Jumanji: Welcome to the Jungle, no original) foi dirigido por Jake Kasdan, filho do roteirista Lawrence Kasdan (O Império Contra-Ataca, Os Caçadores da Arca Perdida), e que até agora não tem um currículo nada impressionante (ele fez muita coisa pra tv, e seus últimos filmes pro cinema foram os irregulares Sex Tape e Professora Sem Classe. Arrisco dizer que ele conseguiu um resultado melhor aqui. Jumanji é bem divertido. Ritmo empolgante, boas cenas de ação, boas sacadas com as características de cada personagem. E os efeitos especiais são excelentes (será que daqui a vinte anos continuaremos dizendo isso?).

O elenco é um dos trunfos. Os adolescentes estão “dentro” dos personagens do jogo. Assim, vemos Dwayne Johnson como um nerd magrelo e Jack Black como uma patricinha mimada – e, acreditem, isso funcionou! Dwayne Johnson é responsável por alguns dos momentos mais divertidos do filme! Karen Gillan também está ótima, tem uma cena onde Jack Black a ensina a seduzir que arrancou gargalhadas da plateia. Kevin Hart está meio caricato, mas funciona pro que o papel pede. Quem destoa é Nick Jonas, que se une ao grupo. Bobby Cannavale também faz um vilão meia boca.

Rolou uma polêmica sobre o figurino da Karen Gillan, a patrulha do politicamente correto chiou quando apareceram fotos dos personagens e a única mulher estava de shortinho. Mas calma, que no filme isso tem explicação.

Não sei se esta nova versão será tão marcante quanto a anterior, mas acho que isso é porque hoje temos muito mais opções em cartaz. Com relação a qualidade, o novo filme é tão bom quanto o anterior.