A Liar’s Autobiography – The Untrue Story of Monty Python’s Graham Chapman / Monty Python – A Autobiografia de um Mentiroso

Crítica – A Liar’s Autobiography – The Untrue Story of Monty Python’s Graham Chapman / Monty Python – A Autobiografia de um Mentiroso

Alguns filmes se tornam “obrigatórios” só pela descrição. Este A Liar’s Autobiography – The Untrue Story of Monty Python’s Graham Chapman é um deles. Vejam a sinopse oficial do Festival do Rio:

Pouco antes de sua morte, em 1989, Grahan Chapman, membro do extinto grupo britânico de humor Monty Python, teve sua voz captada durante a leitura de sua autobiografia lançada em 1980. Utilizando-se deste áudio como guia narrativo, 15 diferentes estúdios produziram 17 estilos de animação distintos para representar as memórias e mentiras deste ícone do humor inglês. Quatro sobreviventes da trupe, Terry Gilliam, John Cleese, Michael Palin e Terry Jones, se reuniram para dar voz aos personagens.

Animações em estilos variados, narração usando a própria vez de Chapman, e ainda participação de outros quatro ex Monty Python? Imperdível para fãs! A dúvida era: será que A Liar’s Autobiography – The Untrue Story of Monty Python’s Graham Chapman é só pros fãs, ou além disso é um bom filme?

Infelizmente, só pros fãs…

A Liar’s Autobiography – The Untrue Story of Monty Python’s Graham Chapman tem um problema grave: não tem humor. Sim, é um filme sobre o Monty Python, um dos grupos mais engraçados da história do cinema / televisão, mas é um filme com poucos momentos engraçados. Quase todas as piadas estão em imagens de arquivo – justamente os trechos que não são em animação.

E, para os fãs, rola um outro problema: dentre os 17 estilos de animação, não rola o “estilo Terry Gilliam”! Procurei pela internet uma explicação pra isso, segundo o que encontrei, Gilliam não quis participar do projeto, e por isso os diretores Bill Jones, Jeff Simpson e Ben Timlett proibiram as equipes de copiarem o estilo de Gilliam.

A narrativa pega trechos soltos da biografia escrita por Chapman e seu parceiro David Sherlock, e nem sempre segue uma linha lógica, deixando o filme meio confuso às vezes. Nada muito grave, por causa da opção da narrativa fragmentada. Pelo menos as mudanças de estilos de animação são bem interessantes, e algumas sequências são muito boas (gostei do trecho dentro do avião).

O que é interessante aqui é mostrar peculiaridades da vida de Chapman, como o seu problema com álcool ou a sua homossexualidade (ou seria bissexualidade?). Pena que o filme traz poucas novidades, neste aspecto o documentário Monty Python: Almost the Truth – Lawyers Cut, lançado em 2009, é bem mais completo.

No elenco, John Cleese, Michael Palin, Terry Jones e Terry Gilliam fazem vários personagens cada um, além de Carol Cleveland, antiga colaboradora. Além deles, Cameron Diaz empresta sua voz a Sigmund Freud em uma das sequências.

Enfim, só para fãs hardcore.

p.s.: Copiei e colei lá em cima a sinopse que está na programação. Mas tive que fazer uma pequena correção. A sinopse falava “os quatro sobreviventes”. Mas são cinco! Quem escreveu a sinopse esqueceu do Eric Idle! (que, se vi direito, aparece de relance na cena do velório de Chapman)

Not The Messiah – Ao Vivo em Londres

Not The Messiah – Ao Vivo em Londres

Levei um susto quando vi num anúncio de site de dvds algo que parecia ser um novo filme do Monty Python. Corri e comprei para ver do que se tratava.

Na verdade, Not The Messiah não é um filme. É o registro de um espetáculo que aconteceu ano passado, na comemoração de 40 anos do grupo de humor inglês Monty Python. Um grande concerto no Royal Albert Hall, em Londres, com orquestra e coro, e várias participações especiais.

O espetáculo é uma versão musical do filme A Vida de Brian. Pra quem não viu o filme: Brian nasceu na manjedoura ao lado de Jesus Cristo e é confundido com Este ao longo de toda a sua vida – inclusive morre crucificado no fim. Tudo isso, claro, com o humor ácido e nonsense do genial e anárquico grupo inglês.

