Adão Negro

Crítica – Adão Negro

Sinopse (imdb): Quase 5.000 anos após ser agraciado com os poderes onipotentes dos deuses egípcios e preso com a mesma rapidez, Adão Negro alcança a liberdade de sua tumba terrena, pronto para liberar sua justiça no mundo moderno.

Bora pra mais um filme de super heróis da DC!

O que mais me intrigava sobre este Adão Negro (Black Adam, no original) era o protagonista. Porque, na Hollywood de hoje, é difícil imaginar o Dwayne Johnson como um vilão. Mas, olha, nesse aspecto, gostei do que vemos no filme. Diferente da maioria dos filmes de super heróis onde existe um grande maniqueísmo, o bem contra o mal, aqui a gente tem dois grupos distintos onde dependendo do ponto de vista, um deles pode não ser exatamente de “mocinhos”. Inclusive isso é falado por uma personagem – “onde estavam vocês quando fomos invadidos 27 anos atrás?”

Dito isso, preciso dizer que o vilãozão que temos no terço final do filme é fraco. Mais tarde volto a falar dele.

A direção é de Jaume Collet-Serra, de A Órfã, Águas Rasas, e alguns filmes com o Liam Neeson badass (Desconhecido, O Passageiro, Noite Sem Fim e Sem Escalas). Bom diretor, mas que aqui não mostra nada autoral. Ele usa tanta câmera lenta que às vezes parece que estamos vendo um filme do Zack Snyder.

Ainda na câmera lenta: são boas cenas, só que em excesso. Talvez o ideal fosse reduzir um pouco. As cenas de ação são boas, e o filme tem um pouco mais de violência do que estamos acostumados na concorrente Marvel.

Já que falamos da Marvel… Preciso dizer que não conheço as HQs, meus comentários são apenas relativos ao que tivemos no cinema nos últimos anos. E preciso falar que esse filme parece muito um filme da Marvel. Temos um novo elemento, o Eternium, que é equivalente ao Vibranium. O time de super heróis é liderado por uma mistura de Tony Stark com Falcão, e seu time tem um “Doutor Estranho” (que vê o futuro e encontra apenas uma solução para enfrentar o vilão), um Homem Formiga com máscara de Deadpool (inclusive usado como alívio cômico) e uma espécie de Tempestade (ok, essa é a mais diferente). Só que a Marvel passou anos e anos construindo um time, e agora na DC veio tudo jogado de uma vez.

Sobre o elenco, Dwayne Johnson está ótimo como sempre. Um personagem mais sombrio que o habitual, mas mesmo assim mantendo o bom humor. Sarah Shahi tem o principal papel entre os “não heróis”, e Pierce Brosnan é o único conhecido do grupo de heróis Sociedade da Justiça (os outros são Aldis Hodge, Quintessa Swindell e Noah Centineo). E temos Viola Davis como Amanda Waller, meio que pra justificar que este é mais um filme do universo cinematográfico da DC.

A parte técnica teve uma coisa que me incomodou. O áudio parecia que algumas cenas estava mal dublado, principalmente em cenas do menino. Achei estranho, mas deixei pra lá. Ao fim da sessão, um amigo comentou sobre isso, e vi que não fui o único.

Adão Negro é legal, mas não gostei do terço final. O personagem título tinha sido isolado, mas consegue voltar numa cena muito forçada. E é o momento onde temos o vilãozão. E aquele exército de zumbis foi completamente desnecessário.

Tem uma cena pós créditos, depois dos créditos principais, que fez parte da galera urrar na sessão de imprensa. Admito, boa cena. No fim dos créditos não tem nada.

Aguardemos mais filmes do Dwayne Johnson na DC!

The Misfits

Crítica – The Misfits

Sinopse (imdb): Depois de ser recrutado por um grupo de ladrões não convencionais, o renomado criminoso Richard Pace se vê envolvido em um elaborado roubo de ouro que promete ter implicações de longo alcance em sua vida e na vida de inúmeras outras pessoas.

