Peter Pan

Peter Pan - posterCrítica – Peter Pan

Que tal um reboot da história do Peter Pan?

Peter, um órfão de 12 anos de idade, é levado por piratas voadores até a Terra do Nunca, onde ele descobre seu destino: virar o herói que será para sempre conhecido como Peter Pan.

Vamulá. Nunca li o livro original de J. M. Barrie, e sei que a Disney tradicionalmente muda vários detalhes nas suas adaptações. Estou escrevendo como alguém que conhece apenas a versão Disney do Peter Pan. E digo: a história está bem diferente daquela que todos se lembram.

Acredito que a ideia do diretor Joe Wright era exatamente essa: um reboot do Peter Pan. Mais ou menos assim: “esqueçam a versão da Disney, vamos recomeçar do zero”.

Agora, não sei se foi intencional, mas Peter Pan (Pan, no original) é quase um filme trash. Não na produção, os efeitos especiais são excelentes, a cenografia é toda bem cuidada, assim como os figurinos. Mas, na essência, estamos diante de um filme trash. Tive esta certeza quando chegamos à Terra do Nunca através dos navios voadores, e todos estão cantando Smells Like Teen Spirit, do Nirvana (mais tarde, eles cantam Blitzkrieg Bop, dos Ramones). Depois disso, a gente não se espanta quando vê um Capitão Gancho que quer ser Indiana Jones, ou índios que viram nuvens de fumaça coloridas.

Acredito que esta “essência trash” vai afastar boa parte do público. Talvez os realizadores quisessem fazer um novo Barão de Munchausen, mas não tinham um Terry Gilliam à disposição. Acaba o filme, e o espectador fica se perguntando “o que diabos foi isso que acabei de assistir???”

No elenco, Hugh Jackman rouba a cena, com um pirata que nem de longe lembra “o Wolverine de sempre”. Fecham o elenco principal Levi Miller, Rooney Mara (Ela), Garrett Hedlund (Tron: O Legado), além de uma ponta de Amanda Seyfried.

Vários pontos conhecidos da história não aparecem aqui. Provavelmente os realizadores pretendem começar uma nova franquia, e mostrar o que faltou em um ou mais próximos filmes. Aguardemos pra saber se o grande público vai comprar esta ideia.

Perdido em Marte

Perdido em MarteCrítica – Perdido em Marte

Alvíssaras! O melhor Ridley Scott em anos!

Durante uma missão em Marte, o astronauta Mark Watney é dado como morto e deixado para trás, e se vê sozinho no planeta, tendo que sobreviver e encontrar um meio de avisar que ainda está vivo.

Ridley Scott é um cara que vai sempre morar nos nossos corações, afinal, o cara fez AlienBlade Runner. Mas, de uns anos pra cá, o cara só batia na trave – seus últimos filmes foram Prometeus, O Conselheiro do Crime e Êxodo: Deuses e Reis. Mas agora a coisa mudou: Perdido em Marte (The Martian, no original) é emocionante, divertido, tenso e engraçado, e um forte candidato a um dos melhores filmes do ano!

Baseado no livro homônimo de Andy Weir, o roteiro escrito por Drew Goddard (O Segredo da Cabana, Guerra Mundial Z) é muito bem equilibrado e flui bem ao contar a história de Mark Watney. Diferente do universo alienígena de AlienPrometeus, Perdido em Marte tem uma trama que lembra mais Gravidade: trata-se de um filme de sobrevivência.

A fotografia utiliza vários formatos de câmera, aproveitando o fato de terem várias câmeras espalhadas pela missão da NASA. Temos várias imagens de tela do computador e de câmeras acopladas às roupas e aos veículos, além das imagens tradicionais. Boa sacada!

O filme é estrelado por Matt Damon, em talvez o melhor papel de sua carreira. Sabe aquele filme pro cara ser indicado a prêmios? Perdido em Marte é um deles. Damon passa boa parte do filme sozinho, e seu Mark Watney é um personagem rico, um prato cheio para um bom ator se exercitar. Ainda é cedo, mas não vou achar estranho se houver indicações a prêmios. Um grande elenco acompanha Damon: Jessica Chastain, Kristen Wiig, Jeff Daniels, Sean Bean, Michael Peña, Aksel Hennie, Chiwetel Ejiofor, Mackenzie Davis, Donald Glover, e um casal improvável, Sue Storm e Bucky Barns, quer dizer, Kate Mara e Sebastian Stan.

