300: A Ascensão do Império

300ascencaodeumimperioCrítica – 300: A Ascensão do Império

A continuação de 300!

O general ateniense Themistokles lidera as cidades-estado gregas na defesa contra o rei-deus Xerxes e Artemisia, a vingadora comandante da frota persa.

O primeiro 300 foi um marco na história do “cinema-testosterona”. Com uma câmera lenta diferente do usual, vimos lutas bem coreografadas, com uma violência estilizada mostrada de um modo nunca antes visto. Como diria o poeta Woerdenbag, “sangue e porrada na madrugada”.

Agora veio a continuação. Que na verdade, não é exatamente uma continuação, é uma história paralela, que acontece antes, durante e depois do outro filme. Acompanhamos a resistência grega, liderada pelo general Themistokles, de Atenas – todos ameaçados pelo mesmo Xerxes do primeiro filme, agora acompanhado da sexy Artemisia.

Mas o pior inimigo de Themistokles não é Artemisia. É o Leônidas do primeiro filme, que aqui só aparece em imagens “de arquivo”. Themistokles não é um personagem ruim, mas perde de longe na inevitável comparação. Leônidas aumentava o nível de testosterona de tal maneira que você saía do cinema com vontade de arranjar uma briga no bar e/ou fazer sexo logo após a sessão. Já Themistokles, bem, quem quer uma casquinha de sorvete? De creme?

(Diz a lenda que teve mulher fazendo a barba depois de assistir o primeiro filme!)

A direção coube ao desconhecido Noam Murro, que até agora só tinha feito uma comédia que ninguém viu, seis anos atrás. Zack Snyder, diretor do primeiro filme, agora está envolvido em filmes do Superman, mas estava na produção e foi co-roteirista deste novo filme, mais uma vez baseado numa graphic novel de Frank Miller, “Xerxes” (segundo o imdb, o roteiro foi desenvolvido paralelamente à hq, então não contam exatamente a mesma história).

As batalhas aqui são no mar, provavelmente para evitar paralelos com os guerreiros de Esparta. E o visual estilizado é propositalmente exagerado – certa cena tem uma lua que ocupa um terço do céu. Isso deve ser pra gente aceitar certos excessos, como a cena que tem no trailer, com um guerreiro grego pulando de uma altura de algumas dezenas de metros e caindo direto na batalha sem ao menos dobrar os joelhos.

A parte técnica é bem feita. Temos várias lutas que usam a mesma câmera lenta que ficou famosa com o primeiro filme. Só achei que o sangue em cgi podia ser mais bem cuidado, alguns golpes esguicham sangue mas deixam as espadas limpas… Pelo menos tem uma sequência que merece destaque. Prestem atenção no plano-sequência quando Themistokles vê Artemisia e pega o cavalo. Sei que não foi um plano-sequência tradicional, daqueles que a câmera filma tudo num único take sem cortes – hoje tem um monte de cgi pra emendar os takes. Mas a concepção da cena num único take já vale.

Por outro lado, a edição dá umas escorregadas básicas. Precisava mostrar duas vezes a cena onde Themistokles atira em Darius? Será que a plateia esqueceu uma cena marcante que aconteceu menos de uma hora antes?

O elenco tem um grande nome: Eva Green. Ela não só é linda linda linda, como uma excelente atriz, e faz uma vilã que transmite medo e tesão ao mesmo tempo. Aliás, tem gente por aí que fala que o primeiro filme é um filme gay, porque tem vários homens sarados e semi-nus – e com os torsos depilados. Acho besteira, pela quantidade de sangue e vísceras na tela. Anyway, o segundo filme tem os seios da Eva Green. Nem reparei se tinha homem sarado.

