Mogli: O Menino Lobo

Mogli-posterCrítica – Mogli: O Menino Lobo

Criado por lobos, o “filhote de homem” Mogli, tenta fugir da selva depois da ameaça de um tigre. Guiado por uma pantera e um urso, Mogli embarca em uma jornada de autodescoberta, onde encontra outros bichos, nem sempre com os mesmos interesses.

Seguindo a onda de adaptações “live action” dos clássicos Disney, a bola da vez é Mogli: O Menino Lobo (The Jungle Book, no original), dirigido por Jon Favreau, o ex ator mediano que virou diretor de blockbusters (Homem de Ferro 1 e 2, Cowboys & Aliens). Sim, a história original foi baseada no livro de Rudyard Kipling, mas este filme é claramente uma versão do desenho animado da década de 60. A trama segue o mesmo caminho. Criado pelos lobos, Mogli é levado por Baloo e Bagheera para a aldeia dos homens, e no caminho encontra personagens como a cobra Kaa, o orangotango Rei Louie e a manada de elefantes, enquanto foge do tigre Shere Khan. Tem até duas músicas que estavam no desenho. Foi delicioso ouvir mais uma vez o Baloo cantando “Eu digo – necessário, somente o necessário / o extraordinário é demais”.

O que mais chama a atenção neste Mogli: O Menino Lobo é a parte técnica. Tudo foi filmado em estúdio, todos os cenários e animais são bonecos ou digitais. E olha, posso dizer que nunca vi algo tão real! Realmente, depois deste filme, pensamos que falta pouco para termos atores digitais…

Praticamente o único ator em cena, o garoto Neel Sethi manda bem como o menino lobo. A dublagem brasileira é muito boa, mas, lendo o elenco original, fiquei triste porque a sessão de imprensa foi dublada. Afinal, não ouvi as vozes de Bill Murray, Ben Kingsley, Idris Elba, Scarlett Johansson, Lupita Nyong’o e Giancarlo Esposito – e Christopher Walken cantando! Droga, tenho que rever, com o som original…

Preciso dizer que não gostei do tamanho do Rei Louie. Mas claro que isso não é um defeito grave.

Mogli: O Menino Lobo não tem cena pós-créditos, mas têm umas animações impressionantes e engraçadas durante os créditos principais, enquanto ouvimos mais uma vez a música do Rei Louie. Não saia sem ver!

Ah, o 3D. Blé, como quase sempre.

Boa opção para crianças pequenas e crianças grandes!

p.s.: na dublagem, chamam o lobo chefe de “Akíla”. Protesto! Como ex-escoteiro, sempre falarei “Akelá”!

Rua Cloverfield 10

RuaCloverfield10-posterCrítica – Rua Cloverfield 10

Depois de um acidente de carro, uma mulher acorda em um abrigo, com um homem que afirma que o mundo exterior foi afetado por um ataque nuclear ou químico – ou algo ainda pior.

Em primeiro lugar, vamos esclarecer a dúvida: não é uma continuação de Cloverfield Monstro, de 2008, produzido pelo mesmo JJ Abrams. Rua Cloverfield 10 (10 Cloverfield Lane, no original) é um filme novo, com uma história independente, que pode (ou não) se passar no mesmo universo do outro filme.

Pra começar, Rua Cloverfield 10 nem segue o formato found footage. O filme foca mais no suspense em volta do personagem paranoico e seu relacionamento conturbado com os outros personagens.

Falemos mais deste personagem paranoico. John Goodman está ótimo, num personagem que você não sabe se é “mocinho” ou “bandido” – numa hora ele está bonachão e amigável, noutra ele está com ar de psicopata. O roteiro sabe dosar o que mostrar, e o espectador fica sem saber qualé a do personagem. Mary Elizabeth Winstead também está bem.

Outro trunfo do filme é o clima criado dentro do bunker. O diretor estreante Dan Trachtenberg acerta a mão no clima tenso e claustrofóbico.

Pena que o filme escorrega no final. O roteiro pega alguns caminhos tortos, que deixam um sabor estranho na boca do espectador. Mas nada grave, Rua Cloverfield 10 ainda é um bom programa.

Claro, tem gancho pra continuação – que nem o filme de 2008. Mas nada muito grave se a continuação não acontecer. Ou se vier um terceiro filme no mesmo universo (ou não).

Batman vs Superman: A Origem da Justiça

BvS-1Crítica – Batman vs Superman: A Origem da Justiça

(Posso repetir piada?)

