Scott Pilgrim Contra O Mundo

Scott Pilgrim Contra O Mundo

Encerrei bem minha maratona pessoal de 21 filmes em pouco mais de duas semanas (na verdade, vi 24 filmes da programação, mas três heu já tinha visto antes). Ontem vi o divertido Scott Pilgrim Contra O Mundo!

Scott Pilgrim (Michael Cera) tem 23 anos e é um cara comum. Tem cara de nerd e toca baixo numa banda de garagem, a Sex Bob-Omb. Até que um dia conhece Ramona Flowers (Mary Elizabeth Winstead), e, apaixonado, tem que enfrentar os seus sete malignos ex-namorados, dispostos a lutar até a morte com qualquer um que quiser ficar com ela.

Baseado na história em quadrinhos “Scott Pilgrim”, de Bryan Lee O’Malley, este é o primeiro filme americano do diretor inglês Edgard Wright, o mesmo de Todo Mundo Quase Morto e Chumbo Grosso. Seu estilo ágil, de cortes rápidos, funcionou perfeitamente nesta excelente adaptação de quadrinhos misturados com videogames.

Hoje em dia está na moda se falar de boas adaptações de quadrinhos, né? Afinal, temos tido vários filmes muito bons com personagens oriundos de hqs, como os recentes filmes do Batman e do Homem de Ferro. Mas são filmes com cara de filme. Já Scott Pilgrim Contra O Mundo não tem cara de filme, tem cara de quadrinhos. Temos até onomatopeias escritas na tela! Poucas vezes um filme foi tão parecido com uma hq. Sin City e 300 também são assim, mas estas são duas graphic novels, enquanto Scott Pilgrim parece mais um gibi. Não conheço os quadrinhos originais, mas li que os trechos em animação foram tirados dos mesmos. Ou seja, literalmente, vemos os quadrinhos na tela do cinema.

E não só quadrinhos, como também videogame. As lutas entre Scott e os ex-namorados malignos são iguais a games de luta, inclusive com direito a golpes especiais, pontuação e vidas extras no fim da luta! O filme ainda traz inúmeras referências ao universo dos games, como, por exemplo, o nome da banda Sex Bob-Omb – no game Super Mario 2, de 1988, tem um personagem chamado Bob-Omb.

O elenco está perfeito. É difícil imaginar outro ator no lugar de Scott Pilgrim – se não fosse baseado em quadrinhos, dava pra dizer que o roteirista escreveu o papel pensando em Cera. Mary Elizabeth Winstead, depois de Duro de Matar 4 e À Prova de Morte, também está ok, assim como a oscarizável Anna Kendrick. E o resto do elenco principal, cheio de nomes pouco conhecidos, também funciona bem: Ellen Wong, Aubrey Plaza, Alison Pill, Mark Webber, Johnny Simmons e Kieran Culkin – o irmão do sumido Macauley Culkin está impagável como o colega de quarto gay.

Ainda tem mais gente legal no elenco. Alguns atores famosos fazem pequenos papeis como alguns dos ex-namorados. Temos Chris Evans (que foi o Tocha Humana em Quarteto Fantástico e será o novo Capitão América), Brandon Routh (o Superman do filme de 2006) e Jason Schwartzman. Isso sem contar numa ponta não creditada de Thomas Jane, como um policial vegan.

O roteiro é uma grande e divertidíssima bobagem. Claro que não dá pra levar a sério uma “liga de ex-namorados malignos”, né? Mas isso traz situações engraçadíssimas – cada luta é melhor que a anterior (pra ser sincero, só não gostei da luta dos gêmeos). E a luta final é muito, muito boa!

Enfim, diversão garantida. Foi divulgado que o filme teria cópias com legendas eletrônicas, mas a cópia já estava legendada – deve entrar em cartaz em breve!

Rush – Beyond The Lighted Stage

Rush – Beyond The Lighted Stage

Acho que o Festival do Rio resolveu “pegar carona” no show da banda canadense Rush que vai acontecer na Apoteose no próximo domingo, e programou este documentário Rush – Beyond The Lighted Stage, que já está à venda em dvd em lojas brasileiras…

O documentário mostra desde a infância dos integrantes em Toronto até os dias de hoje, passando pelo lançamento de seus álbuns mais marcantes, altos e baixos na carreira, mudanças na sonoridade da banda e até um problema pessoal de um dos membros que quase causou o fim da banda.

