O Rei Leão (2019)

Crítica – O Rei Leão (2019)

Sinopse (imdb): Após o assassinato de seu pai, um jovem príncipe leão foge de seu reino apenas para aprender o verdadeiro significado de responsabilidade e bravura.

A Disney descobriu uma nova fonte de bilheterias milionárias: versões live action dos seus desenhos clássicos. Só este ano já tivemos Dumbo e Aladdin (e parece que o próximo vai ser A Dama e o Vagabundo). Apesar de não ser exatamente live action, O Rei Leão é mais um dessa lista.

(Uma produção live action deveria ter atores. Este Rei Leão é todo em cgi. É outro tipo de animação, tem cara de real, mas continua sendo animação.)

Dirigido por Jon Favreau (que, além de ser uma pessoa importante para o MCU, já tinha dirigido um outro live action, o Mogli), O Rei Leão (The Lion King, no original) tem um problema óbvio: é igual ao desenho.

Ok, a gente entende que a garotada de hoje não vai querer ver um desenho animado feito 25 anos atrás, então esta nova versão sem dúvida vai vender muitos ingressos. Mas, para quem viu o original recentemente, o filme novo é muito sem graça.

(E ainda tem outra coisa que me incomodou (apesar de não ter lido nada sobre isso por aí). Ter um filme com o visual mais “national geographic” atrapalha a suspensão de descrença. Por exemplo, é mais fácil ver um desenho animado onde um filhote de leão só come insetos e larvas e apesar disso cresce saudável, do que ver a mesma coisa com um leão que parece de verdade.)

Bem, pelo menos temos que reconhecer que a qualidade da animação é um absurdo. Fica difícil imaginar se existe algo mais perfeito que isso. Ouvi gente reclamando que os animais têm poucas expressões, mas, justamente, são animais, e animais têm poucas expressões. E a piada com a referência a A Bela e a Fera foi muito boa.

O elenco tem um monte de gente legal, como Chiwetel Ejiofor, Donald Glover, Beyoncé, Seth Rogen e Alfre Woodard. Mas a maioria do público vai ver dublado, então tanto faz. Acho que James Earl Jones é a única voz do desenho que volta, ele dublou o Mufasa nos anos 90 e repete aqui. Pena que não chamaram Matthew Broderick pra ser o Simba de novo…

O Rei Leão vai ter uma grande bilheteria. Mas, continua sendo um filme desnecessário.

Homem-Aranha: Longe de Casa

Crítica – Homem-Aranha: Longe de Casa

Sinopse (imdb): Após os eventos de Vingadores: Ultimato (2019), o Homem-Aranha deve se impor para enfrentar novas ameaças em um mundo que mudou para sempre.

Em primeiro lugar, é preciso falar que este não é apenas “o novo filme do Homem Aranha”. Este é “o filme depois de Vingadores Ultimato“. Se no início do MCU os filmes eram independentes, e você conseguia assistir a filmes “avulsos”, isso não acontece aqui. Quem chegou agora vai ficar perdido…

Dito isso, Homem-Aranha: Longe de Casa (Spider-Man: Far from Home, no original) é um bom epílogo para esta fase do MCU. Não é um filme épico como o anterior (claro), mas é um filme leve e divertido (assim como o primeiro Homem Aranha), e que explica algumas coisas sobre o mundo “depois do blip” (como foi chamado o período onde metade da população desapareceu).

Mais uma vez dirigido por Jon Watts (o mesmo do primeiro Aranha), Homem-Aranha: Longe de Casa segue a vida do jovem que ainda não sabe como ser um super herói. Os fãs das HQs estão reclamando “porque este não é o meu Peter Parker”, mas achei coerente com tudo o que já foi mostrado no MCU.

No elenco principal, a única novidade é Jake Gyllenhaal, com um personagem que a princípio lembra o Doutor Estranho (isso é até falado no filme), mas que se revela bem diferente, e que é responsável por uma das melhores sequências do filme. Temos de volta Tom Holland, Marisa Tomei, Jon Favreau, Zendaya, Jacob Batalon, Tony Revolori, Samuel L. Jackson e Cobie Smulders. Tem algumas outras participações especiais, mas seria spoiler dizer quem são.