300: BATTLE OF ARTEMESIUM

Ah, claro, não podemos esquecer que o “nosso” Rodrigo Santoro é um dos atores do primeiro filme que está de volta. Seu papel, o vilãozão Xerxes, tem maior participação aqui. Mas ele virou coadjuvante da Eva Green. Bem, heu também viraria… Também voltam aos seus papeis Lena Headey como a rainha Gorgo, e David Wenham como Dilios, o único sobrevivente dos 300 iniciais. Ah, e Sullivan Stapleton (quem?) faz o protagonista Themistokles.

Enfim, como quase sempre, é uma continuação inferior ao original. Mas quem gosta do estilo visual do primeiro filme pode se divertir aqui.

p.s.: Esta é uma história paralela ao primeiro filme. Porque, se fosse uma continuação, deveria ter outro nome. Se no primeiro filme, eram 300 e morreram 299, o nome do segundo filme não deveria ser “1”?
😛

Red 2: Aposentados e Ainda Mais Perigosos

Crítica – Red 2: Aposentados e Ainda Mais Perigosos

A continuação do divertido Red!

Frank Moses (Bruce Willis), agente aposentado da CIA, reúne novamente seu improvável time de agentes veteranos para procurar um dispositivo nuclear portátil escondido.

O grande barato de Red era ver um elenco de veteranos em cenas de ação. Parecia uma versão “adulta” de Os Mercenários – se aquele contava com os “velhinhos” Sylvester Stallone, Dolph Lundgren, Mickey Rourke e Eric Roberts, este tinha Helen Mirren, John Malkovich, Brian Cox e Morgan Freeman, um elenco sem dúvidas superior. E o resultado ficou excelente, chegou a figurar na minha lista de melhores do ano.

Mas… Será que existe fôlego para uma continuação com o mesmo pique? Infelizmente, não.

Assim como aconteceu com Mercenários 2, Red 2 ganhou alguns reforços interessantes no elenco. Morgan Freeman não está na continuação, mas por outro lado temos Anthony Hopkins, Catherine Zeta-Jones, David Thewlis e o coreano Byung-hun Lee (GI Joe) como o “garoto” da turma (ele já tem 43 anos…).

Mas o roteiro deste novo filme não ajuda. Não conheço os quadrinhos que deram origem ao filme, não sei se esta trama estava nos quadrinhos ou se foram só os personagens. Mas o roteiro aqui não só tem furos e sérios problemas de ritmo como ainda exige uma suspensão de descrença acima do normal.

Pra piorar, alguns atores estão mal aproveitados. John Malkovich, que era uma das melhores coisas do primeiro filme, aqui está mais comportado. Helen Mirren aparece pouco; Brian Cox quase não aparece…

Talvez um dos problemas seja a troca de diretor. Sai Robert Schwentke, que este ano fez o divertido RIPD; entra Dean Parisot, com extenso currículo na tv mas pouca coisa no cinema.

Assim, temos um filme divertido, mas só isso. E sentimos que havia potencial pra mais, muito mais…

E já foi anunciado um terceiro filme. Será que precisava?

p.s.: Só pra concluir a comparação com o outro filme de ação com veteranos: o primeiro Red foi melhor que o primeiro Os Mercenários. Mas esta continuação ficou abaixo daquela. E o terceiro Mercenários promete ser muito melhor que o terceiro Red

The Fantastic Four (1994)

Crítica – The Fantastic Four (1994)

Há tempos heu tinha curiosidade de ver este raro clássico trash. Quando fui falar num podcast sobre a Marvel, tomei coragem e vi.

Os jovens cientistas Reed Richards e Victor Von Doom tentam usar a energia de um cometa radioativo, mas um erro de cálculo acaba causando um acidente onde Victor é dado como morto. Dez anos depois, o cometa está de volta. Desta vez, Reed construiu uma nave para ir até o tal cometa e tentar repetir o experimento, agora no espaço. Mas um novo acidente faz os quatro tripulantes ganharem super poderes.

The Fantastic Four tem uma história curiosa. Um estúdio comprou os direitos para fazer o filme, mas estes estavam prestes a expirar. Então filmaram qualquer coisa, só pra não perderem os direitos. O filme não foi feito para ser lançado! Mas alguém vazou uma cópia, e hoje você encontra qualquer coisa pela internet, né?