O fenômeno do duradouro sucesso da banda e sua carreira de 40 anos são explorados através de imagens de arquivo inéditas e entrevistas com artistas como Gene Simmons (Kiss), Sebastian Bach (Skid Row), Kirk Hammett (Metallica), Trent Reznor (Nine Inch Nails), Mike Portnoy (Dream Theater), Billy Corgan (Smashing Pumpkins), Zakk Wylde (Black Label Society), Les Claypool (Primus) e Jack Black (ator, mas aqui representando a banda Tenacious D).

Como já falei aqui antes, o meu interesse em um documentário está diretamente ligado ao interesse no objeto do documentário. E desta vez gostei da escolha do tema. A história da banda Rush é um bom assunto.

O Rush é uma banda peculiar: apesar de nunca ter conseguido sucesso de crítica e nunca ter tocado nas rádios, tem uma enorme legião de fiéis fãs – por exemplo, quando toca por aqui, tem público para lotar estádios (em 2002, tocaram no Maracanã).

O Rush tem outra forte característica: seu som não tem um estilo facilmente identificável, não se encaixam em nenhum rótulo – eles ficam em algum lugar entre o hard rock setentista e o progressivo. Isso porque não estou falando das peculiaridades de dois dos membros: Geddy Lee não só é um excelente baixista como também canta e toca teclados – ao mesmo tempo! E Neil Peart figura em toda e qualquer lista de melhores bateristas da história (Alex Lifeson é “apenas” um excelente guitarrista).

Estas características e outras são bem retratadas pelos documentaristas Scot McFadyen e Sam Dunn, realizadores de Metal – Uma Jornada pelo Mundo do Heavy Metal, e Iron Maiden: Flight 666.

Bom documentário. Boa opção para o “esquenta” antes do show de domingo!

O Retrato de Dorian Gray

O Retrato de Dorian Gray

Baseado no livro homônimo de Oscar Wilde, O Retrato de Dorian Gray mostra o jovem Dorian Gray, que acabou de se mudar para a efervescente Londres vitoriana. Obcecado por sua beleza e juventude, Dorian aceita que lhe pintem um restrato. Ao vê-lo pronto, afirma que daria sua própria alma para ter eternamente aquela aparência.

Neste filme dirigido por Oliver Parker, a reconstituição de época é muito bem feita, o elenco está ok, os poucos efeitos são eficientes, mas… Mas o filme não empolga…

Acho que o roteiro pecou em não se dicidir sobre o estilo do filme. Às vezes, parece um romance de época, às vezes, um terror clássico. E falha nos dois sentidos.

Pena, porque o elenco é legal. Ben Barnes, mais conhecido por filmes infanto-juvenis como As Crônicas de Nárnia – Príncipe Caspian e Stardust – O Mistério da Estrela, funciona bem como o protagonista que se recusa a envelhecer e escolhe uma vida dedicada ao hedonismo. Colin Firth está ótimo como o bon vivant Henry Wotton, espécie de mentor de Dorian. Ben Chaplin, Rebecca Hall e Rachel Hurd-Wood também estão ok.

Mas o resultado final fica devendo. Pena.

Machete

Machete

Há muito espero para ver este Machete. Quase desisti de ver no cinema (já existe um R5 para baixar na internet), mas aguardei e consegui ver no Festival do Rio, na sala grande – e valeu a pena!

Machete (Danny Trejo) é um eficiente e durão policial federal mexicano, que acaba afastado do seu país pelo traficante que manda na polícia. Imigrante ilegal nos EUA, ele é contratado para matar um político, mas descobre que é uma armadilha, e passa a ser caçado pela polícia americana.

Nem todos sabem a origem deste filme. Ao idealizarem o projeto Grindhouse, Quentin Tarantino e Robert Rodriguez pensaram em falsos trailers para acompanharem os seus dois filmes (À Prova de Morte e Planeta Terror). Eram trailers fakes, os filmes não existiam. Um destes trailers era Machete…

Só que o trailer fez sucesso, e então resolveram fazer o longa. E o filme ficou ótimo, desde já, um dos melhores filmes de 2010!

Machete é sensacional. O diretor Robert Rodriguez, mais uma vez, estava inspirado, e criou uma obra com uma cena antológica seguida de outra. São vários momentos memoráveis! Acho que o meu preferido é a “cena do intestino”. Genial, genial, genial!