No fim, duas cenas pós créditos, como de praxe. Uma delas vai explodir a cabeça de muita gente, seja pelo que é falado, seja pelo ator escolhido!

Vingadores: Ultimato (COM SPOILERS!)

Crítica – Vingadores: Ultimato (COM SPOILERS!)

Vingadores: Ultimato (COM SPOILERS!)

Falei aqui o texto sem spoilers. Mas tenho alguns comentários a mais. Bora pra um texto com spoilers?

SPOILERS!
SPOILERS!
SPOILERS!

Vamos a alguns pontos:

– Genial a ideia de matar o Thanos logo no início do filme!

– Achei que 5 anos é muito tempo para o luto do planeta. Ok, entendo que todo mundo perdeu gente importante, e que um tempo de luto é necessário. Mas em 5 anos acho que boa parte das pessoas já teria seguido em frente. E isso causaria problemas para muitas famílias no fim do filme. Imagina uma pessoa que perdeu seu parceiro(a), e, depois de, sei lá, dois ou três anos, seguiu em frente e encontrou um novo par. Aí passa mais um tempo e o seu antigo cônjuge volta… Sei lá, acho que se fosse um ano, seria melhor para o roteiro do filme.

– Um ponto que tem gerado muitas discussões é a viagem no tempo. No cinema, estamos acostumados a dois formatos de viagem no tempo: De Volta para o Futuro, onde algo alterado no passado altera também o presente; ou Exterminador do Futuro, onde a linha temporal é imutável. Aqui a proposta é outra, viagem no tempo usando universos paralelos. Acho que esse foi o tema da maior parte das conversas nerds dos últimos dias…

– Rever alguns trechos icônicos de filmes sob outro ângulo foi um belo presente para os fãs!

– O Thor Lebowski é um excelente personagem!

– Claro que fiquei triste com a morte da Viúva Negra. Mas entendo a opção por ela no roteiro. E achei a morte do Homem de Ferro emocionante.

– Pra mim, o Capitão América voltou no tempo, entregou todas as jóias e o Mjolnir, e depois foi viver uma vida anônima com a Peggy Carter, pra envelhecer ao lado dela. Assim: ele nasceu lááá atrás, virou um super soldado, ficou 70 anos congelado, voltou, viveu uns 10 anos como super herói, e depois voltou pra viver uma vida normal – enquanto tinha outro dele congelado. De qualquer maneira, que fim bonito que ele teve!

– Não sei de onde veio o escudo que o Capitão entregou pro Falcão no fim do filme. O escudo dele quebrou na briga com o Thanos. Achei um furo de roteiro, mas nada grave.

Agora vamos aguardar o que vem por aí. In Marvel we trust!

Vingadores: Ultimato (sem spoilers)

Crítica – Vingadores: Ultimato

Sinopse (imdb): Depois dos eventos devastadores de Vingadores: Guerra Infinita (2018), o universo está em ruínas. Com a ajuda de aliados remanescentes, os Vingadores se reúnem novamente para desfazer as ações de Thanos e restaurar a ordem no universo.

E finalmente chega aos cinemas o fim de uma das mais impressionantes sagas cinematográficas da história!

Falei no texto sobre Vingadores Guerra Infinita, repito aqui. o plano da Marvel será estudado no futuro em escolas de marketing como um case de sucesso. E Vingadores: Ultimato (Avengers: Endgame, no original) encerra este ciclo com chave de ouro.

Goste ou não do nicho “filme de super heróis”, é preciso tirar o chapéu. Não me lembro de outro caso onde um filme fecha de maneira tão brilhante uma saga tão longa e tão rica (foram vinte e dois filmes ao longo de onze anos). Vingadores: Ultimato demora um pouco pra engrenar, mas é porque se preocupa com cada um dos personagens principais. Outro detalhe bacana para quem acompanhou: ao longo da projeção, vários dos outros filmes são citados.

