Bad Ass

Crítica – Bad Ass

Um filme chamado “Bad Ass”, estrelado por Danny Trejo? Taí, quero ver isso!

Veterano da guerra do Vietnã, Frank Vega vive à margem da sociedade há 40 anos. Devido a um incidente no qual defendeu um senhor negro e idoso de dois skinheads, ele se torna um herói local.

Não é de hoje que rola uma crise de criatividade em Hollywood. Temos filmes baseados em livros, em quadrinhos, em séries de tv, em desenhos animados, em videogames, até em jogos de tabuleiro. E agora, também temos um filme baseado em viral de youtube… É o caso deste Bad Ass, baseado no video “Epic Beard Man”, que fez sucesso em 2010 ao mostrar um senhor de idade batendo em um jovem marginal negro. O filme recria a cena, e inventa uma história por trás disso.

Claro, ninguém espera que Bad Ass seja um grande filme. É tudo meio tosco. Aliás, algumas cenas são dignas de um bom filme trash, como Vega ajudando a velhinha, ou o motorista do ônibus fã do Bad Ass. Uma das falhas do filme escrito e dirigido pelo pouco conhecido Craig Moss é justamente essa: não se decidir entre um filme sério e uma paródia. Isso enfraquece a premissa do filme, já que às vezes Vega parece ter super poderes. Mais: por que quase nenhum bandido anda armado na vizinhança?

(Moss tem no currículo um filme com um bom nome: The 41-Year-Old Virgin Who Knocked Up Sarah Marshall and Felt Superbad About It. Mas não vi esse, tenho medo de todas as piadas estarem no título…)

Ironicamente, outro problema está logo no seu protagonista. Com 68 anos recém completados, Danny Trejo tem idade compatível com o personagem Frank Vega, mas estamos acostumados a vê-lo em papeis onde não aparenta a idade – caramba, o cara tá filmando a continuação de Machete! Trejo pode ser velho, mas não tem cara de terceira idade – diferente do senhor anônimo do video original.

Mas, se a gente não levar a sério, Bad Ass é até divertido – ganha pontos por não ser pretensioso e por Danny Trejo, que nunca foi um grande ator, mas sempre foi um personagem carismático. Ainda no elenco, Ron Perlman e Charles S. Dutton, outros veteranos legais.

Só não espere um novo Machete

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Batalha Por T.E.R.R.A.

Crítica – Batalha Por T.E.R.R.A.

Quando todos os últimos recursos da Terra são exauridos, os sobreviventes saem à procura de um novo planeta para recomeçar a vida. O planeta T.E.R.R.A., habitado por seres pacíficos e que vivem em harmonia, é uma opção. O problema é que a atmosfera é incompatível com a sobrevivência dos humanos.

Batalha Por T.E.R.R.A. é um desenho animado incomum. A história é séria, diferente da maioria das animações atuais, quase sempre em tom de comédia – não rola nem um alívio cômico. Mesmo assim, a temática não é adulta. Talvez isso seja um problema, porque a criançada pode se cansar, enquanto os adultos podem não curtir o visual infantil.

O traço do desenho não é tão impressionante quanto o “padrão Pixar”, mas gostei do resultado, o visual do planeta e de seus habitantes é muito interessante. E a trama é simples mas não é óbvia, boa notícia quando se fala de animações atualmente.

Vi a versão dublada, o que foi uma pena. O elenco da versão original é impressionante: Evan Rachel Wood, Brian Cox, Chris Evans, James Garner, Danny Glover, Amanda Peet, Luke Wilson, Justin Long, Rosanna Arquette, Beverly D’Angelo, Ron Perlman, Dennis Quaid, Danny Trejo e Mark Hammil. Nada mal!