Falando de Rodriguez, vou ser repetitivo e copiar o que escrevi sobre ele no post de Planeta Terror: “Robert Rodriguez é um gênio sem par em Hollywood. Ele dirige, escreve o roteiro, produz, edita, faz a fotografia e a trilha sonora e ainda trabalha nos efeitos especiais. E não é só isso: o cara tem duas carreiras paralelas. Além dos filmes para adultos (como Sin City e Era uma vez no Mexico), ele ainda faz filmes infantis, como Shark Boy & Lava Girl e a série Pequenos Espiões. Como ele consegue tempo pra isso tudo? Não sei, mas sei que Hollywood ia ser menos divertida se não existissem caras como ele…”

E Rodriguez continua em forma. Há pouco passou nos cinemas o infanto-juvenil A Pedra Mágica, e agora temos Machete

Vamos falar do elenco? Danny Trejo, eterno coadjuvante de filmes de ação, sempre presente em filmes de Rodriguez, ganhou (acho que pela primeira vez na carreira) um papel principal. Claro que ele é um ator limitado. Mas ele é o Machete perfeito: brutamontes, de poucas palavras, bom de briga e ótimo com uma faca na mão!

Quem estava no trailer original voltou, claro: Jeff Fahey e Cheech Marin, este último presente em vários filmes de Rodriguez, e que aqui lembra seus tempos de Cheech e Chong com seus charutos de maconha.

No time das meninas, temos Jessica Alba, Lindsay Lohan e Michelle Rodriguez. Jessica está o de sempre, bonitinha, mas nada demais – e sua cena de quase nudez é falsa, ela estava vestida e a roupa foi apagada por cgi. Lindsay tem algumas falas espirituosas, que lembram seu conturbado momento atual de vida (problemas ligados a drogas) – e sua nudez também deve ser fake. Michelle faz bem o papel da latina mal-humorada (que ela faz sempre), mas a partir de um momento do filme, seu papel ganha um bom “upgrade” na esquisitice. E vou prestar atenção em Alicia Rachel Marek, a ruiva que faz a mãe da Lilo…

O filme traz ainda alguns “nomes que não estariam numa produção assim”. Robert De Niro está ótimo como o político preconceituoso; Steven Seagal, gordo, também manda bem como o traficante mexicano; só não gostei muito de Don Johnson (sim, ele mesmo, da série Miami Vice), que está quase o filme inteiro debaixo de chapéu e óculos, quase não vemos o seu rosto – aquele papel poderia ter sido feito por qualquer um.

(Acho que o Tarantino aparece não creditado, numa breve ponta. Na cena final, logo antes do confronto, tem um cowboy alto e desengonçado que é a cara dele!)

Machete não tem as falhas propositais que acompanham os dois Grindhouse. Mas manteve o delicioso clima de filme B. É um filme bem feito, mas com cara de vagabundo. E, seguindo essa onda meio trash, os efeitos especiais são excelentes. Tudo exagerado. Exageradamente divertido.

E, pra completar, a trilha sonora é muito boa. O tema principal sozinho já vale a compra do cd!

Enfim, diversão garantida! Recomendo fortemente!

Ah, sim, quem quiser ver o trailer original, está aqui (o trailer “oficial” é este). Acho que Machete está fazendo bonito nas bilheterias, então, é capaz de vermos em breve outro filme baseado nos trailers fakes…

Rubber

Rubber

Uma das sinopses do Festival chamou a minha atenção, um filme sobre “um pneu telepático em missão demoníaca”. Caramba, este é daqueles filmes que a gente PRECISA ver! 😛

A história é essa aí. Num deserto, um grupo de pessoas ganha binóculos para ver um “filme” – de longe, eles acompanham a saga do pneu que, sem nenhuma razão aparente, ganha vida e sai por aí como um serial killer.

Este “sem razão” é uma das ideias geniais que o filme escrito e dirigido por Quentin Dupieux traz. No início, rola uma introdução onde um personagem nos explica que em todos os filmes acontecem uma série de coisas “sem razão”. Por que o ET é marrom? “No reason”, ele explica. Por que não aparece ninguém indo ao banheiro em O Massacre da Serra Elétrica? “No reason”. Por que JFK é assassinado em JFK? “No reason”…

Ao longo do filme acontecem várias coisas “no reason”…

A história não faz o menor sentido! Mas não é um filme cabeça sem sentido, o tom é puxado pro nonsense – algumas cenas lembram os clássicos Zucker-Abrahams-Zucker (Apertem os Cintos O Piloto Sumiu, Top Secret). Alguns momentos são geniais, mas outros são bobos. Pena, há tempos que não aparece um bom nonsense por aí…

Outra coisa que rola no filme inteiro é a metalinguagem. Existe uma audiência assistindo o que está acontecendo, o roteiro explora bem esta situação.

