Tár

Tár

Sinopse (imdb): Situado no mundo internacional da música clássica ocidental, o filme é centrado em Lydia Tár, amplamente considerada uma das maiores compositoras-regentes vivas e a primeira diretora musical de uma grande orquestra alemã.

Bora pra mais um filme da lista do Oscar!

Tár (idem, no original) é o novo filme escrito e dirigido Todd Field. É apenas seu terceiro filme como diretor, e, curiosamente, seus filmes anteriores são de muitos anos atrás (Pecados Íntimos, de 2006; Entre Quatro Paredes, de 2001). Mas, o cara deve ter alguma moral nos bastidores, já que Tár é um projeto ambicioso.

Tenho três destaques para citar. O primeiro é a atuação da Cate Blanchett. Ela aprendeu alemão e aprendeu a reger uma orquestra. E ela está realmente sensacional interpretando Lydia Tár, a maestrina super premiada, inteligente e arrogante. Ainda acho que o Oscar vai para Michelle Williams por Fabelmans, mas se for para Cate Blanchett, ninguém vai reclamar.

Também preciso falar da parte musical. No post sobre Missa da Meia Noite, comentei sobre música diegética e não diegética. A música diegética é quando os personagens estão ouvindo – por exemplo, quando alguém liga um rádio ou toca um instrumento. Toda a música diegética de Tár foi executada pelo elenco. Cate Blanchett realmente toca o piano e rege a orquestra. Sophie Kauer, que faz a violoncelista Olga, nunca tinha atuado, ela era uma violoncelista que aprendeu a atuar. Isso faz uma enorme diferença na tela!

Por fim, não escondo de ninguém que curto planos sequência. E tem um muito bom aqui. Nada tão mirabolante como Babilônia, que comentei semana passada, mas mesmo assim, impressionante. Se lá a proposta era um caos organizado, aqui o foco é o diálogo. Lydia Tár está numa aula e desafia um aluno, que não gosta de Bach porque ele era branco, hétero e com muitos filhos. A câmera vai e volta, os atores vão e vem, tocam piano, e é uma cena longa, pouco mais de dez minutos! Melhor cena do filme, de longe!

Dito tudo isso, preciso dizer que reconheço os méritos de Tár, mas acho um exagero tantas indicações ao Oscar. É um bom filme, mas, tirando a indicação da Cate Blanchett, na minha humilde opinião o filme não deveria ser indicado às outras cinco estatuetas: filme, direção, roteiro original, edição e cinematografia. Além disso, é longo demais, são mais de duas horas e meia, chega a cansar.

Vale pela Cate Blanchett!

Cruella

Crítica – Cruella

Sinopse (imdb): Um longa-metragem de live action seguindo uma jovem Cruella de Vil.

Não curto muito essa nova onda de live actions da Disney. Lembro de um Podcrastinadores recente onde falamos de Aladdin, Rei Leão, Dumbo e Christopher Robin (do Ursinho Puff), e lembro que falei mal de todos eles. Também posso incluir o desnecessário A Bela e A Fera, longo e chato. Nem vi Mulan, Malévola 2 e A Dama e o Vagabundo, tamanho o desânimo. Mas resolvi dar uma chance pra Cruella.

Que bom que dei a chance. Cruella é ótimo!

Dirigido pelo pouco conhecido Craig Gillespie (Eu Tonya), Cruella tem uma tarefa difícil: fazer o espectador gostar de uma pessoa que maltrata cachorrinhos. Olha, dá pra curtir a personagem, mas a gente precisa esquecer a Cruella do desenho. O filme Cruella funciona sozinho, mas não pode ser visto junto com o desenho clássico. Spoiler do bem: a Cruella do filme não mata nenhum cachorro!

(Sei que tiveram dois filmes, em 96 e 2000, mas nem me lembro direito, então minha referência continua sendo o desenho de 1961).

A Cruella da Emma Stone parece uma versão da Arlequina da Margot Robbie, uma vilã simpática e maluquinha, e, principalmente muito carismática – algo essencial para o grande público gostar de uma personagem má. E Emma Stone está fantástica! Às vezes um pouco exagerada, mas mesmo nesses momentos de over acting, ela funciona bem dentro da proposta da personagem. Aliás, a outra Emma, Emma Thompson também está ótima como a vilã mais vilã que a vilã protagonista. Também no elenco, Joel Fry, Paul Walter Hauser, Mark Strong, John McCrea e Kirby Howell-Baptiste.