Teve uma coisa que me deixou encucado: por que escolheram o nome “T.E.R.R.A.” para o novo planeta? No mundo globalizado em que vivemos, será que ninguém avisou aos gringos como é, em português, o nome do nosso próprio planeta? E tem mais: são quantas letras “R”? No estojo do dvd (original), é “T.E.R.A.”, com um “R” (como a imagem acima); nas legendas do dvd (original), é “T.E.R.R.A.”, com dois. Na dúvida, fui ao imdb, onde está com dois “R”s…

Batalha Por T.E.R.R.A. não entrará para a história como um desenho “obrigatório”. Mas não vai decepcionar ninguém.

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Drive

Crítica – Drive

Na época do Festival do Rio, ouvi bons comentários sobre este Drive. Não consegui ver na ocasião, pelos horários escassos, mas achei que ia entrar no circuito. Ainda não entrou, mas, como já saiu o brrip, aproveitei pra conferir.

Um motorista que trabalha às vezes como dublê em filmes, às vezes como piloto de fugas para criminosos, descobre que caiu em uma armadilha quando seu último trabalho dá errado.

A princípio não tinha entendido qual o propósito de Drive. É parado demais pra ser um filme de ação, mas violento demais para um filme cabeça. Aí vi que é de Nicolas Winding Refn, o mesmo diretor de Valhala Rising, e “caiu a ficha”. É a mesma coisa: um cara misterioso, caladão e solitário, cenas looongas com a câmera parada onde nada acontece, e muita violência gráfica. Igualzinho ao seu filme anterior.

E chato. Assim como o seu filme anterior.

A gente fica esperando a história do motorista monossilábico engrenar, mas parece que o diretor só gosta de planos longos e contemplativos, onde vemos os atores parados. Muito pouca coisa acontece no filme.

Com um roteiro onde quase nada acontece, os personagens são rasos. Afinal, como eles vão se desenvolver se não há história? Assim, o bom elenco é desperdiçado: Ryan Gosling, Carey Mulligan, Ron Perlman, Albert Brooks, Christina Hendricks e Brian Cranston não têm muito o que fazer.

E tem a violência. Olha, já vi filme vagabundo de terror com desculpas menos esfarrapadas pra mostrar violência gratuita. O gore aqui é desmedido – chega a aparecer um crânio sendo esmagado – e, na minha humilde opinião, completamente fora do contexto. E olha que gosto de filmes com violência gráfica!

Pra não dizer que o filme é um lixo total, gostei da trilha sonora, que emula sons synth pop dos anos 80. Também gostei de algumas perseguições de carro – a sequência inicial é muito boa, assim como a que sucede o assalto à loja de penhores. A fotografia também é bem cuidada.

Mas é pouco. Muito pouco para um filme que está com nota 8,1 no imdb e que a respeitada crítica Ana Maria Baiana considerou o melhor de 2011. Acho que essas pessoas viram um filme diferente do que heu vi. Ou então elas curtem um filme onde nada acontece…

Conan, O Bárbaro (2011)

Crítica – Conan, O Bárbaro (2011)

Mais um reboot de franquia dos anos 80…

Baseado nos quadrinhos de “espada e feitiçaria” de Robert E. Howard, Conan, O Bárbaro mostra o guerreiro cimério Conan em suas aventuras pelo continente de Hyboria, em busca de vingança pela morte de seu pai.

Antes de falar do filme, preciso avisar que nunca li os quadrinhos, e não me lembro bem dos dois filmes dos anos 80. Então não tenho como comparar este novo Conan, O Bárbaro com outras produções do personagem. Mesmo assim, posso dizer que o filme tem alguns bons momentos. Mas tem mais momentos ruins do que bons, infelizmente. O saldo final é negativo.

A primeira coisa que vem a cabeça quando lemos “Conan” é o nome de Arnold Schwarzenegger, que interpretou o cimério nos dois filmes dos anos 80. Bem, podemos dizer que um dos (poucos) acertos do novo filme foi a escolha de Jason Momoa como protagonista. A comparação com Schwarza é inevitável, mas Momoa (que fez um papel parecido na série Game of Thrones) não faz feio. Seu Conan consegue equilibrar carisma e brutalidade na dose certa.

