The Runaways

The Runaways

The Runaways foi uma banda americana dos anos 70 que, apesar de não ter feito muito sucesso, foi importante por ser uma banda só de meninas num cenário ainda muito machista.

Escrito e dirigido pela estreante em longas Floria Sigismondi, o filme conta a história de como a banda começou. O foco maior fica na guitarrista Joan Jett (Kristen Stewart) e na vocalista Cherie Currie (Dakota Fanning).

A primeira metade de The Runaways é interessante, apesar de não ser nada de inovador – já vimos esta coisa de bastidores de bandas de rock em outros filmes melhores, como Quase Famosos. Vemos como as meninas, com a ajuda de seu empresário, viraram um fenômeno.

Mas o resultado final fica devendo. Pelo filme, parece que a banda acabou logo depois de assinar o contrato para o primeiro disco. Mas, na verdade, a banda durou 4 anos e lançou 3 discos… O filme funciona quando fala da gênese da banda, mas falha quando a banda amadurece. De repente, do nada, o filme acaba. Será que originalmente era pra ser mais longo?

O filme tem outra falha, ao focar apenas em Joan Jett e Cherie Currie. Cadê a Lita Ford? Acredito que Lita Ford hoje seja mais famosa que a Cherie Currie! Lita Ford teve uma discreta carreira solo nos anos 80, tendo inclusive o Ozzy Osbourne como parceiro. Mas, no filme, Ford (interpretada por Scout Taylor-Compton, do novo Halloween) é uma simples coadjuvante.

E Lita Ford não foi a única deixada de lado. A baterista Sandy West também tem pouco espaço, apesar de ser uma das duas Runaways originais (a outra é Joan Jett). E a baixista Robin, que se bobear não tem nenhuma fala no filme, é um personagem-compilação: várias baixistas que passaram pela banda foram sintetizadas em um único personagem.

O imdb explica o que aconteceu. Segundo o site, os produtores do filme conseguiram os direitos para falar sobre Jett, Currie, Sandy e o empresário Kim Fowley. Enquanto o filme foi baseado na autobiografia de Currie e produzido por Jett, Lita Ford e a baixista Jackie Fox nem foram procuradas. Houve uma tentativa de processo, e a história toda acabou com Fox sendo cortada do roteiro e Ford acompanhando apenas a sua personagem direto com a atriz Scout Taylor-Compton.

O elenco principal traz dois dos mais badalados nomes de jovens atrizes de hoje: Kristen Stewart e Dakota Fanning. O que é curioso é que ambas são famosas por motivos opostos: Fanning é uma excelente atriz que começou cedo e já tem um currículo extenso; Stewart, por outro lado, coleciona críticas ruins pelas suas péssimas atuações. E não é a primeira vez que elas estão juntas, Fanning entrou pro elenco da saga Crepúsculo a partir do segundo filme, Lua Nova.

Mas sabe que a Kristen Stewart não atrapalha aqui? Ela continua fraquinha como atriz, e aqui ainda está feia com o corte de cabelo imitando Joan Jett. Mas como o personagem mais exigido é o de Dakota, o resultado final não é ruim como em outros filmes. E Dakota arrebenta! O filme pode não ser lá grandes coisas, mas a atuação da ainda adolescente Dakota é digna de prêmios!

Aliás, ainda falando das duas protagonistas, preciso admitir que foi corajoso da parte de ambas fazer este filme. Drogas e lesbianismo fazem parte de seus papéis. Dakota, com 16 anos e Kristen, com 20, tinham carreiras mais comportadas até então (principalmente Kristen).

Ainda acho importante citar um nome no elenco. Michael Shannon está ótimo como o exagerado e caricato empresário Kim Fowley. Ele foi o responsável por reunir as garotas e ensiná-las a atitude punk que norteou a curta carreira da banda.