Claro que este Not The Messiah não é tão engraçado, afinal, e um musical e não uma comédia. E quase todas as piadas aqui são tiradas dos filmes. Sim, como homenagem é muito legal. Mas não espere piadas novas!

Mais legal que as homenagens são as participações especiais. Quatro dos cinco ex-Pythons vivos estão presentes (Graham Chapman morreu em 1989). Eric Idle é o principal narrador e está no palco quase o tempo todo; Michael Palin faz alguns papéis; Terry Jones canta uma música; e Terry Gilliam faz uma curta e engraçadíssima ponta. E ainda tem espaço para Carol Cleveland e Neil Innes, coadjuvantes em vários momentos da carreira do grupo.

(Me pergunto onde estava John Cleese, logo o ex-Python com a mais prolífica carreira como ator. Segundo o imdb, ele está envolvido em dois filmes no momento. Será que não dava pra voltar pra Londres por uma noite pra participar do show? Ou será que ele brigou com os outros?)

Os quatro solistas, William Ferguson, Shannon Mercer, Rosalind Plowright e Christopher Purves, são excelentes cantores, mas, como comediantes, deixam a desejar. Já a orquestra, regida por John Du Prez, traz várias inovações criativas e bem-humoradas, como acessórios usados pelo coro, ou então instrumentos não usuais em uma orquestra, como gaitas de foles ou o “momento mariachi”.

Me parece que a maior parte das músicas é inédita. Mas ainda tem espaço para clássicos “pythonianos” como “Always Look At The Bright Side Of Life” e “Lumberjack Song”.

Not The Messiah não é para todos, acho que só os fãs de Monty Python vão curtir. Para quem ainda não conhece, veja primeiro o filme A Vida de Brian!

Bandidos do Tempo

Bandidos do Tempo

Com a proximidade da estreia do Imaginário do Dr. Parnassus, resolvi rever alguns filmes viajantes do Terry Gilliam: As Aventuras do Barão Munchausen e este Bandidos do Tempo, que nunca foi lançado por aqui em dvd. Heu até tenho o vhs original, mas como não tenho mais videocassete, encomendei um dvd gringo pela internet. Quando chegou, coloquei no dvd player, e descobri que não existe a opção de ver com legendas! Poxa, heu esperava pelo menos legendas em inglês! Resultado: baixei o filme e assisti em formato avi… Depois reclamam da pirataria!

Bandidos do Tempo tem uma premissa genial: como Deus criou o mundo em apenas seis dias, ficaram espalhadas várias falhas, vários buracos. Seis anões, que ajudaram na criação do mundo, roubam o mapa onde estão esses buracos, e saem viajando pelo tempo roubando coisas. No caminho, caem dentro do quarto de Kevin, um garoto inglês de 11 anos, que, meio sem querer, acaba se juntando ao grupo.

A premissa é genial e o filme é muito divertido. Afinal, não é todo dia que viajamos pelo mundo e encontramos Napoleão, Robin Hood e o rei Agamemnon, e ainda viajamos no Titanic, isso tudo antes de entrar na “era das lendas”, onde gigantes usam navios como chapéus e “O Mal” em pessoa vive na sua Fortaleza das Trevas.

Os principais nomes do elenco – o garoto e os anões – não são muito conhecidos. Este foi o filme de estreia de Craig Warnock, que faz Kevin, o garoto. E Warnock nunca mais fez nada digno de nota. Entre os anões, heu só reconheci dois: Kenny Baker (que estava dentro do robô R2-D2, dos filmes clássicos da saga Guerra nas Estrelas) e Jack Purvis (que era um dos amigos do Barão Munchausen). Os outros anões são David Rappaport, Malcolm Dixon, Tiny Ross e Michael Edmonds.

Por outro lado, nos papéis secundários tem um monte de atores legais! Sean Connery é Agamemnon; John Cleese é Robin Hood; Ian Holm é Napoleão. Michael Palin e Shelley Duvall aparecem em duas breves cenas, David Warner é “O Mal”, e Ralph Richardson, o “Ser Supremo”. E ainda temos Peter Vaughan, Katherine Helmond, Charles McKeown e Jim Broadbent.