Já não podemos dizer o mesmo do roteiro, que parece um amontoado de cenas de ação desordenadas. E o pior é que algumas dessas cenas de ação são muito mal filmadas pelo diretor Marcus Nispel (Sexta Feira 13), como aquela onde Conan luta contra os tentáculos de um polvo gigante (aquilo era um polvo?) – a cena é confusa, ninguém entende o que está acontecendo, e a câmera só mostra o vilão malvadão dando gargalhadas maquiavélicas. Tosco demais!

Mas o roteiro ainda tem coisa pior. Determinado momento, Conan mostra que realmente é um bárbaro, ao mostrar sua “delicadeza” com o sexo oposto (em uma das melhores cenas do filme, quando Conan sequestra Tamara para usá-la de isca). Mas logo depois, ele solta um “eu vivo, eu amo” – pára* tudo! Bárbaros cimérios amam???

O elenco não faz feio. Além de Jason Momoa, o elenco conta com Ron Perlman (Hellboy), Stephen Lang (Avatar), Rose McGowan (Planeta Terror), Rachel Nichols (G.I. Joe) e o garoto Leo Howard (A Pedra Mágica) como o Conan criança.

Nem tudo no filme é de se jogar fora. Algumas cenas até são legais – gostei da cena dos ovos com o Conan moleque. E rola uma boa quantidade de sangue, pra quem gosta…

Conan, O Bárbaro estreia nos cinemas na sexta feira agora. A versão que passou pra imprensa foi em 2D, e pelo que li por aí, é a que vale mais a pena. Mas talvez o que realmente valha a pena seja esperar pelo dvd.

* (Sei que “para”, do verbo “parar”, não tem mais acento. Mas acho que fica tão sem graça…)

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Caça Às Bruxas

Caça Às Bruxas

Sabe quando a gente acaba de ver um filme e fica se perguntando qual o sentido de alguém fazer aquilo? É o caso aqui.

O guerreiro Behmen (Nicolas Cage) lutou nas Cruzadas por vários anos, até que, ao lado de seu velho amigo Felton (Ron Perlman), começou a questionar a Igreja e virou um desertor. Presos, eles recebem uma missão que pode deixá-los livres: levar uma suposta bruxa para um distante mosteiro.

O novo filme do diretor Dominic Sena (60 Segundos, Terror na Antártida) fica entre a ação e o terror. Mas tem problemas sérios: a ação é entediante e o terror não assusta. Aí fica difícil, né?

A boa sequência inicial até engana. Mas depois o filme vira chato e previsível. E aquela parte final, se era pra ser assustadora, falhou fragorosamente.

Pode piorar? Claro que sim! Os efeitos especiais são tão toscos que evidenciam a vocação trash do filme!

A carreira de Nicolas Cage é uma incógnita. O cara tem um Oscar (por Despedida em Las Vegas) e vários grandes filmes no currículo, como Coração Selvagem, Con Air, A Outra Face e Presságio, entre outros. E, mesmo tendo participado de um dos melhores filmes do ano passado (Kick-Ass), ele tem protagonizado filmes de qualidade duvidosa nos últimos anos, como Motoqueiro Fantsma e Perigo em Bagkok. Este Caça Às Bruxas é mais um para a coleção…

Se alguma coisa se salva é Ron Perlman, o Hellboy, fazendo um coadjuvante mais interessante que o personagem principal. Mas é pouco…

E aí, acaba o filme e a gente se pergunta duas coisas. Uma é: por que alguém faz um filme assim? A outra é: por que alguém assite um filme assim?

Dispensável…

I Sell The Dead

I Sell The Dead

Prestes a ser levado à guilhotina, um ladrão de túmulos confessa a um padre como entrou no negócio de comércio de cadáveres.