Este filme é conhecido como “o Quarteto Fantástico do Roger Corman”, mas Corman aqui só foi o produtor. O diretor é um tal de Oley Sassone – o cara é tão underground que na sua página do imdb, ele aparece na foto ao lado do Coisa, e temos a informação que ele “tocou guitarra numa banda punk”.

Diretor desconhecido, elenco idem. Passeei um pouco pelo imdb, não vi nada relevante na carreira de nenhum dos atores.

Os efeitos especiais chamam a atenção – mas pelo lado negativo. Tudo é tosco demais! Os efeitos parecem de uma produção dos anos 70, mas o filme é de 94! Pra gente se situar, Parque dos Dinossauros é de 93, um ano antes…

Se fossem só os efeitos especiais toscos, The Fantastic Four não seria tão ruim. Mas a história é tosca, os personagens são caricatos e as atuações são péssimas. Algumas cenas são constrangedoras, como quando Reed e Ben reencontram os irmãos. E o que é aquele personagem que parece o Pinguim, vilão do Batman?

Vendo hoje, The Fantastic Four é muito ruim. Mas, comparando com o que havia na época, nem era tão tosco – a gente precisa se lembrar do Justiceiro do Dolph Lundgren (89), do Judge Dredd do Stallone (95), do Fantasma do Billy Zane (96) e do Sombra da Alec Baldwin (94), entre outros (nunca vi o Capitão América de 1990, outro filme famoso por ser muito ruim) – isso porque não falei dos Batman do Joel Schumacher. Tosqueira e filme de super herois eram coisas que andavam juntas (com honrosas excessões, claro, como os Superman do Richard Donner ou os Batman do Tim Burton). Ou seja, era tosco, mas dentro do padrão aceitável.

Mas, visto hoje, só para os fãs de filmes trash. E só via download, não existe uma versão “oficial”.

E mesmo assim, é curioso sabermos que fizeram uma nova versão do Quarteto Fantástico, já na nova era de filmes baseados em quadrinhos, duas super-produções milionárias com efeitos especiais excelentes, lançadas em 2005 e 2007. E que ambos os filmes são tão ruins como este “raro clássico trash”…

Thor: O Mundo Sombrio

Crítica – Thor: O Mundo Sombrio

Estreou a continuação de Thor!

Diante de um inimigo que até Odin e Asgard não conseguem enfrentar, Thor deve embarcar na sua mais perigosa e pessoal jornada, na qual vai reencontrar Jane Foster e terá que fazer grandes sacrifícios para salvar o mundo.

Uma coisa legal dessa onda atual de filmes da Marvel é que são todos independentes, mas conectados. Você não precisa ver os outros filmes, mas, para quem acompanha, existe uma ordem cronológica dos eventos. Este filme se passa pouco depois de Os Vingadores, citado algumas vezes ao longo da projeção.

Um bom “blockbuster de verão”, Thor: O Mundo Sombrio tem um pé na ficção científica e outro na aventura descompromissada. Com um bom ritmo e boas cenas de ação, esta continuação é tão boa quanto o primeiro filme.

A direção ficou a cargo do pouco conhecido Alan Taylor. Curioso isso, já que o primeiro Thor foi dirigido por ninguém menos que Kenneth Brannagh, famoso por filmes mais “sérios”. Taylor tem currículo discreto no cinema, fez apenas uns dois ou três filmes que pouca gente viu, mas tem extensa carreira na tv. Ele dirigiu vários episódios de Game Of Thrones, deve ter sido por isso que foi chamado.

