Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes

Crítica – Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes

Sinopse (imdb): Anos antes de se tornar o tirânico Presidente de Panem, Coriolanus Snow, aos 18 anos, vê uma chance de mudança de sorte quando é escolhido para ser mentor de Lucy Gray Baird, uma garota tributo do empobrecido Distrito 12.

Antes de tudo, preciso avisar que não sou um fã da franquia Jogos Vorazes. Vi todos os filmes, não são filmes ruins, mas reconheço que tenho uma certa implicância porque acho plágio do trash japonês Battle Royale. Enfim, achei que a franquia tinha acabado, foram quatro filmes entre 2012 e 2015. Mas, olha lá, tem espaço pra um prequel.

Dirigido por Francis Lawrence (que dirigiu três dos quatro filmes da franquia, e que não é parente da Jennifer), Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes (The Hunger Games: The Ballad of Songbirds & Snakes, no original) se passa 64 anos antes do primeiro filme, e mostra a juventude de Coriolanus Snow, que nos filmes anteriores é vivido por Donald Sutherland. O problema é que Snow é um vilão. Você pode até fazer um filme mostrando a origem de um vilão, mas precisa fazer um trabalho bem feito, porque é mais difícil para o espectador se identificar com um personagem malvado. E achei que aqui o trabalho não foi bem feito, não consigo visualizar pessoas torcendo pelo Snow a partir de agora.

Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes tem duas horas e trinta e sete minutos. É dividido em três partes: antes, durante e depois dos jogos. As partes antes e durante parecem uma coisa só é duram aproximadamente uma hora e trinta e sete; a hora final do filme, com o pós jogo, muda completamente o tom e parece um novo filme. Com isso, trago uma boa e uma má notícias. A má é que essa hora final é bem inferior, além de ter várias coisas que não fazem sentido. Mas pelo menos tem uma boa notícia: eles poderiam ter esticado um pouco e ter feito dois filmes. A gente teria que pagar um segundo ingresso para uma continuação bem fuen.

A parte final tem alguns momentos musicais. Acredito que a ideia era tentar concorrer ao Oscar de melhor canção. Ok, pode até ser. Mas, precisava de mais de uma música? Ficou bem chato.

Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes tem outro problema. Pela classificação indicativa, optaram em não mostrar sangue. O que é bizarro é que o tema do filme já é muito forte: jovens entrando numa arena para duelar até a morte. Fiquei me questionando sobre a lógica dessa classificação indicativa: não pode mostrar sangue, mas pode mostrar a galera se matando…

O elenco é ok. Tom Blyth é o protagonista; Rachel Zegler aqui não está dentro de uma polêmica. Viola Davis e Peter Dinklage estão ótimos como sempre. Também no elenco, Jason Schwartzman, Fionnula Flanagan, Hunter Schafer e Burn Gorman.

Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes não chega a ser ruim, acredito que vai ter gente que vai curtir nos cinemas. Mas, na minha humilde opinião, seria um filme muito melhor se 1- cortasse a hora final; e 2- usasse mais violência durante os jogos. Do jeito que ficou é apenas mais um filme esquecível.

Transformers: O Despertar das Feras

Crítica – Transformers: O Despertar das Feras

Sinopse (imdb): Durante os anos 90, uma nova facção de Transformers – os Maximals – junta-se aos Autobots como aliados na batalha pela Terra.

Heu nunca tive expectativa de que este novo Transformers seria um bom filme. Sim, Transformers: O Despertar das Feras é ruim como previsto. Mas acontece uma coisa no fim do filme que heu preciso comentar aqui. Então vou falar primeiro sem spoilers, mas no fim do texto preciso comentar isso.

Vamulá. Heu nunca gostei do conceito básico de um Transformer. É um alienígena, inteligente e poderoso, que vem pro nosso planeta pra virar meio de transporte. Um alienígena se viesse pra cá, ou tentaria dominar o planeta, ou viraria amigo. Mas um ET que vem pra cá e vira Uber, pra mim não rola. Esse conceito pode funcionar para um brinquedo, mas, para filme, não rola.

Mas, galera gosta, e os filmes têm boas bilheterias. Sendo assim, vão continuar fazendo mais e mais.

