A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell

A Vigilante do AmanhãCrítica – A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell

Num futuro próximo (2029), Major é a primeira da sua espécie: um cérebro humano dentro de um robô, um soldado perfeito para parar os criminosos mais perigosos do mundo.

Imagine uma mistura de Matrix, Blade Runner, Robocop e Johnny Mnemonic, com uma Scarlett Johansson “chutando traseiros”? A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell (Ghost in the Shell, no original) é mais ou menos isso.

Trata-se da adaptação do mangá “Ghost in the Shell”, que depois virou o anime homônimo de 95 (que aqui ganhou o título de “O Fantasma do Amanhã”). Não li o mangá, nem vi o anime, então não posso comparar. Mas conheço duas pessoas que viram e disseram que a animação é muito sonolenta. Ok, talvez seja melhor continuar sem ver…

O nome original é explicado logo no início do filme: é um espírito (ghost) numa casca vazia (shell). Só que o estúdio resolveu mudar o nome, com medo do público achar que era um filme de terror. Foi daí que surgiu “O Fantasma do Amanhã”.

A história contada no filme dirigido por Rupert Sanders (que até agora, só tinha feito um longa, Branca de Neve e o Caçador) não é muito original, a gente já viu isso antes. O que é legal aqui é o visual. Desde a concepção da própria Major até as coreografias das lutas, passando por todos os cenários, temos um filme onde cada cena enche os olhos.

Existe um mimimi na internet sobre o “white washing”, que seria a mania americana de colocar um ator branco num papel que deveria ser oriental (rolou o mesmo papo sobre o Matt Damon em A Grande Muralha). Neste caso em particular, acho que as reclamações não têm fundamento por dois motivos: 1- O personagem é um robô, não precisa parecer uma pessoa oriental; 2- Boa parte do marketing do filme é em cima da Scarlett Johansson. Se fosse uma atriz oriental menos conhecida, o filme certamente teria menos público!

Aliás, o filme não deixa claro onde a história se passa, mas existem referências ao Japão em todos os cantos. Inclusive, alguns personagens falam japonês! Taí, uma crítica que posso fazer é que certos diálogos poderiam ser inteiramente em japonês – em vez disso, um personagem fala em japonês e o outro responde em inglês.

No elenco, claro que o nome mais importante é a Scarlett Johansson – que consegue construir outro personagem que sabe brigar, diferente da Viúva Negra. Outros dois nomes que merecem ser citados são Juliette Binoche (musa cult dos anos 80) e Takeshi Kitano, que tem uma carreira paralela como diretor. Também no elenco, Pilou Asbæk e Michael Pitt.

Agora resta ver a bilheteria pra sabermos se será uma nova franquia…

Fragmentado

fragmentadoCrítica – Fragmentado

Três adolescentes são sequestradas por um homem diagnosticado com 23 diferentes personalidades. Elas precisam escapar antes do surgimento de uma assustadora vigésima quarta.

Um filme novo do M. Night Shyamalan já começa com dois problemas. Primeiro, a comparação com o excelente O Sexto Sentido. Depois, a lembrança das bombas que ele dirigiu depois (Dama na Água, Fim dos Tempos, O Último Mestre do Ar e Depois da Terra). A carreira do cara vai do clássico obrigatório até o fundo do poço. Ou seja, pode vir qualquer coisa.

Seu último filme, A Visita, foi bom – nenhuma obra prima, mas muito melhor que os quatro antecessores. Mas o melhor de tudo era sentir que a carreira de Shyamalan estava voltando aos bons momentos.

Fragmentado (Split, no original) não é um novo Sexto Sentido. Mas confirma a boa fase apontada pelo último filme. Um filme bem conduzido, com bons momentos de tensão e uma câmera sempre bem posicionada. E algo essencial para esta proposta: um ator inspiradíssimo.