Depois do “filme mais assustador de todos os tempos da última semana”, temos o “filme de super heróis mais esperado de todos os tempos da última semana”!

Depois da destruição de Metropolis em Homem de Aço, algumas pessoas passam a achar que ter o Superman por perto pode não ser uma boa ideia. Batman, que estava presente na cidade, resolve se preparar para desafiar o Superman. Enquanto isso, um jovem Lex Luthor surge como uma nova ameaça.

Batman vs Superman: A Origem da Justiça (Batman v Superman: Dawn of Justice, no original) é a carta mais forte da DC para tentar recuperar o prejuízo causado pela Marvel nos últimos anos. E a notícia é boa: Batman vs Superman é um bom filme.

Enquanto a DC ainda pensava em “filmes solo”, a Marvel vinha formando um sólido universo cinematográfico (MCU – Marvel Cinematic Universe), construído por vários filmes, lançados ao longo de vários anos. Mas a DC ainda tinha uma forte carta na manga: simplesmente os dois super heróis mais icônicos da cultura pop. Batman e Superman sempre foram grandes nomes independente do cinema.

Então veio a cartada arriscada. Como numa mesa de pôquer onde o jogador está perdendo mas ainda tem boas cartas na mão, a DC apostou um “all in” e lançou logo um filme com os dois heróis, com a Mulher Maravilha de coadjuvante, e ainda abriu espaço para uma vindoura Liga da Justiça.

Cartada arriscada, mas funcionou. Boa notícia para os fãs de filmes de super heróis! Batman vs Superman: A Origem da Justiça pode não ser o melhor filme de super heróis do ano (vai ser difícil barrar Deadpool…), mas é um bom divertimento que vai agradar a maior parte dos fãs.

Como de costume nos filmes dirigidos por Zack Snyder, o visual do filme chama a atenção. Fotografia bem cuidada, figurinos excelentes e algumas boas sequências em câmera lenta. Os efeitos especiais são bem feitos, mas com algumas ressalvas (não gostei muito dos efeitos na cena da perseguição do Batmóvel) – acho que iremos rever este filme daqui a alguns anos e veremos que “perdeu a validade”, como aconteceu com Sucker Punch, do mesmo diretor.

A trama tenta trazer um equilíbrio entre os dois heróis, mas senti que este é um filme mais do Batman que do Superman. Aliás, o motivo da briga entre os dois me pareceu forçado. O trailer de Guerra Civil mostra um motivo mais forte para a briga do Capitão América com o Homem de Ferro do que todo o longa Batman vs Superman.

O elenco está bem. Muita gente torceu o nariz quando anunciaram Ben Affleck como Batman, mas acho que ele vai calar a boca dos críticos. Gal Gadot surpreende positivamente, ela parecia magra demais para interpretar uma guerreira amazona, mas funciona bem na hora do “vamos ver”. Já Jesse Eisenberg não ficou legal, seu Lex Luthor está parecido demais com o Coringa. Henry Cavill, Amy Adams, Diane Lane e Laurence Fishburne voltam aos seus papeis, e o filme ainda conta com Jeremy Irons, Holly Hunter e pontas de Kevin Costner, Lauren Cohan, Jeffrey Dean Morgan e Jason Momoa.

Pena que o filme ficou longo demais, não precisava ser um filme de duas horas e meia, chega a ser cansativo. Algumas cenas são desnecessárias. Vou dizer que até gostei da cena com um plano sequência do Batman lutando contra vários soldados, mas reconheço que é desnecessária – tire essa cena e o filme não perde nada. E a cena do sonho com o Flash saindo da tela não é apenas desnecessária – é ruim.

Não gostei do fim, mas não posso me aprofundar por causa de spoilers. Só digo que, se você tem coragem para sair do óbvio, que mantenha essa coragem até o fim.

No fim, apesar dos problemas, o saldo é positivo. Todos ganham com isso, porque o filme abre espaço para continuações dentro de um “DC Cinematic Universe”. Que venham cada vez melhores!

p.s.: Antes do filme, Zack Snyder aparece na tela para pedir que ninguém espalhe spoilers. Mais do que o seu trailer já espalhou, sr. Snyder? 😉

A Bruxa

A BruxaCrítica – A Bruxa

2016 já tem o seu “melhor filme de terror de todos os tempos da última semana”!