Falar de efeitos especiais numa produção deste porte é chover no molhado. Claro que os efeitos são top de linha. Mas, confesso, queria ver algo que mostrasse que a gravidade em Marte é bem menor que aqui na Terra.

Falando nisso, li um artigo onde astronautas criticam o lado científico de certas escolhas tomadas pelo roteiro. Parece que a tempestade de areia que acontece logo no começo – e que dá início à toda a trama do filme – não aconteceria daquele jeito por causa do ar rarefeito de Marte. Mas, como não sou cientista, não me incomodou. É um filme, galera!

Ouvi gente criticando o bom humor do filme. Discordo, gostei de como o personagem de Damon consegue manter o bom humor mesmo nas adversidades. E tem pelo menos uma piada nerd genial: a cena do “conselho de Elrond” (Sean Bean, que interpretou o Boromir, está presente na cena!). E não posso deixar de citar a trilha sonora, repleta de músicas disco que não têm nada a ver com o estilo, mas tudo a ver com a trama, e se encaixam perfeitamente.

Por fim, o 3D. Como sempre, nada demais. Perdido em Marte sobrevive em 2D.

p.s.: O Matt Damon também ficou sozinho num planeta em Interestelar. Gente, cuidado ao levá-lo para um planeta desabitado, o cara costuma se perder e ficar por lá!

 

Pânico (1996)

Panico1Crítica – Pânico

Pra preparação de um podcast de filmes slasher, fui catar o primeiro Pânico pra rever.

Um serial killer fanático por filmes de terror aterroriza uma pequena cidade do interior da Califormia, sempre usando uma faca e uma máscara de fantasma.

A boa notícia: revisto hoje, quase vinte anos depois, Pânico (Scream, no original) ainda é um grande filme!

Voltemos um pouco no tempo. Durante os anos 70, o diretor Wes Craven teve alguns bons filmes (como Quadrilha de Sádicos), mas nenhum grande hit. O sucesso veio em 1984, com A Hora do Pesadelo, uma reviravolta na história dos filmes slasher, que colocava o assassino dentro do sonho. Mas Craven perdeu os direitos sobre o filme, que virou franquia e perdeu a qualidade. E Craven voltou ao underground.

Depois de um tempo em baixa (quando ele até fez filmes legais, mas não obteve tanto sucesso, como A Maldição dos Mortos-Vivos e As Criaturas Atrás das Paredes), Craven voltou ao sucesso de público e crítica em 96, com o primeiro Pânico – que logo virou uma trilogia com filmes lançados em 97 e 2000, e que ainda ganhou um quarto filme “temporão” em 2011, (todos dirigidos por Craven).

Primeiro roteiro da carreira de Kevin Williamson (que depois ficaria famoso por ser o criador da série Dawnson’s Creek), Pânico é um presente para fãs de filmes de terror. São inúmeras referências, várias delas bem explícitas – os personagens citam vários filmes clássicos, como Halloween, Sexta Feira 13 e o próprio A Hora do Pesadelo.

Mas Pânico não funciona só como referência. O ritmo é bom, e a trama consegue algo difícil: um assassino slasher convincente – nos anos 90, personagens como Michael Myers, Freddy Krueger e Jason Vorhees já não assustavam ninguém. E tudo isso num filme leve e divertido. Não é à toa que frequenta várias listas de melhores filmes de terror. Além disso, foi um sucesso de bilheteria, foi o sexto filme de terror da história a alcançar a marca de 170 milhões na bilheteria (antes dele, apenas O Exorcista, Tubarão, Tubarão 2, Drácula de Bram Stoker e Entrevista com o Vampiro conseguiram tal sucesso).

Pena que nem tudo sobreviveu à passagem do tempo. Hoje esta trama falharia logo de cara – todos têm celulares com bina! Outra coisa: em 1996 não existia teste de DNA em crimes? Os policiais conseguiram uma fantasia usada pelo assassino! Não tinha nenhum fio de cabelo na máscara?

É curioso analisar o elenco hoje, 19 anos depois. Tirando a Drew Barrymore, que aparece apenas na cena inicial, o resto do elenco era de nomes que ficaram conhecidos na época, mas hoje estão meio sumidos, como Neve Campbell, Courtney Cox (que já era um nome conhecido na tv por causa da série Friends), Skeet Ulrich, David Arquette, Rose McGowan, Jamie Kennedy e Mathew Lillard (sempre caricato, mas aqui perfeito para o papel). Ah, o assassino da mãe de Sidney, que quase não aparece, é Liev Schreiber.

