Terremoto: A Falha de San Andreas

Terremoto-posterCrítica – Terremoto: A Falha de San Andreas

Os filmes catástrofe estão de volta!

Um piloto de helicóptero do corpo de bombeiros tenta resgatar a sua filha durante o maior terremoto já registrado no planeta.

Temos que admitir que Terremoto: A Falha de San Andreas (San Andreas, no original) tem muitos clichês. Mas precisamos pensar no objetivo dos realizadores: quem vai ver um filme desses vai pela diversão, e não para ver um roteiro profundo. Quem vai ao cinema quer sentir o “efeito montanha russa”: você sabe o que vem por aí, e mesmo assim curte o passeio. E posso afirmar: quem estiver no clima certo vai se divertir aqui.

(Na verdade, o que me incomodou não foram os clichês, e sim as situações forçadas do roteiro, escrito por Carlton Cuse (Lost), tipo o único cara que eles encontram num raio de quilômetros tem um avião encostado…)

Por outro lado, as cenas de destruição são impressionantes. Vemos tudo com clareza, o diretor Brad Peyton (Viagem 2: A Ilha Misteriosa) não tem o incômodo vício de câmera tremida. Arrisco a dizer que nunca antes na história do cinema um terremoto foi mostrado com tantos detalhes.

Dwayne Johnson lidera o elenco, que funciona bem para o que o filme pede (um filme desses se baseia mais nos efeitos especiais do que em boas atuações). Acompanham o “Rock” Carla Gugino (Sin City), Alexandra Daddario (Percy Jackson), Paul Giamatti (O Espetacular Homem Aranha 2), Ioan Gruffudd (Quarteto Fantástico), Hugo Johnstone-Burt, Art Parkinson, Archie Panjabi e Kylie Minogue.

Quase todos os personagens são clichês muito clichês – principalmente o padrasto. Mas, olha, admito que gostei da pequena participação de Kylie Minogue como a ex. Aquilo foi inesperado!

Muita gente vai torcer o nariz e falar mal de Terremoto: A Falha de San Andreas porque é um filme “sem conteúdo”. Ok, concordo. Quem quiser conteúdo em filme catástrofe, veja O Impossível, o filme da família que enfrenta a tsunami. Mas quem quiser uma “montanha russa”, este filme é a escolha certa.

Ah, sim. A sessão pra imprensa foi em 3D. Blé, não agrega nada. Mas li que algumas salas terão sessões “4D”. Não sei como isso funciona, mas pode ser interessante…

Velozes e Furiosos 7

0-Velozes 7Crítica – Velozes e Furiosos 7

Depois de derrotar um terrorista inglês, Dominic Toretto e seus amigos deixaram a vida marginal de lado. Mas agora o irmão do terrorista quer vingança.

Duas grandes expectativas acompanhavam este sétimo filme da franquia Velozes e Furiosos: como fariam com o personagem de Paul Walker, que faleceu antes do filme ser concluído; e como o diretor James Wan se sairia fora do terror.

Primeiro, um aviso aos fãs do Paul Walker: Brian, seu personagem, está presente em todo o filme. Caleb Walker e Cody Walker, irmãos de Paul, serviram de dublês, e a produção usou cgi para colocar o seu rosto nos dublês. O filme já estava mais da metade filmado, nem dá para saber quais cenas foram feitas pelo ator e quais são com os dublês. A única cena que a gente sabe que foi com dublê é a última, a cena da despedida do personagem, uma bonita homenagem ao ator.

Sobre James Wan (o diretor de Jogos Mortais, A Invocação do Mal e os dois Sobrenatural): o cara mostra que também tem boa mão em cenas de ação. Com sequências repletas de adrenalina e bom humor, Velozes e Furiosos 7 (Furious 7, no original) é um dos melhores filmes da franquia.

Aliás, a franquia Velozes e Furiosos é curiosa. O primeiro filme é legalzinho, mas nada demais; o segundo é maomeno; e o terceiro chega a ser dispensável. O quarto filme melhorou o nível, mas ainda era muito sério; e a partir do quinto, não só manteve a qualidade como ainda rumou para a galhofa, tornando tudo mais divertido.

Wan confirma a tendência para a galhofa e o seu Velozes 7 às vezes parece uma comédia – carros voam mais de uma vez ao longo do filme! Os fãs vão se divertir, além de várias sequências absurdas, temos perseguições de carros, brigas, tiros e explosões, como nos outros filmes da série.