James McAvoy (o professor Xavier do reboot de X-Men) tem aqui o melhor papel da sua carreira. O cara conseguiu criar personagens muito diferentes, e só no olhar a gente já sabe quem é quem. Este tipo de filme não costuma gerar prêmios de atuação, mas não será surpresa ver McAvoy indicado ao Oscar ano que vem. O outro destaque no elenco é Anya Taylor-Joy, de A Bruxa – o resto do elenco tem nomes pouco conhecidos.

Ah, uma coisa importante: quando li na sinopse que seriam 23 personalidades, achei que não ia funcionar – não tem como desenvolver tantos personagens em um filme de apenas duas horas. Felizmente a narrativa principal foca em apenas 3 ou 4 personalidades. Funcionou muito bem.

Achei a parte final um pouco exagerada. Mas a cena final justifica o exagero. Será que teremos continuação?

T2 Trainspotting

Trainspotting2Crítica – T2 Trainspotting

Vamos à continuação?

Depois de 20 anos fora, Renton volta para a Escócia e se reencontra com Spud, Sick Boy e Begbie.

Duas décadas depois, Danny Boyle volta ao universo do seu segundo filme, Trainspotting (1996). A boa notícia é que boa parte da galera que trabalhou no primeiro filme está de volta. Mesmo diretor, mesmo roteirista, mesmo produtor, mesmos quatro atores principais. Foi muito legal, não me lembro de outra continuação assim, que retoma uma história 20 anos depois, com toda a galera original.

T2 Trainspotting (idem no original) é parcialmente baseado no livro “Porno”, continuação do livro “Trainspotting”, escrito pelo mesmo Irvine Welsh. “Porno” se passa dez anos depois dos acontecimentos do primeiro filme. No novo livro, os personagens seriam viciados em pornografia em vez de heroína, mas o novo filme não segue exatamente isso.

T2 Trainspotting é cheio de referências ao primeiro filme, recomendo rever pra ficar fresco na memória. O estilo é o mesmo, temos a volta dos personagens e de alguns cenários, temos até vários trechos do filme de 96 – Kevin McKidd, por exemplo, só aparece em imagens “de arquivo” (quando vemos imagens da infância deles, são outros atores, claro; mas imagens da juventude são imagens deles mesmo na época do outro filme).

Por tratar de drogas, claro que o primeiro filme era pesado. Quando revi, tive uma bad trip com uma das cenas. Este novo é bem mais leve e divertido. Gostei da mudança no clima.

Claro que ter o elenco original fez diferença. Na época de A Praia, quarto filme do Danny Boyle, ele teria brigado com o seu “ator assinatura”, Ewan McGregor. Felizmente, eles fizeram as pazes, T2 Trainspotting não seria o mesmo se um dos dois não estivesse por perto. Robert Carlyle e Johnny Lee Miller hoje têm carreira na tv, mas conseguiram conciliar as agendas. E Ewan Bremner, o menos conhecido, talvez seja o melhor dos quatro neste filme. Ah, Kelly McDonald, que fazia um papel pequeno mas importante no filme anterior, faz o mesmo aqui. A única novidade no elenco principal é a búlgara Anjela Nedyalkova.

Será que daqui a 20 anos vamos rever os personagens sessentões?

Trainspotting – Sem Limites

TrainspottingCrítica – Trainspotting – Sem Limites

O filme conta as histórias de viciados em heroína que vivem num subúrbio de Edimburgo, Escócia, narradas do ponto de vista de um deles, que tenta interromper o vício mas sempre acaba retornando. Baseado no livro homônimo de Irvine Welsh.

Lembro do lançamento de Trainspotting – Sem Limites (Trainspotting, no original) nos cinemas brasileiros em 1996. O segundo filme de Danny Boyle (depois do ótimo Cova Rasa) já me fez virar fã deste novo e promissor diretor inglês. Vi na época do lançamento, anos depois comprei o dvd (tenho quase tudo do Danny Boyle). Aproveitei que ia ter uma continuação e revi o filme, que heu não via há anos.