Mais uma vez dirigido pelos irmãos Anthony e Joe Russo (Capitão América Soldado Invernal, Guerra Civil e Vingadores Guerra Infinita), Vingadores: Ultimato é recheado de momentos memoráveis e emocionantes, e vai arrancar lágrimas dos espectadores mais envolvidos com o MCU. A esperada batalha final é sensacional!

Nem sei se preciso mencionar aqui, mas os efeitos especiais são absurdos. Efeitos de ponta não são exatamente uma novidade num filme deste porte. Alcançamos a perfeição?

O elenco é um absurdo. Não tem nenhuma novidade, todo mundo já esteve em outro(s) filme(s). Mas, convenhamos, não é todo dia que temos um filme com tanta gente relevante. Claro que temos Robert Downey Jr., Chris Evans, Mark Ruffalo, Chris Hemsworth, Scarlett Johansson, Jeremy Renner, Bradley Cooper, Don Cheadle, Paul Rudd, Brie Larson, Karen Gillan, Tessa Thompson, Gwyneth Paltrow e Josh Brolin. E claro que temos a volta de Tom Holland, Zoe Saldana, Evangeline Lilly, Chris Pratt, Samuel L. Jackson, Chadwick Boseman, Elizabeth Olsen, Anthony Mackie, Sebastian Stan, Danai Gurira, Dave Bautista, Benedict Wong, Pom Klementieff, Letitia Wright, Cobie Smulders e Vin Diesel. Agora, é muito legal ter coadjuvantes de luxo do porte de Tom Hiddleston, Rene Russo, Angela Bassett, Michael Douglas, William Hurt, Robert Redford, John Slattery, Tilda Swinton, Jon Favreau e Hayley Atwell. Digo mais: não é um filme qualquer que convoca Natalie Portman, Marisa Tomei e Michelle Pfeiffer para uma simples figuração!

Claro, tem participação do Stan Lee. A novidade é não ter cena pós créditos.

Vai ter gente falando que este não é o melhor dos vinte e dois filmes do MCU. Talvez não seja mesmo. Mas não imagino um encerramento mais bem construído que este. Vingadores: Ultimato é o final perfeito para uma saga impressionante.

Por fim, queria falar do trailer. Diferente da maioria dos trailers, que traz pontos chave dos filmes (tipo mostrar o Homem Aranha no trailer de Guerra Civil), o trailer oficial de Vingadores: Ultimato traz cenas de outros filmes, e não entrega absolutamente nada do que veremos. Mais uma vez, parabéns à Marvel!

Han Solo: Uma História Star Wars

Han Solo Uma História Star WarsCrítica – Han Solo: Uma História Star Wars

Sinopse (imdb): Durante uma aventura no submundo do crime, Han Solo conhece seu futuro copiloto Chewbacca e encontra Lando Calrissian anos antes de se juntar à Rebelião.

Sabe aquele papo “não vi e não gostei”? Muito se falou desse filme do Han Solo antes da estreia. E então pergunto: será que é ruim como os haters achavam que seria?

Claro que não!

Mas, voltemos um pouco no tempo pra tentar entender o que levou os haters a isso. Han Solo: Uma História Star Wars seria dirigido pela dupla Christopher Miller e Phil Lord, os mesmos de Uma Aventura Lego e Anjos da Lei 2. Mas houve algum desentendimento com a Disney e eles foram substituídos – pelo que dizem,  depois de terem filmado cerca de 80% do filme. Pra mim, deve ter rolado uma diferença criativa, porque a dupla tem uma forte pegada de comédia, e provavelmente a Lucasfilm / Disney queria outro estilo.

A boa notícia é que a Lucasfilm / Disney sabe o que quer. Ron Howard (que, além de ter dirigido filmes como Willow, Apolo XIII e Rush: No Limite da Emoção, estava no elenco de American Grafitti, segundo filme de um tal de George Lucas) foi chamado, refilmou o que precisava ser refilmado, e, se Han Solo teve problemas nos bastidores, estes não aparecem na tela.