Outro destaque deste sétimo filme é Jason Statham, que apareceu para ser o melhor de todos os vilões da franquia. Statham é um vilão sensacional, o “ultimate badass” – não é qualquer um que convence dando porrada num cara do tamanho do Dwayne Johnson!

Aliás, o elenco é um dos pontos fortes do filme. Quase todos do sexto filme estão de volta aqui – Vin Diesel, Paul Walker, Dwayne Johnson, Jordana Brewster, Michelle Rodriguez, Ludacris, Tyrese Gibson e Elsa Pataky – Gal Gadot e Sung Kang só aparecem em fotos e imagens de arquivo. E, além de Statham, o novo filme conta com outras boas adições ao elenco: Kurt Russell, Tony Jaa, Djimon Hounsou e Ronda Rousey. É quase um novo Mercenários

(É curioso notar que os três atores carecas e fortões são os mais carismáticos. Jason Statham, Vin Diesel e Dwayne Johnson são as melhores coisas do elenco.)

Não sei se teremos um oitavo filme. Mas olha, se mantiverem este nível, não me incomodo de ver mais!

 

Hércules

0-Hercules-posterCrítica – Hércules

A gente lê “Hércules” e pensa em um filme sobre o semideus da mitologia. E o filme começa empolgante, com imagens de alguns dos famosos 12 trabalhos de Hércules. Mas logo descobrimos que isso é um flashback, e que o filme não vai focar nisso. O Hércules daqui é um mercenário, que usa as lendas em torno do nome dele para conseguir trabalho. Digo mais: segundo o filme, existe um exagero na história contada pela mitologia, e às vezes o próprio espectador se questiona se este Hércules é realmente um semideus ou se é uma fraude.

A sinopse: “Depois de executar seus 12 Trabalhos, Hércules, o semideus grego, tem sua vida de “espada de aluguel” testada quando o rei da Trácia e sua filha procuram sua ajuda para derrotar um inimigo.”

E aqui está o principal problema de Hércules: a divulgação, que ignora esta sinopse. O trailer é repleto de cenas sobre os 12 trabalhos – que só são mencionados nos flashbacks. No trailer – e no poster! – também aparece Megara, a esposa de Hércules, que mal aparece no filme. Pelo trailer e pelo poster, acho que vi o filme errado.

Em vez de Hércules, o filme dirigido por Brett Ratner (X-Men- O Confronto Final) deveria usar o título da graphic novel onde se baseou: The Thracian Wars, de Steve Moore. Aí sim, o espectador iria ver um filme sobre as guerras Trácias, e não sobre o Hércules.

Esquecendo o nome do protagonista, o filme funciona. Além de ser um cara com muito carisma, Dwayne Johnson tem porte físico compatível com o personagem. E as cenas de batalha são muito bem feitas. O elenco de apoio também funciona (para um enredo “off semideus”). Hércules tem um bom time de personagens ao seu lado, cada um explorando uma característica diferente.

No elenco, este é “um filme de Dwayne The Rock Johnson”. Como falei, ele tem carisma e porte para tentar ser um novo Schwarzenneger (que fez outro fortão mitológico, o Conan), ele só precisa administrar sua carreira. Mesmo assim, o filme ainda tem outros bons atores, como John Hurt e Ian McShane. Joseph Fiennes é que está completamente desperdiçado num papel pequeno. Completam o elenco os menos conhecidos Rufus Sewell, Ingrid Bolsø Berdal, Rebecca Ferguson, Aksel Hennie e Reece Ritchie – e Irina Shayk, como a mulher que aparece mais no poster do que no filme.

Ah, o 3D, não tem como esquecer, tá lá na divulgação, “Hércules 3D”. Olha, quase sempre acho desnecessário. Mas o 3D aqui é usado da única forma que aprovo – o efeito “parque de diversões”: várias coisas são jogadas na direção da tela. Ok, aceito. Mas não perde nada se visto em 2D.

Velozes e Furiosos 6

Crítica – Velozes e Furiosos 6

Depois do gancho no quinto Velozes e Furiosos, claro que teríamos o sexto, né?

Depois do bem sucedido golpe aplicado no quinto filme, Dom e Brian vivem confortavelmente, mas foragidos. O policial Hobbs pede ajuda para capturar uma quadrilha internacional. Se eles ajudarem, Hobbs promete o perdão da Justiça.