Ah, os efeitos especiais… Ok, fazer um pneu andar não pede lá muitos cgis complicados. Mas poderia ser bem mais tosco, lembro que em Ataque dos Tomates Assassinos a gente vê defeitos técnicos algumas vezes. Mas aqui não, os efeitos do pneu são simples e eficientes. E ainda tem o gore, porque o nosso querido personagem de borracha gosta de explodir cabeças de quem passar pela frente. A quantidade de sangue na tela é boa!

Claro, alguns vão achar o filme ruim porque não é sério. HELLO! O filme fala de um PNEU SERIAL KILLER!!! Claro que não é sério!

Dispa-se dos preconceitos e divirta-se, porque Rubber é engraçado!

The Killer Inside Me

The Killer Inside Me

Lou Ford (Casey Affleck) é o xerife de uma pequena cidade do Texas, e tem um enorme carisma e goza da simpatia de todos à sua volta. Porém, por trás dessa aparência tranquila e segura, reside uma personalidade perigosamente instável e violenta.

Além de ser um filme demasiado lento, The Killer Inside Me tem outro problema: o seu protagonista. Não li o livro homônimo de Jim Thompson onde o filme se baseou, não sei como era o Lou Ford original. Mas o de Casey Affleck não empolga.

E Affleck não é o único sub aproveitado no elenco. Kate Hudson está apagada, nem parece a mesma de filmes como Quase Famosos e A Chave Mestra. Jessica Alba está ok, mas, convenhamos, ela fez alguns filmes legais (Sin City, Machete), mas nunca foi mais do que um rosto bonito…

(O elenco traz outros bons nomes, como Elias Koteas, Bill Pullman Simon Baker e Ned Beatty. Mas todos também com atuações burocráticas.)

A violência presente no filme causou uma certa polêmica, mas acho que foi por mostrar com crueza cenas de mulheres apanhando. Afinal, o cinema hoje em dia mostra coisa bem pior.

O diretor é Michel Winterbottom, que já fez filmes convencionais como A Festa Nunca Termina, mas também polêmicos como o quase pornô 9 Songs. Este The Killer Inside Me, apesar da violência, está entre os convencionais.

Enfim, não é ruim, mas tem coisa melhor por aí.

Bom Apetite

Bom Apetite

Ver filmes no Festival pode ser uma grande loteria. Às vezes o filme é tão novo que temos pouca informação sobre o mesmo.

Quando saiu a lista de filmes, fui ao imdb procurar informações sobre vários títulos desconhecidos. Achei um filme espanhol escrito por Paco Cabezas, roteirista de Spanish Movie e Sexykiller – Morirás por Ella – duas comédias meio nonsense com toques de humor negro. Resolvi então ver este filme, Bom Apetite, achando que era uma comédia no mesmo estilo.

E quebrei a cara… Bom Apetite é um drama, caretão, convencional ao extremo… Pelo menos o filme não é ruim…

O cozinheiro espanhol Daniel vai trabalhar num chique restaurante em Zurique, na Suíça. Lá, ele fica amigo de Hugo, chef italiano, e Hannah, sommelier alemã, enquanto vira o protegido de Thomas, o dono do restaurante.

O filme do diretor David Pinillos usa belíssimas paisagens europeias para mostrar esta história de amor internacional. Ok, nada demais, mas uma história humana e bem escrita, com tudo no lugar certo.

Não conhecia nenhum dos atores. Unax Ugalde (Daniel), Nora Tschirner (Hannah) e Giulio Berruti (Hugo) fazem um bom trabalho.

Agora tenho um comentário que não tem nada a ver com cinema. O restaurante onde se passa boa parte do filme tem cara de ser caro. Mas os pratos apresentados são tão pequenos! Será que gente rica não gosta de comer?

Se Bom Apetite não traz nada de novidade, pelo menos é um romance emocionante e bem feito. Se passar nos cinemas, é uma boa opção para ver com a patroa.

Monstros

Monstros

O nome do filme não chama a atenção. O que chama a atenção é a frase “Depois de seis anos, eles não são mais alienígenas. Eles são locais.” Legal! Será este um novo Distrito 9?

A trama é boa: seis anos atrás a NASA descobriu uma possibilidade de vida alienígena, e mandou uma sonda pra pegar amostras. Mas, na volta, ao reentrar na atmosfera terrestre, a sonda caiu perto da fronteira entre os EUA e o México. Uma grande área foi então posta sob quarentena, classificada como “zona infectada”. Neste cenário, um jornalista americano tenta acompanhar a filha do seu chefe para fora do México, de volta aos EUA.