Este novo traz algumas mudanças estruturais. O diretor não é mais Michael Bay (que dirigiu os cinco primeiros filmes), e todos os personagens humanos são novos. Mas, pra mim, a melhor novidade é a duração: menos de duas horas (os cinco filmes dirigidos por Bay têm entre 2h24 e 2h45, são intermináveis!).

Mais curto, mas não exatamente melhor. Dirigido por Steven Caple Jr. (Creed 2), Transformers: O Despertar das Feras (Transformers: Rise of the Beasts, no original) tem um roteiro tão ruim quanto os outros filmes.

Ok, sei que estou vendo um filme onde alienígenas são robôs que viram carros. Mas estou falando da lógica interna proposta pelo próprio filme. Um exemplo: os robôs “do mal” voam. Aí eles viram carros e começa uma perseguição numa estrada. Mas explodem a estrada, e agora os robôs maus não podem alcançar os bonzinhos. Mermão, eles voam! É só voltarem a ser robôs!

Tem outros detalhes que não têm lógica mas a gente acaba deixando pra lá, tipo, os Autobots são robôs que viram carros pra se esconder, enquanto os Maximals ficam usando a forma animal no dia a dia, e só viram robôs de vez em quando. Qual seria a forma “principal” deles?

A sessão de imprensa foi dublada, o que atrapalha duas coisas. Uma delas é que Bumblebee não fala, ele aqui repete trechos de filmes (disseram que ele passou um tempo num drive in). E, dublado, fica difícil de reconhecer quais filmes foram citados. O outro problema é que perdemos um bom elenco de dubladores: Ron Perlman, Michelle Yeoh e Peter Dinklage.

Vamos ao que me incomodou, mas antes os avisos de spoiler.

SPOILERS!
SPOILERS!
SPOILERS!

O filme tem um vilãozão que é um robô gigantesco que come planetas (sim, a Marvel tem
um vilão igual, o Galactus). O plot fala sobre uma chave que precisava se escondida, porque o vilãozão ia usar a chave pra encontrar o planeta Terra. Os robôs “do mal” acham a chave e chamam o vilãozão. Quando este está colado na Terra, os robôs bonzinhos quebram a chave, e o vilãozão vai embora.

Não vou nem entrar no conceito das leis da física, porque um robô do tamanho do planeta colado aqui ia acabar com a vida na Terra. Isso é filme sobre robô alien que vira Uber, então deixa a física pra lá. Mas, mais uma vez, dentro da lógica proposta pelo filme: se o vilãozão já chegou, não adianta mais destruir a chave. Ele já está aqui, já era.

Conversei com algumas pessoas ao fim da sessão de imprensa, e ninguém conseguiu explicar qual era a lógica daquela chave. E sabe quando um filme piora quando o fim é ruim? Poizé. Transformers: O Despertar das Feras era um filme fraco, mas virou um filme ruim depois desse final.

Eu Me Importo

Crítica – Eu Me Importo

Sinopse (imdb): Uma guardiã legal corrupta que drena as economias de seus curatelados encontra um desafio quando uma mulher que ela tenta enganar acaba sendo mais esperta do que parece à primeira vista.

Eu Me Importo (I Care a Lot, no original) é escrito e dirigido por J Blakeson, que dirigiu A Quinta Onda o que não é exatamente um bom título pra apresentar no currículo. Em defesa do cara, A Quinta Onda não foi escrito por ele. Já Eu Me Importo foi escrito e dirigido.

O ritmo do filme é bem legal. Logo de cara a gente já entende qualé a do esquema da protagonista Marla, e toda a sucessão de acontecimentos do filme é bem equilibrada.
Aliás, que personagem, e que interpretação. Rosamund Pike está excelente, cínica, com aquele sorriso maravilhoso e o penteado perfeito!

O elenco é a melhor coisa de Eu Me Importo. Não só a Rosamund Pike, o Peter Dinklage já tinha mostrado que era um grande ator (cabe trocadilho), ele era uma das melhores coisas de Game of Thrones, e aqui ele está sensacional como o mafioso anão zen. A Dianne Wiest também está ótima como a velha misteriosa. Do elenco principal, só Eiza Gonzalez que faz o feijão com arroz, mas me parece que a culpa é do roteiro e não da atriz.