O elenco repete todos que estavam no primeiro filme: Chris Hemsworth, Natalie Portman, Anthony Hopkins, Stellan Skarsgård, Rene Russo, Jaimie Alexander, Idris Elba e Ray Stevenson, entre outros. A novidade fica com Christopher Ecclestone e Adewale Akinnuoye-Agbaje, que estão bem como vilões. Mas é Tom Hiddlestone quem mais uma vez rouba a cena, as melhores tiradas do roteiro são do seu Loki – ele se transformando em outro Vingador foi sensacional. Por outro lado, o alívio cômico de Kat Dennings ficou forçado. Ah, claro, como sempre, tem o Stan Lee em uma ponta.

O filme tem ótimos momentos – a invasão dos elfos negros a Asgard é muito boa, assim como toda a cenografia dos diferentes mundos. Pena que o roteiro tenha alguns escorregões aqui e ali. Nada grave, felizmente.

Agora o “momento implicância”: onde estava a SHIELD? Assim como em Homem de Ferro 3, a SHIELD podia aparecer para ajudar quando “o bicho pegou”. Mas Thor teve que se virar sozinho, como também fez Tony Stark.

Outra: no primeiro filme, heu já tinha falado que era estranho ter um “deus nórdico” negro – Heimdall é interpretado por Idris Elba. Me pareceu estranho um negro em Asgard. E agora, acontece o inverso: por que colocaram um branco (Christopher Ecclestone) para ser um “elfo negro”? Dá pra entender?

Por fim, como acontece em todos os filmes da Marvel, temos cena depois dos créditos. Aqui são duas cenas! A primeira, logo após os créditos principais, serve para apresentar um novo personagem, que deve estar no Vingadores 2. Deve ser um personagem importante, porque é interpretado por Benicio Del Toro! E, depois dos últimos créditos, no fim mesmo, rola uma cena que. Na minha humilde opinião, foi desnecessária.

p.s.1: Peguei um ônibus pra ver o filme em outro bairro pra evitar o 3D. Prefiro em 2D mesmo.

p.s.2: Sou o único que achou as cenas da Natalie Portman em Asgard parecidas com Star Wars ep 3?

Kick-Ass 2

Crítica – Kick-Ass 2

Estreou a continuação de Kick-Ass!

O “super heroi caseiro” Kick-Ass está de volta, junto com outros cidadãos comuns que também se fantasiam para combater o crime. Enquanto isso, Red Mist planeja vingar a morte do seu pai.

O primeiro Kick-Ass foi uma agradável surpresa, uma adaptação de quadrinhos pouco conhecidos que misturava bem ação e humor, usando muita violência gráfica (às vezes até demais). E a continuação pode não ser tão boa quanto o original, pelo menos consegue manter o alto nível.

Houve uma troca de diretor. Mathew Vaughn, que foi para a franquia X-Men – Primeira Classe, deixou o cargo para Jeff Wadlow. Pelo menos continuou no projeto como produtor, talvez para fazer um “controle de qualidade”.

Uma das melhores coisas do primeiro filme era a Hit Girl de Chloe Grace Moretz. Parece que não sou o único a pensar assim: Chloe aqui tem um papel tão importante quanto o protagonista Aaron Taylor-Johnson, talvez até mais importante – se o filme se chamasse “Hit Girl” em vez de “Kick-Ass”, não seria estranho. Chloe continua carismática e boa atriz, ela consegue um equilíbrio perfeito na sua adolescente que pende entre a escola e o combate ao crime. Chloe tem apenas 16 anos e já tem uma currículo com vários filmes legais. Essa menina vai longe!

Outro destaque do elenco é Christopher Mintz-Plasse, que está ótimo, careteiro e exagerado na medida exata com o seu vilão Motherf$#@cker. E, se Nicolas Cage não volta (seu personagem morreu), temos um Jim Carrey menos careteiro que o habitual – o que ajuda no seu papel. Ainda no elenco, John Leguizamo, Morris Chestnut, Clark Duke, Lindy Booth, Olga Kurkulina e Donald Faison.

Ainda sobre o elenco: a Mother Russia da estreante Olga Kurkulina é uma personagem ótima, uma espécie de Ivan Drago (Rocky IV) com seios (mas nem por isso podemos chamar de uma “versão feminina” de Drago). E a cena quer ela briga com vários policiais ao som de uma versão rock’n’roll de Tetris é sensacional!