Aproveitarei este espaço para um comentário direcionado ao público brasileiro. A banda Runaways quase não tocou por aqui, talvez seja mais conhecida por ser a banda de onde saíram Joan Jett e Lita Ford – que, por sua vez, nem são nomes tão conhecidos (o público mais novo reconhecerá a música I Love Rock and Roll, sucesso solo de Jett – mas é porque Britney Spears regravou…). Fico me perguntando se lá fora as Runaways foram um nome relevante no cenário musical…

O filme já passou lá fora, mas achei que não tem cara de cinema brasileiro. Mesmo assim, segundo o imdb, chega aqui em 30 de setembro. Será que é para o Festival do Rio? Se pintar nas telas daqui, é pelo “star power” de seu elenco.

Última recomendação, para os fãs da série Crepúsculo: não vejam este filme, a não ser que queiram ver as estrelas dos seus filmes em papéis beeem diferentes!

Escola de Rock

Escola de Rock

Um guitarrista frustrado, demitido de sua banda de rock, acidentalmente vira professor de música para uma turma de crianças numa escola conservadora. Surpreendentemente, as coisas dão certo…

Escola de Rock é um filme leve e divertido, que funciona perfeitamente com a canastrice do careteiro Jack Black. Black é caricato, mas é um cara rock’n’roll. E aqui, como um professor não convencional, esta caricatura deu certo. O resto do elenco ainda conta com Joan Cusack, Sarah Silverman, Adam Pascal e Mike White (que também escreveu o roteiro). Isso sem contar com o bom elenco infantil.

A produção do filme foi muito feliz na escolha do elenco infantil. As crianças realmente tocam os instrumentos! Uma das opções do dvd é ouvir os comentários das crianças. É engraçado ouví-las falando que o Jack Black toca mal!

Tem outra coisa legal nos extras do dvd. Escola de Rock foi dirigido por Richard Linklater, o mesmo de Dazed and Confused (Jovens, Loucos e Rebeldes aqui no Brasil). Dazed and Confused é o nome de uma música do Led Zeppelin, e o grupo na época não autorizou o uso de suas músicas na trilha sonora do filme. Pois bem, agora, Jack Black montou um vídeo com centenas de fãs pedindo para usar The Immigrant Song. A ideia deu certo, o Led Zeppelin autorizou, e o vídeo está nos extras do dvd!

Os mais sérios vão dizer que o filme é bobo. Ok, é meio bobo sim, mas heu achei muito divertido. É como dizem os Rolling Stones: “it’s only rock’n’roll, but I like it!”

Os Irmãos Cara de Pau

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Os Irmãos Cara de Pau

Antes de falar do filme, vou contar uma história minha relacionada a ele. Era janeiro de 1989. Heu viajava numa excursão pela Austrália. O ônibus tinha um videocassete, onde o motorista colocava filmes de vez em quando. Heu estava vendo um filme, bem divertido aliás, sem saber qual era. Quando o filme acabou, vendo os créditos, reparei uma quantidade enorme de nomes conhecidos no elenco – atores, diretores, músicos… Logo quis saber que filme era aquele! E assim, anotei o nome The Blues Brothers – de volta ao Brasil, descobri que aqui era chamado de Os Irmãos Cara de Pau (na época era comum traduções esdrúxulas de nomes de filme).

A trama é muito simples: os irmãos Jake e Elwood Blues (John Belushi e Dan Aykroyd) precisam reunir a antiga banda para levantar dinheiro para salvar um orfanato.

Simples, não? E mesmo assim, um dos melhores filmes da década de 80!

Na verdade, os Blues Brothers não se resumiam a este filme. Antes do filme, Belushi e Aykroyd tinham um quadro com a banda no famoso Saturday Night Live. E depois a banda continuou na ativa – nos emules da vida tem vários discos ao vivo da banda.

Tem gente que classifica o filme como musical, mas para mim, trata-se de uma comédia com excelentes números musicais inseridos. Para se ter uma ideia, temos participações de James Brown, Aretha Franklin, Ray Charles e Cab Calloway!

Tirando Belushi e Aykroyd, todo o resto da banda é formada por músicos, não atores: duas guitarras, baixo, bateria, teclado e um naipe com três metais. E, no elenco, temos nomes como Carrie Fisher, John Candy,Twiggy, Frank Oz e uma ponta de um tal Steven Spielberg.