A franquia Velozes e Furiosos é curiosa. O primeiro filme foi legal, o segundo foi maomeno, o terceiro foi dispensável. Aí, no quarto filme, o elenco principal voltou e a qualidade melhorou. O quinto, filmado parcialmente aqui no Rio, foi bem divertido, talvez o melhor da série. E este sexto segura a onda e pelo menos mantém a qualidade.

Velozes e Furiosos 6 é um empolgante filme de ação, com pancadarias, tiroteios, explosões e, claro, muitas corridas de carro. Mas tem um problema básico: as mentiras chegam a um patamar que quase precisamos de uma suspensão de descrença do nível de um filme de super herois. Assim como aceitamos o Superman voando, temos que aceitar os fatos apresentados aqui.

Spoilers leves no parágrafo abaixo!

Já tinha lido pela internet piadas sobre o tamanho da pista de pouso da base militar. Como é que roteiristas escrevem uma cena tão longa onde um avião está em alta velocidade em uma pista de pouso??? Tem mais: aquilo era uma base militar. Onde estavam os militares? Por que todos eles sumiram? Ah, claro, o vilão nem teria chance de falar a ameaça para o mocinho, já que eles estava em uma prisão militar. Outra coisa: a sequência da cadeia nos EUA foi incoerente e dispensável – não seria tão fácil assim entrar e sair, e tudo isso não acrescentou nada à trama. Já o “vôo” de Vin Diesel é uma mentirada braba, mas gostei desta cena. Há tempos que heu não gargalhava tanto no cinema!

Fim dos spoilers!

Tem outro problema, meio óbvio: como é o sexto filme da série, tudo é previsível. Não tem como ser criativo a essa altura do campeonato, o filme vai seguir a receita que está dando certo. Mas não acho isso necessariamente ruim, um filme pode repetir uma fórmula e mesmo assim ser bom.

Mesmo com todos esses senões, admito que gostei do filme. Velozes e Furiosos 6 mantém a adrenalina lá no alto, com cenas eletrizantes, muito bem filmadas pelo diretor Justin Lin, um especialista na franquia (já é seu quarto filme da série). Lin não tem o “estilo Michael Bay”, e sua câmera não treme nas cenas de ação, conseguimos ver tudo.

Um dos trunfos de Velozes e Furiosos 6 é o elenco. Quase todo o elenco da parte 5 está de volta. E Vin Diesel e Dwayne Johnson são muito carismáticos, só a presença de ambos já é meio caminho para o sucesso, a gente até releva o fato de Paul Walker ser uma figura apagada. Além disso, este sexto filme traz a volta de Michelle Rodriguez, que tinha sido dada como morta no quarto. Ainda no elenco, Jordana Brewster, Gal Gadot, Luke Evans, Sung Kang, Tyrese Gibson, Ludacris, Elsa Pataky e Gina Carano, que mais uma vez mostra que não é boa atriz mas funciona porque bate bem. (Tego Calderon e Don Omar não estão aqui, e não fizeram nenhuma falta)

Resumindo: Velozes e Furiosos 6 é um filme muito divertido. Mas só se a gente deixar o cérebro de lado. E, importante: logo antes dos créditos, tem uma cena muito legal com um gancho para o sétimo filme. Saí do cinema pilhado para ver o próximo…

G.I. Joe: Retaliação

Crítica – G.I. Joe: Retaliação

Acusado de traição, o esquadrão G.I. Joe é exterminado por ordem do presidente dos EUA. Os poucos sobreviventes agora precisam provar que são inocentes, enquanto brigam com seus rivais Zartan e Cobra.

Gostei muito do primeiro G.I. Joe, lançado quatro anos atrás. Gostei do bom equilíbrio entre a ação desenfreada, os gadgets tecnológicos “impossíveis” e o humor leve. Mas, lendo por aí, acho que fui um dos poucos, muita gente odiou, e isso gerou um certo prejuízo nas bilheterias.

Como o resultado não agradou os executivos do estúdio, resolveram fazer uma espécie de reboot. Quase todo o elenco foi trocado, e deixaram o humor e os gadgets de lado, fazendo uma onda mais “pé no chão”. Grande erro, na minha humilde opinião. Alguma coisa se salva, como por exemplo a cena dos espadachins pendurados em cordas. Mas, no geral, G.I. Joe: Retaliação virou um filme bobo e sem graça, que perde na comparação com tantos outros bons filmes de ação semelhantes.