Aliás, a trilha sonora funciona muito bem, tanto nas canções quanto nos temas instrumentais. E traz uma coisa particularmente interessante para o público brasileiro: uma versão, em português (com sotaque), de A Minha Menina, aquela do Jorge Ben que Os Mutantes gravaram.

Pena que nem tudo funciona. Algumas coisas ficam difíceis de “engolir”, como, por exemplo, por que ninguém usa armas de fogo na cena final? E uma cena em particular traz uma escatologia que não combinou muito bem com o resto do filme. Um filme desses não precisa de piadas com excrementos.

Mesmo com esses pequenos escorregões, Kick-Ass 2 ainda é bem divertido, e deve agradar ao público que gostou do primeiro filme.

Ah, e não se esqueçam de ver a cena depois dos créditos!

Dose Dupla

Crítica – Dose Dupla

Robert “Bobby” Trench (Denzel Washington) e Michael “Stig” Stigman (Mark Wahlberg) trabalham juntos há dez meses. Quando não conesguem fazer negócios com um poderoso traficante mexicano, resolvem então é roubar um banco que, supostamente, receberia o faturamento deixado toda semana por capangas do traficante.

Adaptação dos quadrinhos “2 Guns”, escritos por Steven Grant e ilustrados pelo brasileiro Mateus Santolouco, Dose Dupla (2 Guns, no original) segue a fórmula dos “buddy movies” – filmes onde dois personagens bem diferentes têm que se aturar para um objetivo comum. A fórmula é batida, mas ainda pode render bons filmes, como este.

Boa parte dos méritos está com a dupla de protagonistas. Denzel Washington é um grande ator e está muito bem, mas o melhor papel é o marrento Stig de Mark Wahlberg, que tem vários ótimos momentos ao longo do filme (adorei a cena das galinhas). E o elenco ainda conta com vários outros bons nomes, como Edward James Olmos, Paula Patton, Bill Paxton, James Marsden e Fred Ward.

A direção ficou a cargo do pouco conhecido Baltasar Kormákur (que já tinha trabalhado com Wahlberg em Contrabando), que fez aqui um bom trabalho. Dose Dupla não é lá muito original, segue a linha “tarantineana” – personagens marginais, violência, diálogos afiados e edição ágil – mas nada que impeça de ser um filme divertido. Se bem que, pelos cenários mexicanos, lembra mais a trilogia “mariachi” de Robert Rodriguez…

Um coisa interessante em Dose Dupla é que os mocinhos e bandidos não estão onde se espera – temos algumas surpresas neste assunto. O espectador precisa ficar atento às viradas no roteiro! Outros destaques são a boa trilha sonora e uma bem cuidada fotografia, que ainda inclui alguns bem colocados efeitos de câmera lenta.

Como destaque negativo, o roteiro de Dose Dupla exige muita suspensão de descrença. Se o roteiro é bem escrito no que diz respeito a personagens bem construídos, por outro lado temos várias situações forçadas – como por exemplo toda a sequência dentro da base naval – aquilo nunca daria certo…

Enfim, boa opção despretensiosa em cartaz nos cinemas!

Wolverine Imortal

Crítica – Wolverine Imortal

Quando Wolverine é convocado para ir ao Japão por um velho conhecido, ele é envolvido num conflito que o força a confrontar seus próprios demônios.

Em 2009, lançaram Wolverine – Origens, que desagradou os fãs e a crítica. Mas como se trata de um personagem famoso e importante, e como temos um ator que “veste” perfeitamente o personagem, logo trataram de esquecer este filme e criar um novo. Afinal, em breve teremos mais um filme dos X-Men com o personagem Wolverine

Wolverine Imortal segue a linha do recente Homem de Ferro 3 – um filme mais ligado ao homem do que ao heroi. Aqui, o Logan é mais importante que o Wolverine. Assim, temos um filme mais sério. O problema é que com isso, o filme ficou arrastado…

Não sei se a falha foi terem usado um diretor sem experiência na área. Gosto do James Mangold pelo seu suspense Identidade, de 2003; mas quando ele fez um filme de ação (Encontro Explosivo, de 2010), não foi lá grandes coisas. Outro problema de Wolverine Imortal é o vilão – no caso, a vilã Víbora. E aquele duelo final também não convenceu.