Como todos aqui sabem (ou deveriam saber), Terry Gilliam fazia parte do grupo Monty Python. Aqui temos outros dois ex-Pythons no elenco, John Cleese e Michael Palin. E, de quebra, o roteiro foi escrito por Gilliam e Palin. Não sei se existe outro filme tão “Pythoniano” como este, fora os feitos pelos seis juntos!

(Yellowbeard – O Pirata da Barba Amarela, também tinha três ex-Pythons: foi escrito por Graham Chapman e no elenco contava com Chapman, Eric Idle e John Cleese. Mas o diretor, Mel Damski, não era ex-Python!)

Enfim, Bandidos do Tempo é um filme divertidíssimo. Ok, concordo, é um pouco maluco também, mas mesmo assim, continua divertdíssimo!

Como curiosidade final: Bandidos do Tempo teve dois nomes diferentes no Brasil, afinal, quando passou nos cinemas, foi lançado como Os Aventureiros do Tempo!

As Aventuras do Barão Munchausen

As Aventuras do Barão Munchausen

Inspirado pela pré estreia do novo filme do Terry Gilliam, O Mundo Imaginário do Doutor Parnassus, na tela gigante montada à beira da Lagoa Rodrigo de Freitas, resolvi montar uma sessão dupla e rever As Aventuras do Barão Munchausen. Infelizmente, em dvd…

O Barão Munchausen realmente existiu, foi um militar alemão que serviu pelo exército russo e participou de duas campanhas contra os turcos. Quando voltou para casa, contava histórias fantásticas e exageradas sobre suas aventuras. Suas histórias eram tão boas que Rudolph Erich Raspe resolveu reuní-las e publicá-las em 1785, como um livro de aventuras infanto-juvenil. O filme não é baseado na vida real, e sim no livro exagerado de Raspe!

O filme é divertidíssimo! Acompanhamos o Barão enquanto ele viaja para a lua, para o interior do vulcão Etna e até para dentro da barriga de um enorme monstro marinho, tudo isso para reencontrar seus amigos Berthold (que corre tão rápido que precisa de bolas de ferro presas nos pés), Albrecht (muito, muito forte), Adolphus (dono de uma visão extraordinária) e Gustavus (com audição e fôlego fora do comum), e também seu cavalo Bucefalus, que o ajudarão a derrotar os turcos e recuperar a cidade.

Os efeitos especiais são excelentes. O ano era 1988, não existiam efeitos feitos por computador, era tudo “na mão”. E mesmo assim, os efeitos são deslumbrantes, e conseguem mostrar toda a grandiosidade exigida pelo roteiro.

O elenco é cheio de nomes dignos de nota, como Eric Idle (velho companheiro de Monty Python), Jonathan Pryce (“Brazil, O Filme”), Oliver Reed e Robin Williams. Os produtores queriam Sean Connery para interpretar o Barão, mas Gilliam bateu o pé, porque já tinha se decidido a dar o papel a John Neville. (Depois, Connery foi escalado para fazer o Rei da Lua, mas com os cortes financeiros na produção, Connery se desligou do projeto, e Robin WIlliams assumiu o papel). Heu me lembrava que tinha a Uma Thurman novinha, com 17 anos, em um de seus primeiros papéis. O que heu sinceramente não lembrava era que Sally, a menininha de oito anos que acompanha o Barão, é a Sarah Polley, a mesma de filmes como a nova versão de Madrugada dos Mortos!

Como disse lá em cima, desta vez vi Munchausen em dvd (a primeira vez vi no cinema, mas foi há uns 20 anos atrás!). Comprei há pouco o dvd duplo, e aproveitei para ver os extras. Tem um documentário muito interessante, algo como “As Desventuras do Barão Munchausen”, de pouco mais de uma hora, onde ficamos sabendo da enorme quantidade de problemas que rondou a produção. O filme chegou a ser cancelado! E, depois de pronto, o estúdio boicotou o lançamento, torcendo por um fracasso de público e crítica, como uma vingança ao diretor. Bem, todos sabem que a vingança não deu certo. Munchausen pode não ter sido um sucesso estrondoso, mas o filme está aí, reverenciado pela crítica até hoje!

Li que este filme fecha uma “trilogia informal” de Gilliam, sobre os impactos da imaginação nos três estágios do homem (juventude, idade adulta e velhice). Os outros dois filmes são Bandidos do Tempo (81) e Brazil – O Filme (85). Já tenho Brazil, mas Bandidos do Tempo nunca foi lançado em dvd aqui no Brasil. Encomendei um dvd gringo num site, assim que chegar, vou rever os dois filmes e resenhá-los aqui!

