Todos Dizem Eu Te Amo

Todos Dizem Eu Te Amo

Sim, Woody Allen já fez um musical! E, apesar de ser um musical, continuou a ser um típico “filme do Woody Allen”.

Em Todos Dizem Eu Te Amo (Everyone Says I Love You no original), acompanhamos uma grande família da alta classe de Nova York. A história não importa muito, o que é legal é aqui são os vários ótimos personagens interpretados por grandes atores, em situações bem “woodyallenianas”, com direito a todas as neuroses presentes em todos os seus filmes.

Como disse antes, é um musical. Como numa grande homenagem, Allen quis fazer um musical à moda antiga, daqueles onde o ator, no meio de um diálogo, pára de falar e começa a cantar e dançar, e as pessoas em volta o acompanham numa coreografia. Mas o detalhe legal aqui é que os atores não foram escolhidos pelos seus dotes líricos! Ou seja, nem todos cantam bem…

(Aliás, rola uma história interessante sobre isso: Allen só dizia para os atores que se tratava de um musical depois deles assinarem o contrato!)

Independente de cantar bem ou não, as cenas musicais são ótimas. Algumas das coreografias são muito legais, como a do hospital, a da funerária ou a da loja de jóias (com direito a Edward Norton sapateando!). E, last but not least, o número musical com Goldie Hawn flutuando é belíssimo!

O elenco é ótimo: Alan Alda, Goldie Hawn, Woody Allen, Julia Roberts, Edward Norton, Drew Barrymore, Natasha Lyonne, Natalie Portman, Lukas Haas, Tim Roth… Tem até um Billy Crudup novinho fazendo um papel pequeno. Se posso apontar um defeito, heu diria que Woody Allen está velho demais para o seu papel. Não me entendam errado, ele está bem interpretando ele mesmo (como sempre, aliás) – só que, na época do filme, ele estava com 61 anos, o que tornou estranho ele ter filhas adolescentes e se envolver romanticamente com uma Julia Roberts então com 29 anos. Não seria melhor se ele tivesse uns 15 anos a menos?

O nome Todos Dizem Eu Te Amo foi tirado de um diálogo do filme Os Gênios da Pelota, dos Irmãos Marx, que também são homenageados com duas músicas tiradas de outros filmes (Os Quatro Batutas e Os Galhofeiros) e ainda um dos números musicais. Pena que Groucho Marx não está mais vivo para poder ver a homenagem…

Meet The Feebles

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Meet The Feebles

“Senhoras e senhores! Sua atenção, por favor! Bem-vindos ao mais novo, ao maior, ao mais espetacular show na história do entretenimento! Batam palmas para os fabuloso espetáculo de variedades dos Feebles!”

Depois desta narração, aparecem marionetes de vários bichinhos cantando e dançando. Parece uma cópia do Muppet Show, não? Bem, só se for de longe, porque de perto o que vemos é bem diferente dos bonecos de Jim Henson. E bem coerente com o início da carreira do laureado diretor Peter Jackson.

Peter Jackson é um nome conhecido e respeitado hoje por qualquer um em Hollywood. O terceiro filme da série O Senhor dos Anéis, dirigido por ele, ganhou 11 Oscars (um dos recordistas, ao lado de Ben Hur e Titanic). E o cara hoje tá nas cabeças do projeto de levar os quadrinhos do Tintin para as telas, ao lado de “um tal de” Steven Spielberg…

Mas quem conhece seu passado sabe que nem sempre foi assim…

Vamos lá: Peter Jackson começou a chamar a atenção de Hollywood em 1994, quando fez, ainda na sua Nova Zelândia natal, o ótimo Almas Gêmeas (que trazia uma ainda desconhecida Kate Winslet, Oscar de melhor atriz esse ano). Dois anos depois, já em Hollywood, fez Os Espíritos, meio terror meio comédia com Michael J Fox, filme que abriu portas a ele para realizar o grandioso projeto de levar às telas os livros O Senhor dos Anéis. Projeto este que lhe rendeu excelentes bilheterias, respeito da crítica e muitos prêmios.

E antes de Almas Gêmeas? Quem era Peter Jackson?