Claro, precisamos falar também dos cachorros! Não sei o que foi cgi ou o que foi cachorro treinado (hoje em dia não duvido de nada), mas temos várias cenas divertidas com participações dos cachorros. As melhores são com o Wink, o cachorrinho de tapa olho.

Ah, a trilha sonora! Que trilha sonora fantástica! Deep Purple, Queen, Supertramp, Bee Gees, Blondie, The Clash, Black Sabbath, Rolling Stones, J Geils Band, versões de Beatles e Led Zeppelin, e todas se encaixam perfeitamente no filme! Se fosse nos anos 90, provavelmente ia comprar o cd com a trilha sonora e ficar ouvindo no carro, como fazia com as trilhas de Forrest Gump e Pulp Fiction.

Outro destaque, claro, são os figurinos e penteados, além de uma excelente reconstituição de época dos anos 70. Filmes lançados nesta época do ano nem sempre são lembrados na época do Oscar, mas Cruella deve ter indicações à estatueta!

Nem tudo é perfeito. Às vezes o tom fica um pouco bobo, afinal, é um prequel para um desenho animado, então algumas cenas são meio sem graça. Mas nada que atrapalhe o bom resultado final.

E, atenção! Tem uma cena pós créditos que liga o filme diretamente ao desenho!

1917

Crítica –  1917

Sinopse (imdb): 6 de abril de 1917. Enquanto um regimento se reúne para travar uma guerra nas profundezas do território inimigo, dois soldados são designados para correr contra o tempo e entregar uma mensagem que impedirá 1.600 homens de caminharem direto para uma armadilha mortal.

Ok, admito que tenho andado um pouco desligado quanto aos lançamentos. Aí de repente descubro que 1917, um filme que heu nunca tinha ouvido falar, ganhou Globo de Ouro de melhor filme e melhor diretor. Aí ouço no rádio que o filme é um único plano sequência.

Como assim??? Fizeram um filme de guerra em plano sequência e heu não sabia??? Pára o mundo, preciso ver isso!!!

Por sorte, pouco depois do Globo de Ouro, tive a oportunidade de ver. E tenho tranquilidade para afirmar: 1917 é o primeiro filme “obrigatório” do ano.

Dirigido por Sam Mendes (007 Contra Spectre), 1917 traz uma boa história, num bom ritmo e uma bela fotografia, e com uma perfeita reconstituição de época. Ah, e como falei antes: tudo isso num único plano sequência.

Vamulá. A gente sabe que houve cortes, que foram emendados digitalmente. Mas, pra mim, isso não tira o mérito. O filme foi concebido para ser uma única cena (na verdade duas, tem um momento no filme onde dava pra “desligar a câmera”). Cada detalhe de cenário, de figurino, de maquiagem, de entrada e saída de personagens, tudo tem que obedecer aquele conceito inicial de continuidade proposto.

Algumas cenas dão nó na cabeça – tipo, quando tem um corte, você coloca a câmera numa grua, depois na mão do cameraman, e por aí vai. Mas, sem um corte aparente? Saí do cinema com vontade de catar um making off.

No elenco principal, dois menos conhecidos, Dean-Charles Chapman e George MacKay (este estava em Capitão Fantástico). Colin Firth, Mark Strong, Benedict Cumberbatch e Richard Madden fazem papéis menores.

Filmaço. Para ser visto e revisto.

Shazam!

Crítica – Shazam!

Sinopse (imdb): Todos nós temos um super-herói dentro de nós, basta um pouco de mágica para trazê-lo para fora. No caso de Billy Batson, gritando uma palavra – SHAZAM! – esse garoto adotado de quatorze anos de idade pode se transformar no super-herói adulto Shazam.

A DC decepcionou quando usou os dois maiores nomes do seu catálogo. Mas, depois de um resultado positivo com Aquaman, agora acerta de novo com outro personagem “lado B”, o Shazam.

Shazam! (idem no original) esquece toda a sisudez de Homem de Aço e Batman V Superman e apresenta uma comédia leve e divertida. O grande mérito do filme é que ele nunca se leva a sério – e ter um protagonista adolescente num corpo de adulto só reforça essa ideia.