Nova Inglaterra, 1630. Uma família enfrenta forças de feitiçaria, magia negra e possessão.

A Bruxa (The Witch, no original) é o impressionante filme de estreia do diretor e roteirista Robert Eggers. Um filme sério, desconfortável e tenso – um pouco diferente do terror que estamos acostumados a ver no circuito.

Eggers se baseou em relatos reais da época pra construir uma história repleta de fanatismo religioso. Ajudado por uma boa fotografia, cenários assustadores, e um elenco com ótimos e desconhecidos atores, o diretor / roteirista consegue criar um excelente clima de tensão que cresce ao longo do filme – o final é incômodo como poucas vezes visto no cinema recente.

No elenco, o destaque fica com os jovens Anya Taylor-Joy e Harvey Scrimshaw – este tem uma cena impressionante que é quase um monólogo. Também no elenco, Ralph Ineson, Kate Dickie, Ellie Grainger e Lucas Dawson.

Acredito que muitos não vão gostar de A Bruxa, principalmente pelo hype que está rolando na internet. Quem curte terror-pop-engraçadinho, talvez ache chato – não existe um alívio cômico aqui. Mas, na minha humilde opinião, é um dos melhores lançamentos de terror dos últimos tempos.

Orgulho e Preconceito e Zumbis

orgulho preconceito e zumbisCrítica – Orgulho e Preconceito e Zumbis

Inglaterra, século XIX. Cinco irmãs precisam enfrentar a pressão sobre o casamento enquanto enfrentam a crescente epidemia de zumbis.

Todo mundo conhece o livro “Orgulho e Preconceito”, da Jane Austen, né? Publicado pela primeira vez em 1813, o livro conta a história de uma jovem que lida com problemas relacionados à educação, cultura, moral e casamento na sociedade aristocrática do início do século XIX, na Inglaterra. Bem, nem todos sabem, mas em 2009 saiu uma versão do livro ambientada num universo de zumbis – a autoria foi creditada à própria Jane Austen e a Seth Grahame-Smith (que, em 2010, lançou “Abraham Lincoln Caçador de Vampiros”). Este novo livro acaba de ganhar uma versão para o cinema.

Claro que não podemos levar a sério uma trama romântica do séc XIX com zumbis no meio. Mas, dentro da proposta galhofa, Orgulho e Preconceito e Zumbis (Pride and Prejudice and Zombies, no original) poderia ser bom. Mas não é.

Orgulho e Preconceito e Zumbis começa bem. É explicado que a Europa sofre com uma epidemia de zumbis em vez da peste negra, e que jovens mulheres são mandadas ao oriente para aprenderem artes marciais. E na família da protagonista, são 5 irmãs, todas treinadas como guerreiras. E temos uma cena na primeira parte do filme que mostra uma festa interrompida por um ataque de zumbis, onde vemos as irmãs pegarem facas e espadas escondidas nos seus vestidos longos com muitas anáguas para detonar zumbis em câmera lenta. A cena é muito boa e mostra um caminho bem interessante.

Mas parece que resolveram focar mais no lado romântico da história, e deixar os zumbis de lado. A ponto de falarem mais de uma vez da personagem da Lena Headey, que seria “a melhor espadachim da Inglaterra”, e quando ela aparece, nunca a vemos em ação.

O elenco também não ajuda. Lily James (a Cinderela) nem atrapalha, mas seu par, Sam Riley, parece que tem carisma negativo. Ainda no elenco, Bella Heathcote, Charles Dance e Matt Smith, além da já citada  Headey.

Ou seja, temos um filme romântico com lampejos de zumbi aqui e acolá. Um bom momento ou outro se salvam (Elizabeth discutindo com Darcy enquanto brigam é outra boa cena), mas, no geral, acho que não vai agradar muita gente – quem gosta de filmes de zumbi vai sentir falta de ação; quem gosta de filmes românticos vai reclamar da presença dos mortos vivos.

Não sou contra “mash ups”. Mas que o próximo seja mais bem feito.

Joy: O Nome do Sucesso

JoyCrítica – Joy: O Nome do Sucesso

Mais um filme meia boca do superestimado David O. Russell…

Inspirado em uma história real, o filme mostra a jornada de uma mulher determinada a manter sua excêntrica e disfuncional família unida em face da aparentemente insuperável probabilidade. Motivada pela necessidade, engenhosidade e pelo sonho de uma vida, Joy triunfa como a fundadora e matriarca de um bilionário império, transformando sua vida e a de sua família.