O filme não só tem ótimos números musicais, como ainda tem exageradas cenas com muitos carros e muitos extras. São tantas as perseguições de carro que, na época da estreia, era o filme com o maior número de carros quebrados. Ah, sim, aquela cena com o carro dos nazistas caindo, era um carro de verdade!

O diretor John Landis também dirigiu o melhor videoclipe da história, Thriller, do Michael Jackson. Ele funcionava bem dirigindo comédias (Trocando as Bolas, Três Amigos, Clube dos Cafajestes) e tembém filmes de terror (Um Lobisomem Americano em Londres, Inocente Mordida, Twilight Zone). Pena que ele não tem feito muita coisa – já são uns dez anos sem filmes para o cinema, só trabalhos para a tv.

O filme teve uma continuação em 1998, dirigida pelo mesmo John Landis e também com um grande número de participações musicais legais. Infelizmente, uma das coisas mais importantes não estava lá: John Belushi, que morreu em 1982, aos 33 anos, de overdose. Uma carreira brilhante jogada fora. Belushi fez apenas sete filmes, além de vários programas de tv.

Filme obrigatório! Daqueles para se rever uma vez por ano!

It Might Get Loud

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It Might Get Loud

Que tal colocar três guitar heroes de gerações diferentes, juntos, cada um com uma guitarra na mão? É basicamente isso o que acontece neste documentário It Might Get Loud, que está na programação do Festival do Rio 2009.

Ano passado, o diretor Davis Guggeinheim reuniu Jimmy Page (então com 64 anos), The Edge (com 47 anos) e Jack White (com 33 anos) e filmou o encontro. E ainda vemos entrevistas e peculiaridades sobre cada um dos três, entremeando este encontro.

O resultado é muito interessante. Não só temos acesso a imagens raras, e até engraçadas (num programa de tv, um “James” Page novinho declara ao entrevistador que não quer ser músico e na verdade será um biólogo!), como conhecemos um pouco da intimidade de cada um dos três.

Não é todo dia que vemos Jimmy Page, empolgado, tocando uma air guitar. Nem todo dia que vemos um The Edge ainda adolescente, de mullets, com roupas new wave. Nem todo dia que vemos Jack White construindo uma guitarra com uma garrafa vazia de coca-cola.

O filme tem um problema: Jimmy Page tem muito mais estrada que os outros dois, e The Edge, por sua vez, tem muito mais estrada do que Jack White. Como o diretor optou por dividir igualmente o tempo e a atenção entre os três, White é “engolido” – pelo menos Edge tem ao seu lado quase trinta anos de efeitos de guitarra, o que acaba se tornando algo interessante de se conhecer de perto – uma das cenas resume isso. Todos tocam juntos, é claro; todos tocam músicas uns dos outros. Mas quando Jimmy Page puxa o riff de Whole Lotta Love, The Edge ficou num silêncio respeitoso, enquanto White para de tocar e ainda afasta sua guitarra do corpo.

Mesmo assim, White não faz feio. Aliás, tenho que reconhecer que foram três boas escolhas. Assim como tenho que reconhecer que é um bom documentário, apesar de ser sobre guitarristas – heu toco teclado!

The Commitments – Loucos Pela Fama

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The Commitments – Loucos Pela Fama

Quando a gente passa numa Americanas da vida e vê aquela infinidade de dvds, quase tudo baratinho, pensa que o mercado de dvds aqui no Brasil é muito bom. Mas na verdade, faltam alguns títulos importantes no mercado! Alguns filmes inexplicavelmente nunca foram lançados, como por exemplo A Fera do Rock (Great Balls of Fire) ou Top Secret – Superconfidencial (falei dele ontem!). Outros filmes foram mal lançados, e é praticamente impossível encontrá-los, como Marte Ataca ou Assassinato Por Morte.

Heu achava que The Commitments – Loucos Pela Fama fosse um desses casos. Até que vi anunciado num site. Encomendei logo o meu, e já revi!