Sobre o roteiro, tem duas coisas que não gostei, mas entendo que são coisas comuns em roteiros por aí. Uma delas é a conveniência de certos acontecimentos, tipo a falta de precisão dos criminosos – não entro em detalhes por causa de spoilers. Outro problema é que a Marla tinha um esquema muito bem arquitetado pra arriscar tudo por uma cliente. Mas… 1- ela explica por que ela quer insistir no caso, e 2- se não fosse isso não tinha filme…

Não gostei do fim do filme. Entendo que é difícil você ter um final politicamente correto quando os seus protagonistas são pessoas de moral duvidosa, mas, faz parte, acho que o final poderia ter pegado outro caminho. Mas não chegou a atrapalhar a experiência.
Eu Me Importo vale, nem que seja pela Rosamund Pike.

Vingadores: Guerra Infinita – COM SPOILERS!

Vingadores Guerra Infinita 2Vingadores: Guerra Infinita – COM SPOILERS!

A crítica convencional está aqui. Este segundo texto é porque quero comentar coisas spoilerentas, e não quero estragar o programa de ninguém.

Então, vamos aos avisos de spoilers!

SPOILERS!

SPOILERS!

SPOILERS!

Em primeiro lugar, precisamos reconhecer que Vingadores: Guerra Infinita é um filme corajoso. Muito se fala da mania ruim de não se matar personagens em filmes de super heróis. Claro, o personagem tem que voltar para a(s) continuação(ões). Isso gera uma previsibilidade chata.

Felizmente Vingadores: Guerra Infinita tomou outro caminho. Logo na primeira cena, temos a morte de dois personagens importantes, Heimdal e Loki. Sou fã do Loki, e mesmo assim bato palmas pela decisão de sacrificar um personagem para a história seguir em frente.

Essas não são as únicas mortes de personagens importantes, ainda tem a Gamora e o Visão. Esses são eventos dentro da narrativa do filme.

E aí temos aquele fim que deixou os fãs com o coração na boca, com a morte de vários heróis. Sobre isso, tenho dois comentários, um passional, outro racional. O passional é que fiquei muito triste pelo Groot, meu personagem favorito.

Agora, analisando friamente, por todo o plano da Marvel nos últimos dez anos, a gente podia acreditar que isso podia ser pra renovar o elenco. Mas isso se tivessem morrido outros personagens! Já tivemos o Homem de Ferro em oito filmes, e o Capitão América e o Thor em seis cada um. Mas eles ficaram vivos, enquanto personagens mais recentes no MCU se foram – como Pantera Negra e Homem Aranha (três filmes) e Doutor Estranho (dois filmes).

Como mataram os personagens “errados”, isso é quase uma certeza que os personagens vão voltar – e aí questiono aquele “corajoso” que falei no início início do texto. Não vou falar mal antes de ver o filme novo, mas posso dizer que isso desanimou um pouco. Vingadores: Guerra Infinita continua excelente, um dos melhores filmes de super heróis de todos os tempos – mas tô com o pé atrás para a continuação. Espero ser surpreendido positivamente…

Ah, só mais um comentário: o Thor é “o cara”!

Vingadores: Guerra Infinita (sem spoilers)

Vingadores Guerra InfinitaVingadores: Guerra Infinita (sem spoilers)

Sinopse (imdb): Os Vingadores e seus aliados devem estar dispostos a sacrificar tudo em uma tentativa de derrotar o poderoso Thanos, antes que sua explosão de devastação e ruína ponha fim ao universo.

E a Marvel conseguiu!!!

Vamos a um pequeno resumo para aqueles que estiveram desligados do mundo nos últimos anos. Dez anos atrás, em 2008, a Marvel lançou o primeiro Homem de Ferro, que tinha uma cena pós créditos onde aparecia o Samuel L. Jackson falando da “Iniciativa Vingadores”. A partir daí, tivemos 18 filmes, independentes entre si, mas todos inseridos no mesmo universo cinematográfico. E agora, dez anos depois, temos o início do desfecho da primeira parte deste universo – juntando (quase) todos os personagens até agora.

O plano da Marvel é algo tão impressionante que certamente virará “case” de sucesso a ser estudado no futuro. Vale lembrar que, dez anos atrás, as “marcas” Homem de Ferro e Capitão América eram muito inferiores a Batman e Superman, seus correspondentes na rival DC. Nunca acompanhei esta rivalidade nos quadrinhos, mas posso afirmar que, no audiovisual, a DC estava bem à frente, com as reprises do Batman barrigudo dos anos 60, o desenho animado da Liga da Justiça e os filmes do Superman com o Christopher Reeve. Hoje já não dá pra saber, mas aparentemente os personagens da Marvel valem mais que os da DC.