O filme continua muito bom. Como usual na carreira de Boyle, o visual do filme é marcante. Edição cheia de cortes rápidos, trilha sonora alta, tudo acelerado lembrando linguagem publicitária. E tem tudo a ver com o tema do filme…

Em Trainspotting, Danny Boyle reuniu o time com quem tinha feito Cova Rasa: o ator Ewan McGregor, o produtor Andrew McDonald e o roteirista John Hodge (que ainda se reuniriam no filme seguinte, Por Uma Vida Menos Ordinária). O time se dividiu no filme seguinte, quando Boyle chamou Leonardo DiCaprio para fazer A Praia, mas voltaram vinte anos depois para a continuação T2 Trainspotting. (No total, até hoje, Hodge escreveu roteiros de seis filmes de Boyle; McDonald produziu sete).

Admito que hoje, que sou pai, uma certa cena do filme me incomodou muito mais do que vinte anos atrás, a cena do bebê morto. Entendo a cena no filme, mas acho que Boyle cruzou a linha. Preferia não ter visto daquele jeito, isso me causou uma bad trip…

No elenco, é curioso rever o início da carreira de nomes que hoje são grandes, como Ewan McGregor e Robert Carlyle. Também no elenco, Ewen Bremner, Jonny Lee Miller, Kevin McKidd e Kelly MacDonald.

Em breve falo aqui da continuação, T2 Trainspotting!

A Bela e a Fera

a-bela-e-a-feraCrítica – A Bela e a Fera

(Antes de tudo, preciso falar que não gosto desta história. Numa sociedade que briga pelos direitos das mulheres, acho um retrocesso uma princesa que só gosta do príncipe porque ele é rico. Estamos ensinando nossas filhas a serem interesseiras? Isso porque não estou falando da Síndrome de Estocolmo! Mas, vamos ao filme…)

Adaptação do conto de fadas onde uma jovem e um príncipe monstro se apaixonam.

A Disney é especialista na arte de fazer dinheiro. A novidade (de uns anos pra cá) é criar versões live action (com atores) dos desenhos clássicos. Já tivemos Malévola, Cinderela e Mogli. Agora chegou a vez de A Bela e a Fera.

O risco de adaptar A Bela e a Fera era um pouco maior. Não só é mais recente (1991), como é um filme historicamente importante na linha do tempo da Disney – depois de uma década de 80 com pouco sucesso artístico e comercial (época de O Cão e a Raposa, O Caldeirão Mágico e As Peripécias do Ratinho Detetive), A Bela e a Fera não só foi um grande sucesso de bilheteria como também concorreu a seis Oscar (incluindo melhor filme – a primeira vez que uma animação concorreu ao prêmio principal) e ganhou as estatuetas de trilha sonora e canção. E ainda ajudou a firmar a Disney no topo novamente (logo antes tivemos A Pequena Sereia, logo depois, Alladin e O Rei Leão). Ou seja, um marco.

Bem, acredito que quem gostou do desenho não vai se decepcionar. Todas as músicas estão lá e algumas sequências foram recriadas fielmente. Aposto como vai ter fã chorando de emoção. Porém… o grande mérito é, ao mesmo tempo, um problema. Porque, na comparação, o filme perde para o desenho.

O filme é muito mais longo que o desenho (45 minutos!). Como era previsível, temos músicas novas (uma música só concorre ao Oscar se for feita para o filme, por isso adaptações sempre trazem pelo menos uma música inédita). E essas músicas novas não são tão cativantes quanto as do filme dos anos 90.

Outro problema do filme é a caracterização da Fera. Em vez de maquiagem, a produção optou por captura de movimentos. Mas o resultado ficou bem artificial. E pensar que há mais de 30 anos o Michael Jackson usou maquiagem no videoclipe de Thriller e ficou infinitamente melhor…

Os efeitos especiais são muito bons. Os coadjuvantes Lumiere (o candelabro) e Cogsworth (o relógio) são perfeitos! Já o bule Ms. Potts ficou esquisito, porque tem olhos e bocas desenhados, foge ao padrão que todos os outros objetos usam.