(Sim, parece Marvel. E isso não é nada negativo, na minha humilde opinião.)

Shazam! é uma comédia assumida, mas o diretor David F. Sandberg veio do terror (ele dirigiu Quando as Luzes se ApagamAnnabelle 2). Assim, temos uma cena de acidente de carro onde mostra mais sangue que em todo o MCU, e os demônios são assustadores. Aliás não sei se foi coincidência, mas o diretor de Aquaman, James Wan, também tem extenso currículo no terror…

O filme tem um problema no desenvolvimento dos personagens, mas me parece que a culpa é do roteiro e não dos atores. Billy Batson e Shazam são a mesma pessoa mas em corpos diferentes. E a personalidade dos dois é muito diferente. Acho que os atores deveriam ter se estudado, para terem um comportamento semelhante.

Levando em conta o problema citado acima, o elenco é bom. Zachary Levi parece se divertir muito como o adolescente no corpo de um adulto com super poderes. Asher Angel não está mal, apenas destoa da personalidade da sua versão adulta. Por outro lado, Jack Dylan Grazer faz um coadjuvante mais interessante que o protagonista. Mark Strong está no limite da caricatura como o vilão com nome de banda lado B de rock nacional anos 80; Djimon Hounsou, sob pesada maquiagem, faz um mago engraçado. Por fim, queria falar da Faithe Herman, que faz a irmãzinha – a menina é adorável, quero vê-la em mais filmes!

A parte final teve uma coisa que me incomodou um pouco, nada grave, mas não vou falar aqui por causa de spoilers. Mas falarei tudo no Podcrastinadores sobre Shazam!, em breve no ar!

p.s.: Como sempre na Marvel, são duas cenas pós créditos. Não, péra…

Kingsman: O Círculo Dourado

Kingsman 2Crítica – Kingsman: O Círculo Dourado

Sinopse: Quando sua sede é destruída e o mundo é feito refém, os Kingsman descobrem uma organização de espiões aliados nos EUA. Essas duas organizações secretas de elite devem se unir para derrotar um inimigo comum.

O primeiro Kingsman foi um dos melhores filmes de 2014. A expectativa agora era grande. Será que mantiveram o nível?

Boa notícia! Kingsman: O Círculo Dourado (Kingsman: The Golden Circle, no original) é tão bom quanto o primeiro! Um bom elenco numa trama alucinada com ritmo desenfreado e efeitos especiais de primeira linha!

O diretor Matthew Vaughn (o mesmo do primeiro filme) manteve o mesmo conceito – uma espécie de James Bond com mais violência e mais humor. Li em alguns sites que este segundo filme seria mais exagerado que o anterior. Mas, sei lá, lembro da cena da igreja do outro filme, imagino poucas coisas mais exageradas que aquilo…

Kingsman: O Círculo Dourado é repleto de ação e humor. E Vaughn sabe como poucos como filmar essas cenas, alternando câmera lenta e imagens aceleradas, muitas vezes com a câmera posicionada literalmente dentro da ação. As sequências de ação são impressionantes, desde a cena inicial, com uma perseguição de carro de tirar o fôlego, até os duelos finais – com planos sequência, não tão impressionantes como a já citada cena da igreja do primeiro filme, mas mesmo assim muito bem filmados.

Tem espaço para novos personagens. Somos apresentados a uma nova agência: os Statesman, uma versão americana dos Kingsman. Além de cutucadas entre Inglaterra e EUA, isso também abre espaço no elenco para Jeff Bridges, Channing Tatum, Halle Berry e Pedro Pascal, que se juntam a Taron Eggerton, Mark Strong e Colin Firth. Além deles, Julianne Moore está ótima como a vilã. Mas a melhor surpresa do elenco está com Elton John, numa participação pequena, mas sensacional!

Falei da Julianne Moore, né? Uma coisa legal aqui é a atualização dos conceitos que habitam os filmes de espionagem. Assim como aconteceu no último Homem Aranha, a vilã é capitalista. Claro, ela é psicopata, mas o que a move é o dinheiro. Outro personagem interessante é o presidente dos EUA, aparentemente baseado no Trump. Até o ímpeto sexual típico do estilo jamesbondiano está contido aqui – o agente tem que ligar para a namorada antes de pular a cerca.