Isso falando do universo “cultura pop”. Porque, no cinema, A Marvel está léguas à frente. E Vingadores: Guerra Infinita comprova isso.

Vamos ao filme? Dirigido pelos mesmos irmãos Russo de Soldado Invernal e Guerra CivilVingadores: Guerra Infinita (Avengers: Infinity War, no original) consegue algo difícil: supera as expectativas – que já eram altas. Sim, caros leitores, este é possivelmente o melhor de todos os filmes da Marvel até hoje. Quiçá o melhor filme de super heróis já feito!

Vingadores: Guerra Infinita tem um roteiro muito bem escrito. O filme é tenso, e, ao mesmo tempo, muito engraçado. Temos vários personagens “principais”, e o filme consegue dosar bem a importância e o tempo de tela de cada um – e ainda tem espaço para conhecermos um personagem novo. Cada personagem visto antes individualmente consegue manter sua identidade, e a reunião de vários heróis não soou forçada. A trama se divide em várias frentes, e nenhuma é menos interessante que as outras. E todas as lutas são criativas.

A parte técnica é um absurdo, como era de se esperar. O cgi do vilão Thanos é de cair o queixo (com trocadilho, por favor). O filme é colorido, vários mundos exóticos são bem retratados. A trilha sonora de Alan Silvestri consegue pegar a essência de cada herói.

O elenco traz quase todo mundo de volta – só o Gavião Arqueiro e o Homem Formiga não aparecem. Vingadores: Guerra Infinita conta com Robert Downey Jr., Chris Hemsworth, Mark Ruffalo, Chris Evans, Scarlett Johansson, Don Cheadle, Benedict Cumberbatch, Tom Holland, Chadwick Boseman, Zoe Saldana, Karen Gillan, Tom Hiddleston, Paul Bettany, Elizabeth Olsen, Anthony Mackie, Sebastian Stan, Idris Elba, Danai Gurira, Benedict Wong, Pom Klementieff, Dave Bautista, Gwyneth Paltrow, Benicio Del Toro, Josh Brolin, Chris Pratt, William Hurt, Vin Diesel, Bradley Cooper e Peter Dinklage, além, claro, da ponta de Stan Lee.

É complicado falar mais de Vingadores: Guerra Infinita sem entrar em spoilers, por isso vou escrever outro texto com spoilers liberados. Mas fica aqui o meu parabéns aos estúdios Marvel, que mostraram como fazer um universo cinematográfico de qualidade. E, claro, a recomendação: vá ao cinema!

Pixels

0-Pixels-posterCrítica – Pixels

A premissa era genial: Quando alienígenas interpretam uma transmissão de videogames dos anos 80 como uma declaração de guerra, eles atacam a Terra – como se fossem videogames dos anos 80. Mas aí a gente vê o nome “Adam Sandler” no elenco e já fica com o pé atrás.

Vejam bem: não tenho nada contra o Adam Sandler. Ele já provou que é capaz de fazer filmes legais, como Embriagado de Amor, Tratamento de Choque e Click, isso porque não estou falando de seu trabalho em dramas recentes como Tá Rindo do Que?Homens, Mulheres e Filhos. O problema é quando o filme tem “humor de Adam Sandler” – algo que acontece frequentemente. Por isso o pé atrás.

Pixels infelizmente sofre com este problema, e acho que sei por que. Um dos roteiristas é Tim Herlihy, e uma rápida olhada em sua página no imdb, vemos que ele já tinha escrito outros 9 longas para o Adam Sandler, isso sem contar com alguns roteiros de Saturday Night Live. Resultado: o roteiro está cheio de situações forçadas com “humor de Adam Sandler”, como ele invadindo uma reunião de crise militar só porque é amigo do presidente dos EUA, ou toda a relação de seu personagem com a “mocinha” – no mundo real, um cara daqueles NUNCA invadiria o closet dela daquele jeito.