A história de uma mulher que inventou um esfregão daria um bom filme? Talvez. Mas precisaria de um bom roteiro, já que a história em si é besta. E isso não acontece aqui.

Joy: O Nome do Sucesso (Joy, no original) tem uma cena boa aqui, outra acolá. Mas no geral, é um filme bobo. Uma história desinteressante sobre uma personagem desinteressante. O filme acaba e a gente fica com aquela sensação de “pra que alguém fez um filme sobre uma mulher que inventou um esfregão?” E o pior é que mais uma vez o filme foi elogiado.

Sobre a Jennifer Lawrence: acho que é uma grande atriz, uma das melhores de sua geração, sabe escolher bons filmes, mas vamos combinar que ela está um pouco supervalorizada. Mais uma vez ela concorre ao Oscar por um filme de O. Russell – ela ganhou por O Lado Bom da Vida e concorreu por Trapaça. Nada contra ela concorrer, mas ela não está tão bem assim. E o pior é a gente sentir que ela está no papel errado – a Joy deveria ser uma atriz mais velha, Jennifer tem 25 anos, ficou forçado imaginá-la como uma mulher separada, mãe de duas crianças.

O elenco tem bons atores, mas nenhum está bem. O. Russell deve gostar dos mesmos atores, mais uma vez temos Jennifer Lawrence, Bradley Cooper e Robert De Niro (os 3 estavam em O Lado Bom da Vida; os dois primeiros em Trapaça). Mas o destaque negativo fica com Isabella Rosselini, grande atriz, mas que está péssima aqui. Também no elenco, Edgar Ramirez, Diane Ladd, Virginia Madsen e Dascha Polanco.

Enfim, dispensável.

Boneco do Mal

Boneco do MalCrítica – O Boneco do Mal

Uma americana é contratada por uma família inglesa para ser babá, mas ao chegar na casa, descobre que será babá de um boneco em vez de uma criança.

Fui ver Boneco do Mal com a expectativa lá em baixo. E não é que me surpreendi positivamente?

Pra começar, a sessão de imprensa foi na véspera da estreia, e quando isso acontece, normalmente o filme é fraco e a distribuidora só quer que as pessoas saibam isso em cima da hora. E, pra piorar,o título brasileiro é horrível – “Boneco do Mal” é muito trash! O nome original, “The Boy” (“O Garoto”) é bem melhor…

O diretor William Brent Bell é o mesmo do fraco Filha do Mal (olha o nome ruim aí…), mas desta vez ele se saiu melhor. Não que Boneco do Mal seja um grande filme, mas pelo menos é uma diversão honesta. Boa ambientação (a casa inglesa é ótima!), a fotografia cria um clima interessante, e tem um final que me surpreendeu.

No elenco, o único nome conhecido é  Lauren Cohan, famosa por causa de The Walking Dead. Mas ninguém chama a atenção, nem pelo lado positivo, nem pelo lado negativo.

Enfim, nada demais, mas vai agradar os fãs de terror.

O Quarto de Jack

O Quarto de JackCrítica – O Quarto de Jack

Um menino de 5 anos vive com sua mãe em um pequeno quarto, de onde nunca saiu, e por isso nunca teve contato com o mundo exterior.

Depois de contar uma história esquisita sobre um cara esquisito em Frank, o diretor Lenny Abrahamson resolveu contar uma história sobre um garoto que vive uma realidade esquisita no seu filme novo, O Quarto de Jack (Room, no original). E Abrahamson conseguiu mostrar um universo rico, mesmo confinado dentro de um pequeno quarto de poucos metros quadrados. O personagem Jack é ótimo!

Assim como em Frank, o forte aqui são as atuações. Brie Larson ganhou o Globo de Ouro e está concorrendo ao Oscar de melhor atriz (o filme concorre a outras três estatuetas, melhor filme, melhor diretor e melhor roteiro adaptado), mas quem chama a atenção é Jacob Trembley, que interpreta o pequeno Jack, de 5 anos recém completados. Trembley entrega um personagem mais sólido que muito ator adulto por aí. Seu Jack vale o ingresso! William H. Macy e Joan Allen também estão bem, em papeis secundários.

O roteiro de O Quarto de Jack foi escrito por Emma Donoghue, autora do livro onde o filme se baseia. Não li o livro, não sei qual a sua estrutura, mas podemos dizer que o filme se divide claramente em duas partes. No meio da trama acontece um grande plot twist, que muda o rumo da história. E aí reside um problema: a segunda parte não é tão boa quanto a primeira. Nada que estrague o resultado final, mas o ritmo do filme nitidamente cai.