O Mundo Imaginário do Doutor Parnassus

O Mundo Imaginário do Doutor Parnassus

Ontem fui naquele evento onde colocam uma tela gigante no Jóquei Clube, na Gávea, Rio de Janeiro. (Cada ano eles mudam de nome, ano passado era Vivo Open Air, este ano virou Vale Open Air. Qual será o nome ano que vem?) Era a pré estreia do novo filme do diretor Terry Gilliam, “O Mundo Imaginário do Doutor Parnassus”!

A trama: nos dias de hoje, uma trupe teatral no estilo daquelas que a gente vê em filmes medievais circula por aí. É dirigida pelo Doutor Parnassus, que tem um misterioso pacto com o diabo.

Terry Gilliam tem um estilo visual único – aliás, foi por isso que escolhi este filme para ver na tela gigante. As imagens de sonho, no tal “mundo imaginário” do título, são fantásticas. Figurinos, fotografia, direção de arte, efeitos especiais, o cuidado do diretor neste sentido é enorme, vide obras como “Brazil”, “As Aventuras do Barão Munchausen”, “Os 12 Macacos” e “Medo e Delírio”. Os efeitos especiais de seus filmes já nos tiravam o fôlego numa era pré-computador, e agora, com os ilimitados poderes dos cgi, a sua criatividade atinge patamares nunca antes imaginados.

Gilliam é muito talentoso, mas é um cara azarado. Frequentemente, seus filmes têm problemas na produção. Se “Munchausen” chegou a ser cancelado antes de finalizado, e o filme sobre Dom Quixote que ele tentou fazer nem mesmo ficou pronto, “Doutor Parnassus” perdeu um de seus atores principais. Heath Ledger, que faz Tony, morreu durante as filmagens. Mas a solução encontrada foi muito boa: chamaram outros três atores diferentes, e cada vez que Tony entrava no “mundo imaginário”, ele mudava de cara. Talvez em outro tipo de filme isso não funcionasse, mas aqui, ficou genial! Assim, temos, além de Ledger, outros três Tonys, interpretados por Johnny Depp, Jude Law e Colin Farrell. Além deles, o elenco conta com Christopher Plummer como o Doutor Parnassus, Tom Waits, Lily Cole, Verne Troyer e Andrew Garfield.

O resultado final do filme é meio confuso, não sei se a morte de Ledger teve algo a ver com isso. Mesmo assim, o filme merece ser visto, nem que seja só pelo visual deslumbrante.

Por fim, acredito que todos aqui sabem que Terry Gilliam é ex-membro do Monty Python, lendário grupo de humor inglês. Pois bem, uma das cenas é a cara do Monty Python, aquela que mostra policiais cantando e dançando. Muito boa esta cena!

Monty Python ao vivo no Hollywood Bowl

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Monty Python ao vivo no Hollywood Bowl

Monty Python era um grupo de humor da tv inglesa, nos anos 60. Mais ou menos como o Casseta e Planeta hoje em dia. Humor inglês, muitas vezes genial, porém nem sempre compreendido por aqui – temos que admitir que humor inglês não é pra todos os gostos…

(Mesmo assim, heu disse genial e repito. Uma das provas é que o termo “spam”, hoje amplamente usado com e-mails, surgiu de um quadro deles! Veja aqui: http://www.youtube.com/watch?v=anwy2MPT5RE)

E não é só isso. Qualquer compilação que fale da história do humor no cinema tem que citar Monty Python. Mais ou menos assim, Na “sessão besteirol”, depois dos Irmãos Marx, antes do trio Zucker Abraham Zucker, contemporâneos do Mel Brooks…

Além de algumas temporadas do programa de tv, eles fizeram alguns longa-metragens para o cinema, os sensacionais O Cálice Sagrado, A Vida de Brian e O Sentido da Vida. Além desses três filmes, ainda teve um show que eles fizeram no Hollywood Bowl que foi lançado nos cinemas. E é desse show que vou falar hoje.

É um show, mas um show de humor, não de música. Basicamente é uma reunião de esquetes, algumas boas, algumas bobas, quase sempre engraçadas. Entremeando as esquetes, alguns números musicais e trechos no telão complementam o programa.