E olhem a coincidência: Pânico está na programação do Festival do Rio de 2015. Quem quiser rever na tela grande é uma oportunidade imperdível!

Agora fiquei com vontade de rever os outros três…

Férias Frustradas

feriasfrustradasCrítica – Férias Frustradas

A família Griswold está de volta!

Agora adulto, Rusty Griswold leva a própria família em uma viagem de carro para o parque Walley World, com o objetivo de reconquistar sua esposa e reconectar com seus filhos.

Preciso admitir uma coisa aqui. Vivi intensamente os anos 80, sou muito ligado à década, mas, sei lá por que, nunca vi nenhum dos quatro Férias Frustradas, franquia que começou em 1983 e teve continuações em 85, 89 e 97 – quando leio o nome do Chevy Chase, me lembro de FletchTrês Amigos. Não é preconceito, simplesmente nunca vi – e olha que vi quase tudo o que foi feito no cinema pop de toda a década!

Como falei, não tenho preconceitos, e fui ver este novo Férias Frustradas (Vacation, no original) de coração aberto. E digo com sinceridade: me diverti muito! Ok, confesso que a expectativa era baixa, porque o trailer se apoiava em piadas escatológicas – na boa, não acho engraçado ver pessoas se banhando numa fossa. Por sorte, o humor do filme não se baseia só na escatologia, e temos várias boas piadas. Vou te falar que a sessão de críticos teve um monte de gente gargalhando muito ao longo da projeção…

Mas também temos que avisar que o humor do filme é meio bobo. Mas mesmo assim, divertidíssimo – só aquele carro já vale o ingresso!

Filme de estreia da dupla John Francis Daley e Jonathan M. Goldstein (roteiristas de Quero Matar meu Chefe), este novo Férias Frustradas tem uma peculiaridade: é ao mesmo tempo uma continuação (o personagem principal era criança nos primeiros filmes), um remake (algumas piadas são repetidas) e um reboot (temos um elenco pronto para reiniciar a franquia). Curioso, não?

Falando em elenco, o casal principal é Ed Helms (famoso pela franquia Se Beber Não Case) e Christina Applegate (a eterna Kelly Bundy de Married with Children) – o personagem Rusty, filho do Chevy Chase, tem aqui o seu quinto intérprete – em cada um dos 4 filmes anteriores, era um ator diferente. Gostei do Ed Helms, mas ia ser legal ver um dos ex-atores mirins de volta. Leslie Mann e Chris Hemsworth têm papeis menores – e preciso reconhecer que o personagem do “Thor” é engraçadíssimo! Ainda no elenco, Skyler Gisondo, Steele Stebbins, pontas de Charlie Day, Ron Livingstone, Michael Peña e Norman Reedus, e uma participação especial do casal original, Chevy Chase e Beverly D’Angelo, pra “validar a franquia”.

É, agora preciso “correr atrás do prejuízo” e ver os outros filmes…

Ricki and the Flash: De Volta Para Casa

Ricki-and-the-Flash-De-Volta-pra-Casa-posterCrítica – Ricki and the Flash: De Volta Para Casa

Uma música que largou a família para seguir a carreira de rockstar (apesar de só ter lançado apenas um disco) retorna para a antiga casa e reencontra os filhos e o ex-marido.

Ricki and the Flash: De Volta Para Casa (Ricki and the Flash, no original) é o novo filme de Jonathan Demme, que tem uma carreira curiosa. Nos anos 80, Demme fazia filmes leves e divertidos, como Totalmente SelvagemDe Caso Com a Máfia. Ganhou o Oscar de melhor diretor por O Silêncio dos Inocentes (1991), e depois disso fez muito pouca coisa relevante na carreira – acho que seu único filme famoso pós Silêncio dos Inocentes é Filadélfia, de 93. Este seu novo filme não veio para mudar a rotina. Ricki and the Flash é divertidinho, mas esquecível.

O roteiro é de Diablo Cody, que a cada filme novo nos dá indícios de que era “fogo de palha”. Cody chamou a atenção do mundo ao ganhar o Oscar de melhor roteirista com seu filme de estreia, Juno. Mas, de lá pra cá, ainda não apresentou um segundo bom trabalho – Jovens Adultos é mediano; Garota Infernal é ruim. E Ricki and the Flash não vai mudar este cenário.