Ele fez dois filmes trash, ambos sensacionais: Trash, Náusea Total (Bad Taste), de 87; e Braindead – Fome Animal, de 92. Ambos estão na minha lista pessoal de melhores filmes trash da história. E ambos têm distribuição no Brasil! E, em 89, fez esse tal de Meet the Feebles, que, até onde sei, nunca chegou por aqui…

Meet The Feebles é um musical, só com bonecos, parece realmente uma versão do Muppet Show. Mas, ao contrário dos muppets, que vivem num “mundo bonitinho”, o mundo dos feebles é o do submundo e da sarjeta: o filme só fala de perversões! Sexo, drogas, escatologia, pornografia, violência, sangue, assassinatos, traições… tem até um coelho com aids!

E assim acompanhamos a companhia “Os Feebles”, de bichos artistas, que se preparam para um show ao vivo. O filme mostra os preparativos para esse show. Vemos tudo o que rola nos bastidores. E assim conhecemos todos os podres da companhia. Que são muitos…

Alguns dos bonecos são marionetes, outros têm atores dentro. Mas todos os personagens do filme são bonecos, não há nenhum humano! Mesmo assim, NÃO é recomendado para crianças!

É um filme muuuito bizarro… Nem sei se pode ser rotulado como trash… Mas pode servir pra matar a curiosidade de que imaginou um “muppet do mal”…

Repo! The Genetic Opera

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Repo! The Genetic Opera

Tem filmes que já “nascem” cults. Um musical de terror com a diva da Broadway Sarah Brightman atuando ao lado da celebridade patricinha Paris Hilton não tem como não ser cult…

Estamos num “futuro não tão distante”. Houve uma epidemia de falências de órgãos. Uma grande coropração, a Geneco, oferece financiamento para o transplante de órgãos. Ao mesmo tempo, a Geneco lidera uma moda de transplantes não essenciais. E, quando o transplantado atrasa o pagamento, manda um “Repo Man” para “recuperar” órgãos!

A idéia é interessante. O diretor Darren Lynn Bousman é o mesmo de Jogos Mortais 2, 3 e 4, ou seja, é “do ramo”. Ele viu a peça “musical de terror”, fez um trailer de 10 minutos e conseguiu vender a idéia para os produtores.

Mas o filme tem um problema básico: se a parte “terror” está bem representada, a parte “musical” não é muito boa. Um musical precisa ter músicas boas. Sempre que pensamos em musicais ligados ao rock, como Jesus Cristo Superstar ou Tommy, lembramos de várias músicas memoráveis, várias cenas musicais marcantes. Aqui, algumas músicas até são legais, mas nada que empolgue a ponto de, ao fim do filme, procurarmos o cd com a trilha sonora…

Existe outro problema: esta é uma versão de 98 minutos. Segundo o imdb, o diretor pretende lançar em dvd uma outra versão, com 150 minutos. E essa redução não ficou muito boa: alguns temas são lançados e mal explorados, como a nova droga Zydrate.

Mesmo assim, o filme vale ser visto. Afinal, quando temos a oportunidade de ver por aí um musical de terror? Ok, temos Sweeney Todd. Mas a diferença é que Sweeney Todd é essencialmente um musical que conta uma história de terror; Repo! é essencialmente um filme de terror, e que também é um musical. Outros filmes que também se aproximam da idéia são Rocky Horror Picture Show e A Pequena Loja dos Horrores, que puxam pra comédia, ou O Fantasma da Ópera, que na verdade é um drama…

Tem uma coisa que me deixou intrigado no filme: qual é a da Sarah Brightman? Ela é uma diva da Broadway, é atualmente um dos maiores nomes  ligados ao teatro musical. E não fez praticamente nada em Hollywood. Por que ela escolheu logo este filme para a sua “estréia” hollywoodiana? Sei lá, não me parece combinar muito com o estilo dos fãs dela… Normalmente, a galera que curte musicais não é chegada num gore… Que está presente aqui, em cenas com ela própria…

E tem outra coisa que pesquisei mas não obtive resposta: será que este Repo Man” tem algo a ver com o Repo Man, filme de 84, dirigido pelo Alex Cox e estrelado pelo Emilio Estevez? Afinal, qual o verdadeiro significado da expressão “Repo Man”?

http://www.imdb.com/title/tt0087995/

De qualquer maneira, como disse lá em cima, vale ser visto! E como não vi previsão de lançamento por aqui, então, corra para o torrent mais próximo!

Os Reis do Iê Iê Iê (A Hard Day’s Night)

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Os Reis do Iê Iê Iê (A Hard Day’s Night)

Não, não vou falar do disco. Vou falar do filme dos Beatles!

