Guardiões da Galáxia vol. 2

Guardiões 2Crítica – Guardiões da Galáxia vol. 2

Enquanto o heterogêneo grupo formado no filme anterior foge de vários inimigos, Peter Quill descobre informações sobre seu pai.

Em 2014, o primeiro Guardiões da Galáxia foi uma boa surpresa. Ninguém esperava nada de um filme onde um dos protagonistas era um guaxinim, e outro, uma árvore. E foi um dos melhores filmes do ano! Claro que agora já existia expectativa. E aí, será que mantiveram a qualidade?

Boa notícia! Guardiões da Galáxia Vol. 2 (Guardians of the Galaxy Vol. 2, no original) é tão bom quanto o primeiro!

Logo de cara já vemos o tom do filme, na melhor sequência de créditos iniciais desde Deadpool. Enquanto o Baby Groot dança em primeiro plano, uma briga violenta acontece ao fundo. Sequência muito bem filmada (plano sequência!) e muito divertida, que dá vontade de rever várias vezes. E que já diz que não é pra levar o filme a sério.

(Parênteses pra falar do Baby Groot. Rolava um certo receio: será que vai funcionar um filhote de Groot, ou vai encher o saco? Respondo com convicção: o Baby Groot é um personagem excelente, que vai ganhar vários fãs a cada exibição do filme!)

Assim como o primeiro filme, Guardiões da Galáxia Vol. 2 é uma divertida aventura espacial. É Marvel, faz parte do MCU, mas nem parece um filme de super heróis. Aliás, é curioso como a Marvel sabe construir seu universo cinematográfico sem nenhuma pressa. Todo mundo sabe que daqui a alguns anos os Guardiões vão se unir aos outros heróis da Marvel. Mas este segundo filme continua completamente independente dos outros. Palmas para a organização do MCU!

A direção e o roteiro estão novamente com James Gunn, que mais uma vez entrega um filme redondinho. Trama bem amarrada, personagens carismáticos, efeitos especiais de primeira, tudo funciona bem. Ah sobre os efeitos, temos, de novo, um ator “coroa” rejuvenescido digitalmente. Impressionante!

Se no primeiro filme tivemos as apresentações dos personagens, agora temos o aprofundamento de cada personalidade. Conhecemos melhor suas peculiaridades e seus problemas. E vemos que, no fundo, Guardiões da Galáxia Vol. 2 é um filme sobre a família. Não necessariamente uma família careta de pai, mãe e filho; mas qualquer tipo de relação familiar, consanguínea ou não. Steven Spielberg deve ter gostado (ou ficado com inveja, sei lá).

No elenco, temos a volta de todos os atores principais do primeiro filme. Claro que o protagonista é o Peter Quill de Chris Pratt, hoje uma estrela do primeiro time; mas o resto do elenco principal tem maior importância: Zoe Saldana, Dave Bautista e as vozes de Bradley Cooper e Vin Diesel (aliás, é curioso ver como Bautista está muito bem como Drax!). Michael Rooker, Karen Gillan e Sean Gunn têm mais espaço nesta segunda parte; e, de novidades, temos Kurt Russell, Elizabeth Debicki e Pom Klementieff. Também temos pontas de Sylvester Stallone e David Hasselhof, e, claro, Stan Lee. Por fim, cameos de Ving Rhames, Michelle Yeoh e Miley Cyrus me fazem acreditar que teremos um spin off…

Assim como no primeiro filme, a trilha sonora é essencial para a trama. As músicas são boas, e se encaixam perfeitamente na narrativa. Agora, na minha humilde opinião, a seleção musical do primeiro filme é melhor… Ah, além das músicas, temos outras referências à cultura pop, como Pac Man, Mary Poppins e a série Cheers.

Por fim, são cinco cenas pós créditos, além de várias piadinhas inseridas no texto dos créditos. Não saia do cinema antes de acabar tudo!

Vida

VidaCrítica – Vida

A bordo de uma Estação Espacial Internacional em órbita da Terra, uma equipe de cientistas descobre uma forma de vida, proveniente de Marte, que tem uma rápida evolução, e que agora ameaça toda a tripulação.

Ué? Refilmagem de Alien?

Vida (Life, no original) inevitavelmente vai ser comparado com o clássico dirigido por Ridley Scott em 79. As sinopses são muito parecidas – alguns astronautas presos numa nave, fugindo de um misterioso e mortal alienígena. Mas, mesmo assim, o resultado é muito bom.

O filme dirigido por Daniel Espinosa (que, apesar do nome, nasceu na Suécia) usa um argumento semelhante, mas cumpriu a proposta de criar um clima tenso e claustrofóbico. Resumindo: se você procura uma história inédita, veja outro filme; mas se você quiser ficar grudado na poltrona do cinema, este é o seu filme!

Tecnicamente, o filme é impressionante. Quase todo o filme se passa em gravidade zero, e isso é mostrado naturalmente. Os atores flutuam o tempo todo, o roteiro (escrito por Rhett Reese e Paul Wernick, os mesmos de Deadpool) não inventou subterfúgios pra fugir desta dificuldade técnica. Vou além: a cena inicial é um grande plano sequência passeando pelos apertados corredores da estação espacial, passando por vários personagens, atarefados com um evento que acontecerá em breve. Tudo sem gravidade! Lembrei de Gravidade e seus planos sequência impressionantes.