A direção ficou com Bill Condon, que tem um Oscar pelo roteiro de Deuses e Monstros, mas já trabalhou com musicais: escreveu o roteiro de Chicago e dirigiu Dreamgirls. Mas não podemos nos esquecer que o cara também dirigiu dois CrepúsculosA Bela e a Fera se aproxima mais destes últimos…

O elenco é muito bom. Mas o destaque não está com os protagonistas. Sempre canastrão, Luke Evans está ótimo como Gaston, e digo o mesmo sobre o LeFou de Josh Gad, aqui abertamente assumindo ser gay (fato que irritou alguns fãs xiitas, mas não me incomodou). Os coadjuvantes / objetos (Ewan McGregor, Ian McKellen, Emma Thompson, Stanley Tucci e Gugu Mbatha-Raw), que só mostram a cara no fim, também estão bem. Emma Hermione Watson está bem, mas nada demais (ela não tem uma grande voz, mas não atrapalha); Dan Stevens (quem?) fecha o elenco principal, interpretando a Fera.

Enfim, como disse lá em cima, quem curtiu a versão dos anos 90 vai se divertir. Mas ainda acho melhor rever o desenho.

Top 10: Terror e Ficção Científica

0-alien-zombieTop 10: Terror e Ficção Científica

Gosto muito de filmes de terror. E de filmes de ficção científica. Claro que também gosto quando ambos os estilos são bem misturados.

Não são muitos bons filmes assim, mas dá pra fazer um top 10. Vou listar aqui os meus favoritos.

10-pandorum-poster-310.Pandorum

No futuro, o nosso planeta não tem condições de abrigar a crescente população. O filme se passa dentro de uma enorme nave espacial que está indo em direção um novo planeta semelhante à Terra. Bom clima claustrofóbico, pena que o roteiro dá umas escorregadas.

http://www.heuvi.com.br/pandorum/

9-Noite dos Arrepios9.Noite dos Arrepios

Filme de invasão alienígena com um pé no trash – os efeitos especiais já eram meio toscos na época! Traz algumas das frases mais divertidas de toda a década de 80, como “Tenho boas e más notícias. A boa notícia é que seus namorados estão chegando. A má é que eles estão mortos”.

http://www.heuvi.com.br/noite-dos-arrepios/

8-dark-skies-poster8.Dark Skies

Filme recente (2013) e infelizmente pouco conhecido por aqui, onde uma família é sacudida por uma série de estranhos e misteriosos eventos. Uma espécie de mistura de Poltergeist com Contatos Imediatos do Terceiro Grau

http://www.heuvi.com.br/dark-skies/

7-a-mosca7.A Mosca

Um cientista faz uma experiência com um dispositivo de teletransporte, mas uma mosca cai no aparelho durante o processo, e acaba o transformando num grande inseto. Um dos filmes mais conhecidos da fase gore do David Cronenberg (hoje em dia ele só faz filmes “adultos”).

6-Prova Final6.Prova Final

Parceria entre o diretor Robert Rodriguez (Um Drink no Inferno) e o roteirista Kevin Williamson (Pânico), numa história que parece O Enigma de Outro Mundo encontra Clube dos Cinco numa escola,  um alienígena fica incubado dentro de um dos personagens. Vários atores ficaram famosos depois.

http://www.heuvi.com.br/prova-final/

5-A Experiencia5.A Experiência

Não entendo por que tem gente que fala mal desse filme. Trama eletrizante, bom elenco, um monstro desenhado pelo H.R. Giger e uma das alienígenas mais bonitas da história do cinema (Natasha Henstridge em seu melhor momento!). Teve continuações, porém mais fracas.

http://www.heuvi.com.br/a-experiencia-1995/

4-Invasores de Corpos4.Invasores de Corpos

Teve quatro versões, a melhor e mais conhecida é a segunda, de 1978, dirigida por Philip Kaufman e estrelada por Donald Sutherland (as outras versões são de 56, 99 e 2007). A história é clássica: pessoas são substituídas por cópias sem emoções – uma metáfora para o medo do comunismo.