Em Dublin, Irlanda, um grupo de amigos resolve montar uma banda de soul. Afinal, segundo o que eles dizem, os irlandeses são os negros da Europa! Acompanhamos todo o processo: anúncio no jornal, recrutamento dos músicos, ensaios, primeiros shows… Até o fim da banda (pelo menos no filme)…

The Commitments é um dos filmes musicais mais “sinceros” que conheço. Digo isso porque os atores são realmente músicos! Fui ver no imdb, quase todos no elenco têm este como o primeiro filme da carreira, alguns até nem seguiram a carreira de ator! E, por outro lado, a banda “The Commitments” continuou a carreira depois do filme…

A banda na tela realmente passa credibilidade. Os músicos têm boa química para tocar, e ao mesmo tempo têm que conviver com as brigas internas – divergências musicais, brigas de ego… Quem nunca soube de problemas entre músicos da mesma banda?

Apesar de não ter uma carreira exclusivamente musical, o diretor Alan Parker (Coração Satânico, A Vida de David Gale) tem intimidade com música nos filmes. Afinal, ele dirigiu Pink Floyd – The Wall, Evita, Fama e Quando as Metralhadoras Cospem! Acredito que isso tenha ajudado na formação da banda dentro do filme…

O filme foi inspirado num livro de Roddy Doyle, parte da “trilogia Barrytown” – inclusive o ator Colm Meaney interpreta o mesmo personagem nos outros dois filmes, A Grande Família e A Van.

(Aliás, uma curiosidade: a banda de folk rock celta The Corrs foi fundada durante os testes para o filme. Andrea Corr é a irmã do protagonista, enquanto os outros três irmãos aparecem durante as audições para a banda…)

Enfim, um filme legal para quem curte o clima de se músico e tocar numa banda…

Tenacious D in the Pick of Destiny

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Tenacious D in the Pick of Destiny

Tenacious D é uma banda de “hard rock comédia”, liderada pelo ator Jack Black, ele mesmo, de Escola de Rock e Kung Fu Panda. Um dos motes da banda é que eles se consideram “a melhor banda de rock do mundo”. Este filme é uma “modesta” biografia da banda.

O jovem e ingênuo JB (Jack Black) vai até a California pra tentar ser um rock star. Lá ele conhece o malandro KG (Kyle Glass), e juntos resolvem fazer a banda Tenacious D, seguindo tatuagens que ambos têm nas nádegas. Atrás de uma palheta mágica e misteriosa, eles resolvem ir até um museu de rock’n’roll.

Ok, confesso que às vezes o filme é meio bobo. Mesmo assim, é muito divertido. As músicas são muito boas, e em alguns momentos, o filme é genial – como na sequência da viagem de cogumelo.

Pesquisando pelo imdb, descobri que existiu uma série da HBO em 2000, de apenas seis episódios, sobre a banda Tenacious D. Acho que vou procurar isso…

Outra das coisas legais do filme é a quantidade de gente famosa fazendo pontas. Tim Robbins é o mendigo interessado na palheta, enquanto um Ben Stiller (que depois faria Trovão Tropical com Black), cabeludo e tatuado, faz o atendendente da loja de instrumentos musicais. Se Dave Grohl (Nirvana, Foo Fighters) faz o diabo, Ronnie James Dio, bem, Dio é Dio, né? Dio faz Deus. E, na cena inicial, onde temos Meat Loaf como o pai, temos Troy Gentile, um moleque IGUAL ao Jack Black interpretando o pequeno JB.

O filme é de 2006, e heu nunca tinha ouvido falar dele. Ou seja, acho difícil que seja lançado por aqui. Esse vale o download!

Quase Famosos

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Quase Famosos

Outro dia falei aqui do filme Rock Star, que mostra os bastidores de uma banda de rock dos anos 80 através de um personagem mais novo, no caso, um cantor de uma banda cover. Quase Famosos é parecido: conhecemos os bastidores de uma banda de rock, só que desta vez dos anos 70; através de um outro personagem mais novo ainda, um adolescente que se passa por repórter da revista Rolling Stone.