Os mais ranzinzas vão reclamar que Kingsman: O Círculo Dourado não é tão surpreendente quanto o primeiro filme. Claro, né? No primeiro, tudo era surpresa, e agora a gente já tinha ideia do que encontrar. Mas posso dizer sem medo: se você gostou do outro filme: vá sem medo!

E que venha o terceiro filme!

Kingsman: Serviço Secreto

kingsmanCrítica – Kingsman: Serviço Secreto

Filme novo do Matthew Vaughn!

Uma organização secreta faz testes com novos recrutas para conseguir um novo espião. Durante o treinamento, uma ameaça global surge, vinda de um gênio da tecnologia.

Imagine um filme de 007, mas com mais humor e mais violência. Além disso, bom elenco, bom ritmo… o ano mal começou, e já temos um candidato à lista dos melhores filmes de 2015!

Mathew Vaughn tem uma extensa carreira como produtor (ele produziu os dois primeiros filmes do Guy Ritchie), mas dirigiu poucos filmes – este é seu quinto. Bem, até agora, tem uma carreira admirável: Nem Tudo é o que Parece, Stardust, Kick-Ass e X-Men Primeira Classe. Nada mal, não?

Mais uma vez Vaughn se baseia numa graphic novel, e desta vez traz uma trama absurda, uma espécie de versão jamesbondiana dos cavaleiros da távola redonda, com boas doses de humor e de violência. Várias coisas não têm sentido, mas se a gente usar um pouco de suspensão de descrença, o filme é divertidíssimo!

Diferente do “padrão Marvel sem sangue”, Kingsman tem bastante violência gráfica (como aconteceu em Kick-Ass). Uma cena, em particular, é um belíssimo balé violento, uma longa sequência de briga dentro de uma igreja, onde quase todos saem mortos. E, sobre o humor, Kingsman não é exatamente uma comédia, mas algumas cenas são engraçadíssimas. Gargalhei alto na sequência das cabeças explodindo!

O elenco é ótimo. Colin Firth mostra uma faceta ainda desconhecida na sua carreira: o herói de ação. Samuel L. Jackson também está ótimo, de língua presa, num personagem diferente do “badmotherf%$&cker” de sempre. O jovem desconhecido Taron Eggerton (será que é parente da Tamsin Eggerton?) é outro que também está perfeito. E o filme ainda tem o Mark Luke Skywalker Hammil! Ainda no elenco, Michael Caine, Mark Strong, Jack Davenport, Sophie Cookson e Sofia Boutella.

Não sei se existe uma franquia prevista. Mas não me espantarei se anunciarem em breve um Kingsman 2.

O Jogo da Imitação

o jogo da imitaçãoCrítica – O Jogo da Imitação

Vamos de mais “filme de Oscar”?

Durante a Segunda Guerra Mundial, o matemático Alan Turing cria um computador para tentar decifrar a máquina alemã Enigma.

De uns anos pra cá, cinebiografias são bem cotadas no Oscar. Por isso a enxurrada de lançamentos neste estilo: nas últimas semanas, tivemos A Teoria de Tudo, Foxcatcher, American Sniper, Invencível e agora este O Jogo da Imitação. E, olha só: todos esses filmes estão concorrendo a Oscars…

Dirigido pelo pouco conhecido Morten Tyldum, O Jogo da Imitação (The Imitation Game, no original) traz uma boa história e um ator principal inspirado. Mas, quando acaba o filme, ficamos com a sensação de que falta alguma coisa para ser um grande filme.

Se o filme não é grandes coisas, o mesmo não podemos dizer da atuação de Benedict Cumberbatch, que cria uma espécie de Sheldon Cooper (The Big Bang Theory) mais sério e mais complexo (várias cenas do filme lembram o comportamento do Sheldon, como quando ele está na entrevista de emprego, e comenta “eu não queria este emprego”; seu interlocutor pergunta “então o que você está fazendo aqui?” e a resposta é “é que vocês estão procurando o maior matemático do mundo, então estou aqui…”).