O elenco não tem muitos nomes conhecidos. Tá, Hugh Jackman hoje é super famoso, e ele “é” o Wolverine – já é o seu sexto filme com o personagem (cinco como protagonista; mais um numa ponta). Além dele, temos Famke Janssen de volta como Jean Grey, em cenas completamente desnecessárias (tire as cenas dela, nada muda no filme). Além dos dois, o elenco é desconhecido, pelo menos no cinema ocidental: Tao Okamoto, Rila Fukushima, Hiroyuki Sanada e Svetlana Khodchenkova.

No fim, Wolverine Imortal não chega a ser um filme ruim. Mas fica a sensação de que poderia ser bem melhor.

p.s.1: É Marvel. Então, não se esqueça, tem cena depois dos créditos!

p.s.2: Por que o nome “Wolverine Imortal”? De onde tiraram o nome nacional?

O Homem de Aço

Crítica – O Homem de Aço

Filme novo do Superman. E aí, será tão fraco quanto o Superman – O Retorno, lançado em 2006; ou manterá o nível da trilogia Batman, o atual top da DC?

A notícia é boa: Homem de Aço é muito bom!

Um menino descobre que tem poderes extraordinários e que não é deste planeta. Mais velho, ele viaja para tentar descobrir de onde veio e por que foi mandado para cá. Mas o heroi deve surgir para salvar o mundo e virar o símbolo de esperança para a humanidade.

A citação ao Batman de Christopher Nolan não é gratuita. Não só por serem os dois principais personagens da DC, mas também pelo fato de Nolan ter atuado aqui como produtor e autor do argumento. E o roteirista é o mesmo David S Goyer, que trabalhou nos três filmes do homem-morcego. Isso tudo é importante, porque a DC quer reunir os herois em um filme da Liga da Justiça tão bem sucedido quanto o ótimo Os Vingadores da Marvel.

E a influência do Batman de Nolan fez de Homem de Aço um filme mais sério do que a maior parte dos filmes de super-herois. O Kal-El / Clark daqui não usa cueca sobre a calça e é cheio de problemas existenciais. Rola até uma sutil comparação com Jesus Cristo – não acredito que tenha sido coincidência Clark estar com 33 anos. Acho que este será o grande diferencial entre DC e Marvel: enquanto uma foca na seriedade, a outra pensa no lema “o cinema é a maior diversão” (ambos os caminhos são válidos, na minha humilde opinião).

A direção coube a Zack Snyder, que já tinha provado seu talento em imagens bem cuidadas em filmes como 300, Watchmen e Sucker Punch. Em Homem de Aço, Snyder teve uma direção mais discreta, acho que não rola nenhuma das suas famosas câmeras super lentas. Mas, mesmo sem a sua “assinatura”, Snyder mostra boa mão na condução das várias cenas de ação.

Não sei o quanto o diretor teve parte nisso, mas os efeitos especiais são absurdamente bem feitos. Os computadores em Krypton tem uma textura diferente de tudo o que estamos acostumados a ver, e a destruição de Metropolis está entre as melhores destruições de cidades já mostradas no cinema. Snyder não usa câmera lenta, mas sua câmera não treme como os “MichaelBays” da vida – conseguimos ver tudo.

Os fãs querem esquecer o filme de 2006, mas a comparação com o clássico de 1978, dirigido por Richard Donner, é inevitável. E a boa notícia: se Homem de Aço não é melhor que o filme de 78, também não é pior. Ambos podem figurar entre as melhores adaptações cinematográficas de quadrinhos de super-herois.