O que dá mais pena é ver que o filme foi dirigido por Chris Columbus, um grande nome do cinema infanto-juvenil contemporâneo, hoje mais conhecido como diretor de filmes como Percy Jackson e o Ladrão de Raios, os dois primeiros Esqueceram de Mim e os dois primeiros Harry Potter, mas que no início da carreira era roteirista, e escreveu Goonies, Gremlins e O Enigma da Pirâmide. Podiam ter perguntado se ele queria voltar a escrever roteiros…

Bem, a boa notícia é que se a gente deixar o cérebro fora da sala do cinema e não der bola pras piadas bobas, pode se divertir. Pixels tem um bom ritmo e excelentes efeitos especiais – e, acreditem, algumas boas piadas.

Achei os efeitos especiais sensacionais. Assim como o título do filme sugere, os videogames são pixelados. Tudo é gigantesco e em baixa definição! Digo mais: quando os alienígenas atiram em alguma coisa, transforma tudo em quadradinhos. Depois de uma explosão, vemos dezenas de cubos espalhados. Genial! E quem curte videogames antigos vai se divertir. Vemos Pac Man, Galaga, Space Invaders, Tetris, Q-Bert, Donkey Kong, Space Invaders, Frogger, Centipede e vários outros.

O filme traz algumas boas piadas, o roteiro acerta quando mira em referências à cultura pop – principalmente quando o alvo são ícones da década de 80 como Madonna e Daryl Hall & John Oates. Pena que essas piadas têm que brigar pelo espaço na tela com o Adam Sandler fazendo caretas no trânsito para a Michelle Monaghan, ou o Josh Gad deslumbrado porque viu um robô.

O elenco está prejudicado pelo roteiro. Claro, a gente não esperaria muita coisa de atores como Kevin James e Josh Gad, mas mesmo bons atores como Peter Dinklage, Brian Cox e Sean Bean estão caricatos demais. E Michelle Monaghan, coitada, é a mais prejudicada pelo roteiro, com um papel com zero de realidade. Também no elenco, Ashley Benson, Jane Krakowski e Dan Aykroyd.

No fim, fica a sensação de uma boa ideia desperdiçada num filme mediano. Pixels merecia outro roteirista…

p.s.: O longa Pixels foi baseado em um curta homônimo, dirigido por Patrick Jean, facilmente encontrável no youtube. Vale ver o curta!

Knights Of Badassdom

knights_of_badassdomCrítica – Knights of Badassdom

Um filme que fala de LARP (Live Action RPG), estrelado pela Summer Glau, pelo Tyrion de Game of Thrones e pelo Jason Stackhouse de True Blood? Quero ver!

Jogadores de Live Action RPG acidentalmente evocam um demônio, que invade o seu acampamento no meio de um grande jogo. Agora eles precisam usar seus poderes do RPG na vida real.

A ideia era boa. Um filme assumidamente B, usando elenco conhecido de séries de tv e uma forte pegada nerd. Tinha tudo pra dar certo. Mas, sei lá por que, não deu.

Parece que o diretor Joe Lynch (do episódio “Zom-B-Movie” de Chillerama ) brigou com a produtora na época que o filme estava sendo editado. A produtora teria cortado vinte minutos do filme e lançado uma versão mutilada. Não sei se a história é real, mas seria uma possível explicação.

No elenco, o único que tem uma carreira fora da tv é Steve Zahn (The Wonders, A Trilha, Clube de Compras Dallas) – e, mesmo assim, ele ainda estava nas séries TremeMind Games. O resto só é mesmo conhecido por trabalhos nos seriados, mas pelo menos são papeis importantes em seriados relevantes – Summer Glau (ainda com cara de novinha apesar dos 33 anos) por Firefly e Terminator – Sarah Connor Chronicles, Peter Dinklage por Game of Thrones e Ryan Kwanten por True Blood. Ainda no elenco, Margarita Levieva (Revenge) e Jimmi Simpson (It’s Always Sunny in Philadelphia, House of Cards).

Mas não rolou. O filme começa bem, mas do meio pro fim, tudo degringola. Os efeitos especiais tosquérrimos não ajudam em nada. E o número musical no final é constrangedor.

Pena. Queria que fosse bom…

X-Men: Dias de um Futuro Esquecido

0-X-Men-posterCrítica – X-Men: Dias de um Futuro Esquecido

Finalmente, o esperado filme que liga as duas gerações dos X-Men!