Pros mais novos: sim, eles fizeram alguns filmes. Existe inclusive uma discussão por aí, porque beatlemaníacos dizem que os primeiros videoclips da história seriam esses filmes – a outra “corrente” (com a qual heu concordo) defende Bohemian Rhapsody, do Queen, como o primeiro videoclip, afinal foi um “filminho” feito apenas pra uma música.

Mas voltemos aos filmes dos Beatles! Este A Hard Day’s Night, que aqui no Brasil ganhou o “simpático” nome de Os Reis Do Iê Iê Iê, foi o primeiro de uma série de 5 filmes – depois vieram Help!, Magical Mistery Tour, Yellow Submarine e Let it Be (nomes originais).

E de que trata o filme? Nada demais, o roteiro é apenas para juntar as músicas. Os Fab Four pegam um trem e vão até os bastidores de um programa de tv, onde vão se apresentar no fim do filme. Enquanto isso, rolam motivos pra eles tocarem várias músicas, como “A Hard Day’s Night”, “I Should Have Known Better”, “Can’t Buy Me Love”, “All My Loving” e “She Loves You”, entre outras.

O filme é em preto e branco, e os quatro interpretam eles mesmos. Junto com eles está sempre um velhinho rabugento, o avô do Paul McCartney.

Despretensioso e divertido!

Across the Universe

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Across the Universe

Um filme que quase todo o roteiro é feito de músicas dos Beatles? É uma idéia assaz interessante… Perigosa, porém interessante!

Digo perigosa porque entrar no “universo beatles” não é pra qualquer um. Os beatlemaníacos mais radicais odiariam a idéia de se mexer em algo para eles “sagrado”; por outro lado os que não dão bola pros Fab Four achariam a idéia sem graça.

E não é que a diretora Julie Taymor acertou a mão?

O roteiro é baseado em músicas dos Beatles. Quando as músicas não estão cantadas, elas estão faladas ou citadas por outros elementos – como os nomes dos personagens Jude, Lucy, Sadie, Prudence ou Jo Jo, todos personagens presentes em músicas.

A gente vê um filme desses e se questiona: será que isso seria possível com a obra de qualquer outro artista? Qual outro artista tem no seu repertório tantas boas músicas, tantas músicas famosas, tantas músicas que já fazem parte do nosso subconsciente coletivo? (Sei lá, pensei em Queen, sei que não tem tantas músicas famosas, mas pelo menos a obra do Queen tem a riqueza necessária para um projeto desses…)

Outro ponto forte do filme é o seu visual, psicodélico na dose certa – como a obra dos Beatles, por sinal. Isso, aliado a boas interpretações de quase desconhecidos artistas cantores, nos proporciona belíssimos espetáculos para os olhos.

Cameos: procurem por Bono e Salma Hayek!

O sonho acabou. Mas ainda pode nos proporcionar belos filmes!

Sweeney Todd

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Sweeney Todd

Numa Londres dos tempos vitorianos, um barbeiro condenado e exilado por um crime que não cometeu volta 15 anos depois com sede de vingança. E, num clima doentio, assassina clientes de sua barbearia, enquanto a loja de tortas de carne do andar abaixo usa a carne dos cadáveres em suas tortas.

Por mais que seja uma história de terror, o novo filme de Tim Burton é baseado no musical de Stephen Sondheim, original da Broadway. Ou seja, estamos diante de um musical – de terror!

Tim Burton é o nome perfeito para um filme desses. Hoje em dia, Tim Burton é um dos únicos diretores hollywoodianos que mantém um estilo próprio. Você vê o filme e logo reconhece o seu autor. Principalmente quando lembramos as suas parcerias com Johnny Depp: esse é o sexto filme da dupla, antes vieram Edward Mãos de Tesoura, Ed Wood, A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça, A Fantástica Fábrica de Chocolates e A Noiva Cadáver (sim, é animação, mas as vozes do casal principal são as mesmas deste Sweeney Todd).

Uma prova de que Tim Burton é “o cara” é que Stephen Sondheim estava relutante para liberar o musical para uma versão cinematográfica, mas depois de uma conversa entre os dois, Burton explicou a sua visão sobre Sweeney Todd, e então Sondheim liberou as músicas, com a condição que aprovasse os atores cantores. Claro que Burton queria Depp para o papel principal, mas Sondheim achava que ele seria muito “rock’n’roll” pro papel. Mas Depp não teve problemas com isso, e se submeteu aos testes de voz. Helena Bonham Carter, apesar de esposa do diretor, também teve que fazer os testes. Sondheim aprovou ambos.