Se direção e roteiro são medianos, o que salva Ricki and the Flash da mediocridade é Meryl Streep. Streep é uma grande atriz e funciona bem fazendo qualquer coisa. Suas cenas no palco, cantando e tocando com a banda The Flash, são deliciosas!

No resto do elenco, ninguém chama a atenção. Aliás, chama sim, o grande Kevin Kline está tão apagado que seu papel poderia ser interpretado por qualquer ator meia boca. De resto, nomes semi-desconhecidos como Mamie Gummer (a filha da Meryl Streep). Pra
não dizer que todos estão mal, gostei de Rick Springfield como o par de Streep.

No final, o que salva o filme é ver Meryl Streep empunhando uma guitarra em uma banda de rock’n’roll. Mas não salva Ricki and the Flash de ter cara de sessão da tarde.

Mercenaries

mercenariesCrítica – Mercenaries

Uma produção da Asylum com várias atrizes “B” do cinema de ação? Claro que não vai ser bom. Mas claro que quero ver!

Durante uma visita a uma zona de guerra, a filha do presidente dos EUA é capturada e aprisionada. Uma equipe feminina de elite é montada para o resgate.

Vamulá: em primeiro lugar, expliquemos qualé a da Asylum. É uma produtora assumidamente picareta, mais famosa hoje em dia por filmes ruins de tubarões (a franquia Sharknado e outros de títulos divertidos como 3 Headed Shark ou Mega Shark vs Mecha Shark), mas que tem uma tradição de lançar filmes com títulos e sinopses parecidas, para tentar enganar o espectador. Cito alguns exemplos: lançaram Transmorphers pra pegar o público de Transformers, ou Atlantic Rim na mesma época de Pacific Rim, ou ainda San Andreas Quake ao mesmo tempo que San Andreas (tem muito mais exemplos na página deles na wikipedia!). Este Mercenaries “pega carona” na franquia Expendables (com o nome em português, Mercenários, fica ainda mais claro).

Mas desta vez, a ideia foi boa, afinal, é divertido ver, juntas, Zoe Bell, Kristanna Loken, Brigitte Nielsen, Vivica A. Fox e Cynthia Rothrock. A única que heu sou fã é a Zoe Bell, afinal, ela está em vários filmes do Tarantino, mas heu pegaria autógrafos de todas elas, se tivesse oportunidade!

Mas, como era esperado, o resultado decepcionou. Ok, heu já sabia que a produção era vagabunda – os efeitos especiais de sangue em cgi são tosquérrimos! Ok, heu já sabia que as atrizes são fracas – são todas canastronas, atuação nunca foi e nunca será o forte de nenhuma delas. Mas heu esperava um pouco mais de coerência em certos pontos do roteiro – tipo, a Brigitte Nielsen atira na Zoe Bell, mas não checa se seu tiro foi certeiro, e diz para seus capangas que não precisa verificar. Ou capangas que chegam para pegar a Zoe Bell, todos armados, mas ninguém atira. Poxa, será que eles não podiam ter tido escrito um roteiro menos desleixado?

Não, a Asylum não se preocupa com esses detalhes. Pena. Mercenaries podia ser um “bom filme ruim”. Mas é apenas um “filme ruim”…

O Agente da U.N.C.L.E.

Agente da UNCLECrítica – O Agente da U.N.C.L.E.

Se a série dos anos 60/70 Missão Impossível pode render bons filmes de ação / espionagem, por que não a série O Agente da U.N.C.L.E., exibida entre 1964 e 68?

No início dos anos 60, um agente da CIA e outro da KGB precisam se unir em uma missão contra uma misteriosa organização criminal, que trabalha desenvolvendo bombas atômicas.

Antes de tudo, preciso falar que não conheço NADA da série original. Pra ser sincero, só me lembro do nome da série porque a trilha de abertura consta no primeiro CD da coleção Television Greatest Hits, um dos primeiros CDs que comprei na minha vida, lá longe, no fim dos anos 80. Já tinha ouvido o tema (a faixa ficava entre Missão Impossível e Agente 86), mas confesso que nem me lembrava.

Mas isso pouco importa. O Agente da U.N.C.L.E. (The Man From U.N.C.L.E., no original), o novo filme de Guy Ritchie, é muito bom. Sabe quando tudo funciona redondinho? Bom elenco, boa fotografia, edição criativa e bem cuidada, ritmo empolgante, tudo isso embalado por uma excelente reconstituição de época e uma trilha sonora sensacional. Temos um forte candidato a um dos melhores filmes do ano, arrisco dizer!