Segundo filme do diretor Glenn McQuaid, I Sell The Dead é um daqueles filminhos despretensiosos e divertidos que não têm muito espaço no circuito. O filme é de 2008, e heu nunca tinha ouvido falar dele! Não sei se existe previsão de lançamento no Brasil. Se for, acredito que só em dvd…

Os dois principais nomes do elenco chamam a atenção: Ron Perlman (o Hellboy!) e Dominic Monaghan (o Charlie de Lost). Aliás, o papel de Perlman é bem menor que o do desconhecido Larry Fessenden, um dos verdadeiros protagonistas (ao lado de Monaghan). E tem um outro nome interessante escondido: Angus Scrimm, o “homem alto” da franquia de “terror esquisito” Fantasma.

A segunda parte de I Sell The Dead é muito divertida, mas não vou falar aqui por causa dos spoilers. Só digo que achei genial a solução encontrada no roteiro para variar o tema “ladrões de túmulos”.

I Sell The Dead não vai mudar a vida de ninguém, mas vale o download!

The Mutant Chronicles

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The Mutant Chronicles

Recentemente este filme apareceu nos torrents da vida. Mais um filme baseado em um videogame que desconheço. Mas, com Ron Perlman, John Malkovich e Thomas Jane no elenco, fiquei curioso pra ver…

Num futuro toscamente indefinido – no cartaz diz que é o sec 23; no filme diz que se passa no sec 28… – o planeta é devastado por guerras entre 4 grandes corporações. Numa destas batalhas, um selo é quebrado e vários mutantes assassinos são libertados para acabar com a humanidade.

O enredo parece de filme B, não é? E realmente parece um Bzão. Por isso fiquei triste quando soube que um dos diretores cotados para dirigir era John Carpenter, um dos melhores diretores de filmes B de Hollywood…

Em vez de John Carpenter, temos o desconhecido Simon Hunter na direção. Mas até que a direção não ficou ruim: tudo é estilizado, misturando um visual retrô ao futuro. Por exemplo, as naves são movidas a carvão!

Outra coisa interessante: os cenários no filme são todos digitais. Fica meio Sky Captain e o Mundo de Amanhã, todas as cores parecem alteradas, tudo é meio preto & branco, menos o sangue, muito vermelho…

Sangue, sim, tem muito sangue. O filme é violento. Os mutantes não são bonzinhos como nos X-Men da vida. São todos feios, sujos e malvados!

Mas o que falta aqui é história. Toda essa trama de mundo destruído pela guerra entre as corporações e os mutantes meio mortos-vivos é muito confusa! E os personagens não ajudam. Thomas Jane quando faz filmes sérios (como The Mist) até funciona, mas aqui ele está canastrão até não poder mais! E não falei das situações clichê, como “o amigo que é encontrado quase morto”…

Pode ser uma boa diversão. Mas sem muitas expectativas…

Hellboy

Hellboy

Hellboy 2 tá vindo aí, já rolam traileres bem legais, já estreou lá fora… Inclusive, dá uma coceira de ir ao torrent pra baixar! Mas não, esse filme vale esperar pra ver na tela grande!

Enquanto o 2 não vem, aproveitei pra rever o primeiro…

Este poderia ser “mais um filme baseado em quadrinhos”, e desta vez um quadrinho menos conhecido… Mas não, o projeto foi tocado pelo sempre eficiente Guillermo del Toro (que depois desse fez O Labirinto do Fauno). Gosto de diretores estrangeiros trabalhando em Hollywood: eles têm o dinheiro necessário para uma grande produção mas às vezes não caem no óbvio…

É o caso aqui. Ron Perlman faz um herói diferente: na verdade ele é uma espécie de diabo que veio de outra dimensão, ainda filhote, e cresceu escondido num laboratório do FBI, criado como filho adotivo pelo cientista que o descobriu, Trevor Broom (John Hurt).

O que é diferente do óbvio? Hellboy é politicamente incorreto! Fuma charuto, come quantidades absurdas de comida, desrespeita ordens – chega a quebrar as paredes do laboratório para ir atrás de sua amada Liz (Selma Blair)!

Boa “diversão descerebrada com um pouco de cérebro”!