O elenco, aliás, é curioso. Diferente de produções como Rent – que trouxe para as telas vários nomes da Broadway, ou Hairspray – que usa atores famosos por terem intimidade com papéis cantados; Sweeney Todd tem atores que não são lembrados por serem cantores. Além de Depp e Carter, temos Alan Rickman (o Snape de Harry Potter), Timothy Spall (também de Harry Potter, além de um monte de papéis pequenos em filmes diversos) e Sacha Baron Cohen – sim, o Borat! – que está sensacional, aliás. Além desses, ainda temos alguns bons e importantes papéis na mão de atores até agora desconhecidos, como Laura Michelle Kelly, Jayne Wisener e Jamie Campbell Bower.

Apesar de seu clima sombrio e seu anti-herói, Burton e Depp conseguiram fazer um filmaço. Johnny Depp levou o Globo de Ouro de melhor ator pelo papel, mas perdeu o Oscar pro Daniel Day Lewis…

Hairspray

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Hairspray

Em 88, John Waters dirigiu Hairspray, a história de uma gordinha que quer aparecer num programa de dança na tv, em Baltimore, nos anos 60.

Apesar de ser John Waters, que antes fez os bizarros Polyester e Pink Flamingos, este filme nem era tão esquisito. Mas ainda estava um pouco longe do mainstream, claro.

Anos depois, criaram uma versão teatral na Broadway. E, quando anunciaram a refilmagem, achei que deveria ser baseada na peça, que deve ser um pouco mais suave do que o estilo “John Waters”…

Logo que vi o elenco, vi que o novo filme prometia remeter ao antigo: John Travolta estava escalado para interpretar a mãe da personagem principal. Sim, a mãe, papel que no original foi do travesti Divine! Viva!

E realmente, o filme é sensacional! Um dos melhores musicais que ja vi!

O clima do filme me lembrou muito A Pequena Loja dos Horrores, o meu musical preferido. Tudo é cliche, tudo é caricato, tudo é exagerado, mas de uma maneira exageradamente deliciosa.

Tracy Turnblad (a estreante Nikki Blonsky) é uma garota baixinha e gordinha que sonha aparecer no programa de tv The Corny Collins Show, mas tem problemas devido ao seu visual fora dos padrões.

A gente pode se perguntar por que usar o John Travolta como a mãe de Tracy. Será que não era melhor usar uma atriz? Logo vemos que não! Quase 30 anos depois de despontar como símbolo sexual justamente dançando em seus filmes, Travolta faz uma gordíssima mãe (eram 4 horas pra colocar toda a maquiagem), e que, tímida, sempre dança discretamente, até “soltar a franga” na cena final. Completam o elenco nomes como Christopher Walken, Michelle Pfeiffer, Queen Latifah, James Marsden (sim, o Cíclope de X-Men canta e dança!) e o novo namoradinho da América, Zac Efron, de High School Musical. Curiosidades cameo: o exibicionista que aparece na cena inicial é o proprio John Waters; e uma das agentes que assiste o show final é ninguém menos que Ricki Lake, que interpretou Tracy Turnblad na versão de 88.

As músicas são muito, muito boas! E, de quebra, é um filme contra o preconceito, sem ser panfletário e politicamente correto. Aliás, passa longe do PC quando mostra clichês como a detenção da escola, que só tem jovens negros, que ficam treinando danças novas, com muito mais swing que as dançadas pelos brancos…

A Pequena Loja dos Horrores

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A Pequena Loja dos Horrores

Antes de falar do filme certo, vou começar falando de algumas décadas antes…

Nos anos 50 e 60, um diretor chamado Roger Corman ficou famoso por fazer muitos filmes de terror de baixo orçamento. Eram vários por ano! Um dos casos é famoso: em 63, ao ter um “grande” orçamento para filmar O Corvo, baseado em Edgar Allan Poe, ele aproveitou partes do cenário e do elenco e fez outro filme, O Terror, em apenas 4 dias. Não satisfeito, ele filmou um prólogo como se fosse alguém contando uma história, e incluiu o que já tinha filmado, criando um terceiro filme! Perder dinheiro era algo que ele não sabia fazer!