Han Solo: Uma História Star Wars não é solene como os filmes da saga. Também não é um drama de guerra como Rogue One. Trata-se de uma aventura espacial, leve e divertida. Temos cenas emocionantes, temos cenas engraçadas. E, claro, temos muito fan service – o fã antigo não foi desrespeitado.

Outro receio que rolava antes do filme pronto era com o protagonista. Alden Ehrenreich. Não só ele não se parece fisicamente com o Harrison Ford, como falaram que ele precisava de um “coach”. Calma, gente, o coach era justamente para ele ficar o mais parecido possível com o Han Solo que todos conhecemos. Sim, ele continua sem se parecer com o Harrison Ford, mas, várias vezes aí longo do filme, ele está “igual” ao Han Solo. E o mesmo podemos dizer do Donald Glover com o seu Lando Calrissian. Alguns diálogos você realmente consegue “ver” o Harrison Ford conversando com o Billy Dee Williams.

Woody Harrelson faz basicamente o mesmo papel sempre, mas ele faz este papel muito bem. E, depois do Visão, Paul Bettany também está ótimo como Dryden Voss. Quem destoa é Emilia Clarke, provavelmente convidada por causa do sucesso de sua Daenerys em Game of Thrones, mas que é bem fraquinha – sorte que ela não chega a estragar o filme. Também no elenco, Thandie Newton, Joonas Suotamo e John Favreau. Por fim, pra manter a nova tradição, somos apresentados a mais um bom robô – depois do BB8 e do K2, somos apresentados a L3-37 (Phoebe Waller-Bridge), um robô feminino que luta pelos direitos de classes!

E como será o ranking de um fã com este décimo longa metragem de Star Wars? Olha, dificilmente um fã vai escolher como o melhor de todos. Mas acredito que poucos fãs odeiem o resultado final.

E que venham mais spin-offs!

p.s.: Os filmes de Star Wars não costumam ter cenas pós créditos. Mas tem uma rápida cena, com um personagem muito improvável, que funcionaria melhor como um pós créditos, como gancho para uma possível continuação.

Homem-Aranha: De Volta ao Lar

Homem AranhaCrítica – Homem-Aranha: De Volta ao Lar

Depois de dois breves prólogos onde outros filmes do MCU são citados, acompanhamos o dia a dia monótono de Peter Parker, que, apesar de ter super poderes, sofre problemas comuns a todo adolescente: dificuldade de adaptação, bullying, paixão platônica – e, pra piorar, não pode contar pra ninguém quem ele é.

O Homem Aranha é, talvez, o herói mais popular da Marvel – não à toa, teve uma adaptação para o cinema numa época onde filmes de super heróis ainda não eram comuns. Mas o personagem ainda estava preso à Sony por questões contratuais, por isso ele ainda não tinha entrado no MCU (Universo Cinematográfico da Marvel). Ainda…

Não sei os detalhes do acordo para a realização deste Homem-Aranha: De Volta ao Lar (Spider-Man: Homecoming, no original), mas os fãs agradecem. Depois de um reboot chocho (2012 e 14), temos um bom filme do Aranha, e, melhor ainda, inserido no MCU.

Como acontece frequentemente nos blockbusters atuais, o diretor é um nome desconhecido: Jon Watts, que antes não fez nada relevante. A falta de experiência não atrapalhou, e ele fez um bom trabalho. Ah, não sei se foi ideia dele, mas temos algumas referências a um quase xará, o John Hughes. Inclusive passa um trecho de Curtindo A Vida Adoidado. E a personagem Michelle lembra a Ally Sheedy de Clube dos Cinco.

Uma coisa que funcionou muito bem neste novo Homem Aranha é a redução da idade do protagonista (o personagem nos quadrinhos ainda é adolescente). Apesar de já ter 21 anos, Tom Holland* tem cara de garoto, e passa bem a intenção de um moleque deslumbrado com o que está acontecendo (Tobey Maguire tinha 27 quando fez o seu primeiro Aranha; Andrew Garfield, 29). Ah, Holland é inglês, mas trabalhou bem o sotaque, em nenhum momento ele parece estrangeiro.