Renny Harlin na direção, Kurt Wimmer no roteiro, Pierce Brosnam e Tim Roth no elenco. Ok, tinha chances de dar certo. Mas…

Há anos que Renny Harlin não faz nenhum grande filme, mas ele dirigiu alguns bons filmes nos anos 90, como Duro de Matar 2, Risco Total e A Ilha da Garganta Cortada. E Kurt Wimmer escreveu alguns roteiros como as refilmagens de Caçadores de Emoção e Vingador do Futuro, mas lembro dele por Equilibrium, que acho um bom filme de ação, apesar de um pouco desconhecido do grande público. Ok, reconheço que não são nomes do primeiro escalão. Mas um filme feito pela dupla podia ser bom.

Podia. Mas não foi. The Misfits é um lixo!

The Misfits até começa bem, a sequência inicial lembra um Guy Ritchie, edição rápida com personagens marginais engraçadinhos. Mas pouco depois tudo se perde, o filme resolve focar mais na comédia pastelão e o filme fica tão bobo que dá vontade de desistir.

Sério, heu NUNCA desisto de um filme, principalmente quando é um filme curto que já vi metade. Mas esse aqui deu vontade de parar, no trecho onde eles precisam convencer o diretor da prisão a comprar um determinado equipamento. As atuações são dignas de um humorístico ruim de TV aberta, me senti vendo A Praça É Nossa.

Fui até o fim, mas, olha, foi doloroso. O roteiro força umas barras absurdas, aquele plano não tem a menor lógica, e The Misfits vira um dos piores filmes de heist da história. Não tenho nem o que falar sobre a atuação, a não ser que senti pena do Tim Roth, que já mostrou que é um grande ator. Pierce Brosnam? Quando o vi cantando em Mamma Mia, achei que ele deveria ganhar uma punição por castigar nossos ouvidos daquele jeito. Hoje estou com pena dele, a punição foi severa demais. Pierce, heu te perdoo!

E o fim do filme deixa aberto o caminho pra uma continuação. Tenha medo, tenha muito medo!

Mamma Mia! Lá Vamos Nós de Novo

Crítica – Mamma Mia! Lá Vamos Nós de Novo

Sinopse (imdb): Cinco anos depois dos eventos de Mamma Mia! O Filme, Sophie aprende sobre o passado de sua mãe durante a gravidez.

O primeiro Mamma Mia foi um grande sucesso. Claro que uma continuação era prevista, afinal, estamos falando de Hollywood. A dúvida era como eles fariam, já que quase todas as músicas famosas do ABBA estavam no primeiro filme. E, se o filme só tivesse “lados B”, não venderia tanto.

A solução foi repetir músicas, mas em outros contextos (com exceção da mais famosa de todas, Dancing Queen, que repete o mesmo cenário e as mesmas coreografias do primeiro filme). Além de Dancing Queen, temos novamente Thank You For The Music, Waterloo, S.O.S., I Have A Dream, Mamma Mia (claro) e Super Trouper (essa como encerramento, com todo o elenco cantando). Não me lembro de como foi Mamma Mia no filme anterior, mas aqui ficou bem legal.

Mamma Mia! Lá Vamos Nós de Novo (Mamma Mia! Here We Go Again, no original) resolve usar flashbacks pra contar o passado da personagem. Assim, Meryl Streep dá lugar a Lily James, que vira a protagonista do filme e conta a história dos três pais e da chegada à Grécia, vinte anos antes do filme anterior.

(Uma crítica que fiz sobre o filme anterior é que não sabíamos quando se passava. Agora dá pra saber: Donna chegou na Grécia em 1979, então o filme anterior se passa em 1999, e este aqui seria em 2004. Custava eles dizerem que era um filme “de época”?)

A direção é do desconhecido Ol Parker, que não inventa novidades e deixa o filme fluir de acordo com as músicas. Afinal, o que mais funcionou no primeiro filme foram os belos cenários gregos e as boas músicas do ABBA. Então, o negócio é repetir, e todo mundo sai do cinema feliz.