Se o diretor do primeiro filme, Stephen Sommers, já não tinha um currículo lá grandes coisas, o que dizer de Jon M.Chu, o diretor desta continuação? O cara só tinha filmes musicais de gosto duvidoso no currículo, como Se Ela Dança Eu Danço 2 e 3, e o documentário do Justin Bieber, Never Say Never. Não dá pra esperar muito de um cara desses, né?

O roteiro tem alguns furos bizarros, tipo uma das cidades mais importantes do mundo ser destruída e os governantes deixarem isso de lado, ou o sistema rápido de autodestruição de satélites. Acho que os executivos hollywoodianos acharam que um bom roteiro não era tão importante pra este reboot. O lançamento foi adiado por quase um ano para transformarem o filme em 3D (ingressos mais caros…). Pelo visto, 3D vale o investimento, mas roteiro não vale.

Sobre o elenco, a única boa notícia é que Marlon Wayans não está de volta. O seu personagem era a única peça destoante do bom conjunto do primeiro filme. Por outro lado, não termos Sienna Miller e Rachel Nichols é uma grande perda. Adrianne Palicki é bonitinha e simpática, mas está bem abaixo das duas do primeiro filme… Chaning Tatum tem hoje mais star power do que em 2009, então em vez de ter seu personagem sumariamente eliminado, ele aparece aqui num papel pequeno. Outros nomes que voltam do primeiro filme são Byung-hun Lee e Ray Park. Mas não são nomes famosos – Lee é muito pouco conhecido por estas bandas; já Park tem um currículo maior, mas por papeis onde não mostra o rosto (Darth Maul em Star Wars ep I, o cavaleiro sem cabeça em A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça, Groxo em X-Men 2). O único do filme anterior que está bem aqui é Jonathan Pryce, que repete o papel do presidente, mas desta vez com um novo status de seu personagem que permite ao ator se soltar muito mais.

As boas novidades do elenco são Dwayne “The Rock” Johnson e Bruce Willis. Ambos têm grande carisma e funcionam muito bem, mesmo em papeis repetem o que fazem sempre. O conjunto do elenco do primeiro filme é melhor, mas está dupla garante o interesse aqui. Ainda no elenco, Ray Stevenson, Elodie Yung, D.J. Cotrona, além da já citada Adrianne Palicki.

(Arnold Vosloo aparece muito rapidamente, acho que só pra justificar o nome mais ou menos famoso; Joseph Gordon-Levitt não está no filme, mas ele realmente não precisava aparecer, seu personagem do primeiro filme nem mostra o rosto).

Parece que os executivos gostaram mais do resultado deste segundo filme. Pena, significa que teremos m breve um terceiro filme mais parecido com este do que com o primeiro. E quem for atento, pode até imaginar qual será o terceiro filme, já que teve mocinho que morreu mas ninguém confirmou se morreu mesmo, e teve vilão que foi deixado de lado…

Viagem 2: A Ilha Misteriosa

Crítica – Viagem 2: A Ilha Misteriosa

Um dos primeiros textos aqui do blog foi sobre Viagem Ao Centro da Terra – foi o meu segundo post. Chegou a hora de falar da continuação.

O jovem e rebelde Sean descobre um mapa para encontrar a Ilha Misteriosa de Julio Verne, lugar onde seu avô parece estar perdido. Com a ajuda do padrasto, de um piloto de helicóptero e de sua filha, ele vai até a ilha.

Viagem 2: A Ilha Misteriosa tem basicamente dois problemas. O primeiro é a falta de definição sobre ser uma continuação ou não. A começar pelo título – “Viagem 2” – título incomum, não? Um personagem do primeiro filme está de volta, mas todos os outros são solenemente ignorados – assim como todos os acontecimentos do outro filme. Sei lá, acho que poderiam deixar o “2” de lado e investir em um filme independente com o jovem Sean.

O outro problema é que precisamos de muita suspensão de descrença aqui. Assim como acontece no primeiro filme, os acontecimentos daqui são altamente improváveis – só pra citar um exemplo do início do filme: três ilustrações de livros diferentes formam um mapa – não foi uma certa coincidência as edições terem ilustrações do mesmo tamanho? E assim o filme segue, um absurdo atrás do outro. 007 perde na mentirada!