Mas esse filme não é uma cópia, longe disso! Arrisco dizer que esse é ainda melhor que Rock Star!

O filme foi baseado na experiência do próprio diretor Cameron Crowe, que escreveu para a mesma Rolling Stone quando ainda era novo – acredito que não tão novo quanto William Miller, o garoto que mata aulas na escola pra acompanhar a Stillwater, uma banda em ascenção que está prestes a virar matéria de capa da revista.

E o jovem William Miller e sua saga nos deram um dos melhores filmes da história do rock’n’roll!

Esse filme é delicioso. Tudo funciona direitinho. O elenco é perfeito, liderado pelo quase desconhecido Patrick Fugit, e com nomes como Kate Hudson, Billy Crudup, Jason Lee, Anna Paquin, Frances McDormand e Philipp Seymour Hoffman. A trilha sonora tem muitas músicas boas de muitos artistas dos anos 70, como Led Zeppelin, The Who, Elton John, Black Sabbath, Yes, Lynyrd Skynyrd, Beach Boys, etc. E a banda Stillwater passa a impressão de que realmente estava lá!

A banda “fake” Stillwater merece um parágrafo… Eles realmente ensaiaram 4 horas por dia, 5 dias por semana, durante 6 semanas! As músicas interpretadas pela banda foram compostas pelo diretor Cameron Crowe, sua esposa Nancy Wilson (ex vocalista do Heart) e “um tal de” Peter Frampton. Frampton, inclusive, ensinou a Billy Crudup a postura de palco de um verdadeiro guitarrista (quem diria, o peladão azul de Watchmen toca guitarra!). E o nosso vocalista Jason Lee copia o estilo de Paul Rodgers, aquele mesmo que está hoje no Queen.

O resultado? Como poucas vezes na história de Hollywood, a banda parece realmente uma banda na tela… Temos até a briga de egos da dupla vocalista / guitarrista, que quer ser como Robert Plant vs Jimmy Page, ou Ian Gillan vs Ritchie Blackmore!

O filme tem várias cenas memoráveis, como a sensacional cena da pane no avião, ou toda a sequência da “fuga” de Russell Hammond e sua volta, com a galera cantando Tiny Dancer no ônibus…

Foi lançado aqui no Brasil um dvd duplo, com a versão que passou nos cinemas e outra versão, a do diretor, com duas horas e quarenta de filme. Recomendo fortemente essa versão mais longa. Acredite, não parece muito num filme desses…

Os Reis do Iê Iê Iê (A Hard Day’s Night)

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Os Reis do Iê Iê Iê (A Hard Day’s Night)

Não, não vou falar do disco. Vou falar do filme dos Beatles!

Pros mais novos: sim, eles fizeram alguns filmes. Existe inclusive uma discussão por aí, porque beatlemaníacos dizem que os primeiros videoclips da história seriam esses filmes – a outra “corrente” (com a qual heu concordo) defende Bohemian Rhapsody, do Queen, como o primeiro videoclip, afinal foi um “filminho” feito apenas pra uma música.

Mas voltemos aos filmes dos Beatles! Este A Hard Day’s Night, que aqui no Brasil ganhou o “simpático” nome de Os Reis Do Iê Iê Iê, foi o primeiro de uma série de 5 filmes – depois vieram Help!, Magical Mistery Tour, Yellow Submarine e Let it Be (nomes originais).

E de que trata o filme? Nada demais, o roteiro é apenas para juntar as músicas. Os Fab Four pegam um trem e vão até os bastidores de um programa de tv, onde vão se apresentar no fim do filme. Enquanto isso, rolam motivos pra eles tocarem várias músicas, como “A Hard Day’s Night”, “I Should Have Known Better”, “Can’t Buy Me Love”, “All My Loving” e “She Loves You”, entre outras.

O filme é em preto e branco, e os quatro interpretam eles mesmos. Junto com eles está sempre um velhinho rabugento, o avô do Paul McCartney.

Despretensioso e divertido!

Across the Universe

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Across the Universe

Um filme que quase todo o roteiro é feito de músicas dos Beatles? É uma idéia assaz interessante… Perigosa, porém interessante!