São vááários momentos antológicos, como o quadro do “Silly Walk”, o do Michelangelo com o Papa, o da discussão, a “lumberjack song”, o futebol de filósofos gregos vs alemães, as olimpíadas tolas, a “chapeuzinho vermelho”, o “momento albatroz”… Algumas piadas até são meio bobas – heu nunca entendi por que os ingleses acham engraçado quando um homem se veste de mulher – mas, no geral, é de rolar de rir!

Os filmes podem até ser mais bem feitos, afinal têm uma linha narrativa – diferente daqui, que é uma coleção de piadas. Mas vou confessar pra vocês que a vez na minha vida que ri mais numa sala de cinema foi vendo esse filme, muitos anos atrás, no Estação Botafogo 3…

12 Macacos

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12 Macacos

Terry Gilliam era um dos membros do grupo inglês Monty Python – aliás, o único americano entre eles. E quando o Monty Python acabou, ele investiu na carreira de diretor (começada enquanto o grupo ainda existia) e se tornou uma importante referência. Este, ao lado de Brazil, o Filme, é um dos melhores filmes dele.

Num futuro pós apocalíptico onde um vírus matou quase todos, o que sobrou da população vive nos subterrâneos. Algumas pessoas são mandadas ao passado para tentar reverter essa situação.

O elenco foi muito bem escolhido. Bruce Willis neste filme confirmou a opção de variar os papéis, alternando filmes de ação (Duro de Matar) com trabalhos mais elaborados como Pulp Fiction. E Brad Pitt, na época das filmagens ainda era um quase desconhecido ator em ascensão. Só que, entre as filmagens e o lançamento, chegaram ao circuito Entrevista com o Vampiro, Lendas da Paixão e Seven, catapultando a sua carreira.

12 Macacos concorreu a dois Oscars: melhor ator coadjuvante com Brad Pitt (ele está realmente impressionante); e melhor figurino (mas perdeu os dois). Curiosamente, não concorreu a melhor roteiro, apesar de ter um dos melhores roteiros da história de Hollywood. Tudo no roteiro é “redondinho”, tudo se encaixa, o menor detalhe aqui tem sentido acolá. Sim, tem gente que não vai entender a história se não prestar atenção…

O estilo do Terry Gilliam é peculiar: personagens caricatos, cenários grandiosos, ângulos de câmera pouco usuais… Pena que, recentemente, um de seus filmes foi literalmente perdido. Enquanto filmava uma nova versão de Dom Quixote, vários problemas aconteceram durante as filmagens – desde tempestades destruindo os cenários até o ator principal cair de cama doente. Nunca veremos este filme…

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Tideland

Sabe aquele tipo de filme que quando acaba você fica se perguntando “o que foi isso que acabei de ver?” Já vi muitos filmes estranhos na minha vida, mas confesso que há tempos não via nada tão esquisito.

Conhecemos o mundo mágico de Jeliza Rose, uma menina de uns dez anos de idade, filha de pais viciados, que conversa com animais e tem como amigas e companheiras quatro cabeças de bonecas.

O filme é até bom. Mas é uma fábula bizarra, um conto de fadas distorcido. E, convenhamos, isso não agrada a qualquer um… Principalmente porque mostra cenas realmente incômodas, como a pequena Jeliza Rose preparando a heroína pro seu pai…

Nada tão surpreendente quando vemos quem é o diretor: Terry Gilliam! Ex-Monty Python, ele já fez muita coisa estranha em sua carreira de diretor, como Medo e Delírio em Las Vegas ou o sensacional Brazil, o Filme

Vemos uma referência bem clara à Alice no País das Maravilhas, Jeliza Rose inclusive cai no mesmo buraco da árvore que a personagem da história. E, assim como Alice, Jeliza Rose tem o seu próprio mundo diferente, onde está a salvo do perigoso mundo adulto.

Provavelmente pela esquisitice este filme não foi bem lançado por aqui, apesar do diretor conhecido e de ter Jeff Bridges como o pai de Jeliza Rose (Jeniffer Tilly faz a mãe, mas o seu papel é bem pequeno). Até onde sei, não passou nos cinemas, e só vi o dvd pra vender uma única vez.

Mas a procura vale a pena!