Bem, no meio de tanta coisa, pouco se aproveitava. Roger Corman é considerado genial até hoje, mas a qualidade da maioria dos seus filmes é questionável…

Um de seus filmes, A Pequena Loja dos Horrores, mostrava uma planta carnívora alienígena que mudava a vida de um pacato funcionário de uma floricultura. Uma curiosidade sobre esse filme: um jovem Jack Nicholson fazia um pequeno papel como um paciente masoquista de dentista sádico!

Bem, anos se passaram, e criaram uma versão musical pra esse filme, no teatro Off-Broadway.

Até que (enfim!) chegamos a 1986, data de lançamento do filme do qual estou falando. Uma versão da peça de teatro que por sua vez era uma versão do filme de terror B!

A Pequena Loja dos Horrores de 1986, claro é um musical. Dirigido por Frank Oz, um dos criadores dos Muppets (e criador do boneco e da voz do Yoda!), conta a história de um funcionário de uma floricultura, um típico “loser”, que tem sua vida mudada, quando encontra uma planta diferente e especial. Aos poucos, descobre que a planta se alimenta de sangue, e que ela veio de outro planeta.

O elenco é perfeito! Rick Moranis era o perfeito “loser” dos anos 80, época que fez papéis semelhantes em Os Caçafantasmas, Querida, encolhi as crianças, S.O.S. – tem um louco solto no espaço, e vários outros. E não é que aqui ele até canta? Ellen Greene, como Audrey, foi “reaproveitada” do elenco do musical, e impressiona quando solta o vozeirão. Steve Martin está perfeito como o dentista sádico. Vincent Gardenia faz o dono da floricultura, e o filme ainda conta com participações de John Candy, James Belushi e Bill Murray. E, last but not the least, temos Levi Stubbs, a voz principal do grupo Four Tops, como a voz da planta!

A planta! Audrey 2, como é chamada, é um espetáculo à parte. Numa época sem efeitos computadorizados, a planta cresce, se movimenta, pula, fala e canta! Os movimentos labiais são perfeitos! Audrey 2 fez o filme concorrer ao Oscar de melhores efeitos especiais – na época se falava que era o “monstro de Hollywood” mais perfeito desde E.T.!

Outra coisa a ser destacada no filme é a direção de arte. O filme tem um maravilhoso visual kitsch. É exagerado de propósito – o filme é todo feito em estúdio, com cenários caricatos. Se formos analisar, o filme é extremamente bem feito, apesar de parecer extremamente vagabundo.

E, claro, as músicas são sensacionais. Recomendo esse filme para qualquer fã de cinema. Mesmo aqueles que não gostam de musicais.

Mamma Mia!

Mamma Mia!

Alguns filmes parece que são feitos para um determinado tipo de público. Este é o caso de Mamma Mia, um musical baseado nas músicas do grupo sueco Abba: se você é fã de Abba, vai adorar. Mas se não for fã…

A idéia é até interessante: várias músicas do Abba são costuradas, criando uma história: uma menina de 20 anos, às vésperas do casamento, descobre que sua mãe teve aventuras amorosas com três diferentes homens antes de engravidar. Assim, ela manda convites para os possíveis pais, para tentar descobrir qual dos três é o verdadeiro pai.

Confesso que não sou fã de Abba (só reconheci 4 músicas!), então não sei se as adaptações foram fiéis ou se as músicas foram modificadas. Mesmo assim, a história quase sempre funciona, apesar dos personagens clichês.

Quase sempre funciona, heu disse. Tem coisas mal pensadas no roteiro, como, por exemplo, a época que o filme se passa. Fala-se de internet, então não se passa há muitos anos. Mas a menina de 20 anos foi gerada na época do “flower power”. Ou seja, uma menina gerada no fim dos anos 60 ou início dos 70, com 20 anos hoje em dia – bem, as minhas contas não bateram…

Um dos pontos positivos é o cenário: o filme se passa inteiramente em ensolaradas e belíssimas ilhas gregas. E o elenco quase funciona.

Sim, heu disse quase de novo. Meryl Streep está ótima como a mãe, e além de boa atriz, também canta bem – o momento “The winner takes it all” é ótimo. Amanda Seyfried não decepciona como a filha. E os 3 candidatos a pai são interpretados por Stellan Skarsgard, Colin Firth e Pierce Brosnan. E, bem, a voz deste último não funciona tão bem assim… Talvez a escolha do elenco devesse pensar também nas vozes que iriam cantar.

Mas, apesar de tudo, o filme diverte. Podia ser um pouco mais curto (precisava de Dancing Queen duas vezes?), mas, mesmo assim, é divertido.