Várias pontas soltas no roteiro só pioram isso. São muitas questões não respondidas, como o que acontece com os animais locais durante os 140 anos que a ilha fica submersa; ou ainda como ruínas centenárias ficam de pé, se, quando a ilha afunda, terremotos destroem tudo.

Relevando esses “detalhes”, Viagem 2: A Ilha Misteriosa até é divertido. Assim como no filme de 2008, a sensação que o filme passa é que estamos em um parque de diversões – principalmente por causa do efeito 3D. Nisso, o filme é eficiente. Os efeitos especiais são muito bem feitos. Viagem 2: A Ilha Misteriosa é daquele tipo de filme que ficaria capenga com efeitos fracos. Temos insetos gigantes ao lado de elefantes em miniatura, vôos em abelhas e cenários deslumbrantes.

O elenco é até legal. Josh Hutcherson (Minhas Mães e Meu Pai) é o único remanescente do outro filme – Brendan Fraser, protagonista do primeiro, foi ignorado e trocado por Dwayne “The Rock” Johnson (Velozes e Furiosos 5). Além deles, o elenco conta com Michael Caine (Batman – O Cavaleiro das Trevas), Vanessa Hudgens (Sucker Punch) e Kristin Davis (Sex And The City). Pra mim, a única bola fora é o personagem de Luis Guzmán, um alívio cômico caricato e sem graça. Guzman, de O Pagamento Final e Boogie Nights, merece mais do que isso!

Ah, sim, a “cena do peitoral”. Li pela internet várias críticas à cena onde o “The Rock” coloca os músculos para dançarem. Mas, olha, achei tão ridículo (no bom sentido) que não me incomodou. Me pareceu que o Rock estava tirando sarro de si mesmo.

Por fim, preciso falar de uma bola fora da cópia dublada em português. Determinado momento, Dwayne Johnson canta uma versão de What A Wonderful World. A música não foi dublada, ponto positivo. Mas tampouco rolam legendas – e a letra está diferente da original. Traduzi para a minha filha, que estava ao meu lado, mas acredito que boa parte do cinema não entendeu a piada do “older than Yoda”…

Enfim, nada demais. Mas pode divertir quem estiver no clima certo.

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Se você gostou de Viagem 2: A Ilha Misteriosa, o Blog do Heu recomenda:
Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal
Os Goonies
As Aventuras de Tintim

Velozes e Furiosos 5 – Operação Rio

Crítica – Velozes & Furiosos 5 – Operação Rio

Estreou a nova polêmica envolvendo o Rio!

Neste quinto filme da franquia, Dom (Vin Diesel), Brian (Paul Walker) e Mia (Jordana Brewster) fogem para o Rio de Janeiro. Enquanto tramam um golpe milionário contra o mega traficante (português!) Hernan Reyes (Joaquim de Almeida), são perseguidos pelo agente do FBI linha dura Luke (Dwayne Johnson).

Antes de falar do filme, vou falar da tal polêmica. Muita gente aqui no Brasil ficou ofendida com o modo como o Rio é mostrado. Bem, meus comentários:
1- As pessoas reclamam, mas… É mentira? Se os bandidos não tivessem tomado conta das favelas, por que precisa de uma polícia “pacificadora” dentro da favela – as UPPs? E mais: tem muita gente graúda por trás dos bandidos, todo mundo sabe disso.
2- Ok, é “feio” admitir que aqui no Brasil a bandidagem toma conta. Mas… Tropa de Elite 2 não fez exatamente a mesma coisa? Por que é legal falar bem de um, mas é errado falar mal do outro?
3- O Rio de Janeiro tá na moda. E entrou definitivamente no rol das cidades mais famosas do mundo. Quantas vezes a gente vê filmes que se passam em cidades como Londres, Paris ou Nova York, mas que não se preocupam em retratar o local com a precisão de um morador? Gente, Velozes & Furiosos 5 é uma produção estrangeira! A única brasileira no “time principal” é a Jordana Brewster, que construiu carreira em Hollywood!

Vamos ao filme…

Velozes & Furiosos 5 é um excelente filme de ação. Não faria feio em uma lista de melhores filmes de ação dos últimos anos. Pancadaria, tiros, explosões, perseguições de carro e à pé, tudo em boas quantidades – o cardápio do filme é bem servido.