(* Acho que sou o único incomodado com isso, mas preciso falar. Já temos um Tom Holland na história recente do cinema contemporâneo. Tom Holland é o diretor de A Hora do EspantoBrinquedo Assassino!)

Outro ponto positivo é o vilão. Por um lado, temos um personagem com boas motivações – diferente de vilões “que querem conquistar o mundo”, este é um homem de negócios que viu uma boa oportunidade. Por outro lado, temos um bom ator – Michael Keaton está excelente!

Mais uma coisa: o filme é independente dos outros do MCU, mas algumas cenas fazem conexões diretas. Ver a luta do aeroporto de Guerra Civil por outro ângulo foi muito legal.

O roteiro escrito por muitas mãos foi inteligente ao limitar as participações de Robert Downey Jr – é um filme do Homem Aranha, e não do Homem de Ferro! Jon Favreau e Marisa Tomei voltam aos papéis de Happy Hogan e Tia May, e o filme ainda conta com os jovens Zendaya, Jacob Batalon, Laura Harrier e Tony Revolori. Além disso, temos duas participações pontuais de outros personagens, mas não vou dizer quem por causa dos spoilers (apesar de uma delas ser um dos principais nomes do elenco no imdb).

Por fim, são duas cenas pós créditos. Tenha paciência e espere até o fim!

O Lobo de Wall Street

Crítica – O Lobo de Wall Street

Mais um Scorsese estrelado pelo DiCaprio!

Baseado na história real de Jordan Belfort, um cara que saiu do nada e virou milionário no mercado de ações, seu envolvimento com drogas, e depois seus problemas com a polícia.

Este é a quinta parceria entre Martin Scorsese e Leonardo DiCaprio, depois de Gangues de Nova York, O Aviador, Os Infiltrados e Ilha do Medo. E, mais uma vez, a parceria funcionou: O Lobo de Wall Street é muito bom!

O Lobo de Wall Street (The Wolf of Wall Street, no original) é bom, mas nem tudo funciona. Vejo dois problemas básicos que podem incomodar boa parte do público. Um deles é a longa duração, exatas 3 horas. Não precisava de tanto, podiam cortar meia hora facilmente. Li um boato na internet que o primeiro corte tinha 5 horas, e a edição foi feita às pressas, pra dar tempo de concorrer ao Oscar. Se foi isso, bola fora para a produção.

O outro problema nem me incomodou. É a moral distorcida do filme. Jordan Belfort é um canalha, que construiu fortuna enganando pessoas. Não me incomodou, mas soube de pessoas que não gostaram de ver um protagonista mau caráter.

Fora isso, O Lobo de Wall Street, como falei antes, é muito bom. Jordan Belfort deve ser um cara desprezível, mas sua vida gerou uma história bem divertida. O filme tem vários momentos engraçadíssimos, a plateia dava gargalhadas com o riso solto. Adorei toda a sequência do “lemon”!

A edição (feita às pressas ou não) é muito boa. O ritmo é agil como os discursos do protagonista Jordan Belfort. Rolam alguns erros de continuidade nas sequências onde os personagens estão sob efeitos de drogas, propositais, pra criar estranheza. O filme segue como uma comédia, mas o clima vai ficando tenso ao longo da projeção.

O elenco é outro ponto forte. Leonardo DiCaprio parece um pastor evangélico em seus discursos apaixonados e inflamados perante seus “vendedores”. Ele está concorrendo mais uma vez ao Oscar – será que dessa vez ele leva? Jonah Hill também mostra que é bem melhor ator do que seu currículo sugere. Ainda no bom elenco, Margot Robbie, Mathew McConaughey, Kyle Chandler, Rob Reiner, Jean Dujardin, Joanna Lumley e John Favreau. E, pra quem acompanha séries, procurem Jon Bernthal (o Shane de The Walking Dead) e Cristin Milioti (a mãe de How I Met Your Mother).