Acuados pelos Sentinelas, os X-Men mandam Wolverine ao passado em uma tentativa desesperada de mudar a história e prevenir um evento que resultará na eliminação de todos os mutantes.

Amigos, a notícia é boa: X-Men: Dias de um Futuro Esquecido (X-Men: Days of Future Past, no original) consegue o equilíbrio perfeito entre o drama, a ação e a tensão; entre a seriedade proposta pelo tema e o bom humor característico dos filmes da Marvel. Digo mais: na minha humilde opinião, temos uma das melhores adaptações de quadrinhos de super heróis dos últimos tempos.

Rolava um certo receio, porque este na verdade é o sétimo filme usando o universo dos mutantes – teve a trilogia original (2000, 03 e 06), dois filmes “solo” do Wolverine (2009 e 13 – apesar do primeiro ser rejeitado por quase todos, entre crítica e fãs, foi um filme “oficial”), e o reboot (2011) que mostrava os personagens nos anos 60. Com tantos filmes, escritos por tantos roteiristas diferentes, baseados em tantos quadrinhos diferentes, existe uma certa bagunça na linha temporal. E o receio aumentou quando anunciaram que teria viagem no tempo no filme, um artifício que nem sempre funciona. Mas o medo foi infundado, o resultado ficou bem acima da expectativa.

A direção voltou para as mãos de Bryan Singer, o mesmo dos dois primeiros filmes dos X-Men. Alguns fãs ficaram preocupados, porque quando ele largou a franquia, se queimou fazendo o fraco Superman – O Retorno (depois disso, Singer fez Operação Valquíria e Jack, o Caçador de Gigantes). Bem, Singer mostrou que o Superman foi um desvio e que ainda tem boa mão. E, convenhamos, o cara tem moral, né? Quando ele fez o primeiro filme dos X-Men, não existia toda essa aceitação para filmes de super-heróis. Se, no primeiro semestre de 2014, nós teremos 4 longas de heróis da Marvel, Singer é um dos “culpados”!

Os efeitos especiais merecem um parágrafo à parte. Só pra citar um exemplo: Magneto chega a levantar e carregar um estádio pelos ares. Os efeitos são de cair o queixo. E tem uma cena em particular que é sen-sa-ci-o-nal, falarei mais dela no penúltimo parágrafo.

No elenco, uma constatação: o novo X-Men é um filme da nova geração. Michael Fassbender e James McAvoy têm uma participação muito maior do que Ian McKellen e Patrick Stewart. Pareceu mesmo uma “passagem de bastão” do Magneto e Prof Xavier velhos para os mais novos. E Hugh Jackman e seu Wolverine voltam a ter destaque – ele só teve uma cena curta (e engraçada) no penúltimo filme (e que é citada aqui).

Sobre a quarta personagem principal, a gente vê como funciona o “star power” do cinema contemporâneo. Nos primeiros filmes, a Mística foi interpretada pela Rebecca Romijn, lindíssima, mas não muito famosa. Agora o papel é de Jennifer Lawrence, menos bonita que a Rebecca Romijn, mas badaladíssima – ganhadora do Oscar ano pasado por O Lado Bom da Vida e protagonista da franquia de sucesso Jogos Vorazes. Se a Rebecca pouco aparecia sem a maquiagem azul, o mesmo não acontece agora. A Mística atual passa boa parte do filme “fantasiada de Jennifer Lawrence”.

Peter Dinklage confirma que é um grande ator (trocadilhos liberados aqui) – o que todos que já viram Game Of Thrones já sabiam. E o roteiro ainda consegue usar a Tempestade de Halle Berry, e juntar Anna Paquin, Famke Janssen e James Marsden em pequenas participações especiais. Ainda no elenco, Ellen Page, Nicholas Hoult, Omar Sy, Bingbing Fan, Shawn Ashmore, Evan Peters e Josh Helman.

“E o 3D?” Quem me conhece sabe que não sou fã de 3D. Pelo menos X-Men: Dias de um Futuro Esquecido tem uma cena onde o 3D é muito bem usado, uma das melhores cenas do filme, provavelmente a mais divertida: quando tudo fica em câmera lenta por causa da super velocidade de Evan Peters, durante a fuga da prisão.

Ah, claro, é Marvel, tem cena depois dos créditos, aparentemente um gancho para o próximo filme, X-Men Apocalypse.