O Rio de Janeiro é cenário. E, olha, ficou muito bom – a cidade, que é uma das mais bonitas do mundo, foi muito bem fotografada através das lentes do diretor Justin Lin (o mesmo do filme anterior), que usou tomadas aéreas e terrestres, pegando ângulos turísticos e não turísticos – rola uma perseguição na favela que lembra o parkour de B13 – 13º Distrito. Aliás, li que parte das filmagens fora feitas em Porto Rico – isso deve explicar porque não consegui reconhecer as ruas da perseguição final. E aquela ponte não é a Rio-Niteroi, a Rio-Niteroi tem quatro pistas pra cada lado, aquela só tem duas…

O roteiro não é perfeito, tem suas inconsitências e seus furos. O objetivo não é um roteiro redondinho, e sim ação de tirar o fôlego. Para tal, vemos algumas sequências absurdas – aquele cofre sendo arrastado ia acabar atropelando pedestres inocentes! Mas nada grave, apenas relaxe e curta a adrenalina.

O elenco é acima da média. O quarteto incial voltara no filme anterior, mas a personagem da Michelle Rodriguez morreu. Então, aqui só temos Vin Diesel, Paul Walker e Jordana Brewster. Mas o elenco teve reforços legais, como Dwayne “The Rock” Johnson, Elsa Pataky e o português Joaquim de Almeida. E, pra completar, voltaram outros atores que já tinham participado da franquia, como Matt Schulze (do primeiro filme); Tyrese Gibson e Ludacris (do segundo); Sung Kang, Tego Valderon e Don Omar (do terceiro); e a bela Gal Gadot (do quarto) – ou seja, prato cheio pros fãs da franquia.

Comentários irônicos sobre o elenco:
– O The Rock deve ter deixado o cavanhaque crescer pra ninguém confundir ele com o Vin Diesel. Tudo bem que o Rock é muito mais forte que o Diesel, mas, afinal, são dois grandalhões carecas…
– Acho que foi a primeira vez que vi a Jordana Brewster falando português! E já tinha a visto em outros seis filmes!
– O Tego Leo não é igual ao Gil Brother, do Hermes e Renato? 😛

Teve uma coisa que não gostei: os gringos falando português. Dá pra ver que tinha alguém pra ensinar as falas, incluindo as gírias. Mas, pelo menos pra nós brasileiros, ficou muito forçado, como naquela cena antes do pega, debaixo daquele novo viaduto da linha 2 do metrô (os pegas são na Radial Oeste?). Custava muito ter contratado uns brasileiros em papeis pequenos?

O mesmo comentário vai pra Joaquim de Almeida. Gosto do cara, ele fez 24 Horas, Perigos Real e Imediato, A Balada do Pistoleiro, mas… Um português como o chefe da contravenção carioca? Forçou a barra… Tá cheio de ator brasileiro bom e disponível pra um papel desses!

Enfim, os críticos sérios torcerão o nariz. Os patriotas cegos idem. Mas se você curte um bom filme de ação e quer ver que o Rio de Janeiro continua lindo, Velozes & Furiosos 5 é a pedida!

Ah, sim, importante, rola uma cena durante os créditos. Pela cena, com certeza, teremos um Velozes e Furiosos 6, por dois motivos: um é a Eva Mendes em um “papel gancho”; a outra é impossível de falar sem spoilers… Mas fica a dica: aguarde a cena!

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Se você gostou de Velozes & Furiosos 5, o Blog do Heu recomenda:
Velozes e Furiosos 4
Corrida Mortal
Tropa de Elite 2
B13 – 13º Distrito

Rápida Vingança

Rápida Vingança

Quando escrevi sobre Ladrões (Takers), me sugeriram este Rápida Vingança (Faster, no original). Gostei, a dica foi boa!

Depois de dez anos preso, homem sai com um único objetivo: se vingar da morte do irmão. Mas, além da polícia estar no seu encalço, ele também tem que evitar um assassino de aluguel contratado para matá-lo.

Dirigido por George Tillman Jr., Rápida Vingança é simples e eficiente: um filme de vingança, violento na dose certa. O roteiro não traz nada de novo? Não, claro. Mas, pergunto: um filme precisa ser inovador pra ser legal?

O roteiro é repleto de clichês, mas traz algumas coisas interessantes, como não dizer os nomes dos personagens. Os três principais são apenas “driver” (motorista), “cop” (policial) e “killer” (assassino).