O elenco está ok. Ryan Reynolds está engraçadinho como sempre, mas se segura pra não virar um novo Deadpool; Jake Gyllenhaal não tem uma atuação digna de prêmios, mas funciona bem para o que o filme pede. Além dos dois mais famosos, o diminuto elenco conta com Rebecca Ferguson (Missão Impossível), Hiroyuki Sanada, Olga Dihovichnaya e Ariyon Bakare.

Disse lá em cima, e repito: mesmo com uma história sem muitas novidades, Vida é uma boa opção!

Velozes e Furiosos 8

Velozes 8Crítica – Velozes e Furiosos 8

Quando uma mulher misteriosa seduz Dom a entrar no mundo do terrorismo e trair aqueles mais próximos a ele, seus amigos enfrentarão desafios que irão testá-los como nunca antes

Preciso confessar que sou fã da franquia Velozes e Furiosos. Sei que tem muita coisa forçada nos roteiros, sei que tem muitos clichês, mas curto as bobagens exageradas na tela. Principalmente porque são bobagens divertidas e muito bem feitas!

Dirigido por F. Gary Gray (Straight Outta Compton) Velozes e Furiosos 8 (The Fate of the Furious, no original) já mostra na cena inicial que não é pra se levar a sério. Num pega de rua, o “carro mais rápido da ilha” perde pra um calhambeque caindo aos pedaços, andando de marcha ré. E o resto do filme segue esta lógica (ou falta de), temos até uma cena que mostra “carros zumbis” que lembra Guerra Mundial Z! Só achei forçado coisas voltarem a funcionar depois de uma bomba de pulso eletromagnético… Forçou, né? 😉

Hoje em dia é comum vermos personagens femininas fortes (que bom!). Em filmes de ação temos visto várias mulheres entrando na porrada. Aqui é ainda melhor: a vilã é uma personagem forte, mas que usa a inteligência e não precisa brigar fisicamente com ninguém para ser temida.

Aliás, é curioso notar que uma franquia considerada “descerebrada” por boa parte da crítica, e que está lançando o seu oitavo filme, ainda tem moral pra incluir duas boas novidades no elenco: duas atrizes ganhadoras do Oscar. Charlize Theron, maravilhosa como sempre, é a grande vilã; Helen Mirren tem um papel pequeno, mas rouba todas as (poucas) cenas que aparece. É muito bom ver uma atriz veterana não se levando a sério!

Sobre o resto do elenco, é mais do mesmo. Velozes e Furiosos 8 reúne os três carecas fortões mais carismáticos de Hollywood. Mas se for pra destacar um, escolho Dwayne Johnson, que está no limite da galhofa o tempo todo, e é responsável por alguns dos melhores momentos do filme (e aí incluo uma partida de futebol feminino infantil!) – Vin Diesel e Jason Statham completam o trio principal. Também no elenco, Michelle Rodríguez, Kurt Russell, Nathalie Emmanuel, Tyrese Gibson, Ludacris, Elsa Pataky, Scott Eastwood e Luke Evans.

Ouvi críticas sobre a entrada de Jason Statham no grupo ao lado dos protagonistas – até o último filme, ele era o inimigo. Ok, realmente a transformação de inimigo para amigo podia ter um desenvolvimento melhor. Mas as justificativas do roteiro foram o suficiente pra mim.

Velozes 9 está previsto pra 2019. Tomara que tenha mais Helen Mirren!

Despedida em Grande Estilo

Despedida em Grande EstiloCrítica – Despedida em Grande Estilo

Desesperados para pagar as contas e sustentar suas famílias, três idosos, amigos de longa data, se arriscam num plano para assaltar o mesmo banco que os explora.

Alguns filmes se propõem a ser grandes filmes. Outros não, apenas querem ser uma diversão despretensiosa. É o caso deste Despedida em Grande Estilo (Going in Style, no original).

Claro que o filme dirigido por Zach Braff (o JD da série Scrubs) se baseia no talento e no carisma de seu elenco. E não vejo nada errado nisso, afinal, o trio principal traz três veteranos ganhadores do Oscar, Michael Caine, Morgan Freeman e Alan Arkin. E ainda temos Christopher Lloyd, Ann Margret e Matt Dillon!

Despedida em Grande Estilo (Going in Style, no original) é refilmagem do filme homônimo de 1979, dirigido por Martin Brest (Um Tira da Pesada). Não vi o primeiro, não posso comparar. Mas posso dizer que esta refilmagem manda bem na proposta citada lá no segundo parágrafo.

A trama é meio clichê – a gente já viu isso em outros filmes. Mas até que toda a construção do plano é bem conduzida. E, mesmo já prevendo o final, Despedida em Grande Estilo consegue divertir.

Nada essencial. Mas cumpre o proposto.

p.s.: Christopher Lloyd é alguns anos mais novo que o trio principal (ele nasceu em 1938, enquanto os outros três nasceram entre 33 e 37). Mas no filme ele aparece bem mais acabado. Não sei se é do ator ou do personagem. Espero que seja do personagem!