Guy Ritchie sempre inovou nas edições de seus filmes, desde o início da carreira, época de Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes e Snatch, até recentemente, com os dois Sherlock Holmes (2009 e 2011). Aqui, mais uma vez, a edição chama a atenção. Só pra dar um exemplo: uma cena de invasão por barco, que em qualquer filme seria um dos pontos altos da ação, foi encurtada, parece um videoclipe de apenas alguns segundos, afinal, temos outras cenas mais legais para serem exploradas.

A reconstituição de época também chama a atenção – o filme se passa durante a Guerra Fria, não teria sentido atualizar a trama para os dias de hoje. A fotografia emula filmes de espionagem dos anos 70, as imagens parecem “velhas”. O filme tem um delicioso visual retrô.

O elenco também está ótimo. Armie Hammer e Henry Cavill estiveram no Rio para o lançamento do filme, e mostram boa química na tela. Curiosidade do mundo globalizado: o britânico Cavill interpreta um americano; o americano Hammer interpreta um russo; a sueca Alicia Vikander interpreta uma alemã; a francesa (criada na Austrália) Elizabeth Debicki interpreta uma italiana – verdadeira Torre de Babel! (Ok, o inglês Hugh Grant interpreta um inglês…)

Ah, a trilha sonora! Me lembrei da trilha de Pulp Fiction, cheia de músicas boas e inesperadas – tem até uma música do Tom Zé! Não sei se as pessoas ainda compram CDs, mas se ainda estivéssemos nos anos 90, este CD seria obrigatório em festinhas descoladas.

Li que o filme não foi bem na bilheteria nos EUA, o que é uma pena. O fim do filme traz um gancho para começar uma nova franquia e se mantiver a qualidade, será uma franquia muito bem vinda!

Por fim, só me pergunto por que o título está no singular (tanto em português quanto em inglês). Não é só um agente…

A Escolha Perfeita 2

A-Escolha-Perfeita-2Crítica – A Escolha Perfeita 2

Depois de uma apresentação onde protagonizaram um grande vexame na presença do presidente Obama, as Barden Bellas precisam ganhar uma competição internacional para recuperar a reputação.

Não vi o primeiro filme, mas isso não compromete o entendimento deste A Escolha Perfeita 2 (Pitch Perfect 2, no original), primeiro filme dirigido pela atriz Elizabeth Banks. Na verdade, a trama é tão clichê que você consegue antever cada passo do roteiro. Tudo é previsível demais!

Mas quem vai ver um filme desses não espera um roteiro criativo, e sim boas músicas. A criatividade foi toda direcionada para os arranjos musicais. E, sob este ponto de vista, o espectador não se decepcionará. A parte musical do filme é excelente! Vou além: os arranjos musicais são tão bons que fazem o ingresso valer, mesmo com o roteiro clichê.

Anna Kendrick lidera bem um elenco que funciona muito bem para o que o filme pede. Aliás, um comentário sobre Becca, seu personagem: se por um lado é o personagem mais bem construído (a única que tem uma “vida real” fora das Barden Bellas), por outro lado o roteirista criou frases engraçadinhas constrangedoras e completamente fora da realidade pra ela falar sempre que encontra a rival alemã. Vergonha alheia desses diálogos…

Boa parte do elenco do primeiro filme volta, como Rebel Wilson, Brittany Snow e Anna Camp, e A Escolha Perfeita 2 ainda tem Haylee Steinfeld e uma ponta de Katey Sagal.

A Escolha Perfeita 2 não é um filme essencial, mas quem gosta de música vai se divertir.

Entourage: Fama e Amizade

entourage

Crítica – Entourage: Fama e Amizade

E mais uma série ganha uma versão para cinema…

A estrela de cinema Vincent Chase e seus amigos estão de volta, desta vez envolvidos em um arriscado projeto: a estreia de Vince na direção.

Entourage foi uma série feita pela HBO entre 2004 e 2011, mostrando uma estrela hollywoodiana que sempre carregava seus amigos de infância por tudo quanto é canto. A série foi inspirada no ator Mark Wahlberg e seus amigos “não atores”, só mudaram as personalidades dos personagens – Vince Chase é bem mais “bom moço” que Wahlberg.