Ah, é bom avisar: O Lobo de Wall Street tem muita nudez e muito consumo de drogas. Definitivamente, não é recomendado para menores.

Agora aguardemos o Oscar. O Lobo de Wall Street está concorrendo a 5 Oscars, todos “nobres”: filme, diretor, roteiro, ator (DiCaprio) e ator coadjuvante (Jonah Hill). Scorsese já concorreu 10 vezes à estatueta (7 vezes como diretor, 2 como roteirista e uma como produtor), mas o único Oscar de sua carreira foi numa parceria com DiCaprio, melhor diretor por Os Infiltrados; DiCaprio foi indicado quatro vezes, mas nunca ganhou. Será que este ano a dupla terá sorte?

Homem de Ferro 3

Crítica – Homem de Ferro 3

Estreou o novo Homem de Ferro!

Tony Stark é o brigado a superar suas crises existenciais quando o terrorista Mandarim destroi sua casa e o isola do resto do mundo.

Depois de dois excelentes filmes “solo” e um sensacional filme ao lado de outros super herois, a dúvida era: será que o novo Homem de Ferro vai segurar o nível elevado?

Err… Não, não segurou. Homem de Ferro 3 é bom, mas está abaixo dos outros filmes.

O novo filme resolveu focar mais no homem do que no heroi, temos mais Tony Stark e menos Homem de Ferro. Stark está passando por crises e traumas decorrentes dos eventos ocorridos em Nova York, no filme d’Os Vingadores. (Aliás, tantas referências ao filme anterior revelam um grande furo no roteiro deste Homem de Ferro 3: quando Tony Stark teve sua mansão destruída e se viu sozinho, por que não ligou para Nick Fury e pediu ajuda aos coleguinhas super herois?)

O que salva o filme é que o personagem Tony Stark é muito bom, e o ator Robert Downey Jr tem um carisma enorme, e se encaixa perfeitamente no papel. Só vê-lo como o irônico e sarcástico Stark já vale o ingresso. Mas quem surpreende aqui é Gwyneth Paltrow com sua “Pepper Potts 2.0”. Aos 40 anos, Gwyneth mostra excelente forma física e participa ativamente da ação do filme. E Guy Pearce e Ben Kingsley mandam bem como os novos vilões. Ainda no elenco, Rebecca Hall, Don Cheadle, William Sadler, James Badge Dale e John Favreau (que aqui deixou a direção de lado e ficou só como ator coadjuvante e produtor executivo)

(Li por aí fãs dos quadrinhos falando mal do personagem de Ben Kingsley. Parece que o Mandarim dos quadrinhos não é assim. Bem, como nunca li quadrinhos do Homem de Ferro, achei muito legal o que acontece com o personagem.)

Falando na direção, John Favreau era um ator mediano que se arriscou do outro lado das câmeras e surpreendeu positivamente, virando um diretor de primeira linha (além dos dois Homem de Ferro, ele também dirigiu Cowboys & Aliens). Não sei por que, aqui ele deixou a cadeira de diretor para Shane Black, roteirista experiente (é dele o roteiro do primeiro Máquina Mortífera), mas em seu segundo trabalho como diretor. Não sei o quanto a troca de diretor influenciou no produto final…

Outra coisa: o que aconteceu com a trilha sonora? Cadê o rock’n’roll? Ouvi AC/DC e Black Sabbath nos filmes anteriores, mas aqui, não me lembro de ter ouvido nada de rock. Nem em cenas onde tinha espaço para uma música não orquestrada, como logo no início, quando Stark coloca um disco na vitrola para testar a nova armadura.

Ah, o 3D. Nas duas salas do cinema onde fui, só tinha opção 3D. Paguei mais caro por um artifício desnecessário. Prefira o 2D, se tiver essa opção.

Por fim, nem preciso dizer, né? Tem cena pós créditos, envolvendo o universo Marvel – como todos os outros filmes da “turminha Vingadores”.