É inevitável pensar no Superman e não lembrar de Christopher Reeve, que imortalizou a personificação do heroi. Henry Cavill faz um bom trabalho, não sentimos falta de Reeve. Mas acho que a tarefa mais difícil era a trilha sonora. A trilha de John Williams para o filme clássico é fantástica, o tema pan-pa-rá pa-ra-ra-ra-rá é um dos temas mais conhecidos da história do cinema (talvez um dos 4 mais conhecidos, ao lado de Tubarão, Guerra nas Estrelas e Caçadores da Arca Perdida – todos de John Williams). Hans Zimmer fez bem em ter ignorado a melodia original, e fez uma trilha competentíssima, que pode não ser tão assoviável quanto a de Williams, mas faz um belíssimo trabalho aqui.

Apesar de O Homem de Aço não ser um filme que exige muito dos atores, Michael Shannon faz um excelente trabalho com o seu general Zod – este sim superior ao anterior de Terence Stamp (que por sua vez também tinha feito um bom trabalho em Superman 2). O resto do elenco, repleto de nomes conhecidos, também está bem: Amy Adams, Diane Lane, Russell Crowe, Kevin Costner e Laurence Fishburn.

Infelizmente, O Homem de Aço não é perfeito. Como pontos negativos, podemos citar a longa duração, que chega a cansar (Os Vingadores também é longo, mas não é tão cansativo); e alguns pontos do roteiro que ficaram muito mal explicados – como assim, o planeta vai explodir, e os condenados por traição são mandados para fora do planeta???

Não vi em 3D. Atualmente evito pagar mais caro por um efeito que mais atrapalha do que ajuda. E pelo que li por aí, fiz boa escolha.

Resumindo: apesar dos poucos pontos contra, temos um forte candidato ao Top 10 2013!

p.s.: Só heu achei que o nome “Homem de Aço” parece uma tentativa barata de ganhar visibilidade com “Homem de Ferro”? Sei que o Superman sempre foi “Super Homem, o homem de aço”, mas o título assim, solto, me pareceu querer ganhar a rebarba do Tony Stark. Não precisava, DC, seu filme é bom, não é nenhum Asylum (que lançou “Transmorfers” na época do “Transformers”…

Homem de Ferro 3

Crítica – Homem de Ferro 3

Estreou o novo Homem de Ferro!

Tony Stark é o brigado a superar suas crises existenciais quando o terrorista Mandarim destroi sua casa e o isola do resto do mundo.

Depois de dois excelentes filmes “solo” e um sensacional filme ao lado de outros super herois, a dúvida era: será que o novo Homem de Ferro vai segurar o nível elevado?

Err… Não, não segurou. Homem de Ferro 3 é bom, mas está abaixo dos outros filmes.

O novo filme resolveu focar mais no homem do que no heroi, temos mais Tony Stark e menos Homem de Ferro. Stark está passando por crises e traumas decorrentes dos eventos ocorridos em Nova York, no filme d’Os Vingadores. (Aliás, tantas referências ao filme anterior revelam um grande furo no roteiro deste Homem de Ferro 3: quando Tony Stark teve sua mansão destruída e se viu sozinho, por que não ligou para Nick Fury e pediu ajuda aos coleguinhas super herois?)

O que salva o filme é que o personagem Tony Stark é muito bom, e o ator Robert Downey Jr tem um carisma enorme, e se encaixa perfeitamente no papel. Só vê-lo como o irônico e sarcástico Stark já vale o ingresso. Mas quem surpreende aqui é Gwyneth Paltrow com sua “Pepper Potts 2.0”. Aos 40 anos, Gwyneth mostra excelente forma física e participa ativamente da ação do filme. E Guy Pearce e Ben Kingsley mandam bem como os novos vilões. Ainda no elenco, Rebecca Hall, Don Cheadle, William Sadler, James Badge Dale e John Favreau (que aqui deixou a direção de lado e ficou só como ator coadjuvante e produtor executivo)

(Li por aí fãs dos quadrinhos falando mal do personagem de Ben Kingsley. Parece que o Mandarim dos quadrinhos não é assim. Bem, como nunca li quadrinhos do Homem de Ferro, achei muito legal o que acontece com o personagem.)