Uma coisa boa aqui é “a volta” de Dwayne Johnson, o “The Rock”, o ex-lutador grandalhão que virou ator. Ele nunca sumiu, mas é que recentemente ele tem feito uns filmes infantis bobinhos, tipo Montanha Enfeitiçada e Fada do Dente. Mas foi bom vê-lo no seu “habitat natural”, ele é um cara grandão, fortão, careca, tatuado, com cara de mau, é legal vê-lo “kicking asses”!

Billy Bob Thornton também está muito bem, como o policial com problemas com drogas. O elenco ainda tem outros nomes legais em papeis pequenos, como Tom Berenger, Mike Epps e Adewale Akinnuoye-Agbaje (o Mr. Eko de Lost). Só não gostei muito de Oliver Jackson-Cohen, que faz o “killer”, ele não me convenceu…

Novo parágrafo para falar das meninas do elenco. Curiosamente, Maggie Grace está lindíssima, mas por outro lado Moon Bloodgood (Exterminador do Futuro – A Salvação) e Jennifer Carpenter (Quarentena) estão tão feinhas! Carla Gugino está normal…

Rápida Vingança não vai mudar a vida de ninguém, existem filmes de vingança melhores por aí (alguém falou em Kill Bill ou Oldboy?). Mas pelo menos é uma diversão honesta.

Os Outros Caras

Os Outros Caras

Com a morte de dois policiais herois, outros dois policiais querem os holofotes. O problema é que eles não levam muito jeito para serem estrelas – Terry Hoitz (Mark Wahlberg) carrega um erro enorme no currículo, enquanto Allen Gamble (Will Ferrell) é um grande medroso.

Dirigido por Adam McKay, especialista em comédias bobas com Will Ferrell, Os Outros Caras (The Other Guys no original) é uma boa surpresa: trata-se de uma divertida comédia policial. A parte “ação” é muito bem feita, boas cenas de perseguições de carros, bons tiroteios. E a comédia tem algumas sacadas bem legais.

Um dos destaques do filme é Will Farrell. Sim, por incrível que pareça, o ator com cara de bobão que “cometeu” o lamentável Terra Perdido funciona perfeitamente aqui. Mark Wahlberg também não é reconhecido por seus dotes como ator, mas pelo menos tem alguns títulos legais no currículo, como Boogie Nights e Rock Star. E ambos estão ótimos juntos, rolou uma boa química com a típica dupla de filmes onde um não tem nada a ver com o outro.

O resto do elenco ainda tem alguns nomes legais, como Michael Keaton, Ray Stevenson, Steve Coogan e Eva Mendes, além de participações mais que especiais de Samuel L. Jackson e Dwayne Johnson.

O roteiro traz algumas situações muito engraçadas. Mas não é 100%, alguns momentos são bobos, como, por exemplo, o namoro de Gamble usando a sogra de pombo correio. Desnecessário…

Segundo o imdb, a previsão de lançamento para Os Outros Caras aqui no Brasil era pra ser em 8 de outubro. Estamos no meio de novembro, e nada ainda… Sorte que existe o torrent!

Be Cool – O Outro Nome Do Jogo

Be Cool – O Outro Nome Do Jogo

Apesar de ter gostado de Get Shorty – O Nome do Jogo, de 95, heu ainda não tinha visto a sua continuação, Be Cool – O Outro Nome Do Jogo, de dez anos depois.

Baseado no mesmo Elmore Leonard que escreveu a primeira história, Be Cool traz de volta Chili Palmer (John Travolta), desta vez tentando entrar na indústria da música, em vez do cinema como no primeiro filme.

Be Cool tenta manter o mesmo estilo de Get Shorty: atores famosos fazendo personagens cool, tudo num visual moderno e embalado por uma trilha sonora “tarantinesca”.

Aliás, o elenco deste filme é impressionante: John Travolta, Uma Thurman, Danny DeVito, Harvey Keitel, James Woods, Vince Vaughn, The Rock, Christina Milian, Debi Mazar, Cedric The Entertainer, e ainda rolam participações especiais de Steven Tyler e Joe Perry (do Aerosmith), Black Eyed Peas e Sergio Mendes.

Mas no fim descobrimos que, por trás de tudo isso, o filme é fraquinho. Para ser sincero, achei o filme bobo… A trama é vazia, é tudo tão sem graça, que, quando acaba o filme, dá vontade de rever o original.