Sobre o elenco: Meryl Streep deveria estar com a agenda cheia, então seu papel é reduzido (ela só filmou por uma semana). Estão de volta Amanda Seyfried, Pierce Brosnan, Colin Firth, Stellan Skarsgård, Dominic Cooper, Christine Baranski e Julie Walters; de novidades, temos Lily James, Andy Garcia, Cher, Alexa Davies, Jessica Keenan Wynn, Hugh Skinner, Josh Dylan e Jeremy Irvine. E, para os fãs, temos cameos dos dois “B” do ABBA, Benny Andersson e Björn Ulvaeus.

O segundo filme está sendo um grande sucesso de bilheteria, assim como foi o primeiro. Claro que estão pensando num terceiro filme. O ABBA tem música pra três filmes? Ou vão ter que pegar emprestadas músicas de outra banda sueca? O Roxette ia gostar… 😉

November Man: Um Espião Nunca Morre

0-November ManCrítica – November Man: Um Espião Nunca Morre

Ué? Pierce Brosnan voltou ao 007?

James Bond Peter Deveraux, um ex-espião da CIA, é chamado de volta à ação por motivos pessoais, e se vê contra o seu antigo pupilo num jogo mortal que envolve altos agentes da CIA e o provável novo presidente da Rússia.

Explicando a primeira frase: não, Brosnan não está de volta ao seu personagem mais famoso. É que November Man: Um Espião Nunca Morre (November Man, no original) parece querer ser um “James Bond genérico”. O filme é construído para o espectador acreditar que Peter Deveraux é o James Bond voltando da aposentadoria – e o título nacional ajuda isso. Usaram até uma ex-bond girl no elenco…

Na comparação, claro que perde para o 007 – uma franquia que apesar de longeva sempre manteve a alta qualidade, mesmo depois da influência dos filmes da série Bourne, que deram uma sacudida no cinema contemporâneo de espionagem.

Na verdade, o que mais me incomodou não foi a falta de originalidade – alguns bons filmes por aí são ideias copiadas. O pior problema foi um roteiro previsível e inconsistente – escrito por dois roteiristas com currículos duvidosos, Karl Gajdusek (Reféns), e Michael Finch (Predadores). Algumas cenas são desnecessárias e/ou não têm muita lógica, como todas as cenas que envolvem a vizinha de (a cena sem lógica é quando ela vira refém, algo incoerente com o personagem, na minha humilde opinião).

A direção ficou nas mãos de Roger Donaldson, que, apesar de ter dirigido o primeiro A Experiência (em 1995), nunca se firmou no primeiro time de diretores. Assim como este seu filme mais recente, Donaldson virou um diretor “genérico” para filmes de ação, seus dois filmes anteriores foram O PactoEfeito Dominó, dois filmes que não são ruins mas tampouco são bons.

No elenco, além de Brosnan, o único nome conhecido é a Olga Kurilenko, que estava em 007 – Quantum of Solace. Ainda no elenco, Luke Bracey, Bill Smitrovich e Will Paton.

Enfim, quem não for muito exigente pode se divertir.

The World’s End

Crítica – The World’s End

Filme novo do trio Simon Pegg, Nick Frost e Edgar Wright!

Um quarentão que parou no tempo resolve reunir os quatro amigos da época da escola para voltarem para a sua cidade natal e fazerem uma maratona de bebedeira em doze pubs diferentes, terminando no The World’s End, o útlimo pub. Só que sua cidade não é mais a mesma…

Depois de ver The World’s End, fui pesquisar e descobri que este é o terceiro filme da “Cornetto Trilogy”, que heu nem sabia que existia. Os outros filmes são Todo Mundo Quase Morto (Shaun Of The Dead) e Chumbo Grosso (Hot Fuzz) – os três foram dirigidos por Edgar Wright, escritos por Wright e Simon Pegg, e estrelados por Pegg e Nick Frost, e repetem alguns atores como Martin Freeman e Bill Nighy em papeis menores. Ah, e um detalhe: em cada filme aparece um personagem com um sabor diferente de Cornetto.