Cumberbatch mostra (mais uma vez) que é um dos melhores atores da sua geração – pena que este ano ele tem pouca chance no Oscar, que deve ficar com Michael Keaton (Birdman) ou Eddie Redmayne (A Teoria de Tudo). Alan Turing é um personagem rico, um cara muito inteligente e com sérios problemas de relacionamento com os seres humanos em volta dele – e, ainda por cima, gay, numa época onde isso era proibido por lei. E Cumberbatch passa toda essa complexidade e carrega o filme nas costas. Keira Knightley foi colocada no filme pra vermos uma mulher bonitinha, a Joan Clarke original não tinha nada a ver com ela – pelo menos Keira é simpática e está bem no seu papel. Ainda no elenco, Matthew Goode (o Ozymandias de Watchmen), Charles Dance (o Tywin Lannister de Game of Thrones) e Mark Strong (o Frank D’Amico de Kick-Ass).

Pena que, apesar de Cumberbatch, e apesar de ser um filme sobre um cara fascinante, mostrando um lado pouco conhecdo da Segunda Guerra Mundial, O Jogo da Imitação entrega um resultado apenas “correto”.

p.s.: Ouvi um boato que Benedict Cumberbatch e o produtor Harvey Weinstein querem uma audiência com a Rainha para reconhecer Alan Turing como herói de guerra. Tomara que consigam!

Antes de Dormir

Antes-de-DormirCrítica – Antes de Dormir

Uma mulher acorda todos os dias sem se lembrar de nada recente, resultado de um traumático acidente no seu passado. Um dia, novas evidências aparecem e a forçam a questionar todos em sua volta.

Lendo a sinopse, parece uma mistura de Como se Fosse a Primeira Vez com Amnésia. Mas, na verdade, Antes de Dormir (Before I Go to Sleep, no original) tem muito pouco em comum com esses filmes.

Antes de Dormir é um filme “correto”: boa fotografia, trilha sonora ok… mas no fundo nunca deixa de parecer um “filme de Supercine”, uma produção daquelas que iria direto para o mercado de home video – infelizmente, o filme não engrena nunca. O único destaque aqui é o elenco, afinal, não é sempre que se pode contar com Nicole Kidman, Colin Firth e Mark Strong. Os três estão bem. E – para os fãs de Nicole – ela tem uma rápida cena de nudez, onde mostra que ainda está com tudo em cima aos 47 anos de idade.

Rowan Joffe dirigiu e escreveu o roteiro (baseado no livro homônimo de S. J. Watson). É o segundo longa para o cinema dirigido por Rowan, seu currículo como roteirista é um pouco maior (Extermínio 2, Um Homem Misterioso, entre outros). Rowan é pouco conhecido, mas filho de gente importante – seu pai é Roland Joffé, de A MissãoOs Gritos do Silêncio. Triste fato: como diretor, Rowan ainda é mais fraco que o pai.

Antes de Dormir é um daqueles suspenses onde os elementos são colocados na trama como se fosse um quebra cabeça. O problema é que o plot twist final é tão mirabolante que fica difícil acreditar que uma pessoa seria capaz de tal plano.

Enfim, um filme mediano, que não ofende ninguém, mas que também pode passar batido.

A Hora Mais Escura

Crítica – A Hora Mais Escura

Durante anos, uma obsessiva agente da CIA usa todos os meios para conseguir seu objetivo: achar e capturar Osama Bin Laden.

Já era previsto que Hollywood iria fazer filmes ligados a Osama Bin Laden. Mas, pelo que li, A Hora Mais Escura (Zero Dark Thirty, no original), foi pensado inicialmente como um filme sobre o fracasso dos EUA na tentativa de achar Bin Laden. Só que, com a notícia que ele tinha sido capturado e morto pelo exército americano, o roteiro escrito por Mark Boal foi mudado. Se isso é verdade, não sei. Mas a história contada no filme funciona muito bem.

A Hora Mais Escura é um Guerra Ao Terror melhorado. Ironicamente, Kathryn Bigelow ganhou o Oscar de melhor diretora (além de melhor filme) por Guerra Ao Terror, mas desta vez nem foi indicada.