3-força sinistra3.Força Sinistra

Parceria entre o roteirista Dan O’Bannon (Alien) e o diretor Tobe Hooper (Poltergeist – O Fenômeno). Uma missão espacial ao cometa Halley volta à Terra trazendo vampiros espaciais, que sugam energia das pessoas em vez de sangue. Mathilda May é a outra alienígena mais bonita da história do cinema!

http://www.heuvi.com.br/forca-sinistra/

2-Enigma do Outro Mundo2.O Enigma de Outro Mundo

No início do inverno na Antártica, um grupo de pesquisadores tem que enfrentar um misterioso e mortal ser alienígena que muda de forma e pode se parecer com qualquer uma de suas vítimas. Talvez o melhor filme da longa filmografia de John Carpenter.

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1-Alien1.Alien O Oitavo Passageiro

Uma obra prima do medo. Uma enorme nave espacial claustrofóbica, uma equipe pequena e um misterioso e mortal alienígena assassino fazendo a festa. O segundo Alien também é muito bom, mas passa longe do terror.

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Kong: A Ilha da Caveira

KongCrítica – Kong: A Ilha da Caveira

Uma equipe de cientistas explora uma ilha desconhecida no Pacífico, e se aventura no domínio do poderoso Kong.

Existem filmes que se propõem a ser complexos. E existem filmes que apenas querem divertir. Kong: A Ilha da Caveira (Kong: Skull Island, no original) faz parte do segundo grupo: uma boa (e despretensiosa) aventura em cartaz nos cinemas.

No cenário atual de grandes produções envolvendo franquias e releituras, um filme novo do King Kong era algo até previsível – principalmente depois do boato que o estúdio pretendia criar um “monsterverse” para unir grandes monstros como Godzila e o próprio Kong.

Assim, em vez de mais uma refilmagem da mesma história (já contada em 33, 76 e 2005), Kong: A Ilha da Caveira conta uma história diferente. O filme se passa em 1973, e toda a trama acontece na ilha onde o gorila gigante foi encontrado. (Aliás, o filme se passar nos anos 70 fez bem pra trilha sonora, que traz alguns bons clássicos do rock.)

Kong: A Ilha da Caveira confirma uma tendência do cinema contemporâneo: um diretor pouco conhecido é capaz de fazer um grande filme (a gente vê isso direto na Marvel). O diretor Jordan Vogt-Roberts só tinha feito um longa pro cinema, o indie Os Reis do Verão, além de alguns trabalhos pra tv. E não é que o cara mandou bem numa super produção?

Tem gente dizendo que este seria um “King Kong meets Apocalipse Now”, por causa da ambientação no fim da Guerra do Vietnã. Olha, uma cena de helicópteros voando com o sol ao fundo é uma referência explícita… Aliás, o visual do filme é bem legal.

Sobre os efeitos especiais: a tecnologia de captura de movimento chegou a um nível onde as expressões de um gorila gigante chegam perto da perfeição. Além dele, as outras criaturas fantásticas que habitam a ilha também estão bem.

O elenco é muito bom, e o roteiro consegue equilibrar bem a falta de um personagem central (afinal, o filme é do Kong!). Se fosse escolher um “mocinho”, seria Tom Hiddleston. Também no elenco, Brie Larson, Samuel L. Jackson, John Goodman, John C. Reilly, Jing Tian, Corey Hawkins e Toby Kebell. E temos que reconhecer que foi engraçado ver Samuel L. Jackson num papel “bad motherf*” mas sem falar o palavrão característico…

Por fim, como quase sempre, o 3D não vale a pena. Ah, tem cena pós créditos..