Mesmo assim, vale ver o pequeno Trembley.

A Quinta Onda

A Quinta OndaCrítica – A Quinta Onda

Pelo trailer, parecia ser um bom filme de apocalipse alienígena. Ah, como os trailers enganam…

Quatro ondas de ataques alienígenas, cada vez mais mortais, dizimam a maior parte da população da Terra. Neste cenário, uma jovem tenta desesperadamente salvar seu irmão mais novo.

Antes de tudo, um aviso: por mais que tenha elementos de cinema catástrofe, A Quinta Onda (The 5th Wave, no original) é muito mais próxima de sagas teen de futuro distópicas como Jogos Vorazes, Maze Runner e Divergente (e até mesmo Crepúsculo). Só soube depois da sessão de imprensa, o filme se baseia numa série de livros direcionados a “jovens adultos”, escritos por Rick Yancey.

A Quinta Onda até começa bem. Mas quando começa o papinho romântico, vai tudo ladeira abaixo. E, no meio dos clichês presentes, temos até o triângulo amoroso… Vou te falar, na sessão para críticos, algumas cenas teoricamente sérias proporcionaram gargalhadas…

Pra piorar, muitas coisas parecem recicladas de outros filmes. Impossível não lembrar de Independence Day na primeira cena onde as naves aparecem, e os aliens são iguais aos “face hughers” de Alien. E não quero estragar o filme de ninguém, mas me lembrei de Marte Ataca na cena onde os inimigos estão com a “cabeça verde”…

Os méritos do filme ficam abafados por toda a baboseira. Os efeitos especiais da primeira parte são eficientes, mas estão quase todos no trailer. Chloe Moretz, veterana apesar da idade, não atrapalha, mas nem de longe lembra o seu início de carreira.

Ah, sobre o elenco, tenho outro comentário: o que aconteceu com a Maria Bello? Ok, sabemos que ela já tem 48 anos, mas ela sempre fez papeis de mulheres bonitas (e seus fãs hão de se lembrar de sua generosa nudez em Marcas da Violência, dez anos antes). Maria está acabada aqui, parece bem mais velha e mal cuidada. Espero que seja maquiagem! Ainda no elenco, Liev Schreiber, Ron Livingston, Nick Robinson e Maika Monroe.

No fim do filme, temos um gancho pra continuação. Deve vir por aí uma Sexta Onda…

Steve Jobs

steve jobsCrítica – Steve Jobs

Um retrato do inventor e empresário co-fundador da Apple. A história se desenrola nos bastidores de três lançamentos de produtos icônicos.

Com roteiro de Aaron Sorkin (A Rede Social), a narrativa de Steve Jobs (idem, no original) é interessante. Em vez de uma cinebiografia clássica, onde acompanhamos a vida do biografado, o filme se divide em três momentos: os bastidores dos momentos antes dos lançamentos do Macintosh, em 84, do NeXT, em 88 e do iMac, em 98.

O elenco é muito bom – Kate Winslet acabou de ganhar o Globo de Ouro de melhor atriz coadjuvante e ser indicada ao Oscar; Michael Fassbender também concorre à estatueta pelo filme. Também no elenco, Seth Rogen, Jeff Daniels, Michael Stuhlbarg e Katherine Waterston.

Steve Jobs tem alguns problemas. Michael Fassbender é um grande ator, é sempre um prazer vê-lo atuando, mas… Quando vi o filme, não vi o personagem Jobs na tela, só vi o ator Fassbender. Ok, o cara é bom, mas talvez fosse melhor ter um ator menos famoso, pra gente entrar mais facilmente no personagem.

Outro problema é que, como a narrativa só mostra três momentos distintos da carreira de Jobs, algumas coisas ficam sem explicação para quem nunca acompanhou o desenvolvimento da Apple – saí do cinema e fui catar no google mais informações sobre Apple II e NeXT…

Além disso, são muitos diálogos. Cansa ficar duas horas vendo um cara arrogante brigar com um monte de gente. Pelo menos o estilo pop de Danny Boyle ajuda no ritmo, com cortes rápidos, música alta e até projeções nas paredes do cenário.

Mas, no geral, acho que Boyle ainda nos deve algo mais semelhante ao seu início de carreira…