Entourage: Fama e Amizade (Entourage, no original), foi escrito e dirigido pelo mesmo Doug Ellin que criou a série, e segue o mesmo clima – aliás, parece até um episódio estendido. E o roteiro traz algumas tiradas geniais, satirizando o glamour das estrelas. Quem curte os bastidores de Hollywood vai se divertir, temos inúmeras pontas de famosos, alguns fazendo piadas com as próprias carreiras (como a Jessica Alba negociando um novo projeto).

Falando nisso, o elenco é muito bom. Provavelmente pelos anos trabalhando juntos, rola uma boa química entre os atores principais Kevin Connolly, Adrian Grenier, Jerry Ferrara, Kevin Dillon e Jeremy Piven – os cinco estiveram em todos os 96 episódios da série. E não é só a química – vemos que os personagens são bem desenvolvidos, outro legado da série. E o elenco ainda conta com Billy Bob Thornton, Haley Joel Osment, Emmanuelle Chriqui, Debi Mazar, Emily Ratajkowski e Ronda Rousey (as duas últimas interpretam elas mesmas) – isso porque não estamos falando de cameos de gente como Liam Neeson, Jon Favreau, Gary Busey, Mike Tyson, Ed O’Neill, Armie Hammer, Kelsey Grammer e – claro – Mark Wahlberg, entre muitos outros – o filme parece uma brincadeira de “Onde está Wally” em Hollywood.

Agora, temos que reconhecer que Entourage é raso. Quem não curte o “hollywood way of life” talvez ache o filme meio bobo, afinal, o tema não muda muito – é quase o tempo todo falando de celebridades e de sexo…

Por fim, sabe quando rola um “filme dentro do filme”? Fiquei com vontade de ver o filme que Vince dirigiu…

Quarteto Fantástico 2015

QuartetoFantastico2015-posterCrítica – Quarteto Fantástico

Uma boa notícia para os fãs da DC: nem tudo o que a Marvel toca vira ouro!

Depois de uma malsucedida experiência durante uma tentativa de viagem interdimensional, quatro jovens ganham poderes que alteram suas estruturas físicas. Eles agora precisam aprender a dominar suas habilidades, para se unirem contra um antigo colega que se tornou um inimigo.

Quarteto Fantástico (Fantastic Four, no original) é o quarto longa metragem usando o este grupo de super-heróis da Marvel. E a quarta vez que dá errado.

Quarteto Fantástico não chega exatamente a ser um filme “ruim”. Mas, ao fim do filme, a gente se pergunta: “pra que?”. O filme não leva nada a lugar algum. Todos já sabem que a origem do quarteto de heróis foi alterada, né? Assim, temos mais um “filme de origem” – perdemos metade do filme conhecendo os “novos” personagens. E mesmo perdendo tempo demais na apresentação dos personagens, as relações entre eles são mal desenvolvidas – Ben Grimm saiu da história sem motivo, e voltou com menos motivo ainda. E, pra piorar, a esperada “luta final dos mocinhos contra o vilão” é besta e não faz muito sentido.

Sobre alteração na origem: acredito que os fãs vão ficar realmente decepcionados. Porque uma coisa é o Sam Raimi mudar o Homem Aranha, criando uma teia orgânica, porque faz mais sentido nos dias de hoje do que um jovem inventar uma máquina que cuspa teias instantaneamente – Raimi desagradou muitos fãs, mas tinha um motivo coerente para essa alteração. Outra coisa é o Johnny Storm virar negro porque o ator Michael B Jordan é amigo do diretor Josh Trank (os dois trabalharam juntos em Poder Sem Limites). Principalmente porque sua irmã Sue Storm continua sendo branca e loura.

Mas alterar as origens não foi a pior coisa de Quarteto Fantástico. O filme não tem ritmo, o vilão é mal construído, e, em tempos de efeitos especiais que deixam a gente de boca aberta, Quarteto Fantástico tem efeitos apenas “corretos”. O elenco também não engrena, Miles Teller provou que é bom ator em Whiplash, mas parece perdido aqui. O mesmo digo sobre Kate Mara, Jamie Bell, Toby Kebbell e Tim Blake Nelson.

O Quarteto Fantástico é da Marvel, mas quem foi o culpado por (mais um) filme ruim foi a Fox, dona dos direitos dos personagens, que aparentemente fez um filme qualquer só pra não perder esses direitos. Tanto que não temos cena pós créditos, nem cameo do Stan Lee – apesar de termos o logo da Marvel no início do filme.

É, dcnautas, desta vez vocês podem tirar onda. O melhor filme do Quarteto Fantástico continua sendo o filme tosco dos anos 90, produzida por Roger Corman…