E por que isso? Parece que foi uma piada com a trilogia das cores do Krzysztof Kieslowski. Só que em vez de três cores, são três sabores de sorvete: morango (vermelho), clássico (azul) e menta (verde). Genial, não?

E assim, depois de uma comédia / terror e uma comédia / ação, temos uma comédia / ficção científica, feito por uma troupe que traz alguns dos melhores talentos do humor inglês contemporâneo! E que, mais uma vez, nos trazem um filme divertidíssimo, uma das melhores comédias do ano!

Gosto muito do estilo do diretor Edgar Wright (que também fez Scott Pilgrim e foi um dos roteiristas de Tintin), com seus planos curtos e cortes rápidos. Também gosto do estilo de humor, que beira o absurdo mas não chega ao nonsense. E The World’s End ainda tem um bom ritmo – a narrativa começa “normal” com o reencontro dos amigos, mas vai ficando gradativamente mais bizarra o quanto mais próxima do fim do filme. Não gostei muito da conclusão, mas não sei se teriam como fazer final melhor com uma história tão maluca.

O elenco é muito bom. Neste filme, Pegg e Frost “trocam de lugar” – Frost faz o personagem mais pé no chão, enquanto Pegg faz o mais abobado da dupla. Martin Freeman estava nos outros filmes da trilogia Cornetto, mas hoje ele é um nome com star power muito maior (além de ser o Watson da BBC, ele é “o” Hobbit!); Paddy Considine estava em Chumbo Grosso, mas continua sendo um rosto pouco conhecido. Ainda no elenco, Rosamund Pike, Pierce Brosnam, Eddie Marsan e a voz do Bill Nighy.

Por fim, preciso falar dos efeitos especiais, excelentes, principalmente se a gente se lembrar que estamos falando de uma comédia inglesa sem cara de blockbuster.

Claro, tem gente que vai confundir com The End Of The World, outra comédia apocalíptica lançada recentemente, e com nome quase igual. Até vejo algumas coisas legais em The End Of The World, mas achei este The World’s End muito melhor.

Enfim, ótimo filme. Pena que não deve passar nos cinemas brasileiros…

p.s.: Acabei de achar umas imagens pela internet com um título em português: “Herois de Ressaca”. Péssimo nome, né? É um páreo duro, qual é o pior título nacional, “Herois de Ressaca” ou “Todo Mundo Quase Morto”? 🙁

Bag Of Bones

Crítica – Bag of Bones

Minissérie com dois capítulos baseada em Stephen King. Ok, vamos ver qualé.

Quando sua esposa morre num acidente de carro, um escritor de sucesso vai para um retiro em uma casa isolada à beira de um lago. Lá, ele acaba envolvido na briga sobre a custódia de uma garotinha.

Não sei exatamente por que, mas Bag of Bones simplesmente não engrena. O elenco está burocrático. Pierce Brosnan e Melissa George parecem estar no piloto automático. O mesmo acontece com a direção, a cargo de Mick Garris, que tem um currículo razoável na TV mas fez pouca coisa no cinema (ele fez Sonâmbulos, de 1992, também baseado em Stephen King).

Os efeitos especiais são fracos, mas isso era esperado num filme para tv. Mas o pior problema de Bag of Bones é a parte final, confusa e sem sentido. A primeira metade só é fraca; a segunda metade é ruim mesmo.

Dispensável.

O Escritor Fantasma

Crítica – O Escritor Fantasma

Ewan McGregor é contratado para ser o ghost writer de um livro escrito pelo ex primeiro ministro inglês – ghost writer é aquele profissional que trabalha no texto de outra pessoa, mas não assina o trabalho. Aos poucos, ele descobre que o trabalho é mais perigoso do que parecia.

Trata-se do novo filme do grande Roman Polanski, concluído na época que ele estava em prisão domiciliar na Suíça, esperando ser extraditado ou não para os Estados Unidos pelo crime de pedofilia, cometido décadas antes. Coincidência ou não, o filme tem algo de autobiográfico, com o político em casa, esperando para saber se vai ser levado para um julgamento em outro país.