(Respeito a atual fase de Bigelow, mas confesso que prefiro o trabalho dela nos anos 80 e 90, com filmes como Caçadores de Emoção, Estranhos Prazeres e Quando Chega a Escuridão. Gosto mais dela fazendo filmes pop…)

A Hora Mais Escura chega envolto em polêmicas. Parece que os conservadores tiveram problemas com as cenas de tortura. Ora, a tortura não aconteceu? Qual o problema de mostrar algo real? Só porque não é politicamente correto? Enfim, as cenas de tortura nem são nada demais…

O filme é longo demais – não precisava de duas horas e trinta e sete minutos para contar a história. Alguns trechos são arrastados; outros são previsíveis – por exemplo, a cena do atentado que envolve a personagem de Jennifer Ehle. Pelo menos a parte final do filme é muito boa. Os 40 minutos finais, que mostram a operação da captura de Bin Laden, tem um ritmo excelente – apesar de ter uma fotografia muito escura (às vezes a gente não vê nada…).

Sobre o elenco, o grande nome é Jessica Chastain, uma das mais fortes candidatas para levar o Oscar de melhor atriz daqui a duas semanas (acho que fica entre ela e Jennifer Lawrence). Jessica está excelente. Ainda no elenco, Kyle Chandler, Jennifer Ehle, Jeremy Strong, Harold Perrineau, Mark Strong, Edgar Ramirez e uma ponta de James Gandolfini.

Apesar da duração excessiva, A Hora Mais Escura é um dos melhores filmes dentre os candidatos ao Oscar 2013.

Stardust – O Mistério da Estrela

Crítica – Stardust – O Mistério da Estrela

Quem me conhece sabe que quando gosto de um diretor, costumo procurar os outros filmes que o cara fez. Depois de ter visto Kick-Ass e X-Men: Primeira Classe, fui catar mais filmes do Matthew Vaugn. Gostei de Nem Tudo É O Que Parece. E faltava este Stardust – O Mistério da Estreia, seu segundo filme, lançado em 2007.

Num mundo mágico paralelo ao nosso, um jovem promete uma estrela cadente de presente para a sua amada. Mas essa estrela se transforma numa bela mulher, que também está sendo perseguida por uma bruxa e pelos herdeiros do reino de Stormhold.

Stardust – O Mistério da Estrela nem parece ser do mesmo diretor dos outros filmes citados no primeiro parágrafo. Trata-se de uma fantasia, a la O Senhor dos Aneis ou Crônicas de Nárnia, com direito a terras místicas e personagens fantásticos. E o melhor de tudo: com qualidade!

O filme foi baseado no livro de Neil Gaiman (também autor da história que deu origem ao bom Coraline). Não li o livro, não conheço a história original. Mas podemos afirmar que Gaiman foi feliz na criação do universo de Stormhold e seus interessantes personagens.

Stardust – O Mistério da Estrela tem pouco mais de duas horas, mas acontece tanta coisa na trama que nem parece tão longo – aliás, poderia ser mais de um filme, como acontece com tantos filmes de fantasia (Senhor dos Aneis foram três filmes; Harry Potter teve oito; Nárnia está no terceiro; Percy Jackson tem previsão de lançar o segundo ano que vem). Na minha humilde opinião, foi uma boa escolha, a história tem início, meio e fim e um bom ritmo ao longo de toda a projeção.

No elenco, achei curioso o protagonista ser justamente o ator menos conhecido, Charlie Cox. Claire Danes está bem como a principal personagem feminina, mas o melhor do elenco são o capitão pirata e a bruxa feitos por Robert De Niro e Michelle Pfeiffer, cada um melhor que o outro. Ainda no elenco, Ian McKellen, Sienna Miller, Peter O’Toole, Mark Strong, Jason Flemyng, Rupert Everett e Ricky Gervais. E, curiosidade: Henry Cavill, o próximo Superman, num papel minúsculo.

Outros dois destaques são as belíssimas locações na Inglaterra e na Islândia, e os excelentes efeitos especiais, apesar de discretos – o filme não brilha por causa dos efeitos, mas eles estão na dose exata para tornar tudo isso crível.

O lançamento de Stardust – O Mistério da Estrela foi muito mal feito. Sei lá por que nem me lembro quando foi lançado por aqui (segundo o imdb, em outubro de 2007). E mesmo hoje em dia, ouço pouca gente falando do filme. O que é uma grande injustiça, o filme tem qualidade para ser lembrando como um grande épico da fantasia. Se tiver oportunidade de ver, fica aqui a minha recomendação!

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