The Autopsy of Jane Doe

The_Autopsy_of_Jane_Doe

Crítica – The Autopsy of Jane Doe

Pai e filho, ambos médicos legistas, são puxados para um mistério complexo ao tentar identificar o corpo de uma jovem mulher, que aparentemente abriga segredos obscuros.

Certas coisas são inexplicáveis. Ano passado a gente viu no circuito filmes fracos como Satânico e a refilmagem de Martyrs. E um bom filme como The Autopsy of Jane Doe (que, segundo o imdb, vai se chamar A Autópsia por aqui) não foi lançado no Brasil.

A direção é do norueguês André Øvredal, que fez o interessante The Troll Hunter. Øvredal disse que se interessou em fazer um terrorzão depois que viu Invocação do Mal no cinema. Felizmente ele conseguiu um bom roteiro!

The Autopsy of Jane Doe é um bom exemplo de filme pequeno e eficiente. Poucos atores, basicamente um único cenário, curta duração, efeitos especiais simples. Mas a história é bem conduzida e a tensão é crescente, e o resultado final é um filme de terror acima da média.

Uma coisa curiosa é ver que temos dois atores conhecidos no elenco. Digo isso porque seria um bom gancho para lançar o filme nos cinemas, né? Brian Cox (Red, Planeta dos Macacos: A Origem) e Emile Hirsch (Na Natureza Selvagem, Speed Racer) estão bem como o pai e o filho que trabalham na funerária. O diminuto elenco também tem Ophelia Lovibond num papel pequeno mas importante e Olwen Catherine Kelly como a Jane Doe do título.

Boa opção pra quem curte terror. Tomara que alguém lance por meios oficiais aqui no Brasil. Porque senão vou ter que comprar um blu-ray gringo, como tive que fazer com o Troll Hunter

 

Logan

loganCrítica – Logan

Em 2029, escondido na fronteira mexicana, um cansado Logan cuida de um idoso Professor Xavier. Mas suas tentativas de se esconder do mundo e de seu legado acabam quando uma jovem mutante chega e começa a ser perseguida por uma organização paramilitar.

A relação ator x personagem do Hugh Jackman com o Wolverine é curiosa. Já tivemos vários atores interpretando o Batman, o Superman, o Homem Aranha… Mas o Wolverine sempre foi do Jackman. Há 17 anos ele interpreta o personagem – e logo um personagem que não envelhece! Agora, depois de seis filmes (mais dois onde ele só aparece em uma cena), vemos o fim desta longa relação entre o ator e o personagem.

Pelo menos foi um final digno. Logan (idem no original) talvez seja o melhor filme com o super com as garras de adamantium.

A direção coube a James Mangold, que quatro anos atrás fez o fraco Wolverine Imortal. Mas desta vez o cara acertou. Em vez de mega vilões e planos mirabolantes para salvar o mundo, Logan mostra o lado mais humano do herói, é um homem cansado e doente querendo cuidar dos seus próximos.

Outro ponto positivo é a violência. O Wolverine sempre foi naturalmente violento, mas até o ano retrasado os filmes de super heróis seguravam a onda nas cenas mais fortes. Provavelmente com o resultado positivo de Deadpool, resolveram acrescentar um pouco de sangue. Finalmente os fãs do personagem o verão como era pra ser!

No elenco, Hugh Jackman está perfeito como o Logan “velho” – o ator também deve estar cansado do personagem, isso deve ter ajudado. Patrick Stewart também está bem, com um professor Xavier nonagenário. Mas o destaque está com a jovem Dafne Keen, que rouba todas as cenas. Guardemos esse nome, essa menina vai longe! Ainda no elenco, Stephen Merchant e Boyd Holbrook.

Num ano que promete ser bom para os fãs de filmes de super heróis, Logan é um bom começo!