O Escritor Fantasma lembra Chinatown, onde um homem também vai descobrindo aos poucos que os problemas onde está envolvido. Não só na trama, como também no ritmo – assim como em Chinatown, o ritmo aqui é lento. Mas o talento de Polanski não deixa O Escritor Fantasma cair na monotonia e ser um filme chato.

O nome traduzido é curioso. A tradução está correta, mas aqui no Brasil ninguém usa a expressão “escritor fantasma”, usa-se o original “ghost writer”. Enfim, o personagem é tão fantasma / ghost, que nem tem nome!

O elenco está ok. Além de McGregor, o filme conta com Olivia Williams, Kim Cattrall, Pierce Brosnan, Tom Wilkinson e um quase irreconhecível James Belushi em um papel pequeno.

Polanski ganhou o Urso de Prata de Melhor Diretor no Festival de Berlim por este filme, mas não sei o quanto a sua situação pessoal ajudou a decisão do júri. Mesmo assim, O Escritor Fantasma não vai decepcionar os apreciadores do estilo.

Marte Ataca!

Marte Ataca!

Marte Ataca! (Mars Attacks! no original) é uma das mais divertidas homenagens já feitas aos filmes vagabundos de ficção científica, os clássicos filmes “B”.

A trama é simplérrima: centenas de discos voadores vêm para a Terra trazendo marcianos, pequenos homens verdes de cabeça grande. Seu objetivo? Matar humanos, ora!

O legal do filme é que em momento nenhum nada é levado a sério, a começar pelo visual dos discos voadores e dos próprios marcianos. E, pra melhorar, ainda sobra espaço para várias piadas politicamente incorretas – heu adoro o momento que o hippie solta a pomba exclamando “eles vieram em paz!”

Lendo isso, a gente pode pensar que o filme é vagabundo, né? Que nada. Os efeitos especiais são excelentes, apesar da aparência tosca. E o elenco…

É uma das maiores constelações da história de Hollywood! Jack Nicholson, Glenn Close, Annette Bening, Danny De Vito, Pierce Brosnan, Natalie Portman, Martin Short, Rod Steiger, Lucas Haas, Michael J. Fox, Sarah Jessica Parker, Tom Jones, Jim Brown, Pam Grier, Lisa Marie, Barnet Schroeder, e ainda traz um Jack Black novinho e de cabelo raspado! (Christina Applegate também está creditada, “acho” que é a namorada de Black…)

Marte Ataca! foi lançado pouco depois de Independence Day, o filme catástrofe de invasão alienígena de Roland Emmerich. Um parece o oposto do outro – se em um tudo é levado a sério, no outro tudo é escrachado. Aliás, uma boa comparação seria: enquanto Independence Day é um filme “B” com cara de grande produção, Marte Ataca! é uma grande produção com cara de filme “B”…

Marte Ataca! foi dirigido por Tim Burton, que até hoje sempre se destacou pelo esmero com que cuida da parte visual de seus filmes – Alice, seu mais novo filme, que estreia aqui em abril (mês que vem!), promete manter a tradição, como em filmes como Beetle Juice, Edward Mãos de Tesoura, A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça, A Fantástica Fábrica de Chocolates, Noiva Cadáver e Sweeney Todd, entre outros.

Marte Ataca! foi lançado nos cinemas em 1996. Já foi lançado em dvd por aqui, mas é um daqueles títulos mal lançados e quase impossível de se encontrar. Pena…

Percy Jackson e o Ladrão de Raios

Percy Jackson e o Ladrão de Raios

Percy Jackson acha que é um garoto normal. Até que, de repente, descobre que não só ele é filho do deus grego Poseidon, como ele está sendo acusado de ter roubado o raio de Zeus!

O que é interessante nesta nova aventura infanto juvenil, em cartaz nos cinemas cariocas, é o uso da mitologia grega. Temos os deuses do Olimpo, como Zeus, Poseidon, Hades e Atena, além de várias figuras fantásticas como o Minotauro, a Medusa e a Fúria.