Digo perigosa porque entrar no “universo beatles” não é pra qualquer um. Os beatlemaníacos mais radicais odiariam a idéia de se mexer em algo para eles “sagrado”; por outro lado os que não dão bola pros Fab Four achariam a idéia sem graça.

E não é que a diretora Julie Taymor acertou a mão?

O roteiro é baseado em músicas dos Beatles. Quando as músicas não estão cantadas, elas estão faladas ou citadas por outros elementos – como os nomes dos personagens Jude, Lucy, Sadie, Prudence ou Jo Jo, todos personagens presentes em músicas.

A gente vê um filme desses e se questiona: será que isso seria possível com a obra de qualquer outro artista? Qual outro artista tem no seu repertório tantas boas músicas, tantas músicas famosas, tantas músicas que já fazem parte do nosso subconsciente coletivo? (Sei lá, pensei em Queen, sei que não tem tantas músicas famosas, mas pelo menos a obra do Queen tem a riqueza necessária para um projeto desses…)

Outro ponto forte do filme é o seu visual, psicodélico na dose certa – como a obra dos Beatles, por sinal. Isso, aliado a boas interpretações de quase desconhecidos artistas cantores, nos proporciona belíssimos espetáculos para os olhos.

Cameos: procurem por Bono e Salma Hayek!

O sonho acabou. Mas ainda pode nos proporcionar belos filmes!

Rock Star

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Rock Star

Recentemente fui convidado a escrever no site www.hardblast.com , um site, claro, sobre rock’n’roll. Como o site fala de rock, resolvi criar uma “filmoteca rock’n’roll”: filmes legais pra quem curte rock. Se tudo der certo, a cada 15 dias terei um novo texto por lá!

Assim que surgiu o convite, me lembrei do filme Rock Star. Não consigo me lembrar de um filme mais apropriado para o hardblast…

A história: nos anos 80, Steel Dragon, uma das maiores bandas de hard rock  do momento, substitui o vocalista original por um garoto que canta numa banda cover.

Legal a idéia, não? E o pior é que o filme se inspirou numa história verídica: quando o Judas Priest escolheu Tim “Ripper” Owens, então vocalista de uma banda cover, pra substituir Rob Halford quando este saiu do Judas.

Este filme é muito legal. Por que digo isso? Porque é um filme que se preocupou com um detalhe essencial pra quem curte um filme do estilo: vários dos atores são músicos! O próprio Mark Wahlberg era rapper antes de se tornar ator (lambram de Marky Mark and the Funky Bunch?). Dominic West, que faz Kirk Cuddy,  é o único membro do Steel Dragon que é ator “de verdade”. Os outros são uns tais de Jason Bonham (filho do John Bonham) na bateria, Zakk Wylde (Black Label Society, Ozzy) na guitarra e Jeff Pilson (Dokken) no baixo… E ainda tem mais uns músicos de “hair metal” nas bandas cover do filme, Blood Polution e Black Babylon.

Assim, o filme ganha a credibilidade necessária, apesar do diretor Stephen Herek não ser exatamente “da área” – seu filme de maior sucesso é aquela versão de Os 3 Mosqueteiros com Kiefer Sutherland, Charlie Sheen e Oliver Platt.

Mark Wahlberg era rapper, mas aqui não ouvimos a sua voz nas músicas. Ele foi dublado por Jeff Scott Soto e Mike Matijevic (da banda Steelheart). Mas, pra quem tiver paciência para olhar os créditos, verá uma brincadeira que fizeram com ele: o Steel Dragon está no palco, e no P.A. soltam o playback de Good Vibrations – hit do Marky Mark…

O filme explora alguns clichês do famoso “sexo, drogas e rock’n’roll”, temos várias situações em cada um dos 3 vértices. Algumas coisas ficam um pouco forçadas – heu não gostei muito do jeito como Bobby Beers saiu da banda, na frente de um fã, nem da reação do empresário quando Izzy abandona o palco. Mas nada que estrague o resultado final.

Enfim, uma boa diversão pra quem curte rock!