Falando na direção, John Favreau era um ator mediano que se arriscou do outro lado das câmeras e surpreendeu positivamente, virando um diretor de primeira linha (além dos dois Homem de Ferro, ele também dirigiu Cowboys & Aliens). Não sei por que, aqui ele deixou a cadeira de diretor para Shane Black, roteirista experiente (é dele o roteiro do primeiro Máquina Mortífera), mas em seu segundo trabalho como diretor. Não sei o quanto a troca de diretor influenciou no produto final…

Outra coisa: o que aconteceu com a trilha sonora? Cadê o rock’n’roll? Ouvi AC/DC e Black Sabbath nos filmes anteriores, mas aqui, não me lembro de ter ouvido nada de rock. Nem em cenas onde tinha espaço para uma música não orquestrada, como logo no início, quando Stark coloca um disco na vitrola para testar a nova armadura.

Ah, o 3D. Nas duas salas do cinema onde fui, só tinha opção 3D. Paguei mais caro por um artifício desnecessário. Prefira o 2D, se tiver essa opção.

Por fim, nem preciso dizer, né? Tem cena pós créditos, envolvendo o universo Marvel – como todos os outros filmes da “turminha Vingadores”.

Dredd

Crítica – Dredd

Num futuro pós apocalíptico, a única autoridade está na figura do “juiz”, um misto de policial, juiz, júri e executor. Um juiz veterano e uma novata com poderosas habilidades psíquicas são designados a uma investigação em um local controlado por uma poderosa traficante.

Judge Dredd é um personagem de quadrinhos originário da revista britânica 2000 AD, que já tinha ganhado uma adaptação, O Juiz (Judge Dredd), estrelada por Sylvester Stallone em 1995 – um filme odiado pelos fãs do quadrinho.

A direção desta nova tentativa ficou a cargo de Pete Travis, que fez um bom trabalho em Ponto de Vista. Não me lembro muito do filme anterior, mas lembro que não achei lá grandes coisas – só vi uma vez, na época que foi lançado. Não tenho como comparar as versões, mas arrisco a dizer que este novo filme é bem melhor. Dredd é um bom filme!

A ambientação é um dos trunfos de Dredd. Bons cenários, bons figurinos e efeitos especiais eficientes e bem dosados tornam o filme uma boa opção para os apreciadores de filmes de ação. Além disso, o filme é bem violento. Vemos muitas mortes com detalhes que beiram o gore de filmes de terror. Li no imdb que os quadrinhos são violentos assim…

Dredd tem uma câmera lenta muito bem feita. As cenas que retratam o uso da droga “slo mo” trazem imagens belíssimas, como poucas vezes vistas em filmes violentos de ação.

Dredd é um bom filme, mas teve um azar muito grande: estreou pouco depois de Operação Invasão / The Raid Redemption / Serbuan Maut, filme indonésio que tem uma trama bem parecida (policial quase super humano tem que pegar um chefão de drogas que mora no alto de um prédio onde tem capangas por todos os andares). Li no imdb que a produção do filme americano começou mais cedo, mas o filme indonésio estreou antes e é bem melhor. Acho que a única grande diferença é que o policial americano tem munição quase infinita enquanto o seu paralelo oriental fica sem munição e parte para a luta com artes marciais…

Achei curioso escalarem um ator relativamente famoso para um papel que nunca mostra a cara – achei que em algum momento Karl Urban (RED, Star Trek, A Supremacia Bourne) tiraria a máscara para justificar o provável alto cachê. Além de Urban, Olivia Thirlby (A Hora da Escuridão) e Lena Headey (300) estão bem.

Enfim, boa opção. Principalmente para quem não viu Operação Invasao