Claro que o visual do filme deu uma modernizada nesta mitologia. O sátiro é negro, o centauro se disfarça no mundo real com uma cadeira de rodas, a entrada do Olimpo é um elevador no Empire State, e por aí vai. Gostei do Hades, deus do inferno, com cara de roqueiro cinquentão, algo entre o Tonni Iommi e o Richie Blackmore!

A história é bobinha, afinal, o público alvo é a garotada. Algumas coisas parecem simples demais – será que seria tão fácil assim roubar o raio de Zeus? Mesmo assim, adultos podem curtir o filme, se estiverem no clima certo.

O elenco principal traz três jovens ainda desconhecidos, Logan Lerman, Alexandra Daddario e Brandon T Jackson. Mas temos vários nomes famosos entre os coadjuvantes, como Pierce Brosnam, Uma Thurman, Sean Bean, Rosario Dawson, Catherine Keener, Melina Kanakaredes, Joe Pantoliano e Kevin McKidd.

Como era de se esperar num blockbuster deste estilo, os efeitos especiais são de primeira linha. Nada demais para os dias de hoje, quando o cgi chegou ao nível onde se encontra. Apenas ficou fácil mostrar sátiros, centauros e medusas convincentes.

(Na cena da medusa, fiquei me lembrando do clássico Fúria de Titãs, com a animação em stop motion de Ray Harryhausen – a “animação de massinha”. Aquilo era muito legal, mas não convencia ninguém!)

O diretor é Chris Columbus, o mesmo dos primeiros Harry Potter. E, se a gente olhar bem, a estrutura é bem parecida: “jovem descobre que tem poderes especiais e por isso é levado para um lugar isolado, onde outros jovens semelhantes aprendem a usar suas habilidades”. Ah, sim, ainda tem o fato que tanto Harry quanto Percy andam acompanhados de um amigo e uma amiga. Sim, parece um “Harry Potter e o raio de Zeus”…

Percy Jackson tem tudo para virar uma nova franquia cinematográfica. Tomara que mantenham o bom nível deste primeiro filme!

Mamma Mia!

Mamma Mia!

Alguns filmes parece que são feitos para um determinado tipo de público. Este é o caso de Mamma Mia, um musical baseado nas músicas do grupo sueco Abba: se você é fã de Abba, vai adorar. Mas se não for fã…

A idéia é até interessante: várias músicas do Abba são costuradas, criando uma história: uma menina de 20 anos, às vésperas do casamento, descobre que sua mãe teve aventuras amorosas com três diferentes homens antes de engravidar. Assim, ela manda convites para os possíveis pais, para tentar descobrir qual dos três é o verdadeiro pai.

Confesso que não sou fã de Abba (só reconheci 4 músicas!), então não sei se as adaptações foram fiéis ou se as músicas foram modificadas. Mesmo assim, a história quase sempre funciona, apesar dos personagens clichês.

Quase sempre funciona, heu disse. Tem coisas mal pensadas no roteiro, como, por exemplo, a época que o filme se passa. Fala-se de internet, então não se passa há muitos anos. Mas a menina de 20 anos foi gerada na época do “flower power”. Ou seja, uma menina gerada no fim dos anos 60 ou início dos 70, com 20 anos hoje em dia – bem, as minhas contas não bateram…

Um dos pontos positivos é o cenário: o filme se passa inteiramente em ensolaradas e belíssimas ilhas gregas. E o elenco quase funciona.

Sim, heu disse quase de novo. Meryl Streep está ótima como a mãe, e além de boa atriz, também canta bem – o momento “The winner takes it all” é ótimo. Amanda Seyfried não decepciona como a filha. E os 3 candidatos a pai são interpretados por Stellan Skarsgard, Colin Firth e Pierce Brosnan. E, bem, a voz deste último não funciona tão bem assim… Talvez a escolha do elenco devesse pensar também nas vozes que iriam cantar.

Mas, apesar de tudo, o filme diverte. Podia ser um pouco mais curto (precisava de Dancing Queen duas vezes?), mas, mesmo assim, é divertido.