A produção do filme foi muito modesta – o orçamento era de apenas 15 mil dólares! Boa parte das cenas foi feita apenas com a presença do casal de atores principais (Whitney Able e Scoot McNairy), o diretor Gareth Edwards e mais um técnico. As locações eram lugares “de verdade”, e os figurantes eram simplesmente pessoas locais.

Os efeitos especiais são ótimos, nem parece uma produção de baixo orçamento. É impressionante o que é possível ser feito hoje em dia com um computador e muito talento! Aliás, não são só os efeitos, também vemos muitos cenários destruídos, parece que estamos num pós guerra. Fiquei curioso de saber se algo estava realmente lá…

O argumento do filme lembra um Distrito 9 misturado com Cloverfield. Mas não espere muita ação, o filme é lento, tudo muito contemplativo, mesmo quando finalmente aparecem os enormes alienígenas. Acho que o foco maior foi no relacionamento entre os dois.

E aí acho que o filme falhou um pouco. Não só o casal não me convenceu muito, como acho que seria mais interessante explorar os tais monstros (que parecem uma espécie de polvo ou água-viva gigante, mas que andam em terra), ou, melhor ainda, as pessoas sendo atacadas pelos monstros.

E agora falo a minha maior crítica ao filme: precisava ter o nome “Monstros”? Quem vai pensar numa trama de um casal atravessando uma crise com alienígenas ao ler um título “Monstros”? Poxa, tinham muitos nomes bem melhores por aí…

Mesmo assim, Mosntros vale o ingresso. Vale, nem se for só pra ver que é possível se fazer um bom filme quase sem dinheiro. Não sei se vai ser lançado nos cinemas, mas ainda rolam sessões amanhã e sábado no Festival do Rio!

Biblioteca Pascal

Biblioteca Pascal

Com o objetivo de recuperar a guarda de sua filha, Mona conta a espetacular história de sua vida para um assistente social. Ela narra como conheceu o pai da menina, e a época em que foi vendida como prostituta na Inglaterra e foi parar no bordel Biblioteca Pascal.

Biblioteca Pascal é um dos filmes mais esquisitos que heu já vi!

O visual deste filme meio húngaro, meio romeno é muito legal, nos cenários, nas caracterizações, nos efeitos especiais. A atriz Orsolya Török-Illyés é ótima, em todas as etapas de sua louca jornada. A trilha sonora, que parece música cigana, dá vontade de procurar o cd quando acaba o filme.

Mas… O fim da história não faz o menor sentido! Este é daqueles filmes que, quando acaba, a gente fica se perguntando: “será que era pra entender?”

A Biblioteca Pascal em si é uma ideia boa, mas sub aproveitada, na minha humilde opinião. É um bordel na Inglaterra, para clientes das mais altas classes sociais, no qual as prostitutas se caracterizavam como personagens da literatura. Tem Joana D’Arc, Desdêmona, Pinóquio, Lolita… Boa ideia, mas poderia ter sido melhor usada. (Mais: desde quando rolam roupas pretas de borracha em Othelo?)

Biblioteca Pascal só é recomendado àqueles que curtem a viagem, mesmo sabendo que não vão chegar a lugar algum…

No Bosque

No Bosque

A sinopse deste filme grego fala algo como “três jovens, dois rapazes e uma moça, realizam uma jornada natureza adentro”, blá blá blá. Mas aí heu pergunto: existe sinopse quando um filme não tem história nenhuma?

No Bosque é uma sucessão de cenas desconexas sem sentido!

Me lembrei daquela picaretagem do Lars Von Trier, o Dogma 95, um movimento anti Hollywood que pregava o não uso de tripés, de luz artificial e de música a não ser que alguém estivesse tocando. O resultado foi uma meia dúzia de filmes toscos e desnecessários.

Aqui é assim. A começar pelo formato da tela, já vemos logo de cara que é uma produção em vídeo. Câmera tremendo, muito close, imagens fora de foco, longos e entediantes planos… Rolam muitas cenas sem diálogos e também sem sentido.

E, pra confirmar a picaretagem, ainda rolam duas cenas de sexo explícitas – gay, diga-se de passagem – completamente desnecessárias…

No Bosque esteve no Festival de Rotterdam 2010. Não conhecia este festival, mas agora sei que não é boa referência.

Lixo. Fujam! Desculpem o trocadilho, mas, fujam para as montanhas, mas não passem pelo bosque!