Encontro de Casais

Encontro de Casais

Um casal em crise descobre um resort numa paradisíaca ilha especializado em tratar casais com problemas. E convencem outros três casais amigos para uma semana lá.

Encontro de Casais (Couples Retreat no original) é um dos filmes mais bestas que heu vi recentemente. Não chega exatamente a ser um filme ruim, mas o problema é que parece que, em vez de vermos uma comédia romântica, estamos diante de um grande comercial sobre um resort em Bora Bora.

Pra começar, é uma comédia, mas quase não rolam piadas engraçadas. É tudo muito sem graça. E, pra piorar, o roteiro é muito mal escrito, os casais não convencem, e todos os conflitos apresentados são resolvidos na hora. Isso sem falar em várias cenas completamente desnecessárias. O “momento guitar hero” foi constrangedor!

Pena, porque o elenco prometia. Os casais principais são de atores conhecidos: Vince Vaughn e Malin Akerman, John Favreau e Kristin Davis, e Jason Bateman e Kristen Bell (o quarto casal é tão forçado que mal aparece no poster, eles inclusive foram cortados do poster britânico do filme, o que gerou críticas racistas). Além deles, ainda temos um desperdiçado Jean Reno, ao lado de Temuera Morrison. Os desconhecidos Carlos Ponce e Peter Serafinowicz têm os melhores papéis, como o recepcionista e o instrutor de yoga.

Aí a gente vê quem escreveu o roteiro e começa a entender o que aconteceu. Vince Vaughn e John Favreau são os roteiristas! Olha, ao que tudo indica, eles resolveram conseguir umas férias legais e ainda ganhar cachê para isso. Escreveram um roteiro meia boca, chamaram amigos para os papéis principais (passeando pelo imdb, vemos que todos já trabalharam juntos antes) e foram todos para um maravilhoso resort em Bora Bora, em praias lindíssimas com o mar azul claro. Posso até estar errado, mas realmente isso é o que passa. Tanto que Favreau desta vez não dirigiu (ele dirigiu os dois Homem de Ferro), afinal, dirigir deve dar trabalho. O diretor foi Peter Billingsley – olha que coincidência, que já atuou em dois filmes dirigidos por Favreau!

O filme é tão desleixado que o nome de Temuera Morrison está escrito errado nos créditos, está como “Temeura”. Mais: o filme é tão desleixado que o cabelo de Malin Akerman no filme é ruivo, mas no cartaz está louro.

Enfim, como propaganda de resort em Bora Bora, funciona muito bem, heu mesmo fiquei com vontade de ir pra lá. Mas, como filme, Encontro de Casais fica devendo…

Eu te amo, cara

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Eu te amo, cara

Um sujeito propõe a namorada em casamento. Mas na hora de escolher um padrinho, ele desobre que não tem nenhum amigo. Então ele começa uma procura por este “melhor amigo”.

O que é esquisito nesta boa comédia é a ideia de alguém com uma vida social normal e sem nenhum único amigo. Mas, se a gente “comprar esta ideia”, o filme é até divertido.

Na verdade, o filme dirigido por John Hamburg é dos atores Paul Rudd e Jason Segel (este tem um dos papéis principais da sitcom How I Met Your Mother). A química entre os dois funciona bem, deu até vontade de procurar um outro filme que ambos fizeram juntos, Ressaca de Amor (Forgeting Sarah Marshall).

Ainda no elenco, Rashida Jones, J.K. Simmons, Jane Curtin (do seriado 3rd Rock From the Sun), Andy Samberg, Thomas Lennon (de 17 Outra Vez), e Jaime Pressly e Jon Favreau (diretor de Homem de Ferro) como um casal muito divertido em sua relação de amor e ódio. Aliás, para os fãs de Friends: Favreau fez um namorado de Monica, enquanto Rudd fez um namorado de Phoebe!

Enfim, não vai mudar a vida de ninguém, mas pode ser uma boa diversão.